Eu nem imaginava ser você. escrita por AgathadeLima


Capítulo 14
A obsessão é uma faceta do amor não aceitado por si.


Notas iniciais do capítulo

*Juro solenemente que não vou fazer nada de bom*
Doido, doido, não, doido, que nome foda *0*
Digam oi para minha criatividade com esse título, doido.
"A obsessão é uma faceta do amor não aceitado por si"
É mt filosofia para meu habitual.
Casais de hoje:
Druna*0*
Fremione*-*



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Pov. Draco

–Draco Black Malfoy! -Gritou Zabini.

Levei um susto, e dei um pulo para trás de medo. Coloquei as mãos dramaticamente no coração e fiz a cara mais falsamente assustada que consegui.

–Que tipo de amigo você é? Me matando de susto desse jeito! Tsc tsc, não se faz isso, Zabini. -Repreendi.

Ele só revirou os olhos e me puxou para a biblioteca. Assim que conseguiu um lugar escondido, lançou um abaffiato e esfregou alguma coisa na minha cara.

–Me explique isso. -Mandava ele.

–Zabini, seu gay, tire isso da minha cara para eu enxergar. -Ironizei.

Ele ergueu as sobrancelhas.

–Sou gay mas não sou doente. -Exclamou, e jogou o objeto na minha mão.

Congelei na hora. Ergui os olhos para observá-lo, apavorado.

–Como você achou isso, seu filho da... -Comecei.

Ele tampou minha boca.

–Se ofender minha mãe, eu te mato. -Avisou. -Claro, não antes de te interrogar. O que Merlin's é isso? -Terminou, apontando com a mão para o objeto.

O objeto, por sinal, é a minha câmera fotográfica trouxa, que por acaso eu acabei modificando para tirar fotos que se mexem como fotos bruxas. Nada demais.

–Uma câmera fotográfica. -Disfarcei.

Ele fez uma cara debochada, como se dissesse: "Ah, é mesmo? Nunca imaginaria!". Note o sarcasmo.

–Eu sei o que é uma máquina fotográfica. Eu estou falando das fotos. Que espécie de maníaco é você? -Perguntou ele, indignado.

–Eu poderia dizer o mesmo. -Enrolei. -Como achou isso?

Zabini revirou os olhos. Costumizinho irritante, esse.

–Prioridades, Malfoy, prioridades. Caso não se lembre, você tem exatas 375 fotos nessa coisa. 375 FOTOS! -Terminou ele, gesticulando, exaltado.

Apertei os olhos.

–Tá dando piti? E tá dando piti pela quantidade de fotos que eu tenho? Que coisa... ga... -Comecei.

–Não me chama de gay de novo, se não arranco tua cabeça fora. Sabe muito bem que eu tenho capacidade disso. -Ameaçou ele.

Eu ri, tentando disfarçar o nervosismo.

–Certo, certo. Bem, se era só isso, eu vou in... -Tentei, me virando.

Zabini agarrou meu braço, coisa extremamente parecida com que eu fiz na terceira noite do ano letivo, com Luna...

Ai não, lembrou da Di-Lua. Agora é só no que vai pensar. Mas que porra! Reclamou minha consciência.

Ora, cale a boca. Devolvi.

–Ah, não. Não vai mesmo. Eu ainda não terminei, Malfoy. -Falou Zabini. -Você tem 375 fotos.

Suspirei, um suspiro debochado.

–Acho que seu cérebro está encolhendo, Bláise. É a terceira vez que você diz isso. -Lembrei-o.

–Espere. Você tem 375 fotos, e 374 delas são de uma só pessoa. -Continuou.

Suspirei de novo, dessa vez, um suspiro cansado.

–Bingo! -Exclamei.

–São da Di-Lua. -Terminou ele, ignorando meu comentário.

–O nome dela é Luna, e ela odeia o apelido, só não demonstra. -Deixei escapar.

Zabini fez uma expressão de total e completa surpresa.

–Ai meu Merlin, o que ela fez com você? -Disse ele.

–Nada, exagerado. -Respondi.

Ele fez outra careta, dessa vez como se dissesse: "Exagerado? Se enxergue!", o que era só em parte verdade.

Só em parte.

Uma parte bem pequena.

–Cara, isso é sério. Você tem 374 fotos da Di-... -Quando viu meu olhar, ele mudou de ideia. -...da Luna. Isso é obsessão.

Ele pareceu pensar.

–É isso que tem feito quando some nos períodos entre as aulas, não é? E o que fica olhando na mesa da Corvinal. Pansy tem me interrogado 24h por dia para saber quem é que você olha. Ela vai te matar, cara.

Olhei para ele enojado.

–Pansy pode se matar e estou pouco me ligando.- Respondi.

–Continua sendo obsessão. -Ele insistiu.

Suspirei uma terceira vez, concentrando todo o meu medo, minha confusão, meu cansaço e meu vício naquele suspiro.

Foi um suspiro muito longo.

–Eu não sei o que fazer. É como ficar muito viciado em Whisky de Fogo e saber que é doentio, e você precisa parar, mas não consegue. Como... como... -Tentei explicar.

–Como cocaína ou crack ou maconha para os trouxas.-Simplificou Zabini.

Olhei-o, desconfiado.

–Como você sabe sobre drogas trouxas? -Perguntei.

–Tem coisas que você não conta nem para o melhor amigo. - Enrolou ele.

Arqueei a sobrancelha.

–É, é? Ok, então. -Falei, me levantando.

–Sente ai. Você vai me contar tudo, desde o começo, ou nunca vou poder te ajudar. Senta, viciado. -Mandou ele.

Revirei os olhos e sentei. Isso vai demorar...

****

Zabini assobiou.

–O que foi? -Perguntei.

–É como minha velha avó dizia: "A obsessão é uma faceta do amor não aceitado por si." -Respondeu ele.

–Eu não estou apaixonado por ela! -Resmunguei.

–Ahan, sei. Bem que eu falei que ia dar merda. Mas ninguém me escuta, não é mesmo? -Ironizou.

Fiz uma careta de desgosto para ele, e voltamos a rotina.

Mesmo com todo o falatório dele, não pude deixar de pensar nisso.

E como pensei.

Pov. Hermione

–E ai o Snape olhou para mim e disse: "Se concentre na aula! Menos 10 pontos para a Grifinória!" e eu respondi: "Você precisa de um óculos, Snape, porque, acredite ou não, estou conseguindo me concentrar no seu nariz gigantesco e no seu cabelo seboso." -Dizia Jorge.

Mesmo sabendo que era errado, comecei a rir. Automaticamente, os gêmeos e Lino olharam para mim, surpresos com a minha chegada repentina. Lino deu um sorriso maroto igual ao de Jorge, mas o sorriso de Fred tinha algo de diferente... como uma espécie de admiração misturada com algo mais... malicioso.

Você está vendo coisas, mais uma vez, Hermione. Começou minha consciência.

Vá pro inferno, eu já sei que sou louca, não preciso de incentivo. Devolvi.

Bom, Fred podia mesmo estra com os sorriso igual ao dos outros dois, e eu realmente estar vendo coisas, mas se tem algo que tenho certeza é que meu sorriso devia estar diferente.

Algo como uma mistura de sorriso bobo com timidez ou alguma coisa do tipo.

E eu acho que me concentrei demais só nele.

–Hem hem. -Pigarreou Lino. -Três palavrinhas importantes para vocês dois: Arrumem.

–Um. -Continuou Jorge.

–Quarto. -Completou Lino.

Comecei a ter um acesso de tosse misturado a risadas e provavelmente meu rosto representava a cor vermelha. Olhei para cima, ainda tossindo. Lino e Jorge estavam dobrados de rir. Fred estava com as orelhas em vermelho escarlate e as sardas mais óbvias que nunca, com um sorrisinho tímido. Ele nem olhava para minha cara. Deu um tapa reprendedor em Jorge e em Lino.

–Panacas. -Murmurou.

Eu concordei com a cabeça, já parando de tossir. Coloquei as mãos nos bolsos e esperei. Fred só colocou uma mão atrás da cabeça e fez o mesmo.

Antes que eles parassem de rir, dei uma última olhada no abdômen de Fred, que ficava definido mesmo por debaixo do fardamento.

Santo Quadribol. Pensei.

Desviei o olhar a tempo de ver o fim das risadas escandalosas de Lino e de Jorge.

–Terminaram? -Falei.

–Espere, espere... -Pediu Lino, limpando uma lágrima. -Pronto.

–Vocês são tão... -Comecei, procurando uma palavra certa.

–...Idiotas. -Completou Fred.

Jorge ergueu as sobrancelhas para Fred.

–Já completam as frases um do outro! Me avisem quando for o casamento! -Disse para Fred.

De repente, o ruivo pareceu enfurecido.

–Isso é golpe baixo. -Resmungou.

Franzi a testa. Do que ele está falando?

–Desculpe, não pude evitar. -Riu Jorge.

–Certo. -Desculpou Fred. Mas ele ainda parecia chateado. Estranho.

–Então Fred, eu vim aqui porque preciso falar com você. Está disponível? -Perguntei.

Ele arregalou os olhos.

–C-claro. -Gaguejou.

–Como assim? Vocês não se desgrudam mais! Me deixe ficar um pouco com meu irmão!-Reclamou Jorge.

Meu rosto, que tinha esfriado, estava esquentando de novo. Céus, como eu odeio corar.

–C-certo. E-e-eu, t-te ve-ve-vejo d-daqui a p-p-pouco, Fr-fred. -E saí andando o mais rápido possível.

Certo, o que diabos está acontecendo comigo?

Só agora notei.

Nas últimas semanas, Fred está sempre comigo, uma presença constante. Se todos não soubessem o óbvio, que era impossível, qualquer um podia dizer que éramos namorados.

Oi? Nós? Eu e Fred? Nunca!

Mas então lembrei daqueles cabelos ruivos, dos olhos esmeralda dele, da pele cheia de sardas fofas, do corpo de deus grego, o bom humor de sempre, dos momentos sensíveis, das músicas que dançamos juntos, dos livros em comum que achamos, dos gostos parecidos desconhecidos por qualquer outro, de como nos divertimos na Sala Precisa.

Talvez... talvez...

Esquece, Hermione. Deixa de ser burra, ô rata de biblioteca! Fred e você? Só com milagre mesmo!

Que ótimo que deu sinal de vida mais uma vez, consciência. Agora, que tal ir ao inferno? Ou o Tártaro. Ah! Tem também a puta que te pariu, que tal?

Vesh, menina abusada.

Some.

Inacreditavelmente, ela me obedeceu.

E nesse precioso momento de silêncio, comecei a criar um desafio:

Tentar ver Fred Weasley de duas maneiras: Como amigo e como pessoa.

E quem sabe, como algo mais?


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Notas finais do capítulo

É como já disseram nos comentários:
Ah, o amor juvenil!
*Malfeito Feito*



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