Anjos Caídos escrita por Heichou


Capítulo 12
Capitulo 12


Notas iniciais do capítulo

Consegui postar no mesmo dia que o Lucas o/ estou me superando, acho. Desculpe-me se tiver curto, é que eu simplesmente não sabia mais o que colocar. Espero que gostem.



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Mackenzie

Eu estava sentada na mesa, junto com Eduard, enquanto ele tentava me lembrar das coisas que eu esqueci e fiz em minha vida até aquele dia. Não estava dando muito certo. Ela mexia as mãos enquanto falava. Fiquei ouvindo e tentando entender, brincando com um garfo, girando-o.

–... E então no dia seguinte você não se lembra de nada. – completou. – Lembrou agora?

– Lembrei. – menti, já estava cansada de ouvi-lo tentar me lembrar das coisas. Mordi o lábio inferior.

– Mentira. – falou.

– Como você sabe?

– Você mente muito mal. Você morde os lábios.

Suspirei. Coloquei o garfo na mesa com força.

– Isso é tolice! Não vou conseguir lembrar assim tão fácil!

Ele se levantou e foi pro banheiro e voltou com um termômetro. Pôs o termômetro na minha boca e esperou. Depois de um minuto o termômetro começou a apitar. Ele pegou o termômetro e verificou.

– Tem razão. Você não vai lembrar-se das coisas tão fácil. – falou. – Pela sua temperatura, é só não comer cereal e ver filmes de ação.

– O que cereal e filmes de ação tem a ver com isso?

– Apenas não faça.

Ele guardou o termômetro.

– Você não se lembra nem do anjo negro? – perguntou, voltando a se sentar.

– Que anjo negro?

– Esquece... Não! Digo... Ér, você entendeu.

Não respondi. Levantei-me e uma dor forte no meu estomago começou. A mesma dor de alguém cravar uma espada em sua barriga. Cai de joelhos. Eduard me ajudou a se levantar. Perguntou o que estava acontecendo e eu falei da dor. Ele me levou até meu quarto e eu me joguei na cama, gritando o mais alto que consegui. Eduard colocou a mão em meu ombro.

– Deite-se. – falou.

Obedeci. Deite-me na cama de barriga pra cima, com as mãos no rosto.

– Não se sinta muito envergonhada. – disse Eduard. – Eu apenas acho o que pode ser.

Ele pôs a mão na minha barriga, o que fez doer mais. Segurei-me para não gritar. Ele levantou minha camisa e pareceu surpreso.

– O que foi? – perguntei.

– A quantidade... Tem muitos... alfinetes espetados. – respondeu

– Alfinetes? Quantos?

Ele contou.

– Trinta e seis.

Trinta e seis? T-R-I-N-T-A E S-E-I-S? 36? 3-6? Sério mesmo? Fiquei chocada. Como, e quando, surgiram trinta e seis alfinetes na minha barriga?

– Tire. – pedi.

– O que?

– TIRE! Não suporto mais a dor.

Ele puxou o primeiro, devagar. A agulha do alfinete era grande e grossa. Tinha impressão de que todas eram daquele jeito. Ele puxou a segunda, devagar também. Daquele jeito ia doer mais, e também demorar séculos.

– Caralho puxa mais rápido!

– Calma. Eu puxo “rainha”. – ele fez aspas com as mãos em rainha.

Em, mais ou menos, dois minutos e meio, todos os alfinetes já estavam fora da minha barriga, isso era bom. Ainda doía, e isso não é bom. Inclinei-me para ver o estado. Vários furos, amontoados, no centro, logo acima do umbigo. Coloquei minhas mãos no rosto, cobrindo-o. A dor era insuportável. Eduard me ajudou se sentar na cama. Limpei o sangue e ele enrolou um tecido branco e fino. Abaixei a camisa.

– Obrigada. – agradeci.

– É pra isso que serve os amigos.

Assenti. Acho que Eduard era mesmo o meu melhor amigo. Um barulho veio da porta. Eduard foi ver o que era e voltou com um jornal na mão. Leu em voz alta:

“Anjos mortos divulgados.” A guerra começou antes, agora só falta dizerem que morreram todos e sobrou apenas um. Isso seria idiota. – falou sem tirar os olhos do jornal. – E aqui vêm os nomes: “Elias Canae; Dan Hebert; Enri Tiski...” – Ele caiu de joelhos. Começou a chorar e tampou o rosto com as mãos.

Ajoelhei-me ao seu lado.

– O que foi? – perguntei.

– Enri Tiski – falou. – Meu irmão.

Ele fungou. Limpou as lagrimas com as costas da mão. Suspirou e contou até 10, tentando se acalmar. Não deu certo, começou a soluçar e mais lágrimas caíram de seus olhos. Fui até a cozinha e peguei um copo d’água. Dei o copo a ele. Eduard bebeu por goles curtos.

– Vai pra casa. – falei. – Vai ser melhor.

– Tem razão. – conseguiu dizer.

Dei-lhe um abraço e ele foi embora. Deitei-me na cama e fechei os olhos. Várias palavras começaram a surgir: Los Angeles, Sturt, castigo, Terra, morte, Trevor, Mundo Negro, escuridão eterna, meias.

Abri os olhos, antes que mais palavras começassem a surgir. Pensei naquelas palavras. O que poderiam dizer? Poderiam estar interligadas. Só não entendi a parte de “meias”. Resolvi deixar isso pra lá. Levantei-me e tomei um banho demorado. Coloquei uma roupa qualquer e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo. Fui pra cozinha e fiz um brigadeiro de panela. Deixei na geladeira por um tempinho e fui assistir à televisão. As maiorias dos canais estavam falando dos anjos brancos mortos. Imaginei a reação das famílias desses anjos. Imaginei como deve estar à família do Eduard agora.

Com certeza, não deve estar nada bem.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado c:



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