Júlia Lacerda, 17.

❝Eu tenho uma enxaqueca e minha dor vai variar de cima para baixo. Temporais, nuvens, neve e uma garoa leve... Deixe-me falar o que a dor de cabeça representa: sou eu me defendendo em expectativa, sou eu esperando por um teste sem defesa, sendo testado por um examinador cruel, melhor representado pelos meus pensamentos deprimentes. Eu não tenho bloqueio de escritor, meu escritor simplesmente odeia o relógio, e ele não vai me deixar dormir. Eu estou te dizendo que jardins verdes não são exatamente o que está crescendo em minha psique. É um eu diferente, uma difícil besta que está se alimentando de árvores queimadas. Congele a tela, por favor, deixe-me pintar um retrato mental, algo que você não vai esquecer. É como uma porta que esconde algo que faz com que o que tinha na caixa de Pandora pareça inofensivo. Por trás das minhas pálpebras estão ilhas de violência, minha mente naufragou e essa é a única ilha que ela pôde encontrar. Eu não sabia que era uma ilha tão violenta, cheia de ondas de maré e leões suicidas enlouquecidos. Eles estão tentando me comer, e eu sei que eu posso lutar ou eu posso deixar o leão vencer. Eu começo a montar as armas que eu consigo encontrar, porque às vezes para se manter vivo você precisa matar sua mente.❞ - Migraine