Anjos Caídos escrita por Heichou


Capítulo 6
Capitulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oee pessoas lindas s2
Sim, eu sou a que mais demoro. Sim, eu tenho meus motivos. E, sim, o Lucas é um filho da mãe ~corta palavão~.



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Mackenzie

Ouvi o som da água caindo. Eu havia tampado o ralo da pia para que fique quase transbordando. Observei meu reflexo. Iria tentar fazer uma coisa meio (muito) louca. A “mancha” no meu ombro havia crescido um pouco, e eu não gostava nada disso.

Peguei um pedaço de pano e mergulhei-o na pia. Alguns pingos d’água caíram, molhando meus pés e o chão. Peguei um pouco de álcool e passei na mancha. Foi à coisa mais inútil que já fiz em toda minha vida. Senti o incômodo e a ardência se espalhando e dançando pelo meu corpo. Um pouco de fumaça saia da mancha. O desespero tomava conta de mim. Peguei o pano molhado e coloquei desajeitado no meu ombro. Não funcionou, claro. Fiquei vasculhando minhas gavetas. Fiz um curativo as pressas e sentei na minha cama, aliviada. Sentia pouca coisa.

Arrumei toda a bagunça que eu tinha feito. Vesti uma calça legging preta e uma blusa larga branca. Prendi meu cabelo num coque mal feito. Peguei alguns papéis, lápis e canetinha. Fui pra cozinha e peguei um sanduíche também. Sentei-me em frente de casa e fiquei desenhando. Eu acho muito legal porque você pode expressar qualquer coisa quando está desenhando: sentimentos, pensamentos, movimentos. Desenhei o céu da Terra. Eu o achava muito bonito. Fazia movimentos suaves com o lápis. Lembrei daquele garoto. Da primeira vez que o vi. Eu simplesmente saí andando feito uma louca. E também de quando o encontrei na sorveteria.

– Pensando na vida? – disse alguém atrás de mim.

Virei-me para ver quem era. Era Eduard.

– Você me assustou. – falei.

– Estava perdida nos pensamentos de novo. – ele se sentou ao meu lado. – Gostei do desenho.

– Obrigada. – agradeci.

– Posso ver? – entreguei meu desenho a ele. Ele estudou o desenho e segurou no ar, comparando o céu da Terra com o do Mundo Branco. – Eu sinceramente, prefiro o da Terra.

Concordei. O céu da Terra é mais bonito. Ele pode ser azul claro, azul escuro, laranja e outras cores. O céu do Mundo Branco é mais broxante. Ele é todo branco e nada mais que isso. O máximo que já chegou foi um tom cinza, que depois de alguns minutos voltou a ser branco. Isso acontece duas vezes por ano.

Eduard estava imaginando alguma coisa. Seu olhar estava distante. Decidi não atrapalhar. Seu cabelo estava molhado. Ele estava usando uma regata que deixava sua mancha a mostra. Como ele tinha coragem?

Alguns metros eu vi dois garotos vadiando. O mais baixo estava com uma camiseta de manga longa branca, calça jeans tão larga que caberia outro dele ali e um All Star preto. Ele usava óculos preto de lentes quadradas, mas parecia que não precisava deles. O mais alto estava sem camisa e uma calça jeans um pouco mais larga que o baixo. Ele usava um tênis rasgado azul. Os dois andavam sem jeito, como se algo estivesse inclinando seus ombros e puxando pra trás. O mais baixo tinha uma mancha no pescoço, e a camiseta estava escondendo o resto. O mais alto estava com uma mancha cobrindo uma parte do pescoço, indo até três dedos acima do seu cotovelo. Imagino o número de regras que aqueles dois quebraram. Ambos com as asas amostra.

Eles passaram por mim e por eu e Eduard e o mais alto ficou me encarando de um jeito estranho. Senti meu rosto ficar vermelho. O mais baixo sussurrou algo no seu ouvido e o mais alto fez um gesto com as mãos. Os dois vieram em minha direção. Eduard se levantou e deu um soco no rosto do mais alto. Ele caiu e pude ver que seu nariz não estava com uma aparência muito boa. O mais baixo atacou Eduard, mas ele deu uma cotovelada em seu peito e puxou seu braço, o fazendo cair de cara no chão. Isso aconteceu tão rápido que eu não acreditei.

– Como você fez isso? – perguntei, me levantando.

– Vamos sair daqui rápido. – disse ele me puxando.

Peguei minhas coisas e o acompanhei. Entramos dentro da minha casa. Deixei as coisas em cima da mesa e nos sentamos no sofá. Ele ainda não tinha respondido a minha pergunta.

– Como você fez isso? – perguntei de novo.

– Eu não sei. – ele parecia mais surpreso do que eu.

– Aquilo foi demais! – falei. – Mas, por que você bateu neles? – perguntei.

– Eles iam te atacar. – disse ele, a coisa mais óbvia.

Minha visão começou a ficar turva. Eu via pontos coloridos: verde, rosa, amarelo e preto. Estava me sentindo tonta. Comecei a ter alucinações. Eu me via em cima de um prédio de sessenta andares. Eu conseguia ver a cidade toda lá de cima. Tentei identificar onde estava. Estava na Itália. Um vento forte estava me fazendo desequilibrar. Não consegui ficar de pé e despenquei do prédio. Vi o céu ficar cada vez mais longe. Fechei os olhos e abri os braços. Já sabia o que ia acontecer...

Bati no chão com tudo. Senti alguns ossos da minha costela quebrar. Abri os olhos e vi pessoas passando. Elas pareciam não se importar com alguém que caiu do prédio, ou era normal se jogarem dos prédios naquele lugar. Alguém se abaixou e ficou me encarando. Consegui ver o rosto da pessoa com mais definição. Era aquele garoto. O mortal por quem estava apaixonada.

– Mackenzie! – ele me sacudia levemente. – Mackenzie acorda!

Comecei a estranhar. Ele estava ficando ruivo e seus olhos estavam mudando para castanho. De um segundo para outro, ele estava se transformando em Eduard.

Eduard estava chamando meu nome e me sacudindo de leve. Voltei para a realidade. Aquilo nunca iria acontecer. Eu estava apenas tento uma alucinação.

– Estou acordada. – consegui dizer. Eu estava deitada no sofá de barriga pra cima.

– Ufa. – disse Eduard, aliviado.

– Por quanto tempo eu fiquei desacordada? – perguntei.

– Seis minutos. – respondeu. – Não se preocupe, isso é normal. É a primeira e última vez que você tem uma alucinação por causa da regra quebrada. O que você viu?

Contei tudo a ele. Parecia compreender tudo. Quando terminei, ele fez uma pausa. Finalmente disse:

– Mackenzie, isso é só o começo.


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Notas finais do capítulo

E ai goxtaram?
Gostaria de agradecer Rafaela Delena and Delena por acompanhar, comentar, favoritar e recomendar a fic (:
Obrigada soa diwa, de coração



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