Pov. Draco

–Eu quero, na minha sala, Ronald Weasley, Luna Lovegood, Draco Malfoy e Anna Aboot em quinze minutos. Os outros monitores não precisaram vir. Obrigado pela atenção. -Declarou Dumbledore, depois de chamar a atenção de todos, no meio do café da manhã.

Respirei fundo e me levantei, acenei para os meus amigos e fui, meio correndo, meio andando, para a sala de Dumbledore. Fui o primeiro a chegar, faltando ainda cinco minutos. Nem mesmo o próprio diretor estava lá.

Sentei na cadeira mais próxima. Estava cansado da vinda. Suspirei. Á minha volta, milhares de objetos curiosos, alguns, meu pai disse, foram construídos por Dumbledore em pessoa.

Papai. Meu coração se apertou. Ele me deu tudo, e depois estragou, como cuspir numa comida perfeita. Até os meus dez anos de idade, não havia pai mais dedicado, e, céus, eu o amava muito. Mas assim que fiz onze anos, o brilho nos olhos do meu pai se perderam. Suas palavras eram brasa, e sejamos sinceros, me fazia parecer que eu era filho até de um trouxa, mas não dele.

Mas ele fingia bem perto das outras pessoas. Minha felicidade era sair de casa, para os lugares públicos, porque lá ele parecia meu pai de novo. Mas só até eu olhar nos olhos dele. Porque mesmo em público, eles continuavam frios e opacos. Como os de um monstro.

–Você teve algum problema com zonzóbulos? -Perguntou uma voz feminina, uma voz bonita, como de uma fada.

Mas uma palavra me tirou do transe.

–Zonzóbulos? -Questionei, mais para mim do que para a pessoa, para quem eu não ousava olhar. Mesmo sem saber por que.

–É... -Começou a voz.

–Só vocês vieram? -Essa voz eu reconheci. Dumbledore.

Levantei o olhar, ainda sem ver quem era a menina. Dumbledore nos observava, como se soubesse de algo que eu não faço nem ideia. O tipo de olhar que me deixa desconfortável.

–Bem. -Começou ele. -Srta. Lovegood, pode sentar aqui.

Lovegood? Mas essa não é...? Olhei para o lado. Luna Lovegood se sentou.

Meu Merlin, acho que preciso tomar poção controlada. Voz de fada? Sinceramente...

–Porque nos chamou, diretor? -Perguntou ela.

Me virei para ele. Que se sentou e disse:

–Na verdade, como vocês são monitores, eu vim distribuir as rondas ao longo do semestre e apresentar as propostas para o...

A porta se abriu e apareceram Ronald Weasley e Anna Aboot, arfando e um tanto suados.

–Ah! Chegaram. -Exclamou Dumbledore.

Eles se sentaram.

–Posso começar? Então, chamei vocês para distribuir as rondas e apresentar algumas propostas. Vamos iniciar com as rondas... Como acho que sabem, temos rondas da segunda ao sábado, e aos domingos os professores fazem a ronda. Vou separar esses três dias para cada e mostrar a Sala Comunal de vocês por um semestre.

"Como Grifinória e Sonserina tem mais inimizades, achei melhor deixá-los separados. Srta.Lovegood e Sr.Malfoy faram a ronda... quinta, sexta e sábado. Srta.Aboot e Sr.Weasley ficaram os três dias restantes. Isso não será mais necessário depois das férias de Natal, os outros monitores das suas casas ocuparam os seus lugares. Agora, me sigam, vou mostrar seus dormitórios. Seus pertences já estão lá."

Ele se levantou, e eu demorei um pouco para fazer o mesmo. Ele quase literalmente jogou tudo ao mesmo tempo. Mas me levantei e fui atrás. Ele nos guiou por escadas e corredores até chegarmos no sexto andar, perto da Sala Comunal da Grifinória. Ah, que incrível!

Paramos em frente á um quadro com o brasão de Hogwarts. Dumbledore bateu na pedra ao lado, e o leão perguntou, sua voz grossa.

–Senha?

–Monitorium abertum!

O quadro se abriu, logo após um rugido do leão, um silvo de cobra, um som estranho do texugo e um pio da águia.

Passamos, e fiquei impressionado. Era incrível. Todas as cores das casas equilibradas, brasões de Hogwarts em diversos lugares, e quatro escadas, com vários botões no começo do primeiro corrimão de cada.

–Uma ideia tirada dos trouxas. -Explicou o diretor, quando perguntei. -Você tem de apertar os botões certos para formar a palavra certa para poder subir. Uma senha própria.

Mesmo sendo o "Sr. Sangue Puro", admito que fiquei impressionado. Trouxas não são tão inúteis, afinal.

Ele indicou qual escada dava em cada casa. A minha vinha na primeira á esquerda, depois a Corvinal, Lufa Lufa e por fim, Grifinória.

Ah, que incrível!

–Vou deixá-los por aqui. Hoje é... terça? -Se perguntou Dumbledore.

–Sim, diretor. -Disse Anna.

–Então já podem começar a ronda a partir de hoje. Tenho de ir agora. Aproveitem o aconchego de sua nova Sala Comunal! -Exclamou ele, e foi embora.

Luna se jogou no sofá, em frente há lareira, os cabelos loiros reluzindo á luz do fogo. Ela ficou boni...

Espere ai, Draco. Realidade, por favor. Agora, vá dormir.

Fui até minha escada. Lá tinha escrito, no mini painel, que eu não tinha notado antes:

Crie sua senha.

Digitei a primeira coisa que veio na minha cabeça e memorizei, sem notar. Apareceu outra coisa.

Agora, digite a senha para passar.

Suspirei e coloquei. Ficou verde, e o escudo transparente que eu também não havia notado, sumiu. Antes de eu subir, olhei o que eu escrevi.

Eu não acredito nisso.

Minha senha agora era:

Luna Lovegood