Eu nem imaginava ser você. escrita por AgathadeLima


Capítulo 7
Luto e alívio.


Notas iniciais do capítulo

*Juro solenemente que não vou fazer nada de bom*
Olá galerinha que lê a minha fic! Recomendações do dia: Whindersson Nunes, procura lá no Youtube. Ele é mt foda. *0*
Hoje n vai ter atualização pq continua tudo na mesma, tirando que agora tem mais 3 coments. Agora, só falta Lizzie e Rony que ainda não tiveram seus capítulos, mas no próximo vai ser eles dois. Bem, boa leitura!



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Pov.Luna

Me atirei no sofá da minha nova Sala Comunal, exatamente como ontem e suspirei baixinho. Não queria parecer cansada, mas eu estava. Não queria parecer triste, mas estava. Não queria, decididamente, não queria parecer com raiva ou com ódio, mas, Merlin, como eu estava.

Eu queria voltar no tempo para aquelas tardes ensolaradas em que minha mãe me puxava pela mão e passeava comigo pelos campos floridos e me ensinava coisas trouxas, como botânica e contos de fadas. Ela colocava magia em tudo que tocava ou falava, sem uso da magia real. Ela me fazia ver o mundo de um jeito lindo e simples. Difícil de viver, mas a cada sucesso, uma alegria eterna e bonita que transmitia mais alegria, para as outras pessoas. Eu a amava mais do que jamais imaginei amar alguém. Ela era linda e simples, como o mundo dela. O meu mundo.

Depois de todas as tardes, voltávamos para casa e o jantar já estava pronto, e a comida tinha gosto leve e delicado, mas delicioso, e me lembrava de casa, mesmo se estivéssemos viajando. Conversávamos entre as garfadas, e eu contava tudo que tinha aprendido. Meu pai sorria e mudava o assunto. Nunca aprovou muito esse lado de mamãe.

Geralmente, ele falava do que tinha feito no dia, enquanto estávamos fora, e depois, quando notava que eu estava desconfortável com o assunto, falava de contos bruxos e de histórias impossíveis sobre pequenas bruxinhas loiras de olhos azuis e suas aventuras. Quando terminávamos de jantar, eu ajudava-os a arrumar tudo, e íamos para a sala fazer algo em família, não importava muito o que.

Quando ficava tarde, e eu já estava com sono, meu pai me carregava e me botava na cama, me enrolava e me dava um beijinho no topo da testa, antes de sair.

Minha mãe chegava, lia uma historinha até eu adormecer, e tenho certeza que quando via que eu tinha dormido, me dava um beijinho na testa, como meu pai. De manhã, eu era sempre acordada com café na cama, e com abraços e beijos, pelos meus pais. Meu pai então me ensinava assuntos que eu só aprenderia, normalmente, em Hogwarts, e chamava isso de "Momento da escola", um nome bobo, mas eu adorava. Minha mãe aproveitava para fazer aquelas invenções que faziam barulhos, formavam formas no ar e e cheiravam a fumaça, do lado de fora de casa. Eu adorava ver.

Então, chegou aquele dia. 3 de Setembro. O melhor dia do ano, aniversário dela, se tornando o pior.

Eu me lembro bem dele. Fui acordada antes da mamãe, pelo meu pai, para fazermos uma surpresa, como todo ano. Fizemos o café da manhã dela e ajeitamos na bandeja. Arrumamos o presente para caber na bandeja e subimos. Acordamos ela com beijos e abraços. Entregamos o presente, um colar estranho que ela sempre pedia para papai comprar. Tinha uma espécie de nabo, que ela chamava de narguilé, e ela adorou.

Foi fazer aquelas invenções e meu pai começou seu "Momento da escola", sobre o feitiço para espantar Dementadores, Expecto Patronum. Ele o fez, e era uma coruja. Então, com relutância, me disse para tentar e me ofereceu a varinha.

Nunca tinha feito isso, então fiquei nervosa, mas tentei. E lá estava, uma lebre saltitante e linda, branca perolada saindo da varinha do meu pai.

Nunca o vi tão impressionado. Ele bateu palmas e a lebre ficou ainda mais reluzente. Então uma fumaça preta começou a invadir a sala. Meu pai fez uma careta e foi até a porta, e eu o segui.

Ele paralisou pouco depois de abri-la. Eu espiei e vi mamãe deitada no chão numa posição estranha. Corri até ela. Tudo a seu redor estava destruído e preto, algumas coisas pegando fogo. Desviei de tudo e cheguei até ela. Ainda estava viva, mas apenas por muito pouco. Ainda lembro de suas últimas palavras:

"-Lua, minha linda Lua... minha Lua... cuide de seu pai, Lua, cuide dele, sim? Por mim. Cuide dele. Oh, minha Lua, seu futuro me dói... Eu queria não ter tentado tanto vê-lo. Mas agora o fiz, não há volta. Cuide de seu pai, Lua, e se prepare... se prepare para..."

Ela nunca terminou o que queria dizer.

Uma lágrima caiu, sem minha permissão. Limpei meu rosto e me forcei a não chorar. De novo não...

–Oi. -Falou uma voz atrás de mim.

Não olhei, nem respondi. Nem queria. Não hoje. Hoje é o meu dia de luto. Eu mereço um dia sem ninguém me importunar e me chamar de "Di-Lua", "lunática", ou outra coisa qualquer.

–Oi. -Repetiu a voz, sentando do meu lado. Não fiz nada, sequer pisquei.

Ouvi um suspiro.

–Eu disse oi. Duas vezes. Você é surda ou está me ignorando? -Falou. Era uma voz masculina. Que reconheci.

Olhei para o lado, lentamente, o mais lentamente que podia. Draco Malfoy olhava para mim, sorrindo.

–Eu não estou com paciência para você hoje, Malfoy. Amanhã você me chateia, mas hoje não. Agora, se me der licença, vou subir. Até amanhã. -Falei, me levantando e indo até minha escada.

Um braço me segurou. Respirei fundo para não gritar e me virei de novo. Era ele.

–O que você quer? -Eu disse, quase gritando. -Já disse para me deixar em paz!

Ele mordeu o lábio, parecendo preocupado.

–Eu... -Ele pensou um pouco. -...Tudo bem. Mas preciso falar com você, nem que seja amanhã. É importante.

Sem pensar em nada além de subir para chorar em paz, concordei com a cabeça. Ele me soltou e fui correndo até lá. Digitei a senha, o nome dela, e ficou azul, e então o escudo subiu e pude avançar. Nem olhei para trás.

Me joguei na minha cama e me encostei no encosto do móvel, abraçando meus joelhos. Finalmente, pude chorar.

Pov.Gina

Eu estava na sala comunal, e contra minha vontade. Eu não via Hermione desde ontem de manhã, e toda a Grifinória, sem contar os professores, estavam preocupados, com algumas pequenas excessões, como Snape, e o fato que Fred também parecia ter evaporado.

Já era a hora do almoço, e daqui a meia hora eu teria de voltar para a aula, mais outra maldita aula onde eu não prestaria atenção, por estar preocupada com aqueles dois. Não podia nem procurar, porque Harry me fez prometer ficar, e bem... é o Harry, né?

A porta se abriu, revelando os desaparecidos arfando, vermelhos, suados e sujos, mas rindo tanto que seguravam as barrigas e estavam curvados para a frente. Meu alívio era tanto que demorei para ir lá. Quando passei pela multidão que questionava e questionava aos dois onde estavam, os encontrei já calmos, mas com sorrisos travessos no rosto.

Eles sorriram mais quando me viram. Mas agora que a preocupação passou, e o alívio também, sobrou a raiva. Então acabei dando um tapa nos dois.

–ONDE ESTAVAM? TEM IDEIA DA MINHA PREOCUPAÇÃO? QUASE ESCREVI A MAMÃE! SE É QUE RONALD NÃO ESCREVEU! E AINDA CHEGAM RINDO! VOCÊS SÃO O QUE, IDIOTAS? ONDE. ESTAVAM? -Gritei.

As caras de felicidade foram trocadas por surpresa e arrependimento.

–Você está parecendo mamãe, Ginny. Tente se acalmar. -Falou Fred.

–Eu te digo, mas não na frente de todo mundo. -Disse Hermione.

Revirei os olhos e concordei com a cabeça. Hermione foi tomar banho, enquanto Fred subia para o banheiro masculino e eu esperava minha amiga no dormitório.

Meia hora depois ela chega.

–Ginny, Ginny, foi muito legal. Você não tem ideia do sufoco. -Comentou, ainda secando o cabelo.

Arqueei uma sobrancelha, como que dizendo "Ah, é mesmo?" e ela revirou os olhos.

–E que sufoco foi esse, posso saber? -Perguntei.

Ela sentou na minha frente, e apontou para o cabelo e se virou de costas ainda sentada, para mim, então, entendendo o recado, comecei a fazer feitiços para ajeitá-lo, enquanto ela falava:

–Bem, foi assim: Você me deixou dormindo, e eu só acordei faltando pouco para acabar o almoço. Então, eu não sabia o que estava acontecendo, e comecei a procurar você ou pelo menos alguém, e só achei Lizzie Bemole.

Parei de ajeitar o cabelo dela, surpresa.

–Sério? Ai Meu Merlin, isso é péssimo! -Exclamei, depois voltei a arrumar, prestando mais atenção ainda.

–Eu sei! Mas enfim, fui correndo olhar o relógio e vi que estava atrasada até, tipo, para o almoço, então falei isso para ela e fui correndo para o banheiro. Tomei banho e me ajeitei e tal, e fui almoçar, mas quando eu ia entrar, Fred saiu e eu fui atrás, porque precisava da ajuda dele e... -Ela travou.

Notei o que ela disse.

–Precisava de ajuda para que? -Perguntei, desconfiada.

–Ér, ahn, bem, para, em, ahn, em Quadribol! Isso mesmo, em Quadribol! -Falou, nervosa.

Como se eu fosse acreditar nessa. Mas deixei passar.

–Certo... pronto, terminei. Agora, fale mais.

Ela se virou para mim e continuou:

–Bem, ele subia sem parar, então os segui e ele entrou numa sala qualquer e eu entrei e achei ele... tendo um ataque de raiva. -Enrolou ela. -Então perguntei o que ouve e ele não me contou, e então comecei a conversar com ele e ficamos assim um monte de tempo. Olhei o relógio e já estava de noite, tentamos abrir a porta normalmente, com feitiços, com todo tipo de coisa, mas não abria! Então ficamos lá, dormimos lá, e hoje ficamos tentando até conseguir.

–E como conseguiram? -Perguntei.

Ela franziu a testa.

–Nem eu sei. Um estampido e BUM! Estávamos livres. Pergunte ao Fred, deve ter sido ele.

–Mas porque riam tanto?

Ela suspirou.

–Porque quando a gente saiu notamos a enrascada, todas as aulas que perdemos, e tudo o mais, e começou um ataque de riso que durou até entrarmos. - Terminou.

Fingi que acreditei. Mas que eu estou de olho estou...


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Notas finais do capítulo

E então?
*Malfeito feito*