Pov. Rony

Ainda haviam passado dois dias da "Declaração Súbita" mas eu ainda não conseguia entender.

Ela tem de estar brincando.

Pleno sábado, e ela não está em lugar algum.

Eu tenho de falar com ela, me explicar. Tentar fazê-la entender que nunca daria certo, que eu gostava de outra.

Esbarrei em alguém. Senti minhas orelhas esquentando.

–Desculpa! -Falei.

Ela suspirou. Era Lizzie.

Milhares de sensações novas para mim se seguiram: Afeição, preocupação, felicidade estonteante, e uma intensa vontade de beijá-la o mais intensamente possível.

E bota intensa nisso.

Mas eu acho que fui colocado na casa errada.

A minha coragem é zero.

–Olha, eu não estou em bom dia, então, eu só desculpo porque é você. Mas, não importa, Hermione tá chamando essas pessoas aqui para a sala vazia 3 do sexto andar. -Disse ela, me estendendo um papel que onde tinham vários nomes escritos na caligrafia de Mione. -E por algum motivo ela disse que não tinha ressentimentos comigo e que pedia muito mesmo para entregar isso a você, porque ela não pode.

Arregalei os olhos, surpreso.

–E você não tem ressentimentos com ela? -Falei.

Ela me olhou nos olhos. Com aqueles lindos olhos azuis.

–Eu vi, sabia? Quando ela se declarou. E vi a sua reação.-Sussurrou ela.

Congelei, exatamente como naquela hora.

–E-e-eu... Li-li-lizzie, e-e-eu n-não -sa-bia o q-que fa-fa-fazer. E-ela é m-mi-minha m-m-melhor a-a-amiga. E-e-então fi-fiquei pa-parado lá. E-eu n-nem se-sei p-por-que e-eu t-to m-me ex-explicando-do pr-pra vo-você. -Gaguejei.

Ela me abraçou subitamente.

–Não estou brigando com você. -Falou ela, a voz abafada. -Só estou dizendo. E se quer mesmo saber, agora somos amigas. Eu falei com ela. Sem ressentimentos. Bem, eu... eu tenho que ir.

E começou a andar. Olhei o papel. No meio dos nomes conhecidos, havia um mais familiar ainda.

Lizzie Bemole.

–Lizzie! -Chamei, sem tirar os olhos do papel.

Depois de um tempo, senti alguém do meu lado. E esse alguém tem cheiro de perfume com pasta de dente.

–Sim? -Disse ela.

Estendi o papel, apontando o nome. Ela franziu a testa e concordou com a cabeça.

–Te ajudo a chamar os outros então. -Falou ela.

Concordei com a cabeça e fomos chamar os outros.

Pov. Fred

–Ahn... Fred? -Chamou alguém.

Eu ainda estava com os olhos fechados, tentando a todo custo voltar a dormir. É sábado, oras! Ainda assim, era estranho alguém além da Família Weasley (O que excluía Jorge e Percy que foram substituídos por Harry.), Mione (N/A:Notem que Mione é legal mas não é da família.) e Lino estivessem falando comigo. Com a briga entre eu e meu gêmeo, a escola toda pareceu ficar fria comigo e, notei, com ele também. Como se só tivéssemos valor juntos. Ou talvez eles me confundissem com Jorge, vai saber.

Abri um pouquinho de um olho. Um clone meu me olhava da volta, parecendo preocupado. Fiquei alerta. Abri os dois olhos e me ajeitei, desconfiado. O que Jorge falaria comigo?

–Sim? -Perguntei, grogue.

Jorge sentou na beira da cama.

–Então Fred... eu queria falar com você porque, bem, quero me desculpar. Você sabe, pela Angelina. -Falou ele, sincero, sem conseguir me olhar.

Suspirei. Um lado meu queria brigar, e esfregar na cara dele que ele tinha me apunhalado pelas costas. Mas o meu maior e outro lado gritavam que o perdoasse. Afinal, os gêmeos Weasley não deveriam ser inimigos. E, a verdade seja dita, eu sinto muita saudade de Jorge.

–Tudo bem, cara. Foi só uma briga boba. E Angelina não é motivo para briga. Eu nem sou mais a fim dela. -Admiti.

Ele deu o maior sorriso que um dia já deu, e tenho de ser sincero, eu já vi ele dar muito sorriso na vida.

–Vamos, Jorge. -Comecei.

–Temos de voltar á nossa rotina. -Continuou ele.

–Hora de tocar o terror. -Terminei.

****

–Fred e Jorge Weasley e Lino, venham para cá, preciso falar com vocês! -Gritou Rony.

Eu fui um tanto irritado. Mione me contou na Sala Precisa sobre a história de declaração e, convenhamos, ele podia ter feito alguma coisa, ou tentado falar com ela mesmo com ela se afastando, sei lá!

Mas tenho um estranho pressentimento que não era só esse o problema.

–O que quer, Ronald? -Perguntei rudemente.

Ele franziu a testa para mim.

–Vish, calma. Não matei ninguém não. Hermione convocou vocês três para o sexto andar, sala vazia 3. -Respondeu, amedrontado.

Atrás dele, vi Lizzie Bemole. Fiquei meio irritado, porque mesmo depois de tudo, ele continuava andando com ela, e ferindo Hermione mais e mais.

Mas, como que do fundo da minha mente, uma ideia doida surgiu.

Não, não vou fazer isso. 1-Porque eu o faria? 2-De onde eu tirei isso? 3-Lizzie nunca toparia.

Eu decididamente não estou gostando de Mione.

Certo, talvez um pouquinho.

HEIN? CALE A MENTE, FREDERICH, VOCÊ NÃO GOSTA DA MIONE.

–FRED! -Gritou Jorge.

Pisquei uma, duas vezes.

–Oi. -Falei.

Ele me lançou um sorriso que falava algo como: "Você não tem noção, mesmo.".

–Te chamei umas quinhentas vezes. Vamos, vamos ver o que Hermione quer. -Disse, me puxando, com Lino do meu lado esquerdo.

Assim que chegamos, e todos os outros também, Mione disse simplesmente:

–Quero saber quem de vocês odeiam a Umbridge.

Automaticamente todos levantaram as mãos. Ela deu um sorriso.

–Agora, quem gostaria de ter outro professor de DCAT?

Todos continuaram com as mãos levantadas.

–E quem pode e quer ter aulas extras?

Nisso, umas três pessoas abaixaram as mãos.

–Quem tiver abaixado as mãos, pode sair. -Disse Mione.

Essas três pessoas, foram embora.

–Quem acha Harry lunático pode sair fora também. Que só fiquem os que acreditam nele. -Anunciou ela.

Dos que estavam lá, 10 saíram.

–Aos restantes, quero marcar um encontro no Cabeça de Javali no próximo dia de ida á Hogsmeade. Compareçam, quem não for tem de ter uma desculpa bem convincente. E vai ter de me fazer acreditar. Não é fácil. -Terminou ela.

Todos concordaram com a cabeça, e foram embora confusos.

Menos eu, Harry, Rony, Mione, e tenho o pressentimento de que, Gina e Lizzie.

****

–E então? O que acham? Vão se unir á Armada? -Perguntou Mione.

Eu tenho de falar com ela mais tarde. E dar os parabéns, porque nem Merlin sabe como ela fica nervosa em público.

Ahn... como Merlin não sabe e você sabe?

–Eu vou. -Me ofereci, sem pensar. E dei um passo a frente.

Mione me olhou e me lançou um sorriso feliz, orgulhoso e extremamente íntimo de quem sabe mais do que os outros ao redor um sobre o outro. Devolvi no mesmo calibre, sem a parte toda do orgulho.

–Então assine, Frederich. -Falou ela, estendendo o papel.

Assinei meu nome, e assim que dei espaço, Jorge veio e anotou, junto á Lino. Em seguida, todos os restantes fizeram fila e começaram a assinar os nomes.

Mione se levantou e ficou de pé ao meu lado, observando comigo as pessoas assinarem e sentarem de volta nas cadeiras.

–Estou orgulhoso de você. -Sussurrei.

Ela me presenteou com um sorriso fofo e respondeu, aos murmúrios:

–E eu estou agradecida. Você é incrível.

Ela me deu um beijo na bochecha e foi para a cadeira dela, e eu segui para a minha. Jorge me olhava, debochado.

–Não está se aproveitando para ela corrigir seu dever de casa, não é? -Murmurou, irônico.

–Vai para o inferno, Jorge. -Sussurrei de volta.

Ele riu e se ajeitou na cadeira.

E eu fiquei lá, fazendo tudo que Mione mandava, e quando me vi só, mesmo que tenha sido em questão de segundos, e várias horas depois de termos todos saído do Cabeça de Javali, a primeira coisa que fiz foi colocar os dedos no lugar onde ela me beijou, ignorando minha consciência e, mesmo que nem eu tenha notado, desejando mais.