I Wanna Be Yours escrita por Julieta


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!!!!!! Espero que gostem!



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Na manhã seguinte, Lily acordou sentindo o delicioso cheiro de panquecas. A luz do sol entrava pela janela, iluminando o quarto e dificultando o processo de abrir os olhos. Lily sentia que estava ficando cega.

— Todos já entenderam que você brilha, pai — ela resmungou, cobrindo a cabeça com um travesseiro. — Não precisa ofuscar tanto assim.

Lily demorou um longo tempo para finalmente se levantar. Ela sempre enrolava quando acordava. Olhou o relógio de cabeceira e percebeu que já se passavam das onze horas. Ela abriu a porta com cuidado, não querendo acordar Nico, caso ele ainda estivesse dormindo. Mas, após prestar atenção no cheiro delicioso que aromatizava toda a casa, descartou tal hipótese.

Ela parou na porta da cozinha, com certo receio de entrar. Nico estava de costas, mexendo no fogão, preparando panquecas.

Lily pigarreou, chamando a atenção do garoto.

— Bom dia — ele sorriu ao vê-la parada na porta. Analisou-a dos pés a cabeça, o que a deixou desconfortável. Ele estava do mesmo jeito da noite anterior; apenas uma calça de moletom e seus cabelos negros emaranhados.

— Adoro panquecas — Lily sorriu, se aproximando do garoto e observando-o prepará-las com tanto cuidado.

— Eu sei — Nico a beijou no rosto. Lily se sentiu enrubescer, mas apenas sorriu. — Você está linda — ele comentou, voltando a atenção para as panquecas.

— Eu estou parecendo um zumbi — Lily riu, se sentando à mesa. — Sequer penteei meu cabelo.

Nico estava de costas, mas Lily percebeu que ele estava sorrindo.

— Você está linda, Olivia — ele repetiu, sem sequer olhá-la.

— E você está doido — ela riu. Achava que Nico estava falando coisas sem nexo, mas resolveu não discutir.

Nico também não respondeu, o que fez com que um silêncio desconfortável reinasse no ambiente. Quando terminou, ele despejou as ultimas panquecas no prato sobre a mesa e desligou o fogo. Se sentou de frente para Lily e pegou os talheres que já havia posto sobre a mesa. E então os dois começaram a comer, em silêncio.

— Como você sabia que eu gostava de panquecas? — Lily perguntou, tentando quebrar o gelo.

— Bem... — Nico murmurou. — Eu... Você sabe... Te observei por um tempo. Você, na maioria das vezes, comia panquecas no café da manhã, lá no acampamento.

Lily sentiu uma sensação estranha e nauseante. Ela percebeu o quanto Nico a conhecia, até nos pequenos detalhes, como qual seu prato preferido no café da manhã. Aquilo a deixava muito desconfortável, afinal, a vida de Nico era um mistério para ela.

— Eu fiz uma pequena viagem hoje quando acordei — ele falou casualmente, fazendo-a dispersar seus pensamentos. Lily o encarou sem entender, até que ele levou uma das mãos ao bolso da calça e puxou de lá um aparelho enrolado em fones de ouvido que Lily reconheceu no mesmo instante.

— Como você…? — ela perguntou, pegando o iPod que ele a entregava e abrindo um largo sorriso.

— Eu viajei até o chalé de Apolo. Estava vazio. Não foi difícil achá-lo debaixo do travesseiro — ele deu de ombros mordendo sua panqueca.

— Obrigada — ela agradeceu, deixando o aparelho em cima da mesa e voltando a atenção para suas panquecas.

— Você quer voltar para o acampamento hoje? — Ele perguntou, não parecendo muito feliz com a ideia. Lily terminou de mastigar, procurando as palavras certas para usar.

— Eu não sei se estou pronta. Digo, não sei se quero vê-lo de novo, nem se quero dar satisfações do meu sumiço. Você sabe, vão fazer milhares de perguntas — Nico assentiu calmamente, encarando suas panquecas. Ele não disse mais nada, e de repente Lily se sentiu idiota por estar sendo tão inconveniente. — Mas, claro, se você quiser, eu volto. Aliás, é uma ideia idiota eu ficar aqui. Desculpe.

Nico a encarou, estudando cada detalhe de seu rosto. Ele sorriu de canto e voltou a olhar para suas panquecas, e Lily ficou se perguntando no que ele estaria pensando, ou qual seria o motivo de seu sorriso. Pensou que talvez tivesse algo em seu rosto e entrou em pânico.

— O que foi? — Ela perguntou, preocupada. Não tinha escovado os dentes, nem lavado o rosto, e sabia que deveria estar com uma cara horrível; digna de risadas.

— Você pode ficar o tempo que quiser, Lily — Nico olhou em seus olhos, sério. Ele não parecia se incomodar com a presença da garota, mas ela ainda tinha receio de que talvez ele apenas estivesse falando aquilo por educação. Ela não queria ser um encosto para ele. — Não que eu seja um cara que não goste de ficar sozinho. Eu prefiro, exceto pelas noites nas quais eu estou acompanhado — ele sorriu ao ver Lily revirar os olhos. — Mas você é diferente. Eu gosto da sua companhia.

Lily se calou, sem saber o que dizer. Sabia que, desde pequeno, Nico sempre preferira ficar sozinho, pelo que tinham lhe contado. Ele era o tipo de garoto solitário, que leva a vida sem ninguém ao lado. Apesar disso, Lily sabia que ele era assim porque gostava. Por ser filho de Hades, se isolava de tudo e todos. Não deixava nenhuma garota se aproximar sentimentalmente; apenas se divertia com elas, e depois sumia.

Um pensamento veio a mente de Olivia, e ela perguntou sem pensar duas vezes:

— Por que foi ao acampamento ontem?

Nico se calou.

Lily, depois de algum tempo, começou a cair na real; Nico nunca mais voltaria. Ela se sentia aliviada, mas sabia que lá no fundo sentia falta dele. Sentia falta da sensação que ele a trazia; tal sensação que Lily não sabia descrever em palavras. Ela não sabia o que era; talvez uma mera atração sexual. Mas algo lá no fundo a dizia que era mais do que isso. Porém, todas as vezes que se pegava pensando nisso, se concentrava em algo para esquecer o assunto.

O fato era: Nico voltara ao acampamento exatamente quando ela precisara. Ele apareceu na hora certa. Se ele não tivesse aparecido naquela noite, onde Lily estaria agora? Ela não fazia ideia. Também não conseguia imaginar o porque de ele estar lá, exatamente naquele momento. Era como se, de certa forma, ele nunca tivesse realmente se afastado. De fato, ele estava longe, mas sempre estava presente nos pensamentos e sonhos de Olivia.

— Chame de destino — ele deu de ombros e mastigou o ultimo pedaço de sua panqueca.

— Não acredito em destino — Olivia se levantou, pegou o prato e o colocou na pia. Depois encarou Nico, que parecia pensar em uma resposta para aquilo.

— Quer dar uma volta?

Lily ficou um pouco surpresa pela mudança repentina de assunto, mas resolveu que era melhor deixar para lá. Nico claramente não queria falar sobre aquilo.

— Hoje é terça — ela franziu o cenho. — Onde podemos ir plena terça-feira?

— Ao zoológico — ele sorriu, e Lily riu. — O quê!? O zoológico do Central Park é um dos melhores.

— Nunca te imaginei indo a um zoológico — Lily se sentou novamente, sorrindo ao imaginar Nico rindo e segurando um algodão-doce em frente a jaula dos pinguins.

— Eu e Audrey íamos lá, de vez em quando...

De repente, o sorriso no rosto de Nico se desfez, e, no lugar, uma expressão amarga se formou, como se tivesse acabado de se lembrar de algo muito ruim. Lily suspirou, desconfortável. Ela odiava ver o garoto que fora sempre tão confiante e cheio de si daquele jeito, tão vulnerável e deprimido.

— Tudo bem. Vai ser legal — ela forçou um sorriso.

*****

— Acho que, da próxima vez, é melhor pegarmos um táxi — Lily resmungou, tonta. Nico riu, ainda segurando firmemente a cintura da garota.

— Você se acostuma, Lily.

Eles haviam acabado de chegar ao Central Park, e Lily ainda sentia o mundo girar a sua volta. Ela estava tão atônita e fora de si da primeira vez que Nico a levou em uma viagem nas sombras para seu apartamento, que não havia percebido o quão horrível e nauseante aquilo era. Ela tinha certeza de que, naquele momento, se Nico a soltasse, ela cairia.

— Não quero me acostumar a isso — ela fez careta, se afastando um pouco, mas ainda se apoiando nos braços de Nico, que sorriu.

Eles não falaram mais sobre o beijo que havia acontecido na noite anterior, o que deixou Lily alivada. Suas roupas já estavam lavadas e haviam secado, e ela não precisava mais usar as roupas da ex de Nico. Depois do café da manhã, eles se trocaram e Nico insistiu que eles fossem ao Central Park utilizando viagem nas sombras.

— Vem — ele a puxou em direção a entrada do zoológico. O dia estava agradável, sem sinais de chuva, e o sol brilhava tão forte que Lily se perguntou qual o motivo do bom humor de seu pai.

Eles entraram e começaram a caminhar pelo lugar. Paravam as vezes para ver alguns animais, e Nico parecia feliz, pois fazia algum comentário idiota a cada minuto, fazendo Olivia rir. Ela estava se sentindo tão bem ao lado de Nico que não queria nem pensar no fato de que teria de voltar ao acampamento.

— Os pinguins de Madagascar — Lily falou de repente, enquanto os dois estavam parados olhando silenciosamente os pequenos pinguins nadando pelo pequeno lago em sua jaula.

— O que? — Nico a olhou, sem entender.

— Isso me lembrou dos pinguins de Madagascar, sabe? O desenho.

Nico riu, e Lily se sentiu corar. Estava tão aérea e distraída que falara a primeira coisa que lhe veio a cabeça, e Nico, no momento, provavelmente estava pensando em como ela era infantil.

— Certo — ela disse e se virou. Caminhou até um banco vago e se sentou, observando o local. O zoológico estava praticamente vazio, a não ser pelos funcionários do local, o carinha do algodão doce e algumas mães solteiras que brigavam com seus filhos que saiam correndo pelo lugar.

— O que houve? — Nico se sentou ao seu lado. Lily respirou fundo, tomando coragem para encará-lo.

— Eu tenho que voltar ao acampamento… — Ela murmurou e desviou o olhar para suas mãos, que agora pareciam tão interessantes.

— Eu não quero que você volte — Lily o encarou e percebeu que ele falava sério. — Olivia, eu gosto de ter você perto de mim.

Ela tentou evitar uma expressão surpresa. Nunca imaginaria Nico falando algo assim para ela. Não sério.

— Você pode ficar comigo, lá em casa. Podemos substituir minha cama de casal por camas de solteiro, se você quiser. Eu não me importo. Você já está grandinha o suficiente para sair daquele acampamento, Olivia. E, eu juro, não vou tocar em você.

Lily tentou falar, mas gaguejou algo que nem ela entendeu. Nico parecia disposto a qualquer coisa para fazê-la ficar. Ele não tinha segundas intenções; isso estava claro. Mas ela, no momento, estava se perguntando o que aconteceria se eles passassem a morar juntos, apenas os dois em um apartamento. O fato de não terem uma cama de casal não impediria nada. Lily se sentia tão atraída por ele que não sabia se ela resistiria. Quantas noites ela já havia tido sonhos quentes com Nico, acordando completamente excitada? Ela não tinha culpa. Já havia completado seus 21 anos e resistido a tantas tentações, que não sabia se resistiria muito mais.

A oferta era tentadora. Lily sonhava em sair do acampamento, mas não via oportunidades.

Um pequeno sorriso se formou nos lábios de Nico, o que fez Lily sorrir. Uma onda de arrependimento tomou conta da garota. Naquele momento, ela se arrependeu de ter ficado na casa de Nico na noite anterior. Se arrependeu ainda mais de ter sido tão fraca ao ver Matt com outra. Se ela não tivesse fugido, não encontraria Nico e não estaria metida em uma situação tão complicada e sem saída como a que estava agora. Se arrependeu mais ainda de nunca ter dado uma chance a ele. Quantas vezes Nico tentou dizer a ela que havia mudado e que poderia lhe oferecer mais do que Matt jamais ofereceria? Quantas vezes ele demonstrou sentimentos verdadeiros por ela? Quantas vezes ela o rejeitou, o magoou, disse palavras duras pensando que ele não tinha sentimentos e não se magoaria com o que ela falasse? Quantas vezes?

Lily sentiu vontade de gritar, chorar, bater em si mesma por ser tão idiota. Nico estava ali, tão próximo a ela numa tarde ensolarada de verão, a pedindo que deixasse tudo para trás para ficar com ele. Ela queria correr. Correr e se esconder. E queria parar de sentir aquilo. Aquela vontade louca de beijá-lo.

— Eu… — ela gaguejou, olhando em volta a procura desesperada de algo que lhe desse a chance de mudar de assunto. — Eu quero um algodão doce — sorriu forçado, olhando para um carrinho distante perto da jaula de uma girafa. Nico suspirou.

— Tudo bem — ele se levantou. — Fique aqui.

Lily observou enquanto Nico se afastava em direção ao carrinho de algodão doce. Ela soltou o ar pesadamente, aliviada por ter alguns míseros minutos para tentar colocar os pensamentos em ordem.

Ficou tão perdida em pensamentos que não percebeu Nico se aproximar com dois algodões doces nas mãos e uma expressão assustada no rosto.

— Nós temos que ir. — Seu tom de voz sombrio e sério a deixou arrepiada enquanto ela se levantava e pegava um algodão doce de sua mão.

— Agora? — Ela perguntou, franzindo o cenho.

— Agora. — Foi tudo o que ele disse.

Nico a puxou pelo pulso com a mão livre e começou a caminhar com pressa em direção a saída do zoológico.

— Tem alguém atrás de nós? Algum monstro? — Lily perguntou, olhando ao redor a procura do motivo de Nico repentinamente querer sair de lá.

— Pior que isso — ele resmungou, caminhando ainda mais rápido.

Enquanto eles andavam, uma voz feminina o chamou pelo nome. Ele parou e fechou os olhos com força, enquanto mexia os lábios sem fazer barulho, como se estivesse fazendo uma prece ou amaldiçoando alguém. Lily olhou para trás e viu a dona da voz.

Um pouco mais baixa que Olivia, cabelos negros e lisos que iam até um pouco abaixo dos ombros, olhos aparentemente escuros, rosto fino e delicado, magra e com belas curvas. A garota encarava Nico e Lily, sem entender muito bem. Nico se virou e soltou o braço de Olivia, encarando a garota.

— Oi, Audrey — ele forçou um sorriso. A garota ergueu uma sobrancelha, alternando o olhar entre ele e Olivia.

— Você está bem? — Ela perguntou, se aproximando. Nico pigarreou.

— Sim, ahn… Estou — sorriu. — Essa é… — Ele olhou para Lily de sobrancelhas franzidas, como se tivesse esquecido o nome dela, o que a deixou um pouco ofendida.

— Olivia — Lily sorriu e estendeu a mão para a garota.

Audrey não apertou a mão de Lily, o que ela achou extremamente mal educado. A garota fitou Nico e, se Olivia não estava ficando louca, seus olhos estavam marejando.

— Você não perde tempo, não é?

Audrey se virou e começou a caminhar rápido para fora do parque. Nico largou o algodão doce bruscamente na mão de Lily e correu atrás dela.

Olivia encarou os dois se afastando, desnorteada. Ela se sentiu abandonada, mas apenas jogou os algodões doces no lixo e saiu do parque.


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Notas finais do capítulo

Então gente, é o seguinte: a coisa tá ficando difícil. Eu juro que teria postado bem antes, mas fiquei um tempão procurando uma música que combinasse com o capítulo, e adivinhem só? Eu não encontrei nenhuma! Eu queria muito postar o capítulo, então resolvi fazer o seguinte: deixo a critério de vocês. Respondam a seguinte pergunta pelo review que mandarem: Que música vocês acham que combinaria com esse capítulo? (coloquem o nome da música e o artista), e, então, se eu gostar de alguma que vocês mandarem, coloco no começo do capítulo, como sempre faço na fic! Enfim, espero pelos reviews c: