I Wanna Be Yours escrita por Julieta


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez é só um capítulo pro Nico expressar o que sente, e, no final, aparece uma nova personagem, tan tan taaaan. Tive que passar um pouco o tempo, por isso pulei um ano, desculpem-me. Esse capítulo também tem duas músicas, Let Her Go, do Passenger, e Here Without You, do 3 Doors Down.



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Olhando para o fundo do seu copo esperando que um dia faça um sonho durar. Você a vê quando fecha os olhos, você a vê quando dorme, porque você a amava muito e você mergulhou muito fundo. Você só soube que a amava quando a deixou ir. — Passenger, Let Her Go

Naquela noite, as duras palavras de Olivia ecoaram e martelaram a mente de Nico.

Se arrependera veemente de ter seguido os dois assim que saíram do anfiteatro. Fora pelas sombras e se escondera atrás de uma árvore distante, porém perto o bastante para ouvir tudo com clareza.

Nico teve a confirmação do que suspeitava; o namoro de Lily e Matt era falso. Ele se sentia vitorioso, pronto para sair de seu esconderijo e jogar na cara de Olivia que a única coisa que ela sentia era medo. Mas, quando Matt continuou a falar, Nico não se sentiu mais tão vitorioso assim.

Então Olivia aceitou, se jogando nos braços dele. Nico se sentia rebaixado enquanto assistia aos dois quase se comerem ali mesmo. Quando percebeu, seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas ele não as deixou cair. Não se daria ao luxo de ser fraco e chorar. Depois da morte de Bianca, prometera a si mesmo que nunca mais choraria, e faria de tudo para cumprir. Ele não sabia por quê, mas assistir aquilo estava sendo muito pior do que as semanas que assistira Olivia e Matt fingindo ser namorados, por mais que ele acreditasse que eles realmente estavam juntos. Talvez, no fundo, ele nunca tivesse acreditado muito. Mas, agora, não tinha como duvidar.

Quando viu Matt tocando Olivia, sentiu uma raiva enorme crescer em seu peito. Se remexeu desconfortável, e Matt pareceu ouvir. Então Nico respirou fundo, tentando se acalmar, e resolveu intervir. Não deixaria que Olivia cometesse o erro de perder a virgindade ali, e com ele.

Cada palavra de Lily soara como uma apunhalada nas costas. E quando ela o abraçou, Nico sentiu que estava segurando a única pessoa viva com quem ele realmente se importava. Mas, logo depois daquele abraço, Olivia dissera coisas tão duras, que deixou bem claro que o sentimento não era recíproco. Ele ficou paralisado por um momento, e só conseguiu sair daquele transe alguns minutos depois, quando Olivia já estava bem longe.

Ele caminhou aéreo até o chalé 13, ainda se sentindo um pouco incrédulo. Sua ficha só caiu de verdade quando empurrou a porta do chalé com o pé, batendo-a com força as suas costas. Ele encostou na porta e deslizou até o chão. E, então, ele não conseguiu mais segurar. As lágrimas irromperam, escorrendo pelo seu rosto.

Nico sempre achara que pessoas que choram por amor são idiotas; mas agora ele compreendia. Compreendia que, na verdade, o ato de chorar é apenas uma espécie de explosão interna, e que chorar significa explodir. Não explodir fisicamente, mas sim emocionalmente, como se você estivesse sentindo tanta coisa ao mesmo tempo, com tanta intensidade, que não caberia mais sentimentos dentro de você. E então você explode, e esses sentimentos saem como água; água que um dia já fora límpida, mas agora é salgada, corrompida pelos milhares de sentimentos que uma única alma solitária pode sentir.

Nico tentou lavar o rosto, mas a cada vez que lembrava das palavras de Olivia, uma lágrima nova aparecia. Ele começou a se sentir revoltado; revoltado porque antes era ele quem causava esse tipo de efeito sobre as garotas. Partir corações era sua especialidade, mas ter o coração partido era totalmente diferente. Ele não sabia lidar com a dor. Tudo o que sabia era que estava desistindo. Não queria ter que ouvir tudo aquilo de novo, e estava decidido a não chorar mais.

Ao amanhecer, Nico tomou um banho e se vestiu. O sol nem havia aparecido completamente, e ele já estava no pavilhão do refeitório, sozinho, tomando seu ultimo café no Acampamento Meio-Sangue. Então, sem muitas despedidas, Nico partiu nas sombras, rumo a qualquer lugar longe dali. Não pretendia voltar.

UM ANO DEPOIS

Toda distância que nos separa desaparece quando eu sonho com o seu rosto. Eu estou aqui sem você, mas você ainda está em minha mente solitária. Eu penso em você, e eu sonho com você o tempo todo. Eu estou aqui sem você, mas você ainda está comigo em meus sonhos. E essa noite, somos apenas você e eu. — 3 Doors Down, Here Without You

Nico estava sentado em uma das mesas ao lado da janela, observando aéreo a Broadway movimenta em uma manhã de quinta-feira. Apesar de tudo, o Statbucks em que ele se encontrava não estava cheio, o que ele achava bom.

Nico estava pensando em Olivia Smith. Nas primeiras semanas, ele não sentira tanta falta dela. Mas, depois, as coisas pioraram. Além de Olivia perseguir seus pensamentos durante os dias, também aparecia em seus sonhos. Sonhos, as vezes pervertidos, mas sempre um tanto quanto românticos. Nico sonhava que ele estava deitado na cama do chalé 13, e, ao seu lado, Olivia dormia encolhida em seu peito enquanto ele acariciava seus cabelos. Sonhava com os dois se beijando, e ouvia a voz da garota dizendo claramente: eu te amo. Nico não aguentava mais.

Cogitara voltar ao acampamento para tentar abrir o jogo novamente com ela, mas sabia que não daria certo. Ouvia músicas que o lembravam dela, o que apenas o fazia sentir mais sua falta. Sentia falta de quando ela brigava com ele e de como ficava sem graça quando seus olhares se encontravam. Sentia falta de assisti-la treinar e ficar desconcentrada por sua causa. Sentia falta do sorriso dela, do cheiro dela, do jeito dela. Sentia falta de coisas que Nico sabia que, por mais que tentasse, nunca esqueceria. Ele passava os dias se perguntando o que realmente sentia por ela, e sempre chegava a conclusão de que por mais que o tempo passasse, ele nunca se esqueceria dela, nem daquele sentimento.

Quando acabou, se levantou e deixou uma quantidade significativa de gorjeta sobre a mesa, jogando seu copo no lixo. Dinheiro não era problema, afinal, seu pai era o deus da riqueza. Nico sempre carregava consigo uma boa quantia de dinheiro, suficiente para se alimentar e ter um lugar para dormir. Sempre que precisava de mais, era fácil arrumar, viajando até o Mundo Inferior.

Nico caminhou até porta da cafeteria, mas estava tão distraído que simplesmente não viu a garota que vinha em sua direção, carregando um café. Ela procurava algo em sua pequena bolsa com a mão livre, também não reparando nele. Quando ele a percebeu, já era tarde demais.

— Droga! — a garota exclamou, se abaixando no mesmo instante para pegar seu copo, que graças a Nico estava no chão, e espalhava todo o café pelos coturnos pretos dela.

— Deuses — Nico murmurou, pegando o máximo de guardanapos da mesa livre mais próxima. — Eu sinto muito.

— Tudo bem — a garota tentou sorrir, aceitando os guardanapos que Nico a entregava e usando-os para limpar as mãos. — A culpa foi minha, eu estava distraída.

— Sinto muito pelo seu café — Nico fez careta. — Se quiser, eu te pago outro.

— Não precisa se incomodar — a garota sorriu gentilmente. Seus olhos verdes escuros encaravam Nico, enquanto ela colocava atrás da orelha esquerda um chumaço de seu cabelo negro que insistia em cair sobre o olho. — Eu nem estava com muita fome mesmo.

— Vamos, eu insisto — Nico sorriu.

— Bem, se você insiste — ela riu de leve, desviando o olhar. — Audrey Price — estendeu a mão.

— Nico di Angelo — Nico apertou sua mão, sorrindo.


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Notas finais do capítulo

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