–Leslie, você está em cima do meu véu.

– Ai amiga, eu não sabia. Eu estou descalça, não vai sujar.

– Mesmo assim! Irá ficar amassado. – eu disse aos berros arrumando o véu, caído em cima de minha cabeça, descendo pelas minhas costas, grande e formando um caminho.

–Moça, é normal as mulheres que se casam ficarem histérica? – a Leslie perguntou, para a mulher que estava arrumando meu vestido pelos pequenos ajustes que faltam a ser feitos.

– Ah, sim. Normalmente, eu vejo muito disso. – Leslie começou a rir, quando olhou pra minha cara diante ao espelho, ficou quieta e sentou-se. Logo, Emilly passou pela porta da loja de noivas, onde estava sendo feita minha prova. Era na verdade uma sala, já que não queria que ninguém me visse.

– Emilly! – Leslie gritou. Olhei para trás e dei um sorriso, ela havia demorado tanto, quem sempre me prometeu que seria a primeira a me ver vestida de noiva, pela primeira vez.

– Ai, meu deus! Amiga, você está perfeita. – disse ela chegando mais perto para me abraçar.

– Quando eu não estou bonita, Em? – perguntei encarando- a..

– Ok, voltamos ao mundo real.

Depois da prova do meu vestido, eu e as meninas ligamos para minha mãe ir nos encontrar em uma lanchonete. Ainda havia tantas coisas para serem vistas, Chris não estava muito ajudando, até porque, que homem ajuda em casamento? Nenhum. Eu iria ter que me virar, e fazer àquela festa a melhor possível. Enquanto minha mãe não chegava eu já fui fazendo os pedidos, esperamos na mesa conversando, Em começou com papos sobre a Rachel e eu não estava nem ai. Peguei meu celular e liguei para Chris.

– Amor? – Chris perguntou.

– Onde está, Chris?

– Estou no centro, vim buscar minha irmã, o que aconteceu?

–Nada! Ahn... Já arrumou seu terno?

– Ah, amor, eu ainda não fui ver isso.

– Chris, falta uma semana para nosso casamento, não me deixe pro último dia.

– Não deixarei, aliás, faz dois dias que não te vejo. Quando iremos ter um tempo só nosso? Esse negócio de casamento está me deixando louco.

– Relaxe! Logo passará e estaremos juntos, marido e mulher. Okay?

– Okay, amor! – fiquei esperando na linha enquanto ele não desligava o telefone. Ouvi sua última respiração antes de desligar.

Leslie me levou até uma loja de sapatos para escolher o meu do casamento. Eu queria um com salto, mas, não muito alto. Branco transparente. Mas, onde eu iria achar? Fiquei 30 minutos nessa loja com Leslie, mas, não achei. Chegando em casa, meu padrasto estava sentado com meus irmãos vendo jogo americano, quando eu e as meninas subimos com as sacolas.

– Lizzie? – meu padrasto me chamou quando estava na metade da escada, dei o que estava na minha mão para minhas amigas, mandei-as subirem, até eu falar com meu padrasto.

– Oi John.

–Temos que conversar querida.

–Olha, sei que quer meu bem. Mas eu vou ser feliz com o Chris te garanto!

– Se não for, eu mato ele. Mas, eu não iria falar sobre isso. A sua entrada na igreja. Já falou com seu pai? – não, ele não poderia falar isso. Lembrar do meu pai logo agora. Mas, ele estava certo, só que eu não tinha vontade de entrar na igreja com meu pai. Ele mal ficava comigo, mal sabia de mim, nunca cuidou de mim. Apareceu em minha vida há quase um ano. E agora? Eu vou deixar John de escanteio? Não!

– John, você irá entrar comigo na igreja. Só avisarei meu pai. Só que não tem o porquê ele entrar comigo, ele é meu pai, mas, não me conhece como você. Nunca cuidou de mim como você. Há não ser que você não queira.

– Mas é lógico que eu quero. A minha única chance de poder entrar com minha filha na igreja. Eu não posso perder essa oportunidade! – Ele me abraçou. Quase chorando disse. – Vou fazer o almoço, depois me conte o que comprou.

– Pode deixar! – Fui para meu quarto, às sacolas estavam todas na minha cama, que mal dava pra sentar. As meninas estavam na internet procurando algo

– Leslie, esse está perfeito... Lizzie vai adorar! – assim que eu entrei no quarto elas pararam de conversar e abriram numa pagina sobre o facebook de uma menina legal do colégio.

– O que estão fazendo?

– Nada. – as duas responderam na maior cara de pau.

– Ok. Eu estou tentando combinar de sair com o Chris, faz dois dias que eu não o vejo, meninas. Esse casamento está nos deixando meio confuso.

– Todo casamento é assim, Liz. Se acostume. Falta apenas uma semana, depois vai ser a coisa mais memorável da vida de vocês.

– E o namoro de vocês meninas? Como estão?

– Bom, eu e o Ian... Estamos muito bem! Ele vem me ver dia sim e não, me liga ao dormir e ao acordar.

– Nossa, que romântico!

– Sabe que odeio romantismo, mas, depois de um ano, você se acostuma né?

– Sim, sim.

–Leslie? – perguntei para a menina que estava com a cabeça no computador, na verdade, só faltava entrar lá dentro.

– Ah, ta. Eu estou sem ninguém. Saio direto agora, mas, só fico mesmo. Pra que se apaixonar? – nossa, eu e Em, ficamos de boca aberta. Isso vindo de Leslie era novidade.

– Nossa, Leslie, está fria. Pensei que você era mais romântica.

– Era no passado. Não sou mais.

– Okay. – eu e emilly repetimos.

Já era sete da noite, comecei a tomar banho e me arrumar pra sair com Chris. As meninas haviam ido embora, mas, antes de saírem me ajudaram a arrumar o quarto. Já que se não estivesse arrumado ela não me iria deixar sair. Eu e Chris já tínhamos visto nossa “casa” para onde iríamos depois da lua de mel. Ia ser um apartamento, perto da casa de meus pais, na verdade, cinco quadras depois. Nosso apartamento tinha alguns moveis que estávamos arrumando havia um tempo. Marquei de sair com ele, estava bem calor durante a noite. Coloquei um short, uma blusa lisa e um tênis vans. Assim que ele chegou a campainha tocou, eu ainda estava me maquiando.

– Lizzie é o Chris. – mamãe gritou

– Estou indo! – Gritei do meu quarto. Ouvi a porta se fechando, provavelmente ele havia entrado. Quando olhei de cima ele estava conversando com todos. De bermuda jeans, blusa de botão verde, e um tênis que eu havia lhe dado em seu aniversário.

– Amor? – ele disse, quando cheguei por trás fechando os olhos dele. Estiquei-me sobre o sofá e dei um beijo nele. Depois de darmos tchau para todos de casa, fomos embora.

– Estava pensando de irmos a um lugar diferente hoje. Aonde você quer ir?

– Ah, sei lá, vamos ao shopping? - sugeri

– Quer um livro? – Chris perguntou

– Ah, cairia bem né.

– Ta bom. – ele me abraçou por trás e fomos até o shopping, como era perto resolvemos ir andando.

– Amor, os convites já foram entregues?

– Já sim, contratei uma pessoa porque ficar entregando é cansativo. E temos tanto ainda pra ver. Já viu o seu terno?

– Ah, sobre isso... – eu o cortei, logo.

– Ah, amor, você ainda não viu? Minhas amigas vão com você pra escolher o terno. Depois irão me contar como foi.

– Meus amigos e eu já combinamos de ir amanhã. Depois do almoço.

– Tudo bem, então.

Entramos no shopping e começamos a ver as lojas, antes de passar pela livraria. Quando encontramos aquela vitrine eu me senti numa doceria. Parecia uma criança, comecei a ver um monte de livros, pedi a opinião de Chris, mas, de livros, ele era uma negação. No fim, levei três livros.

– Amor, vamos comer?

– Pode ser. – eu disse, realmente, ficamos muito tempo andando no shopping e na livraria, nem reparei o quanto tempo havia passado. Acabamos comendo lanches naturais do Subway. Depois disso, fomos embora.

1 Semana depois.....

– Liz, vamos, anda.

– Mãe, espera.

–Filha, você está atrasada.

– Todas as noivas sempre chegam bem tarde. Além disso, você sempre disse “Nós nunca chegamos atrasadas, os convidados é que chegam adiantados”.

– No seu caso, você está bem atrasada.

– Okay! – Eu e mamãe entramos no carro, eu estava indo pro meu casamento. Meu vestido era bem rodado, com rendas, havia um enfeite pendurado em minha cabeça, bem brilhante. O vestido era tomara que caia. Se casar é um sonho, é uma dor de cabeça, ficar preparando tudo de seu casamento. É desgastante. Mas, posso dizer que valerá a pena. Quando cheguei na igreja, havia pessoas fora fumando que quanto perceberam que o carro havia parado na frente, logo, perceberam e voltaram pra festa. Tudo estava lindo. O dia estava ensolarado, às 4 horas. Fiquei tão feliz por dentro, meu coração acelerado e eu não sabia o que estava sentindo direito. Era tanta gente que iria me ver, entrando por aquele corredor imenso, todos os rostos voltados para mim. Sem saber o que fazer apenas olhar para todos e segurar no braço de meu padrasto.

– Vamos, Liz? – ele estendeu a mão para mim.

– Vamos! – eu estava certa de aquilo que eu viveria daqui pra frente, nesse momento, várias coisas passaram pela minha cabeça. Mas eu sorri e as portas se abriram. O coral começou a cantar, Chris abriu um sorriso e todos estavam lá.

–Eu estou constrangida, John! – Segurei o braço dele com muita força que deixei sua mão vermelha.

– Calma Liz.

– Desculpa pai.

–Sorria, você está fazendo a coisa certa não acha?

– Sim, estou! – começamos a seguir pelo tapete vermelho, pelo qual eu pisava. A cada passo eu chegava mais perto do Chris e todos. Mamãe já estava lá na frente. Na minha frente andava meus irmãos. Com anel e jogando as flores todos desajeitados. Enquanto andava calmamente, parecia que aquilo era um trajeto que nunca iria acabar, mas, eu estava traçando minha vida. Comecei a amadurecer com sete anos. Para uma pessoa com 18 anos se casar não é brincadeira, para minha mentalidade.

– Cuide bem dela! – eu havia chegado até Chris, então, meu padrasto beijou minha mão e a deu para Chris. Dando um tapinha em suas costas.

– Pode deixar! Eu vou cuidar. – ele disse me olhando e dando uma risadinha.

– Bom, estamos aqui diante de Deus. Para unir esse jovem casal, que hoje decidiram se reunir para terem uma vida conjunta, como marido e mulher. Deus iluminou o coração de vocês, que estão aqui hoje para celebrar a união desses jovens. Chris Abelley, você aceita Lizzie White como sua legitima esposa, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, até a morte que os separem?

– Aceito, com toda certeza. – ele repetiu tudo que o padre disse, colocando a aliança em meu dedo.

– E você Lizzie White? Aceita Chris Abelley como seu legítimo esposo, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença...

– Até que a morte nos separe. Aceito! – coloquei a aliança nos dedos, e depois entrelaçamos nossas mãos.

– Então, eu os declaro, marido e mulher. O noivo pode beijar a noiva.

–Sempre! – falei para Chris. Ele me segurou pela nuca e me beijou, foi um beijo tão emocionante, todos aplaudindo nós e de pé. Logo, fomos todos para a festa. Todos estavam dançando sem parar com a música que tocava muitos comendo e se cumprimentando. Tirei foto com todos os convidados. A uma da madrugada eu e Chris, pegamos o carro que me levou até a igreja e fomos embora. Deixando os convidados sem nenhuma explicação. Nossa lua de mel seria em nosso novo apartamento imobialiado. Já havíamos gastado bastante e a lua- de- mel seria bem cara. Iríamos fazer a nossa própria.

– Ta preparada pra ir pra nossa casa? – ele perguntou enquanto estávamos no carro.

– Claro que sim! – segurei- o pela nuca e o beijei como nunca havia feito antes.

– Nossa! Isso foi por causa do casamento, Liz? – Ele me perguntou rindo.

–Isso vai ser daqui pra frente, a moçinha de antes foi embora.

– Gostei da minha nova mulher. – O carro continuo indo pelo centro e logo chegamos ao nosso novo apartamento. Havia dois quartos, um banheiro, sala, cozinha, área e varanda. Papai ( John) havia me dado de presente, mas, Chris fez questão de pagar pelo menos metade. Começaríamos uma nova vida apartir dali. A vista da varanda era perfeita, há duas quadras dali ficava a praia e até tínhamos vista a ela. Quatro quadras depois do apartamento havia o centro, tudo era perto, movimentado, e sossegado ao mesmo tempo. Quando chegamos à porta, Chris tirou do terno as chaves de casa, abriu a porta.

– Como toda tradição... Vem noiva! – ele disse com os braços esticados.

– Ah, não precisa Chris, eu estou gordinha e não acredito nisso!

– Mas, é sempre bom prevenir. E você não está gorda nem um quilo a mais.

– Tudo bem! – eu fui pelo seu colo, segurando- o pelo pescoço e seus braços envoltos de mim, me segurando. Enquanto andávamos até o quarto fui beijando- o. Ele me deixou na cama enquanto foi fechar a porta. Fiquei olhando envolta do quarto as paredes, os móveis e tudo que havia. Pensei que minha vida iria começar uma nova rotina. Entrando na faculdade... Eu era esposa de alguém. Não dava pra acreditar que minha vida decolou tão alto. Bom, acho que não preciso descrever minha primeira vez. Mas, foi muito bom. Quando acordei de manhã Chris não estava mais na cama. As janelas estavam abertas, com a claridade entrando e a porta fechada.

– Amor? – perguntei quando estava chegando na cozinha.

– Oi, bela adormecida! – comecei a rir, demos um beijo e logo, fui me trocar e escovar os dentes.

– Está com fome?

– Estou!

– Vem comer então!

– Você que fez?

– Ah, essa minha especialidade ninguém conhece muito. Só cozinho pra quem eu gosto demais da conta. Inclusive no seu aniversário surpresa, eu que fiz as comidas que estavam sendo servidas.

– Meu deus. Aquela sem duvida foi à melhor comida que já comi, depois do temaki, claro.

– Ok. Obrigado! Sinto-me lisonjeado. – começamos a rir. Quando vi o que ele tinha feito, era cappuccino, com omelete.

– Estava uma delicia. – disse limpando a boca.

– O que você quer fazer agora? - ele me perguntou.

– Ser feliz, com você!