Quem é você, Tiffany? escrita por Mellynnaa


Capítulo 7
O encontro


Notas iniciais do capítulo

OEOEOEOE Okay, dois capítulos hoje. Espero que gostem ;)
Boa leitura ;)



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Eu nunca tive um encontro de verdade antes. Esse não era um encontro, afinal de contas. Era apenas um jantar entre melhores amigos, algo normal e sem intenção alguma. Mas, mesmo sabendo disso, eu sabia que estava nervoso.

Toquei a campainha na casa de Addie cinco minutos antes do combinado. Ela sorriu ao me ver, e estava linda. Seu cabelo estava preso em um coque com uma franja recém cortada caindo por sua testa. Seu vestido era preto, e ela usava um all star preto, o que a deixava completamente irresistível. Sorri para ela, aproximando-me para beijar sua bochecha.

– Desde quando você tem essa franja? – perguntei, penteando sua nova franja com os dedos.

– Desde hoje – ela sorriu. – O que achou?

– Diferente – falei. – E bonita.

Ela sorriu para mim e fechou a porta. Tentei ser um completo cavalheiro, abrindo a porta do carro para ela em todos os momentos em que precisávamos sair. Puxei a cadeira para que ela se sentasse no restaurante. Ela sempre sorria. E eu sempre sorria de volta.

– O que são todas essas coisas? – disse ela, olhando para o prato do restaurante. – Nunca vi nada parecido.

– Aqui é um restaurante japonês. Achei que seria legal experimentar algo novo e diferente.

Certo, essa era uma idéia estúpida. Poderíamos ter ido a qualquer outro restaurante que a idéia daria certo, mas não são todas as pessoas que gostam de comida crua. Provavelmente, eu presumia que Addie fosse uma delas.

– Tudo bem, essa idéia de experimentar comida crua foi um tanto idiota demais – falei, balançando a cabeça. – Podemos ir a qualquer outro lugar, se quiser.

– Não, não, está tudo bem, mesmo – disse ela, apressando-se ao perceber que eu estava levantando. Sentei-me de novo, suspirando. – Experimentar coisas novas e diferentes é legal de vez em quando.

– Mas isso é comida crua!

– E qual é o problema? Os japoneses comem essas coisas todas, não comem? Então vamos fingir que somos japoneses por apenas uma noite e vamos nos aventurar nesse cardápio.

Ela suspirou. E sorriu.

Pedimos as coisas que mais se pareciam com nosso cotidiano. Muito arroz e alguns tipos de peixes e saladas. Tudo tinha um gosto um tanto diferente, mas é claro que tinha. Isso tudo é comida crua, e não teria o mesmo gosto que tinha para nós com nossa comida habitual. Admito que estava sendo hilário ver Addie comendo comida crua. Ela fazia uma careta cada vez que engolia algo. Era engraçado.

– Ei, do que está rindo? – disse ela, assim que engoliu um pedaço pequeno de peixe.

– Desculpe, mas sua expressão não é a melhor de todas comendo todos esses peixes aqui.

Ela riu, e se recostou na cadeira. Ri mais uma vez, e então, fiquei olhando para ela, imaginando e afirmando como ela estava bonita naquela noite.

– O que foi? – perguntou ela, fazendo-me acordar por um momento.

– O que foi o que? – perguntei, tentando disfarçar sua pergunta.

– Está olhando para mim tão fixamente... Estou bonita demais? – disse ela.

– Vossa senhoria está magnífica nesta bela noite estrelada – falei, e ela sorriu.

Olhei para ela mais uma vez, e então me lembrei de Tiffany. Peguei meu celular, e uma nova mensagem havia sido enviada há umas duas horas atrás.

‘Acho que estou apaixonada. Socorro.’

Ri pela mensagem, e cliquei em enviar uma nova mensagem.

‘Já eu tenho CERTEZA de que estou apaixonado. E estou tendo um encontro com essa garota agora. Socorro.’

Addie me olhava também, e então me lembrei de mais uma coisa: a aposta. Tiffany era como minha entrada para a aposta. Seria a partir dela que eu conseguiria um beijo de Addie, mas eu não queria fazer isso. Eu não queria usar Tiffany para conseguir algo, quero dizer.

Suspirei, e olhei fixamente para o celular.

– Acho que ainda estou aqui, se é que quer saber – disse Addie, abaixando os olhos.

– Eu sei, eu sei, me desculpe – falei, guardando o celular no bolso. – Eu apenas me lembrei de algo e estava tentando resolver esse problema.

– Que problema?

Eu não queria contar a ela o que estava passando pela minha cabeça naquele momento. Como contar que eu queria ganhar um beijo dela agora – e poderia, como combinamos na aposta – mas que seria errado devido Tiffany? Esse era um grande problema, e a única pessoa na qual eu não queria dividir isso era com a própria Addie.

– Não é nada demais – falei, suspirando novamente.

– Stuart, pode confiar em mim. Eu vou tentar ajudar.

Olhei para ela, e decidi que contaria o que estava acontecendo. Eu queria que ela soubesse, afinal de contas.

– Lembra-se da aposta que fizemos a um tempo atrás? Aquela do beijo e tal? – ela balançou a cabeça, afirmando que se lembrava. – Bem, é isso que me preocupa. Eu conheci Tiffany através daquelas cartas e, como combinamos, eu a respondi educadamente. Mas começamos a conversar e nos tornamos bons amigos.

– Isso significa que a aposta já está válida e que eu devo pagar minha parte agora – ela sorriu.

– É, acho que sim, mas...

– Mas? – ela perguntou.

– Eu não quero ter que enganar Tiffany. Ela é minha amiga, e eu a estaria usando caso fizesse algo do tipo.

– Ah – foi a única coisa que ela disse.

Addie se levantou e caminhou até o estacionamento. Paguei a conta do restaurante e caminhei até ela, de cabeça baixa.

– Eu não me importo – disse ela, baixinho.

– O que? – perguntei, me referindo ao que ela não se importava.

– Eu não me importo caso você não queira isso. Eu posso esperar – ela suspirou e levantou a cabeça. – Porque eu gosto de você, Stuart. Gosto de você daquele jeito. E acho que quando gostamos de alguém de verdade, podemos esperar o tempo que for preciso. Eu não me importo de esperar.

Levantei os olhos ao ouvir isso. E definitivamente e sem medo algum, me aproximei ainda mais e a beijei. Nosso primeiro beijo de verdade, intenso e bonito, sem pressa alguma. Andamos alguns passos, até que ela encostou suas costas na porta do carro. Segurei sua cintura, e a beijei com mais força. Até que ela parou o beijo.

– Isso está errado – disse ela, fazendo-me parar também.

– Porque isso está errado, Addie? – perguntei, um tanto chateado.

– Porque o combinado é que quem daria esse beijo de cinema seria eu.

Ela me beijou dessa vez, e ficamos assim por algum tempo. E tudo estava incrível, e eu sabia que tinha certeza disso.


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