Jack

O castelo de Arendelle é enorme, são tantos corredores que mesmo com a ajuda de Olaf me perdi várias vezes. Ao chegarmos à biblioteca ele já havia me contado o que aconteceu com a Elsa e como ele conseguiu chegar a até mim no outro mundo — ele foi até os trolls, descobriu o que aconteceu com Elsa e conseguiu fazer com que o deixassem passar pelo portal para me achar.

O livro que contém o encanto (que teletransportou Elsa) ainda está caído junto com os outros. Fiquei agradecido com isso, pois esse é o único jeito de encontrar a bruxa. Antes mesmo de chegar à pilha de livros já estava pensando e formulando o que eu iria fazer.

—Olaf — digo abrindo o livro —, eu vou ler o feitiço e você não vai me seguir. Você vai dizer à Anna sobre o que aconteceu agora, sobre mim e sobre minha história com ela, faça-a confiar em mim.

—Eu não posso ir com você? — Ele perguntou desolado. Fiquei com dó de deixá-lo, mas ele vai atrapalhar e sendo assim tento achar um jeito de não o magoar.

—Ei, sabe o que você vai fazer aqui? Vai cuidar da Anna, você acha mesmo que se eu pedisse isso para alguém que não fosse você, essa pessoa ia conseguir?

—Não — ele diz animado—, não ia!

—Posso confiar em você então? — ele assente com a cabeça e eu recito o encanto do livro.

“Deste mundo nasci,

Do outro nascerei.

Agora encontrarei

A guardiã Nanci.”

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Quando voltamos ao castelo de gelo, Elsa estava radiante. Nunca vi ninguém tão bela quanto ela depois do voo, tinha o sorriso mais bonito e feliz que já havia sorrido em anos. Eu decidi que queria vê-la mais vezes assim; portanto, ela iria voar todo dia se fosse possível.

—Jack, eu amei isso! — exclamou ela. “Eu também amei isso, El” penso comigo mesmo.

—To feliz que gostou — comento sorrindo. Por mais que eu goste de conversar com Elsa, eu preciso ensina-la a usar seus poderes para que ela descongele o reino e assim falo — Tá pronta pata um pouco de aula?

—Sim! Absolutamente e inteiramente pronta — diz ela animada.

Começo criando animais de gelo e pedindo para ela copiar, com facilidade ela o faz. O dia segue calmo até o momento em que peço para que ela faça morrinhos de neve.

Elsa começa a fazer morrinhos de neve pequenos, mas conforme esses se erguem a neve vira gelo e estacas de gelo começam a surgir rapidamente do chão e um choro com gritos surgem quando vejo Elsa tentando parar sua magia.

—Jack? Jack! — ela berra o meu nome chorando.

—Majestade — chamo-a, e voo em direção a sua figura sentada no gelo, suas mãos cobrindo o rosto mostrando a derrota. Agacho ao seu lado e aninho seu rosto em meu peito —, está tudo bem, tudo bem... Você estava ótima... Ótima!

Desmancho o gelo do aposento e percebendo que já estava à noite e Elsa não tinha almoçado, proponho:

—Que tal você ir se trocar e eu vou buscar o jantar?

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Acordo e sinto um cheiro repugnante e uma voz diz:

—Engraçado, não é mesmo? Como o poder pode ser nossa ruína — sento na cama, à qual estava deitado, e vejo a bruxa sentada em uma cadeira a minha frente.

—Você deve saber isso melhor do que ninguém sendo uma bruxa — retruco.

—É... — passam alguns segundos até ela falar — acho ainda mais engraçado o amor. Acho que a frase “eu te amo” é muito utilizada sem necessidade, as pessoas se conhecem a cinco dias e já falam que se ama. Mas você e a Elsa não se enquadram nisso, você já estava apaixonado por ela antes mesmo de conversarem pela primeira vez, todos aqueles anos assistindo ela da janela fizeram com que você se apaixonasse.

“Depois que vocês passaram cinco dias juntos sua paixão se tornou amor, mas, para Elsa o que vocês dois tiveram foi apenas uma atração, ainda não era a emoção de estar apaixonado, mas Jack você não facilitou para ela, você a deixou ir. Deixou que ela se esquecesse de você pelo falso pretexto que seu amigo norte te disse. Você foi tão ingênuo de pensar que não estava ajudando-a”.

Processo tudo o que ela disse e somente entendo: você a ama, como não sabia disso, seu burro; ela não me ama, mas sente uma atração, já é um começo; Norte fez com que você a deixasse por nada, você estava ajudando ela!

A bruxa fala com tanta convicção que não mexo um dedo para não me distrair. Sua voz é dura e a única mudança que percebo em seu tom é quando fala de Noel, é possível perceber o ódio que sente.

—Você já deve ter ouvido a expressão “Se você ama alguém, deixe-o livre. Se ele voltar, é seu. Se não nunca foi”? — ela pergunta e eu balaço a cabeça confirmando. — Então ponha um sorriso no rosto, Frost! Mesmo as memórias dela estando escondidas, ela se lembrou de você, e te procurou. O que estou tentando dizer é que ela e sua.

Ela é minha, Ela é minha, Ela é minha, Ela é minha, Ela é minha Ela é minha!

— Não se confunda e ache que ela já o ama, ela se apaixonou por você, Frost. Se apaixonar é uma emoção, emoções podem prejudicar; Amar é um sentimento e ele só te traz o melhor. Você não quer que ela te ame? Não quer que ela viva?

Sim, Sim, Sim, Sim, Sim, Sim, Sim, Sim, Sim, Sim, Sim!

A bruxa levanta e vai até o caldeirão e eu a sigo.

— Olhe Jack como ela esta sofrendo — o caldeirão mostra a imagem de Elsa acorrentada —. O meu acordo é: eu te mando lá para salvá-la, e após ter feito isso todos os seus poderes serão passados a mim.

Minha mente está concentrada toda a atenção em salvar Elsa que nem penso nas consequências.

—Aceito o acordo.

—Assine aqui e beba isto — a bruxa me entrega um pergaminho com o acordo para eu assinar e uma poção e eu faço o que ela mandou —. Fale para Elsa que eu não a enganei, eu a mandei para o outro mundo e agora vocês se encontrarão, já cumpri minha parte do acordo.

Essa é a última coisa da qual me lembro antes de mergulhar na escuridão.