A Saga de Ares - Santuário de Sangue escrita por Ítalo Santana


Capítulo 6
Capítulo 6 - O inicio de um mar de sangue.


Notas iniciais do capítulo

Sempre que as forças do mal tentem dominar a terra, os lendários Cavaleiros de Atena surgem para protegê-la. Neste capitulo, o dia da guerra se aproxima. Ares despertando, Deimos e seu batalhão e uma deusa sanguinária correndo em direção ao Santuário.



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Capítulo 6 - O início de um mar de sangue.


Casa de Aquário - 2000 - 14 anos após a Guerra Santa contra Hades

Quatro anos se passaram após o envio das armaduras de ouro, mas nenhum cavaleiro de ouro respondeu ao chamado. Apenas as casas de Sagitário e Aquário estavam ocupadas com os seus respectivos guardiões. Shiryu, que era o atual Cavaleiro de Libra, foi enviado para Rozan com a missão de vigiar a Torre de Hades. Kiki, que havia sido nomeado Cavaleiro de Ouro de Áries pela própria deusa Atena, permaneceu em Jamiel mesmo após ter recebido a armadura de ouro de Áries. Ele tinha que concluir seu treinamento para poder assumir a armadura de ouro, e para isso Shiryu ficou encarregado de treina-lo.  

A casa de aquário é a decima primeira casa das Doze Casas do Zodíaco. É uma casa redonda, com pilares rodeando suas paredes externas e um teto abobadado. Nela reside o cavaleiro de ouro da constelação de aquário, Hyoga. Hyoga foi discípulo de Camus, seu Mestre e antecessor, e foi honrado com a armadura de ouro pela própria Atena.

Hyoga agora passava maior parte do seu tempo sentado em uma cadeira, perto da lareira, lendo livros e registros do Santuário. Com o passar de quase quinze anos após a guerra santa contra Hades, Hyoga deixou seu cavanhaque crescer, um curto cavanhaque loiro. As paredes do quarto eram repletas de livros. Imensas prateleiras cobriam as paredes. Uma parte do grande Acervo do Santuário.

— Hyoga?! — disse Seiya, entrando no quarto.

— Seiya! — Hyoga virou surpreso. — Não ouvi você entrar.

— Percebi. — Seiya esboçou um pequeno sorriso. — O que está lendo?

Hyoga fechou o livro para que Seiya lesse a capa. "A I guerra santa contra Ares".

— O que é isso?

— Faz parte do acervo do Santuário. — respondeu Hyoga. — Alguns cavaleiros se responsabilizam em escrever livros relatando acontecimentos das épocas deles. Isso se torna registros do Santuário. Aqui na casa de Aquário eu achei essa pequena biblioteca com vários livros sobre vários assuntos. Inclusive guerras santas.

Seiya sentou na cadeira oposta a de Hyoga, ficando frente a frente. com a lareira e a mesa entre eles. Seiya estava vestindo seu traje de sempre. Uma camisa vermelha de manga curta, calça jeans clara e sapato branco.

— E o que estava lendo nesse livro que ficou tão perdido no tempo? — perguntou Seiya, curioso.

— Fiquei curioso para saber quem seria o nosso próximo inimigo. Já que o Grande Mestre não fala nada e não temos tanto contato assim com Atena. — Ele voltou a abrir o livro. — Atena tem vários inimigos, mas olhando esses livros percebi que apenas três sempre se destacaram.

Seiya se inclinou um pouco para frente. Estava se interessando pelo assunto.

— Hades, Poseidon e Ares. — continuou Hyoga. — Hades e Poseidon já enfrentamos, então dos três só restaria Ares, mas ao ler a respeito dele e de seu exército...

— O que foi? — perguntou Seiya parecendo preocupado. — O que tem ele e o exército dele?

— É o pior inimigo de Atena, Seiya. — disse ele. — Consegue ser até pior do que Hades.

— Pior tipo fraco ou tipo forte? 

— Tipo forte, Seiya. — Hyoga respondeu com um sorriso no canto da boca, mas logo voltou a ficar sério. — Os Berserkers, assim são chamados os soldados de Ares, são extremamente poderosos. São tão poderosos que até os Cavaleiros de Ouro chegaram a ter sérias dificuldades na primeira guerra santa contra Ares. Foi necessário Atena liberar o uso das armas de Libra para derrota-los. São guerreiros que lutam no limite, destruindo e matando tudo e todos ao seu redor. Aqui também diz que alguns deuses eram aliados à Ares. Deuses poderosos e sanguinários.

— Deuses?! Iguais a Hypnos e Thanatos?

— Basicamente. — afirmou Hyoga. — Vários, na verdade. Desde deuses pequenos à deuses antigos e deuses caídos. Tem também criaturas mitológicas a seu favor. Entre as divindades os mais poderosos são Éris, Phobos e Deimos, sendo esses dois últimos filhos de Ares. Seiya, você sabe o que isso significa? Significa que se a guerra for contra Ares e se ela começasse agora, nós morreríamos com total certeza.

— Por que está dizendo isso? Junto poderíamos derrota-los.

— Não Seiya, nós não conseguiríamos. — Hyoga se levantou e guardou o livro na prateleira — No Santuário temos apenas dois cavaleiros de ouro, alguns de bronze e poucos de prata. Seríamos alvos fáceis para os Berserkers e os deuses de Ares. Mas é apenas uma suposição. Shiryu ainda está em Rozan e Kiki não retornou com a armadura de Áries.

— Na verdade nenhum Cavaleiro de Ouro retornou. — disse Seiya, olhando para a lareira.

— Pensei que o envio das armaduras seria como cartas de recrutamento. — disse Hyoga, sentando na poltrona. — Que quando eles as recebessem, ele voltariam com elas, mas nenhum respondeu ao chamado do Santuário. Quase quinze anos se passaram apenas investindo em cavaleiros de bronze e prata, não desmerecendo eles, mas é necessário que os Cavaleiros de Ouro estejam presentes. Já fazem quatro anos que o Grande Mestre agiu em relação aos cavaleiros de ouro. — Hyoga suspirou e relaxou na cadeira.

— Tem muita coisa estranha no Santuário. Ficou sabendo que no portão Norte apenas os cavaleiros de bronze ficaram para fazer a guarda?

Hyoga voltou a ficar de coluna ereta na cadeira.

— Mas e os cavaleiros de prata? — perguntou Hyoga. — Eles não deveriam ir para lá a essa altura?

— Permaneceram no portão Sul. Na última reunião Atena decidiu que Jabu iria liderar o portão Norte e Shina o portão sul, mas não especificou quais cavaleiros iriam ficar em cada portão acompanhando os dois.

— Mas o portão principal é o Norte e lá deveria estar a maior guarda. Quem organizou isso? — perguntou Hyoga, com descontentamento.

Seiya deu uma risada irônica e olhou para Hyoga

— Grande Mestre.

— Exato Hyoga. Ele ordenou que os de bronze ficassem com Jabu e os de prata com Shina, mas fiquei sabendo que também houve uma troca de líder no portão Sul. Alec de Lagarto está no comando agora e Shina não está mais no Santuário. Fui até a base dos Cavaleiros de Prata para saber para onde Shina foi, mas não existe registros de qualquer ordem ou missão dada a ela.

— Antes eu não queria ter maus olhos para o Grande Mestre, mas ultimamente venho percebendo que de fato muita coisa estranha gira ao redor dele. .

Alguém bateu na porta do quarto, mas dispensou uma resposta. A porta abriu e uma menina de cabelo ruivo entrou. Tourmaline.

— Deixou a Casa de Sagitário vazia e não está usando a armadura de ouro. O que pensa que está fazendo, Seiya? — Não era um tom de voz irônico ou autoritário, era uma voz encantadora como sua beleza, mas firme.

— Tourmaline? — disse Seiya, se levantando da cadeira.

 Não tem motivos para reclamações. — disse Hyoga.

— Sair da casa de sagitá...

— Basta, Tourmaline. — disse Hyoga, interrompendo-a. — Lembre-se de que você é apenas uma sacerdotisa de Atena. Ser a irmã do Grande Mestre não lhe confere poder algum. — o cosmo gélido de Hyoga se elevou e congelou a maçaneta onde a mão de Tourmaline estava apoiada. — Ponha-se em seu devido lugar. Você não tem autoridade para repreender um Cavaleiro de Ouro. E não se esqueça de que nós somos Cavaleiros de Ouro e que possuímos autoridade dentro das doze casas. Sobretudo em nossas residências. Portanto, eu ordeno que você se retire. Caso desobedeça, eu mesmo irei puni-la por insubordinação. — Tourmaline fechou os punhos furiosa e fitou a cadeira onde Hyoga estava sentado. — E Seiya... Obrigado por vir.

— Até mais Hyoga. — disse Seiya, esboçando um sorriso e se dirigiu até a porta. Ele parou na frente de Tourmaline e sorriu novamente. — Você ouviu a ordem. Retire-se da Casa de Aquário e volte para o Templo de Atena

Tourmaline apenas mexeu o canto da boca, um pequeno sorriso forçado, e deu as costas. Seiya seguiu para sua casa, deixando Hyoga acomodado na cadeira.

—...—


Em algum lugar de Roma – Salão de Phobos

O salão de Phobos, antes escuro e silencioso, agora estava mais iluminado por tochas penduradas nos pilares negros e havia pessoas reunidas diante do trono, que agora estava vazio. Homens e mulheres posicionados, cada um coberto por uma túnica negra que cobria todo o corpo e com capuz levantado. Cada um  escondendo a sua face. Estavam todos diante do trono como se estivessem esperando alguém. Phobos e Deimos estavam alguns passos mais a frente que os demais, se destacando do grupo.

Um poderoso cosmo rubro começou a rodear e se concentrar no trono. Diante de tamanho poder todos se ajoelharam.

— Vejo que o selo de Atena, que selava a minha consciência, perdeu as forças. — disse uma voz imponente e grossa. A voz parecia vir do trono, do cosmo que estava se concentrando ali. — É um imenso prazer estar reunido com vocês mais uma vez após séculos.

— O prazer é todo nosso, meu senhor. — disse Phobos. — Aguardámos ansiosamente o seu retorno.

— Não tenho muito tempo. Logo minhas forças irão se esgotar e minha consciência ira dormir para recobrar a vitalidade. — anunciou a voz. — Como está indo a guerra?

— Ainda não iniciamos a invasão mestre. — respondeu Phobos. — Estávamos esperando o seu retorno.

O cosmo estranho começou a ficar agitado.

— Mas existe uma razão para isso, meu senhor. — disse um jovem que se levantou no meio da multidão curvada. Ele caminhou até parar diante do trono, ficando ao lado de Phobos e Deimos, que permaneciam ajoelhados. Era o mesmo jovem de cabelo roxo e olhos prateados que entrou no salão de Phobos lhe entregando um relatório a respeito do Santuário. — Eu aconselhei eles a não agirem agora e observar melhor Atena e o Santuário.

— Anteros, meu conselheiro. — disse a voz

— Ao seu dispor, Senhor Ares. — disse ele, fazendo reverencia.

— O tempo de observar já acabou. As minhas tropas devem começar a marchar para o Santuário. Meus berserkers devem pisar na cabeça dos cavaleiros de Atena e obter o domínio da Terra. 

Deimos se levantou com um largo sorriso no rosto. .

— Permita-me liderar o exército. — pediu Deimos.

— Não aconselho, senhor. — disse Anteros. — O Senhor é excelente em “agir”, mas peca em “estratégia” e isso favorece Atena.

— Vai desobedecer a minha ordem, Anteros? — perguntou Ares, com um tom de repreensão.

— Longe de mim ser um desobediente, meu senhor. — disse ele, com um leve sorriso no rosto — Se o senhor quiser levar seu exército a mais uma derrota, então que assim seja. Enviaremos hoje mesmo os seus berserkers para o Santuário. O resultado não será diferente do que aconteceu há séculos atrás. E lembre-se, que eu adverti ao Senhor antes de agir e o Senhor não me escutou. Não podemos subestimar Atena e os cavaleiros. Ela precisou de apenas um Cavaleiro de Ouro para varrer os espectros no inferno e venceu Hypnos, Thanatos e Hades com apenas cinco cavaleiros. — Ares parou de agitar seu cosmo. O silêncio pairou. — Um sábio pode derrotar um forte. Uma estratégia derruba um exército. — Anteros deu mais dois passos à frente. — Passamos mais de dez anos analisando o Santuário. Montei uma estratégia de ataque, a qual, se o Senhor seguir, a sua vitória será certa.

— Como pode me garantir isso? — perguntou Ares.

— Seu próprio filho pode lhe responder isso. — Anteros olhou para Phobos. — Não é mesmo, Senhor do medo? Fale do destino que as Moiras lhe mostrou.

Phobos olhou nos olhos de Anteros, mas não achou nada. Anteros não estava nervoso, estava confiante. Suas palavras pareciam encantar e persuadir a todos.

— Eu fui até as Moiras há quatro anos atrás. — começou Phobos. — Elas me mostraram um futuro onde o Santuário seria nosso e o Senhor estaria no trono sentado e reinando todos os cavaleiros e berserkers. Porem...

O cosmo de Ares se agitou.

— Porém? 

— Porém entre umas cenas e outras existe destinos vagos. Elas disseram que alguém está distorcendo o destino.

— O Senhor deve estar pensando que tal ato é impossível, já que se trata de um destino tecido pelas Moiras, mas não se engane. Ninguém tem poder para mudar o destino diretamente, mas se tiver a sabedoria certa... — Anteros não terminou.

— Pode manipular o destino. — concluiu Phobos, erguendo uma de suas sobrancelhas e olhando para Anteros.

— E pode fazer um milagre, Phobos. Um milagre. — disse Anteros.

— E o que aconselha então? — perguntou Ares.

— Uma pequena tropa vai invadir o Santuário. Temos um espião lá dentro. Então invadir e dominar não vai ser difícil. Podemos quebrar o Santuário. E ao invés de matar os cavaleiros, o Senhor pode governa-los a seu favor, já que o Senhor será o deus patrono deles.

— Tolice. — zombou Deimos se pondo de pé.

— Tolice é matar todos. — rebateu Anteros, olhando para Deimos. — Escute o que eu vou falar. — as palavras de Anteros pareciam dopar a quem ouvia. Deimos se acalmou e se calou. — Toda invasão já está planejada, confie em mim e permita que seus filhos coloquem esse plano em pratica.

 Está bem. — concordou Ares. — Anteros, deixarei o projeto da invasão em suas mãos. Phobos e Deimos, sigam os conselhos de Anteiros. Descansarei agora até que o selo que ainda prende o meu corpo perca as forças.

— Quando o Senhor retornar de seu descanso, terá o Santuário aos seus pés. — disse Anteros.

O cosmo de Ares se agitou mais uma vez e subiu em direção ao teto do salão e desapareceu.

— Todos dispensados. — anunciou Deimos. — Exceto você, Éris.

Todos se levantaram e se retiraram do salão, exceto uma mulher coberta por túnica negra. Seu rosto não era visível, mas seu longo cabelo de tonalidade azul escuro ficava a mostra, caindo sobre seu busto.

— Quero que se prepare para a invasão. Você será a responsável por derrubar o Santuário. Leve a discórdia e a agonia para aqueles seres deprimentes. Prepare os soldados e alguns berserkes do meu exército para você. 

—...—


Egito – Interior de uma das pirâmides de Gize

O local era trevas e nada mais. Um homem de pele morena um pouco acinzentada estava parado no meio da imensidão escura. Ele vestia roupas típicas do Egito Antigo e seus olhos dourados brilhavam como ouro na escuridão.

— O Maat escolheu você mais uma vez para trazer o equilíbrio. — disse uma voz feminina com um tom calmo, como uma mãe paciente falando com o filho.

— Faz séculos que eu não piso no Santuário. — disse o homem. — Uma hora ou outra isso iria acontecer. 

Em meio as trevas uma luz dourada começou a brilhar e a preencher o local. Diante dele surgiu a urna da armadura de ouro de escorpião.

— Você também é o nosso escolhido e levará a nossa benção com você. Mais uma vez. — disse outra voz, mas essa pertencia a um homem e parecia estar misturada com uivos.

— Obrigado. — disse ele, colocando a urna nas costas. — Mas meu retorno é para cumprir uma promessa. Eu não esqueci dela e a armadura de Escorpião também não.

—...—


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Notas finais do capítulo

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Contato: (81) 997553813

Próximo capitulo: A invasão. Jabu lidera a defesa do Santuário. O banho de sangue começou.

Capítulo 7 - A invasão. Deus ou demônio?



Agradecimentos: Queria agradecer a todos vocês que vem acompanhando cada capitulo. Agradeço a você também que começou hoje, mas que já está ansioso pelo próximo capítulo. Agradeço a você que comenta com sua opinião, criticas e sugestões. Isso me ajuda muito e estou de mente aberta para entender a cada leitor meu.
Abraços.



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