I Wanna Be Yours escrita por Julieta


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

GENTE, EU AMEI AS RECOMENDAÇÕES DE VOCÊS! Quero agradecer especialmente ao Sombra (você não sabe como as suas palavras me deixaram feliz e comovida, sério, eu amei o que você disse, obrigada ♥) E a Luna (que é minha melhor amiga do mundo, mas isso não conta, certo? certo!), que mais uma vez me deixou besta com suas palavras. Muito obrigada aos dois, sério! Então gostaria de dedicar esse capítulo, que demorei pra postar mas postei, aos dois lindos ♥ então, é isso. A música da vez é Say You're Just A Friend do Austin Mahone, eu não gosto muito dele, mas até que a música combina com o capítulo, então é isso! Enjoy!



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Você tem estado na minha cabeça, mas acho que tem algo que você deveria saber. Quero ser tudo para você, quero ser aquele de quem você precisa, e eu posso dizer que você está prendendo algo aí dentro, mas você diz que é só uma amiga. — Austin Mahone, Say You’re Just A Friend

Olivia abriu os olhos lentamente, sem sentir nada além de uma grande dor de cabeça quando se mexeu. Perguntou-se se havia morrido e estava em algum tipo de paraíso, mas quando olhou em volta, respirando fundo, percebeu que estava no quarto do apartamento de Nico di Angelo. Resmungando, se levantou. Abriu a porta do quarto e caminhou sem fazer barulho pela casa silenciosa. Encontrou Nico dormindo em uma posição bem estranha no sofá da sala, e mordeu o lábio se segurando para não rir.

A última coisa que ela se lembrava era de ter sido abordada por uma garota aparentemente normal, encurralada em um beco e descobrir que, na verdade, estava lidando com uma empousa. Ela tentou lutar, mas não tinha nenhuma arma em mãos — pelo menos nenhuma arma que fosse mortal para a empousa. Tudo o que conseguiu foi irritar mais o monstro, que golpeou o braço de Olivia com as garras.

Lily sabia que não tinha chances. Por algum motivo, usou suas últimas forças para gritar pela pessoa que ela mais havia evitado durante os últimos dois dias: Nico. Quando a empousa deu o bote final e cravou suas presas no pescoço de Olivia, ela não teve tempo sequer para sentir dor. De alguma forma, desmaiou no mesmo instante. Sua mente entrou em um momento precoce de vou morrer, então é melhor apagar para não sentir dor. E, agora, ela estava de volta ao aconchegante apartamento de Nico di Angelo, em Manhattan, com um curativo no braço e uma bela dor de cabeça.

Nos poucos dias que Lily passara na casa de Nico, sempre que acordara o café estava pronto. Então resolveu que, desta vez, ela iria prepará-lo. Mas, antes, é claro, precisava se vestir.

Lily procurou alguma roupa de Audrey no guarda-roupa de Nico, mas, quando encontrou, não teve coragem de vestir. O filho de Hades ainda sentia algo por aquela garota, isso estava claro para Olivia. Ela não sabia exatamente o porquê de ter fugido quando Nico a deixou sozinha no zoológico para ir atrás de Audrey. Talvez ela tivesse ficado ressentida, mas sabia que não tinha motivos. Nico estava ajudando-a, sendo generoso em oferecer seu apartamento sem pedir nada em troca, mas isso não significava que ele devia satisfações para ela. Afinal das contas, eles não eram nada além de amigos. Lily não tinha o direito de exigir nada dele, e também não tinha o direito de ficar com ciúmes cada vez que ele a deixava para ir atrás de sua ex namorada.

Mas, naquele momento, ela não pensou direito. Ela não queria voltar para o apartamento, onde Nico facilmente a encontraria. Não queria voltar ao acampamento e ter que encarar Matthew e suas mil e uma desculpas para o que fez. Ela queria ficar sozinha. Um tempo para pensar. Mas ela não tinha para onde ir. Ficou vagando distraída por Manhattan por algumas horas que mais lhe pareceram minutos, ouvindo as músicas de seu iPod ─ que graças aos deuses ela havia se lembrado de colocar no bolso dos shorts ─ e quando percebeu já havia anoitecido. Ela tentou voltar ao apartamento de Nico, mas estava completamente perdida.

Lily acabou dormindo no banco de uma pequena praça, como uma mendiga. Quando acordou no dia seguinte, achou que seu iPod estava ficando louco, pois este marcava mais de meio dia. Deu graças aos deuses quando encontrou alguns trocados no bolso do shorts ─ provavelmente o troco do algodão doce que Nico comprara no dia anterior e, em seguida, largara na mão de Olivia. Ela provavelmente guardara o dinheiro e acabara esquecendo. Era o suficiente para um café no Starbucks mais próximo.

Olivia passara o resto do dia tentando voltar ao apartamento de Nico. Já havia parado várias vezes para perguntar, mas não sabia sequer o nome da rua que procurava. Vagou pelas ruas à espera de um milagre, e, quando percebeu, já estava anoitecendo, de novo. Foi este o momento em que ela começou a ficar desesperada. E, para piorar as coisas, acabou dando de cara com uma garota. Aparentemente, era uma garota normal, bonita no estilo “a gostosa e popular líder de torcida da escola”. Ela abordou Lily, que estranhou. Provavelmente já havia percebido perfume de semideus por perto. Então, antes que Olivia pudesse se dar conta do que estava acontecendo, a garota estranha a empurrou para um beco e mostrou o que realmente era. E foi isso o que aconteceu.

Lily decidiu vestir uma camisa de Nico. Ficava enorme nela, mas ela achava melhor do que uma roupa da ex namorada dele. Escovou os dentes, lavou o rosto e penteou os cabelos. Foi até a cozinha e começou a cozinhar.

Quando Nico apareceu na porta, bocejando e passando a mão pelos cabelos negros tentando arrumá-los enquanto exibia seu corpo magro e definido, Lily não conteve um sorriso. Ele retribuiu e se sentou à mesa, meio sonolento.

Lily colocou dois pratos sobre a mesa e se sentou à sua frente. O olhou e sorriu.

— Onde você esteve? — Ele a encarou, mordendo um pedaço do waffle que ela havia preparado. O cheiro do alimento estava ótimo, e provavelmente deixara um perfume pela casa.

Lily suspirou. Ela não queria falar sobre isso. Sabia que a próxima pergunta provavelmente seria "por que você fugiu?", e não queria ter que arrumar uma desculpa para aquilo. Ela não diria a verdade. Não diria que havia, talvez, ficado com ciúmes. E era uma péssima mentirosa.

— Como me encontrou?

— Não responda minha pergunta com outra pergunta, Olivia.

— O que aconteceu depois que eu apaguei?

Nico se calou. Dava para ver em sua expressão que estava tentando não perder a linha. Lily havia feito a segunda pergunta apenas para irritá-lo, e teve que segurar o riso quando viu que havia conseguido.

— Eu estou falando sério.

Olivia fechou o sorriso. Não entendia porque Nico parecia tão sério e mau humorado.

— Eu precisava de um tempo para pensar. Depois que você me deixou sozinha com dois algodões doces para ir atrás de Audrey, pensei que seria o momento perfeito para uma retirada estratégica. Eu só queria algumas horas para pensar, um tempo sozinha — ela deu de ombros e mordeu um waffle, tomando o café de seu copo em seguida. Havia saído um pouco antes de Nico acordar para comprar café para os dois. Quando voltou, se surpreendeu ao perceber que o garoto ainda dormia. Então resolvera preparar waffles. — Acabei me perdendo.

Nico fitou seu waffle pela metade. Parecia um pouco irritado, mas seus cabelos desgrenhados e seu peito nu faziam com que Olivia não conseguisse levá-lo muito a sério.

— Você me deixou preocupado — Nico a olhou nos olhos. Sua expressão agora era sombria. O ambiente parecia mais frio. — Quando a encontrei, estava quase morta. Deuses, Olivia. Onde estava com a cabeça?

Nico parecia irritado com o descuido da garota. Sua voz era firme, como se estivesse dando bronca em uma criança de 5 anos.

Lily franziu as sobrancelhas, sem entender.

— Eu sei me cuidar.

— Ah, claro — ele riu ironicamente. — Se saiu muito bem com aquela empousa, senhorita "eu sei me cuidar".

O tom autoritário de Nico a deixou irritada. O fato era que Olivia odiava quando a subestimavam. As pessoas sempre achavam que ela, por ser aparentemente delicada e frágil, não se garantia sozinha. Ela não era assim. Sabia, sim, se cuidar. Nunca fora dependente de ninguém para sobreviver. Mas era só baixar a guarda e deixar um — ou, no caso, dois — garotos entrarem em sua vida que tudo virava de cabeça para baixo. Se não fosse por Nico, não teria começado a namorar Matthew. Se não fosse por Matthew, não teria fugido do acampamento e reencontrado Nico, fugindo, assim, com ele. E, mais uma vez, se não fosse por Nico, não teria acabado perdida nas ruas de Manhattan, onde uma empousa louca a encontraria e a atacaria. Garotos. Sempre a fazendo se meter em encrencas.

— Eu não dependo de você, Nico di Angelo — Olivia falou entre os dentes, irritada.

— Se não fosse por mim, estaria morta! — Nico levantou a voz, indignado.

— Eu sei me cuidar, e você sabe muito bem disso! — Lily também aumentou o tom de voz. Era sempre assim que começavam as brigas entre os dois; um tentando falar mais alto que o outro. Eles eram iguais; completamente competitivos. — Se acha que eu sou uma donzela que precisa ser salva, sinto em lhe dizer, mas você errou — Olivia se levantou bruscamente, revirando os olhos.

Caminhou com passos pesados até o quarto, bufando. Não era isso o que ela pretendia para aquele dia. Queria apenas conversar, esclarecer as coisas, agradecer. Entender o que havia acontecido no dia anterior, para depois esquecê-lo. Mas parecia impossível. Sempre que ela e Nico tentavam conversar, acabavam brigando. Sempre por um motivo diferente. Lily estava cansada daquilo.

— Onde você pensa que vai? — Nico gritou, indo atrás dela.

— Voltar para onde eu nunca deveria ter saído — ela rosnou, pegando suas roupas rasgadas e se despindo na frente de Nico. Ela não sentia mais necessidade de se esconder dele. E aparentemente ele estava tão nervoso que não parara para a encarar ou soltar alguma piada maliciosa de mau gosto.

— O quê? Não! Você não vai voltar para lá! — Ele parou na porta do quarto. Olivia o encarou indignada, sem terminar de se vestir. Agora estava apenas de roupas intimas, e Nico não estava muito mais coberto que ela.

— E quem é você para me dizer o que fazer? — Olivia trincou os dentes. Seu tom de voz era assustadoramente baixo.

— Eu sou o seu... — a voz de Nico falhou. Ele obviamente não sabia como denominar a relação que os dois tinham. Não era algo normal. Viviam brigando, e, logo em seguida, agindo normalmente. Seja lá o que fosse, não era uma relação saudável. Não é saudável quando duas pessoas não conseguem nem conversar sem começarem uma guerra. — Eu sou o seu amigo.

Quando Nico disse a palavra amigo, parecia estar tentando engoli-la.

— Sim — Olivia concordou, endireitando os ombros. Ela deu um passo, se aproximando do garoto com os olhos franzidos. — Amigos. Você é meu amigo, di Angelo. Não meu pai, muito menos meu namorado. Então pare de agir como se tivesse alguma autoridade sobre mim.

Nico se calou, e Lily sorriu satisfeita. Se virou e caminhou até a cama, onde havia deixado seu short esfarrapado. Não via a hora de chegar ao acampamento para trocar de roupa. Sentia falta de usar as suas próprias.

Ela o vestiu, ficando agora apenas sem camiseta. Sentia o olhar de Nico sobre ela. O silêncio a incomodava. Ela se virou e suspirou. Encarou Nico, que estava encostado no batente da porta de braços cruzados, encarando o chão. Sua expressão era distante. Lily se sentiu arrependida.

— Me desculpe — ela murmurou. Desculpe não era uma palavra que ela gostava de falar. Se aproximou dele e o olhou de baixo, tentando fazê-lo encará-la. Não foi difícil, já que ela era uns dez centímetros mais baixa que o garoto. — Não quero que ache que não estou grata pelo que fez por mim. E-Eu... — a voz dela falhou. Deuses... Só naquele momento sua ficha realmente caíra. Se Nico não a tivesse encontrado, ela provavelmente estaria morta. — Muito obrigada, Nico.

Sua voz saíra tão baixa, que provavelmente aquela frase seria classificada como um sussurro. Lily não resistiu ao impulso e o abraçou.

Nico ficara surpreso. Quando retribuiu o abraço, seus braços apertaram a cintura de Olivia com força, de modo que ela quase perdeu o fôlego. Ele aproveitou o fato de ela ser mais baixa para a levantar por um instante, tirando os pés da garota do chão. Ela riu fraco em seu ouvido. A sensação de ter o corpo de Nico tão colado ao seu, ambos nus, era completamente estranha. Excitante, de certa forma.

Quando Olivia tentou se afastar, ele a apertou mais. Ela o encarou sem entender. Seus braços ainda estavam repousados nos ombros do garoto, e seus rostos estavam muito próximos. Ele respirou fundo.

— Lily...

Silêncio. Nico queria dizer algo, mas aparentemente não sabia como falar.

— Sim? — Ela o encorajou. Seus polegares acariciavam calmamente os bíceps do garoto.

— Não somos só amigos.

Lily franziu o cenho, surpresa. A voz de Nico soara tão firme que ela imaginou se ele havia ensaiado na frente do espelho para dizer aquilo. Obviamente não.

— Então o que somos? — ela perguntou. Sua voz soara surpreendente tremula, e seu coração disparara. Não entendia porque, mas estava extremamente nervosa. Nico, pelo contrário, estava tranquilo; ou pelo menos aparentava estar. Mas quando o silêncio voltou a tona, Olivia percebeu, com o peito colado ao dele, como o coração do garoto batia rápido.

— Eu não sei… — ele desviou o olhar por alguns segundos, mas logo voltou a olhar para ela. — Eu não te convidaria para morar comigo se não sentisse algo por você, Olivia. Desde que nos conhecemos, eu… Sempre tive uma queda por você — ele riu fraco. — E, agora, com você aqui, tão perto de mim… — sua voz falhou. Seus rostos estavam tão próximos que Lily sentia a respiração dele em seu rosto.

As mãos da garota subiram lentamente até a nuca de Nico, entrelaçando os dedos em seus cabelos negros. Lily se lembrou dos outros beijos que tiveram. Nico definitivamente sabia como fazer aquilo. Sempre que terminavam um beijo, ela tinha vontade de puxá-lo e beijá-lo de novo. E, pelo que Lily se lembrava, eles só haviam se beijado duas vezes.

Quando os lábios de Nico estavam a menos de um centímetro dos de Olivia, o telefone tocou. Ela fechou os olhos, tentando controlar a raiva. Justo agora?

Nico respirou fundo, se afastando. A soltou e caminhou até a sala. Enquanto isso, Lily ficou no quarto, o esperando. Ela vestiu suas roupas e ouviu Nico murmurando ao telefone. Aparentemente ele não queria ser ouvido, e Lily resolveu que seria melhor não prestar atenção em sua conversa. Se Nico queria privacidade, ela não podia reclamar.

Mas, quando ele voltou ao quarto, a curiosidade falou mais alto. Lily perguntou, sem pensar:

— Quem era?

Nico a encarou, parecendo segurar a risada. No mesmo instante Lily se arrependeu. Sentia seu rosto queimar de vergonha. Se xingou mentalmente por isso.

— Hã... — Nico parecia procurar uma desculpa. — Foi engano — ele deu de ombros.

— Bem... — Lily desviou o olhar. Claro que não havia acreditado, mas não podia reclamar. — Eu pensei sobre aquilo — ela sorriu.

Nico franziu o cenho por alguns segundos, tentando entender sobre o que ela estava falando. Quando compreendeu, seus olhos se encheram de curiosidade.

— E…

Um momento de silêncio. Nico parecia ansioso, cheio de expectativas.

— Eu resolvi que… — ela fez uma pausa, apenas para deixá-lo mais curioso. — Vou aceitar sua oferta.

Nico abriu um grande sorriso. Ele a abraçou e a levantou no ar, girando. Lily riu da sua empolgação. Quando ele voltou a colocá-la no chão, ela sorriu.

— Mas, antes, você tem que me levar ao acampamento. Preciso pegar minhas roupas — ela riu. — E… Preciso fazer mais algumas coisas.

Nico fechou o sorriso. Provavelmente já havia entendido do que ela estava falando.

— Além do mais, ainda sou a conselheira chefe do chalé 7. Preciso renunciar o cargo — suspirou. — Odeio dizer isso, mas… Nico, pode me levar até o Acampamento Meio-Sangue pelas sombras?

Então ele sorriu.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez, obrigada! Estou esperando ansiosamente os reviews, e devo dizer que o próximo capítulo tem briga! Exatamente, preparem as pipocas para assistir a treta! (para a felicidade da minha querida leitora Gabe, que meu deu a ideia ♥), então até a próxima!