Me And You escrita por BecaM


Capítulo 14
Novos Membros na Familia


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, mas aqui está o novo capitulo.

Preparem-se para grandes surpresas!



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Pov Ally

Assim que cheguei na Sonic Boom, vi meu pai carregando milhares de caixas até a escada.

– Quer ajuda pai?! – gritei até ele.

– Não querida, eu só preciso levá-las para a sala, é para o projeto que estou fazendo.

– Posso ver?

– Depois, eu prometo. – ele largou as caixas no chão e disse – Afinal, por que você está aqui?

– Vim trabalhar.

– Nananinanão. Você vai descansar, os últimos dias foram muito difíceis para você. Tire o dia de folga.

– Valeu. – falei sem entender – Eu estou com o celular, qualquer coisa me liga.

– Tudo bem.

Saí da loja e fui para a praça de alimentação. Logo vi Dallas e Anna conversando, assim que cheguei percebi que ele estava nervoso e a conversa “morreu”. Peguei meu celular e mandei uma mensagem:

Problemas?

Ele olhou a mensagem me viu e escreveu:

Ally! Graças a Deus! To tentando chamar a Anna pra sair, mas só consigo falar sobre capinhas para celular!! ME AJUDA!!!!

Você ta me devendo uma. Fico feliz por vocês dois hahaha... Convide ela para ir na sua casa e brincar com o seu cachorro. Ela AMA animais. Vai por mim ela vai topar.

VALEU ALLY!!! Você é a melhor! Não é a toa que é minha melhor amiga hehehehe... Não conte isso para a Trish.

Pode deixar.

Ele respirou fundo e virou para Anna.

POV Dallas

– Então, Anna. – ela me olhou – Sabe, eu tenho um cachorro e pensei, quer ir lá em casa e brincar com ele, comigo?

– Ta me chamando de cadela? – disse ela.

– Não, não é isso! É só que... Merda.

– Calma, eu to brincando. Eu adoraria. – disse ela rindo da minha cara.

– Beleza, então... Terça?

– Combinado. – nos olhamos por mais alguns segundos – Eu quero essa.

Ela havia posto uma capinha de celular sobre a minha mão sem que eu percebesse.

Procurei o preço da capinha, disse a ela, ela pagou, despediu-se e foi embora. Assim que Anna foi embora, olhei para o lado e que Ally estava se aproximando.

– Conseguiu?

– Sim graças a você!!

Ele me abraçou com força e voltou a trabalhar. Recebi uma mensagem do Austin:

Oi morena, meu pai voltou de viajem e quer conhecer a minha namorada (você no caso), você pode vir aqui?

Posso sim loiro aguado kkkk... To no shopping, daqui a pouco to aí.

Okay.

POV Narradora

Ally foi até a casa dos Moon’s , conheceu o pai do Austin, conversaram e riram muito.

Dias se passaram, Austin e Ally ficavam cada vez mais apaixonados um pelo outro, Dallas e Anna começaram a sair frequentemente e Dez e Trish FINALMENTE começaram a namorar.

No aniversário de Ally, Austin lhe fez uma grande surpresa: transformou o depósito da Sonic Boom em uma sala de ensaio para ela.

Dias depois, a diretora convocou uma reunião com os participantes do musical do colégio.

– Bom dia queridos!! Chamei-os aqui hoje para dar uma notícia um tanto triste. Quando eu fui organizar os horários, percebi que vocês só terão meia hora de apresentação. Vocês terão de tirar algumas apresentações ou criar uma para recompensar as retiradas.

Todos lamentaram.

– Diretora, quando vai ser a apresentação?

– Ah sim, obrigada por lembra Ally. A apresentação será no dia da formatura de vocês, na frente dos pais e alunos. Vocês serão o show de abertura.

Todos comemoraram. A diretora lhes desejou boa sorte e se retirou.

– Tenho a solução perfeita. – disse Kira.

– Fala. – disse Austin.

– Tiramos a música da Ally, e colocamos no lugar um dueto meu e do Austin.

– Nem pensar. A Ally merece esse solo, e além do mais, eu nunca cantaria um dueto com você.

– Obrigada Aus. – disse Ally abraçando-o.

– Por que tanto ódio Aus? Já somos praticamente parceiros, afinal você está na gravadora do meu pai.

Kira disse isto na intenção de atingir Ally, mal ela sabia que Ally já estava sabendo do contrato com o Jimmy.

Depois de muitas discuções, eles finalmente chegaram a um acordo.

– Bem, então será: Um solo do Austin, um solo meu, um solo da Kira, um dueto, e uma música com todos junto (cada um com o seu solo). – disse Ally.

– Ok, mas o dueto vai ser com quem? – perguntou Trish.

– Pode ser do Austin e da Ally, eles já são parceiros, podem compor alguma música. – disse uma garota da qual eu não lembro o nome.

– Ok, então está definido. – disse Trish.

– Mas, como será a musica final?

– Podemos fazer um mashup de todas as musicas do Austin. – propôs Ally.

– Beleza, combinado. Podemos ensaiar separadamente, e fazer um ensaio final para a apresentação.

– Ok. – disseram todos.

Despediram-se e foram embora. Austin foi para a casa de Ally, Trish para a de Dez.

POV Ally.

Meu pai havia viajado a trabalho, então eu podia fazer o que quisesse em casa. Austin veio comigo. Quando chegamos eram sete da noite. Eu subi para o quarto do meu pai e peguei um cobertor enquanto Aus escolhia um filme para assistirmos no meu quarto.

Eu duvido que ele tivesse achado, afinal, passamos o último mês inteiro vendo filmes (pelo menos dois por dia).

Quando desci, ele estava sentado na minha cama, de meias, olhando algo no celular. Cheguei por trás dele e olhei o que ele estava olhando: As fotos que tiramos juntos. Tirávamos uma foto a cada dia. A cada foto que passava ele sorria mais.

– Eu lembro dessa. – falei quando ele parou em uma foto de duas semanas atrás

– Que susto menina! – disse ele pondo a mão no coração.

Ele fechou os olhos inclinou a cabeça para trás e respirou fundo para se recuperar do susto, enquanto isso, eu só ria da cara dele. Assim que ele recuperou o fôlego, sentei ao seu lado e o observei. Ele me olhou do tipo “queria me matar?” em seguida disse:

– Você queria me matar do coração?

– Ah qual é, não foi tão ruim assim.

– Não, não. Claro. Eu aqui quase enfartando e você rindo da minha cara!

– Own, você fica tão fofo quanto tá irritado. – falei apertando as bochechas dele.

Ele me olhou sério, então parei de apertá-lo.

– O que foi Aus?

– Nada.

– Eu sei que não é nada, sou sua namorada e eu te conheço. O que aconteceu?

– É só que a gente nunca fica junto, como agora.

– Como assim? Ficamos juntos o tempo inteiro.

– É ficamos juntos o tempo inteiro, com o Dez, a Trish, a Anna, o Dallas, o Caleb... A gente fica junto o tempo todo, mas nunca ficamos sozinhos. Como agora.

– Eu não tinha reparado nisso.

– Como não? – disse ele aumentando o tom de voz – Estamos o tempo todo com eles! Acho que ninguém percebe que eu quero ficar SOZINHO com a minha namorada! Acho que você não quer ficar sozinha comigo.

Machucam. As palavras dele machucam.

Não soube o que dizer, eu apenas olhei-o. Eu sabia que estava prestes a chorar, mas segurei. Ele me olhava como se esperasse que eu dissesse algo.

– Já percebi que é verdade. – disse ele triste, mas ainda com raiva – Eu vou embora.

Ele estava prestes a se levantar e sair, mas segurei seus dedos com os meus.

Ele parou, sentou-se novamente na cama mas não me olhou. Eu apenas disse:

– Não é que eu não queira. É que eu simplesmente não noto a presença deles. Austin, quando estou com você é como se tudo desaparecesse, como se só existíssemos nós dois nesse mundo. Nada importa quando eu estou do seu lado. – ele não se moveu – Nada. – falei com a voz abafada de choro.

Ele não me olhou, apenas continuou ali parado. Abaixei o rosto e deixei uma única lágrima cair. Essa única lágrima escorreu do meu rosto para nossas mãos, que ainda estavam entrelaçadas. Austin me olhou, e assim que percebeu que eu estava chorando ele se virou depressa para mim e disse:

– Eu sou um idiota. – disse ele me abraçando.

– Não é não. – falei limpando o rosto.

– Sou sim. Fiquei tão irritado com o fato de não ficarmos sozinhos que te fiz chorar.

– Eu não to chorando por você ter ficado irritado.

– Então por quê?

– To chorando por medo de te perder.

– Você nunca vai me perder. Ouviu bem? NUNCA.

– Promete que nunca vai me abandonar?

– Eu prometo.

Eu me aproximei dele, ele se aproximou de mim. Ficamos cada vez mais perto um do outro. De repente, nos beijamos, o beijo foi ficando cada vez mais ofegante. Fiquei de joelhos na frente dele, ele me deitou na cama. Se afastou, tirou a camiseta e voltou a me beijar. Sem perceber, vi que minha camiseta e minha saia estavam no chão. Não lembro de mais nada depois disso.

Mas de uma coisa eu tenho certeza: Neste momento, eu havia tido a minha primeira vez.

Eu havia dormido sem perceber. Quando acordei, Austin estava do meu lado me olhando com atenção. Virei-me para ele e entrelacei seus dedos nos meus.

– Quanto tempo eu dormi? – perguntei.

– Umas duas horas mais ou menos. Eu acordei há uma hora.

– Que horas são?

– Quase dez, por que?

– Você tem que ir pra casa. Seus pais vão ficar preocupados.

– Eu não quero ir.

– E eu não quero que você vá. Mas você tem que.

– Ta bem.

Ele se levantou, vestiu-se e virou para mim.

– Qual quer coisa me liga, ok?

– Ok.

Ele beijou minha testa e virou-se.

– Aus. – falei.

– Oi.

– Eu te amo. – ele sorriu e disse:

– Eu te amo mais minha pequena.

Ele me olhou mais um pouco e saiu do meu quarto. Logo ouvi a porta da frente sendo fechada.

Continuei deitada na cama por mais alguns minutos. Levantei apenas para tomar um banho e pegar algo para comer. Pus um moletom, desci até a cozinha e fiz um chocolate quente. Tomei-o e voltei para a cama, logo, eu dormi.

–-----------

Quando acordei ainda era dez da manhã. Levantei-me, tomei um banho e me vesti. Não sei o porquê, mas acordei com uma azia, dor de cabeça e um enjôo. Mas logo vai passar. Fui até a sala e sentei no sofá para ver TV. Meu celular vibrou, mensagem do Austin e da Trish.

(Mensagem do Austin -- ON)

Bom dia minha pequena, dormiu bem?

Bom dia, dormi bem sim, mas acordei muito mal. L

Pq? O que aconteceu?

Nada, só acordei com uns enjôos, uma azia e uma dor de cabeça. Nada de mais.

Ok, então. O Jimmy me chamou para ir na gravadora hoje para uma reunião, mas acho que prefiro ficar aí e cuidar da minha princesa.

Eu também prefiro rsrsrsrs... Mas é a SUA carreira, vai na reunião e depois me liga. Okay?

Okay. Beijo

(Mensagem do Austin -- OFF)

(Mensagem da Trish -- ON)

ALLY!!!!! ME RESPONDE! ONDE VOCÊ TA??!!

To em casa Trish. Por que?

O Jimmy chamou a gente para uma reunião, ela começa em trinta minutos! Vem logo!!

Trish, eu não vou. To meio mal... To com dor de cabeça e enjôo.

Vish! Bem, melhoras. Eu aviso pro Jimmy o porquê da sua ausência.

Valeu Trish. Bjo

(Mensagem da Trish -- OFF)

Continuei assistindo TV, até que senti uma revirada no estomago, um gosto ruim subindo pela minha garganta e uma tontura repentina. Corri para o banheiro, ajoelhei-me em frente o vaso sanitário e vomitei.

Assim que me recuperei, fui até a cozinha, peguei o pote do chocolate que usei no chocolate quente e vi a validade: Passou há duas semanas.

Resolvi descansar mais um pouco.

Não senti fome a tarde inteira, somente quando eram mais ou menos quatro da tarde. Austin me ligou diversas vezes, mas eu não atendi. Se eu contasse para ele que eu havia vomitado, ele ficaria mais preocupado ainda.

Decidi assistir um filme para passar o tempo, escolhi “O Diário de uma Paixão”. Sem perceber, dormi no meio do filme.

Ao acordar, me senti pior do que já estava. Liguei para o médico e marquei uma consulta para daqui cinco dias.

*No dia da consulta*

Tomei um banho e me vesti.

Chamei um taxi e fui para o consultório. Chegando lá, esperei na sala de espera até que chamassem o meu nome.

– Allycia Dawson. – disse a secretária.

– Eu. – falei me levantando.

– Terceira porta á esquerda.

– Obrigada.

Andei até a porta que ela me indicou, bati na porta e entrei. Não era uma sala muito grande. Na mesa estava o médico. Ele me cumprimentou e pediu para que eu sentasse.

– Então Allycia, faz tempo que não a vejo aqui. Que eu saiba é bem difícil para você ficar doente. O que aconteceu?

– Bem, Doutor. Eu to com uma azia, enjoo e uma dor de cabeça insuportável há quase uma semana. Achei que iria passar logo, mas eu vomitei e estou com ânsia de vomito até agora.

– Acho que já sei o que você tem Allycia. Mas antes de tirarmos decisões precipitadas, vamos fazer uns exames , mas antes, me responda algumas perguntas.

– Tudo bem.

– Você tem um namorado certo?

– Sim, o Austin. Deve conhecer os pais deles.

– Conheço sim. Ótima família. Bem, vocês estão juntos há quanto tempo?

– Há uns dois meses mais ou menos.

– Na idade que vocês tem, certamente já devem ter tido alguma relação sexual juntos, não?

– É uma pergunta um tanto pessoal doutor.

– Não se preocupe, nenhuma das suas respostas saíra desta sala. Apena responda.

– Sim, mas foi só uma vez. Há mais ou menos uma semana.

– Muito bem. Vamos começar a fazer os exames.

Ele pediu para que eu deitasse em uma espécie de “maca”, certamente iria fazer um ultrassom, não sei o porquê, apenas deitei. Após o exame ele pediu para que eu esperasse enquanto saía o resultado.

Meu celular começou a tocar, era o Austin, atendi.

(Ligação -- ON)

Oi amor

Ally onde você ta? To na frente da sua casa e toquei a campainha milhões de vezes.

Calma Aus. Eu saí há alguns minutos. Eu to no médico.

O que aconteceu?

Nada Aus, se acalma. É só para ver o que eu tenho, por causa do meu enjôo.

Ah ta. Quando sair me avisa. Tenho uma coisa para te falar, não consegui te dizer antes.

Fala agora, o doutor ta vendo o resultado da consulta.

Tudo bem. Sabe a reunião que o Jimmy tinha nos chamado?

Então, era para nos contar que o “Austin Moon” FARÁ A SUA PRIMEIRA TURNÊ MUNDIAL!

Ta brincando? Que incrível Aus! Parabéns!

Obrigada Alls,então, eu queria saber se você vai poder ir.

Eu tenho que ver com o meu pai, mas acho que ele vai deixar. Imagina, a chance de fazer uma turnê mundial não aparece todo dia.

Pois é. Bem eu tenho que desligar. Beijo.

Beijo, te amo. Tchau.

(Ligação -- OFF)

Sentei-me na cadeira e vi que o doutor já estava com os resultados.

– Então doutor, o que eu tenho é muito grave?

– Lógico que não. Na verdade é maravilhoso.

– Como assim?

– Minha querida Allycia, você está grávida. Meus parabéns!

Fiquei sem palavras. Olhei-o sem reação.

– Como assim grávida? Eu não posso estar grávida! É impossível! O Austin e eu...

– Esqueceram de se proteger. Allycia, isso é muito normal. A vantagem do caso de vocês é que vocês estão prestes a se formar, já são quase adultos.

– Meu pai vai me matar. – falei esfregando os dedos na testa.

– Eu aposto que ele vai te apoiar. Claro, ele pode dar uma bronca ou outra, mas ele não vai te deixar sozinha neste momento.

– Acho que você... Acho que você está certo.

– Vamos fazer o seguinte, a cada três meses você vem aqui, marca uma consulta comigo e vamos fazer com que essa criança nasça com muita saúde. Pode ser?

– Ok.

– Hoje, vou pedir para criarem uma conta para você, assim você pode pagar todos os exames como um só.

– Obrigada.

Saí do consultório e fui para o shopping. Logo na entrada, eu avistei Dallas e Anna conversando ao lado do carrinho de acessórios para celular. Anna me viu, andei até eles.

– Oi Ally! – disse ela animada.

– Oi. – falei fingindo estar feliz. FAIL.

– O que aconteceu? – perguntou Dallas.

– Eu to muito ferrada. Muito – falei quase chorando.

– O que aconteceu? – disseram preocupados.

– Posso chamar a Trish? Assim eu falo para todos de uma vez.

– Claro. – disse Anna.

– Mas e o Austin?

– Eu falo com ele depois.

Afastei-me deles, sentei em uma mesa e liguei para a Trish:

(Ligação -- ON)

Alô?

Oi Trish. É a Ally. – falei

Oi Ally, fala rápido, por que eu estou no trabalho.

Desde quando você se importa com trabalho?

Tem razão. Pode falar.

Eu to aqui no shopping, com o Dallas e com a Anna, você pode vir aqui?

Claro. O que aconteceu?

Eu explico quando você chegar.

Okay, já to indo.

(Ligação -- OFF)

Trish chegou em cinco minutos, com o uniforme do trabalho novo. Dallas, Anna e eu estávamos sentados em uma mesa, Trish veio até nós, todos me olharam:

– Pode falar o que aconteceu? – disseram todos uníssono.

– Vocês sabem que eu estava meio mal esses dias não é?

– Sim.

– Então, hoje eu fui ao médico fazer uns exames e ele já me deu os resultados.

– Você ta doente? – perguntou Dallas.

– É muito grave? – disse Trish.

– Não, eu não to doente.

– É pra isso que você nos chamou? Deixou a gente preocupado por nada? Sé pra dizer que não está doente?

Automaticamente todos começaram a discutir comigo, eu me mantive sentada, até que disse:

– Eu to grávida! – falei aumentando o tom de voz.

Eles pararam de gritar e ficaram pasmos.

– Eu to grávida. – repeti com voz de choro.

– Como assim grávida? - perguntou Dallas.

– Quando isso aconteceu? – perguntou Trish.

– Eu não sei como. Foi há uma semana mais ou menos. O Austin foi lá em casa, a gente começou a discutir, aí ele me beijou e aconteceu. – expliquei.

Eles não falaram nada. Eu comecei a chorar, Dallas me abraçou e beijou a lateral da minha testa.

– Não importa o que aconteça, nós sempre vamos estar do seu lado. Sempre.

Anna e Trish vieram me abraçar também. Ou seja, foi o melhor abraço coletivo que eu já ganhei.

– Eu amo vocês.

POV Austin

Faz quase uma semana que eu não vejo a Ally, ela ficou doente de repente. Como a formatura iria ser daqui quatro dias, resolvi comprar um presente para ela, afinal, ela será a oradora da turma.

Assim que entrei no shopping, andei pelas lojas a procura de algo que ela gostasse. Quando percebi, já havia passado por quase todo o primeiro piso. Eu estava ao lado do lago do shopping, lá dentro, havia uma garota chorando. Era Ally. Abri a porta de vidro do lado e entrei.

– Ally?

– Ah, oi Aus. – disse ela limpando as lágrimas.

– Por que você ta chorando?

– N-Nada.

– Me fala, sou seu namorado não é?

– Sim mas... Cacete, eu to muito ferrada.

– Ally o que aconteceu?

– Eu não acredito que isso aconteceu. – ela murmurou.

– FALA LOGO ALLY! – gritei – CARAMBA! VOCÊ NÃO PODE SIMPLESMENTE ME CONTAR O QUE ACONTECEU? É TÃO DIFICIL ASSIM?

– Você não está tornando as coisas mais fáceis de contar.

– QUE MERDA ALLY! FALA LOGO! O QUE ACONTECEU? VOCÊ ME TRAIU? OU...

Ela estava chorando mais ainda.

– Você me traiu não é?

– Não Aus, eu não..

– FOI SIM! EU CONHEÇO MUITO BEM ESSA CARINHA DE CULPADA, JÁ VI MILHARES DE VEZES! QUE MERDA ALLY! POR QUE VOCÊ FEZ ISSO?! QUE MERDA! NÃO ACREDITO NISSO, DEPOIS DE TUDO QUE EU TE DISSE, DEPOIS DE TUDO QUE PASSAMOS VOCÊ...

– EU TO GRÁVIDA AUSTIN! – ela gritou me interrompendo.

– O que?

– EU TO GRÁVIDA! E EU ACHAVA QUE JÁ ESTAVA TRISTE O SUFICIENTE E ME VEM VOCÊ E FICA BRIGANDO COMIGO POR UMA COISA QUE EU NUNCA FIZ E NUNCA VOU FAZER!

Ela sentou no banco e pôs as mãos na testa.

– É impossível. – falei.

– Não é não. Você lembra de em algum momento a gente ter lembrado de se proteger?

– Não...

– Pois é.

– Ally me desculpa. Eu fui um idiota.

– Você só é ciumento. Não foi nada.

– Eu não sou ciumento.

– É sim.

– Ta bem, talvez um pouco.

Ela deu uma leve risada e em seguida olhou pra mim.

– O que a gente vai fazer?

– Eu não vou pra turnê.

– Você vai sim. Vamos fazer qualquer coisa, mas você vai.

– Eu não vou te abandonar, eu prometi isso e eu vou cumprir a minha promessa.

– E eu prometi para mim mesma que nunca iria fazer algo da qual eu me arrependeria o resto da minha vida. Não vou deixar você desistir de algo que demorou tanto para conseguir.

– Você é teimosa.

– To sendo teimosa porque eu te amo. E não quero te ver triste.

– Idem.

– Meu pai foi para Nova York buscar a minha mãe, meus tios e avós para a formatura. Temos quatro dias para arrumar um jeito de contar para eles e para os SEUS pais sobre isso. E o que vamos fazer a respeito.

– De uma coisa eu tenho certeza. Não importa se você quiser ou não, essa criança vai ter o meu sobrenome também.

– É claro que vai, você acha que eu iria deixar você escapar assim, fácil, fácil?

Eu ri.

– Aus, eu vou pra casa. Não to me sentindo muito bem.

– O que você ta sentindo?

– Sei lá, uma tontura. – disse ela esfregando os dedos na testa.

– Calma, vamos lá pra minha casa. Minha mãe está lá, ela vai saber o que fazer. – propus.

– Ta bem. – disse ela com uma voz fraca.

Ajudei-a a se levantar, saímos do shopping e fomos a pé para minha casa (á pedido dela). Chegamos em mais ou menos quinze minutos. Ally me parecia mais pálida do quando á encontrei no shopping, ela estava com olheiras, estava praticamente a versão feminina do Nico di Ângelo (de Percy Jackson) quando a irmã dele falecera (desculpe o spoiler). Assim que abri a porta, vi meus pais sentados no sofá, ambos vendo TV.

– Mãe! – falei na tentativa de pedir ajuda.

Ela me olhou, e assim que viu Ally agarrada no meu braço tentando se equilibrar ela pulou do sofá e veio ao nosso encontro. Meu pai veio ajudar também. Juntos ajudamos Ally a se sentar no sofá. Sentei-me ao seu lado, e minha mãe se ajoelhou na frente dela.

– O que aconteceu? – perguntou ela passando a mão na testa de Ally.

– Ela passou mal no shopping.

– É daquela coisa que você está a semana inteira? Aquela dor de cabeça, a azia...

– Uhum... – disse Ally fraca.

– Você tem que ir ao médico ver isso, Ally. Vai que é uma coisa séria?

– Eu fui no médico hoje.

– Já sabe o que você tem? – perguntou meu pai juntando-se a nós e pondo um cobertor em volta dela.

Ally apenas assentiu e disse:

– E-Eu to... E-Eu to grávida. – disse ela com a voz trêmula.

Ally apoiou seu rosto no meu ombro e começou a chorar. Minha mãe pegou suas mãos e acariciou-as com os polegares.

– Ah, querida. Não se preocupe. Eu já passei por isso antes.

– Já? – perguntei.

– Claro. Quantos anos você acha que eu tenho? 50? Você nasceu quando eu tinha a idade de vocês. A sorte de vocês é que, vocês já são quase adultos e já estão amadurecidos. Além do mais, nós sempre estaremos aqui para ajudá-los no que precisarem.

– Obrigada Mimi. – disse Laura

As duas se abraçaram. Meu pai esfregou gentilmente as costas de Ally.

– Essa tontura é normal, mãe? – perguntei.

– No começo da gravidez, um pouco. Mas não tão forte assim. Deve ser por causa do nervosismo, ansiedade ou coisa do tipo. Tem se alimentado bem?

– Não muito, durante a semana eu só comi os restos dos almoços que o meu pai deixou na geladeira.

– Vou fazer uma sopa. Aproveitamos e comemos todos juntos, já que está frio.

Ela se levantou e foi até a cozinha, meu pai virou para nós e disse.

– Já sabem o que vão dizer para o Lester?

– Meu pai foi para Nova York para buscar a minha família para a formatura, vamos fazer um “almoço” em família após a cerimônia. Vou falar lá, com todos presentes.

– Boa idéia, assim evita falar mais de uma vez.

Meu pai sorriu para nós e em seguida seguiu para a cozinha ajudar a minha mãe. Ally virou-se para mim e disse:

– Meu pai vai me matar.

– Não vai não. Eu não vou deixar.

Abracei-a com força, ela se distanciou e perguntou:

– Quanto tempo vai durar a turnê?

– Por volta de 9 meses.

– Quando ele ou ela nascer você não vai estar aqui.

– Quem sabe.

– Você não seria capaz de interromper a sua turnê por causa de uma criança.

– Por causa de uma criança não. Por causa da nossa criança sim.

– Quando foi que você ficou tão romântico e fofo?

– Quando eu percebi que você era a mulher da minha vida. E que eu não posso me dar ao luxo de te perder.

– Claro né. Eu sou única.

– Dãh.

Ela beijou minha bochecha e me olhou por uns instantes.

– Sabe o que eu percebi? – falei.

– O que?

– Nós não nos beijamos desde semana passada.

– E daí?

– E daí que eu to com saudade.

Ela revirou os olhos, puxou meu pescoço e me beijou.

Ela só me soltou quando ouvimos os meus pais voltarem. Sentamo-nos como adolescentes comportados e inocentes antes deles chegarem. Quando entraram na sala sentaram- se nas poltronas ao lado do sofá e nos entregaram dois pratos de sopa. Eles começaram a tomar, eu apenas olhava aquele liquido laranja cheio de temperos e vegetais. Provei e desaprovei. Olhei para minha mãe e disse:

– Você pôs abobora nisso? – falei fazendo cara feia.

– Eu sempre ponho Austin. – respondeu ela.

– Não põe não. Esse ta... Diferente. Do jeito ruim.

– Austin. – disse Ally indignada – Não escuta ele Mimi. A sopa ta maravilhosa.

– Ai Ally querida, você podia morar conosco. Quem sabe você possa dar um jeito nesses dois.

Ally apenas sorriu e voltou a tomar a sopa. Após todos terem terminado, começamos a conversar.

– Então, ansiosos para a formatura?

– Muito. – respondi.

– Nem um pouco. – murmurou Ally.

– Por quê? – perguntei – Você fala na formatura desde os dez anos.

– Sim, até eu descobrir que serei a oradora da turma.

– Jura?! Que incrível querida. – disse minha mãe.

– Concordo, mas é muita responsabilidade. Toda vez que passo no corredor alguém me para só para dizer: “O discurso vai ser épico”. Como ele vai ser épico se eu nem comecei?

– Faltam quatro dias. Tem que começar o mais cedo possível. – falei.

– Vou pensar em alguma coisa.

– Faça como você escreve suas músicas.

– Austin, você tem que entender que eu não sou uma máquina de fazer canções, eu não fico inspirada assim do nada. - explicou ela - Espera. Eu tive uma ideia.

Ela pegou o diário e começou a escrever desesperadamente. Ela é muito louca. Talvez seja por isso que eu gosto tanto dela. Amo loucura.


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