Quem é você, Tiffany? escrita por Mellynnaa
Notas iniciais do capítulo
Oieee! Desculpem pela demora, mas aqui está o capítulo ;)
Boa leitura!
Duas semanas haviam se passado desde que Tiffany e eu começamos a conversar. As coisas iam muito bem desde então. Nada de preocupações, confusões ou brigas – pelo menos não que eu tenha percebido. Tiffany era uma boa desculpa para a hora do jantar. Não parávamos de conversar, e ela conseguia me distrair dos problemas familiares. Era algo legal.
Eu estava um pouco confuso quanto a Addie. Algumas vezes ela falava comigo normalmente, mas outras vezes ela não parecia à mesma pessoa. Parecia ser o stress, mas não acho que isso seja a resposta para tudo.
Encontrei com Addie hoje, mas resolvi não atormenta - lá. Ela resolveu de uma hora para outra vir para a escola com a mãe, e resolvi fingir que não me importava. Eu podia conversar com Tiffany a qualquer momento. Ela era como uma Addie para mim, com a diferença de que eu não a conhecia pessoalmente.
Quando olho para Addie, é como se eu não a reconhecesse mais. Ela passa a maior parte do tempo sozinha, bufando de um lado para o outro, como se sua vida estivesse à pior de todas. Quando passa por mim, algumas vezes ela diz um simples oi, mas isso está sendo algo raro. Uma amizade de anos não deveria acabar assim, de repente. E eu estava certo, sabia que estava. Addie não podia me ignorar por completo, de uma hora para outra, e eu não podia fingir que estava tudo bem. Caminhei decidido até seu armário, onde ela bufava sem parar.
– Olá, Addie – falei, parecendo um completo estúpido.
– Olá, Stuart. Como tem passado? – diz ela, fechando a porta do armário e começando a andar devagar.
– Vou bem, diferente de você, eu acho – respondo, esperando que ela pare de andar e me escute. Mas não é isso que ela faz. Diferente do que eu imaginei, Addie aperta o passo e anda mais rápido que antes. Seguro seu braço, fazendo-a parar. – Addie, o que é isso?
– Está me machucando, Stuart! – grita ela, atraindo alguns olhares para nós. Solto seu braço ao perceber que duas garotas estão olhando para nós, assustadas. – Obrigada.
Ela começa a caminhar novamente, mas dessa vez mais devagar.
– Pode me escutar por apenas um minuto, por favor? – peço, e ela para e olha para mim, bufando. – Você apenas sabe bufar agora? Não sabe fazer outra coisa?
Ela suspira, e eu espero ansiosamente um sorriso. Ela não sorri.
– Eu sei fazer muitas coisas, mas acho que quem não faz outra coisa aqui é VOCÊ!
Fico admirado, totalmente espantado com sua reação.
– Eu? O que eu fiz? Quem está me evitando há dias é VOCÊ! Eu estou totalmente na minha, tá legal?
Com movimentos rápidos, Addie pega o celular da minha mão e começa a ler minhas mensagens.
– ‘É bom começar o dia falando com você. Me sinto diferente apenas por fazer isso.’ – ela franzi a testa. – Sério? Aah, puxa, eu odeio cartõezinhos clichês de amor. São tão... tão... tão... Clichês! – ela faz uma imitação horrível da minha voz. Rio de sua péssima atuação.
– O que foi? Está com ciúmes? – pergunto, tomando o celular de sua mão. – Tiffany é apenas uma amiga, nada demais.
– Apenas uma amiga? Não é o que parece. Até porque, você nunca disse para mim que se sente ‘diferente’ apenas falando comigo. Isso magoa velhos amigos, tá? – ela faz um bico, e eu me aproximo para abraça - lá. O mais surpreendente é que ela deixa. Addie nunca foi de abraçar – até mesmo quando não estamos brigados, é raro existir algum contato físico entre nós.
– Então o problema todo é esse? Tiffany? – pergunto, olhando profundamente em seus olhos.
– Eu nem sei quem é Tiffany – diz ela, jogando as mãos para o alto. - O problema para mim não é com quem você conversa, mas sim como conversa. Nós nem nos falamos mais, Stuart. Isso é péssimo – diz ela, abaixando a cabeça.
– Mas você não fala comigo há dias! Até começou a vir para a escola com sua mãe. Pensei que eu havia feito alguma coisa errada e resolvi ficar na minha.
– Eu só fiquei chateada por ver que você havia me trocado por um simples aparelho celular. E uma suposta garota, afinal de contas. Quem é ela? – pergunta, sorrindo um pouco.
– O nome dela é Tiffany. Ela é incrível! Nos conhecemos através daquelas cartas idiotas que mandam no dia dos namorados. Ela estuda aqui no colégio, mas não faço idéia de quem seja essa garota. Ela é diferente, sabe? E não falo isso apenas por não ser como muitos por aí. Ela é apenas diferente.
– Todos são diferentes a sua maneira – diz ela, sorrindo.
– Mas ela é diferente. E me lembra você.
– Me lembre disso da próxima vez. Vou criar um perfil na internet e vou começar a conversar com o Justin Bieber. Será que ele aceita namorar comigo?
– Sem dúvidas! – falei. – Quer sair um dia desses?
– É, pode ser – disse ela.
Pela primeira vez, coloquei a mão em seus ombros e fomos abraçados até a sala de aula. É diferente fazer isso com Addie. Ela nunca deixa, afinal de contas.
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