A Saga de Ares - Santuário de Sangue escrita por Ítalo Santana


Capítulo 29
Capitulo 27 - Guerra em Asgard: Adeus Asgard!


Notas iniciais do capítulo

A guerra em Asgard segue para o seu desfecho. Muitos cosmos se apagaram, mas Asgard continua sendo ameaçada. Um exercito fortemente armado segue para o palácio Valhalla e dois berserkers poderosos continuam vivos.
No Santuário Anteros convoca cavaleiros de ouro de gêmeos e peixes para cumprirem as exigências de Ares. Enquanto isso Seiya e os outros partem do porto da Grécia rumo à Espanha.



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Capítulo 27 - Guerra em Asgard: Adeus Asgard! 


Santuário – Casa de Touro

Ápis estava em pé na entrada da casa de Touro, diante da escadaria. Um homem alto e forte que parecia estar observando o Santuário, mas sua mente estava bem longe dali. Ápis não parava de pensar na sua luta com Seiya e nas palavras dele. O vento soprou forte balançando a capa branca, presa em sua armadura, e seus longos cabelos negros que possuíam duas curiosas mechas brancas.

— Você lutou contra ele, não foi? Contra Seiya? — perguntou um jovem que vinha do interior da casa de Touro. Ele trajava uma armadura de ouro e tinha olhos azuis e cabelos negros - raspado na lateral e modelado em cima. Não era tão alto como Ápis, mas era esguio, esbelto e parcialmente musculoso. Ele tinha um rosto pálido e uma tatuagem de flor de lótus aberta no pescoço. — O que achou dele?

Ápis olhou por cima do ombro para ver quem se aproximava. O jovem cavaleiro parou ao seu lado.

— Você aqui?! — Ápis pareceu surpreso. — O cavaleiro de ouro guardião da quinta casa. Jake de Leão! — disse ele e voltou a olhar para o horizonte. Antes de falar ele esboçou um fino sorriso. — Lutei sim e o achei peculiar, tanto em personalidade quanto em cosmo.

— Entendo. Ele tentou te convencer a lutar contra Ares?

— Convencer? Bem, eu não diria que ele tentou me "convencer", mas é certo de que sua intenção era essa. Ele me falou sobre estar indo salvar Atena, mas...

— Atena está morta. — Completou Jake, analisando as próprias palavras. — Nunca fui um bom aluno na matéria de História, principalmente sobre mitologia grega, mas sei que quando um deus "morre" sua essência se espalha e sua alma vai para o Tártaro. Se Atena foi para lá, então ela está condenada por séculos até que consiga retornar.

— Sobre isso... Escutei uma conversa dos berserkers. Eles disseram que Seiya e os outros estão indo para a Alemanha e lá vão abrir a porta do Tártaro para salvar Atena.

— Do Tártaro?! Mas isso é algo impossível! — exclamou Jake.

— Também era impossível ir com vida ao Mundo dos Mortos, mas eles foram. Também era impossível chegar aos Elíseos atravessando a dimensão dos deuses, mas eles atravessaram e derrotaram Hades. Seiya é chamado de Lendário não apenas pela sua força, mas pelos seus feitos. Sei que posso confiar em você, então sendo sincero, não me senti bem em tentar matá-lo. A determinação nos olhos de Seiya, o cosmo inabalável, a voz firme ao falar daquilo que luta... Não são características que você encontra em alguém que está querendo ir contra a paz na Terra. Afinal, o dever de um cavaleiro...

— ... é proteger a terra e a humanidade. Lutar por Atena. — disse Jake em voz baixa. Ápis olhou curioso para Jake e acenou com a cabeça. — Isso me foi dito por um dos cavaleiros que estava com Seiya. Também penso o mesmo que você a respeito dele. Eu posso ler a aura das pessoas e assim saber o que estão sentindo ou supostamente pensando. Não vi nada obscuro no cosmo dele, mas vejo isso nos deuses que estão no Salão do Grande Mestre. Exceto em um. Dionísio.

— Mas fizemos um acordo. Iriamos servir a Ares e em troca a humanidade será preservada, mas se algo acontecer contra os humanos, o nosso acordo está quebrado.

— Você, sempre tão fiel ao que diz. — disse Jake dando um passo à frente. — Ficou sabendo que o novo Grande Mestre mandou chamar dois cavaleiros de ouro? — Ápis olhou para Jake. — Gêmeos e Peixes estão nesse momento no grande salão.

— Gêmeos e Peixes? — Ápis se virou e olhou par o alto do Santuário, para o Salão do Grande Mestre. — Aqueles dois... São extremamente poderosos. Por qual motivo o Grande Mestre chamaria os dois?

— Eu não sei. Se for temer um deles, que seja o de Peixes. Fiquei sabendo sobre alguns rumores a seu respeito. Dizem que ele é o irmão mais novo do Cavaleiro de Peixes anterior e que é tão forte quanto o irmão. No final da batalha das doze casas, ele foi levado a julgamento por ser irmão de um dos rebeldes e consequentemente cumplicie do plano que atentou contra a vida de Atena. Foi julgado e condenado pelo cavaleiro de ouro de Escorpião, Milo, e com o consentimento de Atena, ele teve o banimento como sentença. Os soldados, porém, tentaram mata-lo quando estavam levando-o para fora do Santuário, mas com uma única rosa vermelha ele derrotou a todos, deixando em seu caminho um rastro de corpos e sangue. Atena repudiou totalmente a atitude dele e pesou a sentença dizendo que não voltasse mais ao Santuário, caso contrário morreria.

— E agora ele está de volta ao Santuário?! — disse Ápis. — Então qual será a posição que ele vai tomar nessa guerra?

— Não sei. A aura dele geralmente não tem cor, mas quando tem... É um vermelho sangue. Igual a cor das rosas vermelhas que ele controla. — disse Jake enquanto descia as escadas.

— Para onde vai, Jake? — perguntou Ápis.

— Tem uma coisa me incomodando. Um ruído, para ser mais exato. Não se preocupe, ninguém vai fazer questão pela minha presença nas doze casas, afinal, você está guardando a casa de Touro, então é certo que nenhum inimigo passará desse ponto. — disse Jake.

—...—


Grécia – Litoral

Atravessando uma distorção dimensional causada por teletransporte, Seiya e os outros foram jogados para dentro de um, aparentemente, navio. Enquanto se levantavam, alguns fazendo expressão de dor, tentavam reconhecer onde estavam.

— Mas o que foi isso? — perguntou Nachi

— Fomos teletransportados? — perguntou Retsu.

— Sim, fomos. — respondeu Alkes se dirigindo para a lateral da embarcação. Ele percorreu com o olhar para os arredores. — Estamos no Cais da Grécia.

— Estamos em um navio? — perguntou Jabu, confuso.

— Não. Estamos em um iate. — respondeu Retsu.

Um grande iate de luxo, de cor branca, estava ancorado no cais principal da Grécia. Outros navios e embarcações pequenas estavam ancorados ao lado do magnifico iate que chamava a atenção de quem por ali passava. A embarcação tinha dois andares e era de grande porte. Na proa tinha a sigla "M" marcado em dourado.

— É nesse iate que iremos? — perguntou Seiya.

Alkes ia responder, mas uma mulher respondeu primeiro.

— Sim. É nesse. — respondeu Shina subindo no iate através de escada presa ao cais. — Quero saber, como chegaram até aqui se eu estava lá embaixo esperando vocês?

— Fomos teletransportados até aqui. — respondeu Alkes.

— Teletransportados?! Mas o senhor Asclépio nos proibiu. — perguntou Shina

— Não sabemos quem nos teletransportou. Achei que tivesse sido o senhor Asclépio, mas... Não reconheci aquele cosmo. De qualquer forma, infelizmente fomos encurralados na saída do Santuário. — respondeu Alkes

— Mas se fomos trazidos até aqui por teletransporte, então eles podem seguir o rastro do cosmo. — disse Jabu, preocupado.

— Não. Eles não podem. Se essa é a nossa embarcação, então esse iate é marcado com o sangue de Atena para ocultar a nossa presença. — disse Alkes.

— Como assim? A quem pertence? — perguntou Shun.

— Eu não sei. Na proa tem a sigla "M" marcado. Certamente é a sigla do dono. — explicou Shina. —  Asclépio apenas disse que teria uma embarcação esperando por nós no cais. Quando cheguei aqui não tinha ninguém, mas achei um bilhete preso na porta da cabine principal. O bilhete, em letras gregas antigas, dizia que o iate é protegido pelo sangue de Atena, então não podemos ser vistos pelos olhos dos inimigos de Atena. Funciona como a barreira da floresta sagrada. Isso fará com que tenhamos uma viagem tranquila até a Espanha. — Shina olhou para eles e percebeu que o grupo estava maior. — Quem são eles? — perguntou ela apontando com o queixo para um jovem cavaleiro e dois soldados do santuário.

Todos se viraram e só então perceberam que Plancius, o jovem cavaleiro de bronze de Coroa Boreal, e os soldados tinham sido teletransportados juntos.

— Vocês também foram trazidos para cá?! — disse Jabu espantando.

— Eu sou Plancius. O cavaleiro de bronze de Coroa boreal. — disse o jovem cavaleiro, se apresentando.

— Eles têm que voltar. — disse Shina em um tom sério. — Não podemos levá-los conosco.

— E por que não? — um dos soldados falou de repente e isso chamou a atenção de todos. — Vocês estão indo salvar Atena, não é? — ele perguntou olhando para Seiya. Seiya acenou com a cabeça confirmando. — Se ela pode ser salva, se a nossa deusa precisa ser salva, nós também queremos ir.

Seiya abriu a boca para protestar, mas Plancius falou antes.

— Não podem nos impedir. Somos guerreiros de Atena. Se ela está correndo perigo então é nosso dever salvá-la também. — disse ele.

O silêncio se instalou entre eles. Até que Shun falou.

— É verdade que não podemos impedi-los, mas aconselhamos que fiquem. É uma missão perigosa. Os deuses e os berserkers virão atrás de nós querendo nos matar. São inimigos poderosos que iremos enfrentar e vocês...

Um dos soldados tirou o elmo e jogou com força no chão. Shun se calou e olhou surpreso. Era um jovem magro de cabelos curtos e negros e olhos castanhos.

— Somos fracos? Era isso o que você iria dizer? — perguntou ele.

— Vocês podem ser mortos. — disse Shun. — Era isso o que eu iria dizer.

— Treinamos a nossa vida toda para ganharmos uma armadura e sermos reconhecidos como cavaleiros de Atena. Não conseguimos uma, mas damos toda a nossa força fazendo a guarda do Santuário. Morrer lutando é melhor do que esperar a morte de forma covarde fugindo. — disse outro soldado.

Plancius deu dois passos à frente e olhou para Seiya.

— Sendo um cavaleiro de bronze eu sempre me inspirei no senhor. Hoje é um dos cavaleiros de ouro mais poderosos, mas um dia já esteve no mesmo patamar que eu. — disse Plancius. Seiya pareceu surpreso. — O senhor não olhou para o tamanho do seu cosmo quando resolveu enfrentar os cavaleiros de ouro para salvar Atena. Ou quando enfrentou os deuses. Senhor Seiya, se naquela época alguém dissesse para o senhor não ir em frente para salvar Atena, o que o senhor faria?

Todos olharam para Seiya. Seiya via a si mesmo quando olhava para Plancius. Um jovem de bronze que a maioria não depositava confiança em suas capacidades. Ele sabia que Plancius poderia morrer durante o caminho, mas não podia impedi-lo. Um dia ele também arriscou a própria vida e poderia ter morrido. É o destino que envolve os cavaleiros. Ele não podia fazer pouco caso da força que Plancius tinha ou que poderia desenvolver. Seiya deu alguns passos e colocou a mão no ombro de Plancius.

— Eu vestiria a minha armadura e seguiria em frente superando meus próprios limites. Nenhum de nós aqui temos o poder de obrigá-los a ficarem. — Seiya agora falava olhando para os soldados. — Mas eu peço que não tomem nenhuma atitude por impulso. A vida de vocês é importante. Não desperdicem querendo fazer atos heroicos precipitados. Vamos precisar de toda ajuda possível. A luta dos cavaleiros são sempre um contra um, de forma justa, mas não trabalhamos isolados. Se um outro oponente surgir para atacar covardemente pelas costas, é importante ter um companheiro fazendo é retaguarda. Não lutamos sozinhos, mas sim com companheirismo. Por isso, vivam. Minha vida pode depender da sua e o contrário também é verdade.

— Seiya... — começou Shina, mas Seiya continuou.

— O iate é grande, então arrumem um lugar para ficar. Nos encontrem daqui a uma hora na sala de refeição. Temos uma longa viagem pela frente e temos que deixá-los cientes do que iremos enfrentar.

— Senhor Seiya... — os olhos de Plancius emanava admiração. — Obrigado.

Os outros soldados fizeram reverencia e se retiraram junto com Plancius em direção aos quartos.

Jabu esperou eles se afastarem para falar.

— Vai mesmo deixar eles irem com a gente? O que um cavaleiro de bronze como ele e um bando de soldados fracassados podem fazer de útil?

Seiya olhou para Jabu com uma expressão de repreensão.

— Seja menos arrogante, Jabu. — disse ele. — Você também é um cavaleiro de bronze como ele. Esse seu preconceito e orgulho não faz você evoluir. Não é a sua patente ou armadura que garante a sua força. É o seu cosmo. Se não consegue entender isso então peço que fique.

Jabu se calou, mas seu orgulho lhe consumia por dentro.

— Tudo bem, mas... esperem. — Shina olhou para os lados e então se deu conta de que alguém estava faltando. — Onde está Pavlin?

Todos abaixaram a cabeça, exceto Retsu que se dirigiu até Shina.

— Shina...

—...—


Asgard – Palacio Valhalla

No salão de Odin, onde fica o representante do deus nórdico, Hilda estava sentada no grande trono branco. Hilda vestia um vestido azul claro com um medalhão dourado preso em seu corpo por correntes douradas. Ela parecia impaciente e aflita. Ela sentia explosões de cosmos colidindo e alguns se apagando. As portas do salão se abriram com um estrondo e por ela passou Alberich acompanhado por alguns soldados. Ele parou diante de Hilda e se ajoelhou.

— Alberich, senti o cosmo de Sleipnir e do Hyoga se apagando. O que está havendo lá fora? — perguntou Hilda.

— Sinto muito em lhe dizer, mas Sleipnir está morto e Hyoga provavelmente também.

Os olhos de Hilda ficaram arregalados.

— Contudo, conseguimos algumas vitorias. Como a derrota do deus dragão pelas mãos do cavaleiro de Aquário. Já o deus Loki, que estava enfrentando o deus Deimos na floresta sagrada, conseguiu derrotar o filho de Ares, mas também foi derrotado. Com isso nos resta apenas um pequeno exército de berserkers que estão vindo em direção ao Palácio. Nada de preocupante. Podemos cuidar dos vermes que se aproximam. Peço atenciosamente que a senhora permaneça aqui em segurança. Dois soldados irão ficar fazendo sua guarda no outro lado da porta. — explicou Alberich. — A senhorita Freya foi enviada para a Mansão dos Fenrir. É lá onde se encontra as crianças, jovens e idosos que foram tirados da cidade. Os soldados do palácio e eu iremos para a linha de frente contra os berserkers, mas antes devo repetir que se caso todas as nossas defesas caiam, use a espada. A espada Balmung deve ser usada pelo representante de Odin ou por um escolhido dele como uma última alternativa. — Alberich se levantou. — Perdoe-me pela minha falta de educação, mas tenho que me retirar. — Ele pegou o elmo que trazia em sua mão e o colocou na cabeça. — Ore por nós. Licença.

— Alberich... — sussurrou Hilda, mas Alberich já tinha saído do Salão.

Do outro lado da porta, no corredor principal, estavam reunidos centenas de asgardianos armados e tomados pela coragem e sede de justiça. Eram eles as últimas forças de combate de Asgard e os soldados mais habilidosos do país nórdico. Os soldados de Valhalla. Homens que tinham a função de proteger o Palácio e a representante de Odin.

— Magni... Sleipnir... e todos os homens que deram as suas vidas lutando por nosso país... Não podemos deixar que a morte deles tenha sido em vão. — disse Alberich em um tom moderado. — Somos um povo pacífico que vem mantendo a paz em nosso país e sem despertar olhos gananciosos pelas terras ensolaradas governadas pelos outros deuses. Contudo, não somos pessoas covardes e passivas que deixará deuses estrangeiros entrar em nossas terras trazendo a discórdia. Vamos proteger o nosso país com todas as forças que temos. — disse Alberich levantando o braço com a mão fechada. — Soldados!! Por Asgard!

— POR ASGARD!! — gritaram os soldados.

—...—


Asgard - Portão principal do Palácio

As bigas e quadrigas dos berserkes, puxadas por cavalos negros, corriam pela rua principal rumo ao palácio. Malkereth de Baal ia na frente em sua quadriga e guiando os demais berserkers que os acompanhavam montados em suas quadrigas. Atrás de Malkereth marchava um grandioso exército. Alguns montados em biga e outros a pé. Eram homens armados com espadas, lanças, escudos, arcos e flechas e gigantes de peles acinzentadas que traziam imensos globos de ferros pontiagudos nas mãos. A cada pisada que os gigantes davam a terra tremia e as casas rachavam.

Malkereth parou sua quadriga diante da entrada principal do Palácio e ergueu a mão dando sinal para que o exército também parece. No portão principal estavam os soldados reunidos esperando pelo exército de berserkers.

— São vocês os últimos homens corajosos desse país? Ou será que são os mais tolos? — gritou Malkereth e em seguida desceu da quadriga.

Malkereth era alto e forte com uma pele acinzentada. Usava uma capa preta que caia até as botas de sua Onyx negra robusta e espectral. Os cabelos eram negros da raiz até a metade do cabelo, sendo que a outra metida ia descolorindo do preto para o cinza que se convertia em branco, e seus olhos eram negros.

— Vamos vingar a morte dos nossos companheiros! — gritou um soldado que estava na linha de frente. Os demais erguerem os braços em um grito de bravura.

— Vão é?! Isso não passa de uma agitação. Berserkers!! — gritou Malkereth, sorrindo. — Ataquem!!

— Soldados!! Atacar!! — gritou o soldado e partiu pra cima dos berserkers.

Os grupos avançaram e então tudo virou um caos. Gritos, armas se chocando e rangendo, gargantas sendo cortadas, sangue se espalhando no chão e se misturando com a neve formando uma lama e corpos caindo mutilados. A força descomunal dos berserkers arrastavam alguns soldados de Asgard com um simples movimento

Um dos berserker tinha pele morena, rosto coberto por uma máscara de caveira que deixava amostra apenas seus olhos negros e era desprovido de pelos. Ele trajava uma onyx negra e tinha um manto marrom desgastado preso em sua cintura. Em sua mão direita ele trazia um machado e avançava partindo os soldados ao meio e cortando suas cabeças.

— Morram seus bandos de merda!! — gritou o berserker.

Outro berserker avançou tentando invadir o palácio. Ele tinha a pele clara e sua cabeça era completamente coberta pelo elmo. Ele possuía garras afiadas e largas que dilacerava facilmente os soldados.

O terror tinha se instalado. Malkereth usava de força bruta para avançar. Os números de mortos cresciam mais no exército de Asgard do que no exército de berserkers.

Um outro berserker saltou e abriu um par de asas negras feitas de cosmo. A sua pele era cinza, seus longos cabelos eram azulados e seus olhos brilhavam como chamas. Trajava uma onyx negra e estava armado com um arco e flecha. Ele preparou a flecha e disparou, mas logo a flecha se multiplicou e se transformou em uma saraivada de flechas afiadas que se enterraram nos soldados e até mesmo em alguns berserkers. A cena provocou alegria para ela que ao rir parecia estar rugindo.

No meio do exército surgiu mais berserker. De cabelo loiro curto, pele pálida, olhos negros e vestindo uma onyx negra, ele manipulava feitiços com as mãos provocando um vendaval que lançava os soldados para o alto.

A guerra tinha finalmente explodido com uma severa violência. Cada vez mais soldados caiam mortos. O berserker de Baal continuava avançando, mas se surpreendeu quando o portão explodiu e uma massa de soldados apareceu. Alberich estava na frente e ao lado dele um homem alto de pele clara, cabelo castanho curto e olhos azuis. O líder da guarda real.

— Sigurd. — disse Alberich chamando o líder da guarda real. — Cuide dos soldados menores. Eu cuidarei dos outros.

— Permita eu ir com o senhor. Não pode lutar sozinho. — disse o soldado e desembainhou a espada.

— Se pretende negar quem você é, então não venha comigo. Mas se vai aceitar o seu destino... Não morra. — disse Alberich e elevou o cosmo. Ele fez surgir uma espada feita de cristal de Ametista que em seguida foi tomada por fogo.

Malkereth olhou para Alberich e sorriu.

— Finalmente mandaram alguém relevante para lutar. — gritou ele.

Alberich e Sigurd avançaram acompanhados pelos soldados do palácio. Os outros soldados que estavam no campo tiveram o ânimo renovado ao ver reforços e levantaram com força contra os berserkers. Os soldados do palácio mostraram ser mais habilidosos. Eles tinham um alto controle ao manusear a espada mesmo com o campo caótico ao seu redor. Alberich saltou para dentro da multidão e correu contra os berserkers, disparando ametistas afiadas que se multiplicavam do seu cosmo perfurando-os e em seguida cortou a cabeça de um deles manuseando a espada.

— Matem-o!! — gritou o berserker de Baal ao ver Alberich agindo. — Miserável!!! Derrubou um berserker com extrema facilidade.

O berserker que tinha o rosto coberto por uma máscara de caveira foi o primeiro a agir. Ele deu um salto e girou o machado em direção a Alberich, mas o guerreiro deus desviou e o machado enterrou no chão abrindo uma fenda.

— Vou te mandar para o inferno! — disse Alberich atacando o berserker.

— Tente, humano. —  O berserker avançou e atacou com o machado, mas Alberich desviou e golpeou com a lâmina ametista arrancando a mão do berserker, que urrou de dor. — O-O que?!

Aproveitando que ele estava distraído, Alberich atacou mais uma vez com a sua lâmina e cortou o outro braço do berserker. Por fim, o Guerreiro Deus então girou e atacou novamente partindo o guerreiro de Ares ao meio.

— Não mande seus capangas para me matar se eles não são se quer páreos para mim. — Alberich se virou para Malkereth e apontou a espada para ele. — Eles nem se comparam ao seu poder. Venha você me enfrentar.

Um choque de espadas atrás de Alberich chamou a atenção do guerreiro deus. Sigurd tinha parado a investida silenciosa de um outro berserker demônio.

— Saia da minha frente seu lixo. — Rosnou o berserker.

— Volte para onde você veio, mas leve com você o meu nome. — disse Sigurd e então ele foi tomado por uma aura branca.

 Não me diga que... — Alberich Sorriu.

Sigurd foi escolhido para fazer parte da elite do exército de Asgard, mas o jovem asgardiano não queria título. Queria apenas cumprir sua função em defender o país e faria isso até mesmo como um soldado, mas agora ele tomou sua decisão final.

A estrela Dubhe brilhou no céu e então uma luz desceu de encontro com Sigurd. Quando o brilhou se dissipou revelou uma vestimenta sagrada. Um Robe Divino.

— Você também é um Guerreiro Deus?! — perguntou o berserker surpreso.

Sigurd estava imponente.

— Você agora é Sigurd de Dubhe, a estrela Alfa. — disse Alberich.

— Não importa quem seja. Se é um Guerreiro Deus ou um misero soldado, vai morrer da mesma forma. — O berserker avançou, mas Sigurd se esquivou do ataque e surgiu atrás dele aplicando um golpe com a sua espada.

O berserker contudo girou e voltou a atacar. Sigurd jogou a espada de lado e elevou o cosmo partindo para cima do berserker. Seguindo um instinto que vinha de seu robe, Sigurd concentrou todo o seu poder em seus punhos, que foram tomados por poderosos raios, e em seguida disparou duas gigantes esferas de energia.

 Vendaval do Dragão!! — gritou o jovem Guerreiro Deus.

A união das duas poderosas esferas de energia formou uma capsula de cosmo rodeada por um vento intenso que imobilizou o demônio. O golpe se chocou contra o berserker pulverizando-o por completo. 

— Seu verme!! — gritou o berserker armado com arco e flecha. Ele se uniu ao outro berserker para aplicarem um ataque duplo, mas Alberich se lançou na frente do ataque. — Vai morrer junto com ele, Guerreiro Deus.

Alberich elevou o seu cosmo e ergueu os braços.

— Couraça Ametista!!

Seu corpo foi tomado por um brilho púrpura e então vários pedaços afiados de Ametista foram lançados na direção deles junto com um forte vendaval. O golpe os lançou para o alto provocando cortes profundos enquanto as ametistas atravessam as onyx e o corpo deles. Quando o vento sessou e eles começaram a cair, várias ametistas afiadas brotaram do chão perfurando os berserkers.

Alberich virou lentamente para Malkereth e apontou a espada de ametista para o berserker.

— Agora só falta você.

Malkereth sorriu e um cosmo negro surgiu ao seu redor.

—...—


Asgard – Centro da Cidade.

O local estava devastado. Casas tinham sido queimadas e destruídas. Pessoas choravam e lamentavam a morte dos familiares. A neve estava cinza por causa da fuligem. Na encruzilhada principal da cidade um esquife de gelo tinha sido criado pelo último esforço de Hyoga na tentativa de prender Draco. O deus dragão teve suas chamas apagas e agora passaria a sua eternidade em um caixão de gelo eterno.

Hyoga continuava lá, caído, no meio da rua coberto de neve e sangue. Sua armadura estava bastante destruída e boa parte dela tinha sido desintegrada por causa do golpe. A aurora que tinha surgido do cosmo de Hyoga, e que continuava a emitir seu delicado brilho no céu de Asgard, começou a descer de encontro ao Cavaleiro de Aquário. A aurora então deu forma a silhueta de uma mulher que em seguida se materializou ajoelhada ao lado de Hyoga. Seu cabelo era longo e colorido como uma radiante aurora. Vestia um longo vestido branco e rosa. As mangas do vestido eram transparentes, revelando a delicada pele clara. Seus olhos mudavam de cor e ela olhava para Hyoga com ternura.

— Sempre arriscando a vida. — Ela colocou a mão no rosto de Hyoga e elevou o cosmo. A pele do cavaleiro, que até então estava pálida, voltou ao seu tom normal. As feridas começaram a sarar e os ossos faturados e deslocados voltaram ao seu lugar. — O que sua mãe diria se encontrasse você nesse estado. Ferido desse jeito. — Ela deu um sorriso abafado. — Talvez apenas fizesse o mesmo que eu. Sararia suas feridas. — Ela tocou na armadura de ouro que em seguida brilhou e saiu do corpo de Hyoga tomando sua forma montada. — Sua armadura está danificada. — disse ela olhando com tristeza para a armadura. Uma sensação lhe chamou atenção. Um cosmo maligno se aproximava. — Um grande ser maligno se aproxima. Você corre perigo se ficar aqui. Vamos para um lugar seguro. — A mulher misteriosa elevou o seu cosmo e então desapareceu levando consigo Hyoga e a armadura de ouro.

—...—


Asgard – Portão principal do Palácio Valhalla

— Venha Guerreiro Deus!! — gritou Malkereth de Baal indo pra cima de Alberich. A capa negra do berserker se transformou em um par de asas negras,

Malkereth avançou na velocidade da luz e atacou Alberich aplicando um soco que o lançou violentamente contra a parede do Palácio. O choque do golpe fez uma parte da parede desabar. Enquanto Alberich tentava se levantar em meio aos destroços, Baal abriu a asas e voou elevando o cosmo. Ao pairar no ar lâminas negras foram projetadas do seu cosmo e disparadas em sequência. Eram lâminas poderosas que rasgavam o solo quando o atingiam. Alberich se levantou a tempo antes de ser atingido e desviou das lâminas, saltando em seguida com a espada ametista nas mãos. Ele manejou a espada e disparou uma rajada de chamas. Malkereth desviou, mas não rápido o bastante. As chamas o atingiram e o lançaram contra as bigas do exército de Ares

Aproveitando a queda de do berserker, Alberich elevou o cosmo e disparou uma rajada de ametistas afiadas que danificaram a Onyx, provocando cortes no corpo do berserker. Malkereth tentou resistir, mas a força do golpe o lançou para trás, rasgando o caminho de pedras.

— Deixe de brincadeiras, berserker. Eu sei que você é melhor do que os outros quatro. Lute de verdade.

— É a primeira vez que alguém me pede para morrer. — disse Malkereth se erguendo apenas com a elevação do cosmo. — Venha!

Alberich segurou firme no cabo de sua espada e avançou na velocidade da luz contra o berserker. Malkereth desviou no momento em que a espada ametista rangeu em sua Onyx e tentou uma investida por trás. Mas o Guerreiro Deus rapidamente girou o corpo e bloqueou as garras do berserker.

Apesar de estar desarmado, Malkereth usou seus braços como espada para se defender das investidas da arma de Alberich, ao mesmo tempo que usava suas garras para tentar golpear o guerreiro nórdico mortalmente. Em uma das investidas Alberich saltou e desferiu um chute duplo no peito do berserker, jogando-a para trás com grande força. Malkereth embolou no chão, mas retomou o equilíbrio e salto elevando e cosmo e disparando lâminas negras.

Alberich se defendeu bloqueando as lâminas com sua espada, mas o berserker se aproveitou para atacá-lo covardemente. Com o cosmo acumulado entre as mãos, o berserker lançou uma rajada de cosmo que atingiu o Guerreiro Deus no abdômen. Alberich teve seu robe danificado e foi jogado contra uma casa, fazendo a mesma desmoronar. Baal correu em seguida para aplicar um golpe final, mas Sigurd se lançou no caminho e disparou o "Vendaval do Dragão" em uma escala menor pegando o berserker de surpresa.

Sigurd correu de encontro a Alberich para ajudá-lo a se levantar.

— O senhor está bem? — perguntou ele estendendo a mão. — Vamos, me dê a mão.

Alberich olhou para Sigurd e então segurou em sua mão. Sigurd não mostrava se importar com a má fama que a família Alberich tinha adquirido por causa do último Alberich, o Alberich XIV. Muitos em Asgard não gostavam nem de tocar em Alberich ou pisar no Palácio da família, pois acreditavam que trariam para si uma maldição. Alberich sempre era visto como sucessor de um ser maligno.

— Como sempre você mantém esse seu olhar caridoso para mim. — disse Alberich, enquanto se levantava apoiado por Sigurd. Seu rosto tinha algumas escoriações e seu robe estava com o peito rachado e a obreira destruída. — Você não cansa de sorrir para todos? Eu mesmo já desisti de fazer isso há muito tempo. Hoje me contento apenas com o respeito que os outros tem por mim. Pelo temor.

O berserker de Baal se levantou murmurando xingamentos. Seu corpo estava com sérios ferimentos e sua Onyx estava bastante danificada. Alberich e Sigurd se prepararam esperando um novo ataque do berserker, mas um bater de asas e um grito de mulher ecoou sobre eles. Ao virarem avistaram uma mulher alada com pele acinzentada, olhos vermelhos, dentes longos e afiados, orelhas pontiagudas, garras longas e afiadas, músculos fortes e definidos e um par de asas negras ligadas ao braço. Contudo ela não era a única. Várias dessas criaturas apareceram voando e gritando.

— Lindos, não acham?! — perguntou um homem, que se aproximava.

— Droga!! — disse Alberich

— É um berserker? — perguntou Sigurd.

— Sim. — respondeu Alberich. — E é um bem poderoso.

Era um homem de longos cabelos acinzentados divididos ao meio que lhe dava uma aparência clássica, como a de um conde do século XVI. Sua pele era tão pálida que dava para ver as veias marcando e seus olhos tinham a íris vermelha.

— Que estado deplorável Malkereth. E ainda dizem que você é poderoso. Uma notável grande mentira.

— Vlad. — disse Malkereth cerrando os dentes.

— Você já não tem mais importância. Afaste-se. — uma voz seca ecoou.

— O que?! — o berserker de Baal olhou para os lados. — E quem você acha que é para me dizer isso? — perguntou ele ainda olhando para os lados.

Malkereth sentiu uma presença se aproximando, mas foi tarde demais. Um braço rompeu em seu peito com um coração na mão. O seu coração.

— Hayato de Abutre. O berserker do exército do Terror. Estou cansado dos seus fracassos. Deixou nossas tropas serem abatidas e não conseguiu matar dois míseros Guerreiros Deuses. Você é uma vergonha.

Baal cuspiu um sangue negro e tentou olhar para trás.

— Se-Senhor Hayato?!! O que pensa que está fazendo? O senhor Deimos irá punir você por ter matado um aliado. — disse ele rangendo os dentes.

Hayato tirou a mão do corpo de Malkereth e o chutou jogando o berserker no chão.

— Não lembro do Senhor Deimos questionar as minhas decisões como líder do seu batalhão. Mas não se preocupe. Eu mesmo irei informar a ele quando retornar.

Deimos ainda está vivo?!! — disse Alberich, surpreso. Ele não esperava por isso.

Hayato olhou para Alberich e depois para Sigurd com desprezo.

— Mas é claro que está. Só restaram vocês? — ele deu um curto sorriso. — A queda de Asgard é inevitável.

Alberich deu alguns passos à frente e parou com os braços abertos.

— O que está fazendo? Está desistindo, Guerreiro Deus? — perguntou Hayato, erguendo uma sobrancelha.

— Não espere um ato desse vindo de um asgardiano. Somos um povo que luta até o fim. Não imploramos misericórdia aos nossos inimigos. — disse Alberich elevando o cosmo. — São nossos inimigos que devem implorar por misericórdia. Couraça Ametista!!!

Os cristais de Ametista foram disparados por uma forte rajada. Hayato deu uma risada. Sigurd e Alberich o olharam surpresos ao ver que os cristais não conseguiram atravessar a Onyx de Hayato.

— Não sofreu um dano se quer!! — comentou Sigurd, impressionado.

— Não nos comparem com Baal e os outros. Eu sou mais poderoso que eles e isso também se reflete na minha Onyx, apesar de todas serem feitas do mesmo material.

— Nada nesse mundo é indestrutível. — disse Alberich.

— Desistam. — disse Vlad se aproximando. — Não importa qual golpe vocês usem. Não vai se quer nos arranhar. Vão perder a vida em uma tentativa tola.

A atenção dos Guerreiros Deuses e dos berserkers foi desviada quando uma estrela cadente de cor roxa cruzou o céu de Asgard e caiu na floresta.

— O que foi aquilo?! Caiu na floresta! — comentou um soldado.

— Seja lá o que for, emana um cosmo poderoso e violento. — disse Alberich.

— Esse cosmo... me é familiar. — disse Hayato.

— Hayato. — Chamou Vlad. — Parece que ela chegou em Asgard.

— De quem estão falando? — perguntou Sigurd.

— Um novo aliado deles? Será? Não seria uma boa hora para mais um berserker aparecer. — Pensou Alberich — Droga!

Alberich e Sigurd entraram em posição de ataque.

— Vão mesmo lutar? — perguntou Vlad.

— Deixe-os, Vlad. Acabarei com isso logo de uma vez. — O cosmo negro de Hayato se elevou e penas das asas de sua Onyx se soltaram. O seu cosmo se transformou em um poderoso vendaval.

— Essa técnica... — pensou Sigurd.

Os soldados de Asgard começaram a serem sugados pelo vento forte e giravam no ar.

— Vendaval de sangue!! — gritou Hayato, mas seu golpe foi desestabilizado por um outro vendaval que se chocou. Os soldados foram libertos do golpe e caíram. Hayato procurou quem tinha sido o autor do golpe e então viu do outro lado o jovem Sigurd com os punhos estendidos. — Foi ele quem fez isso? — pensou Hayato. — Foi você, não foi? Guerreiro Deus de Dubhe!

— Não vai matar meus companheiros. Sua técnica e seu nível de poder são similares ao meu.

Hayato disparou contra Sigurd e lhe aplicou um soco jogando-o para o alto.

— Não me compare com você, seu verme!! — Hayato atacou cravando as garras no robe e atravessando até atingir o peito de Sigurd. O Guerreiro Deus gritou de dor e tentou tirar a mão de Hayato do peito, mas o veneno do cosmo do berserker estava tirando as forças do Guerreiro Deus. — Não vai viver por muito tempo. Aproveite seus últimos momentos de vida. — disse Hayato, tentando tirar as garras do peito de Sigurd, mas agora o Guerreiro Deus usava suas últimas forças para manter as garras cravadas em seu corpo. — Me solte!! Vamos!!

Um círculo se formou ao redor dos dois e brilhou. Sigurd esboçou um sorriso, soltou a mão de Hayato e rolou para fora do círculo deixando o berserker nele, mas foi ai que o brilho do círculo se intensificou e o chão explodiu em laminas afiadas em uma rajada poderosa lançando Hayato para o alto e o atacando severamente.

— Espada de Odin! — disse Sigurd, ainda com um sorriso no rosto.

Hayato desabou no chão repleto de feridas. Sua Onyx agora tinha sofrido mais danos. Os golpes se intensificaram justamente nas rachaduras provocadas pelo machado de Magni.

— Des... Desgraçado!! Você sacrificou uma oportunidade só para me atacar?!

— Que vergonha, Hayato. Deixe que eu cuido deles. — Vlad correu em direção a Sigurd, mas Alberich se lançou na frente e correu contra Vlad.

— Não faça isso, Alberich!! — gritou Sigurd, que tentava se levantar.

— Não me atrapalhe!

Com o movimentar das mãos Vlad disparou um golpe cortante, mas Alberich desviou. Vlad então girou e aplicou um outro golpe, mas Alberich não conseguiu desviar a tempo e recebeu o golpe em seu peito, gerando a destruição completa do peito de seu robe, e o jogou contra o chão rasgando o solo.

— Espere, Vlad! — disse Hayato se levantando. — Eu...

Um som cortante passou entre eles. Uma lâmina grande e escura acertou as costas de Hayato e rompeu em seu peito, destruindo a sua onyx. Um outro som cortante ecoou e em seguida um machado acertou o muro do Palácio e ficou cravado nele. Nesse instante sangue caiu como chuva e os corpos dos subjugados de Vlad, as pessoas transformadas, caíram mortos. Alguns com a cabeça cortada e outros partidos ao meio.

Sigurd olhou para o machado cravado na parede e seus olhos se encheram de lagrimas. Ao virar para a rua, que vinha da cidade, ele avistou um homem alto e forte com seu robe ensanguentado, mas não apresentava nenhum ferimento. Nem mesmo um arranhão.

— Magni?! — disse Alberich, incrédulo.

— Mestre!! — disse Sigurd, sorrindo.

Hayato deu alguns passos cambaleando e cuspindo sangue.

— Eu vi... Eu vi você caindo no penhasco. Era... Era impossível sobreviver. — disse Hayato, cerrando os dentes.

— Um deslizamento daquele não é o suficiente para me matar. Convivo com avalanches desde pequeno. Treinei sobrevivendo a muitas delas. — explicou Magni. — Mas no estado em que eu me encontrava eu acabaria morrendo somente pela queda, mas...

As imagens da queda inundaram a mente de Magni, fazendo ele lembrar do que aconteceu naquele momento durante o desmoronamento.

Tudo estava cedendo. Uma onda de terra e neve o arrastava para o final do penhasco que terminava em um mar gélido repleto de blocos de gelo. Com todos os ferimentos que ele tinha, a morte seria inevitável. Por sorte ele caiu na água, mas não tinha forças para nadar. Por falta de oxigênio ele estava perdendo a consciência os poucos, até que tudo escureceu.

Mas no meio daquela escuridão uma luz brilhou e um cenário surgiu. Era um salão retangular com altas colunas douradas. O piso era de mármore escuro e marcado por símbolos. No final do salão tinha um majestoso trono dourado em cima de um altar. Nas escadas a frente do trono havia alguns soldados com vestes nobres e lanças nas mãos. No trono havia um homem sentado. Ele tinha uma aparência velha, com longos cabelos acinzentados. Seu olho era azul, mas um dos seus olhos era cego e possuía uma profunda cicatriz. Ele vestia uma armadura azul que brilhavam como uma safira. Ele parecia um pouco cansado, mas ainda assim era imponente.

— Seja bem-vindo, Guerreiro Deus. — disse o homem.

Magni se levantou, mas por causa dos ferimentos ele se encolheu quase se ajoelhando.

—  O senhor é...

— Eu sou Odin. O pai de todos. O seu deus.

Ao ouvir aquelas palavras Magni esqueceu de suas dores e se ajoelhou, se prostrando diante dos deuses.

— Me perdoe pela minha falta de respeito diante do senhor. — disse Magni.

— Não se preocupe com isso, Guerreiro Deus. — disse Odin. Era uma voz firme para alguém tão velho. — A sua fé o salvou. O martelo Mjolnir só vai para aqueles que são dignos de usá-los. E você se mostrou fiel aos seus deveres. Por isso foi salvo por ele. Devido a isso, temos uma missão maior para você.

— Uma... missão?

— Sim. Sei que muitos em Asgard pensam que eu, Odin, os abandonei, mas isso não é verdade. Sempre estive atentos as orações do meu povo e venho conservando-os. Agora mais do que nunca o meu povo clama por mim, mas até os deuses tem limites para agir. Nós somos deuses, mas uma batalha entre nós também está se aproximando. Você já deve saber do que estou falando.

— Ragnarok. — disse Magni. Odin afirmou acenando com a cabeça.

— Por isso não enviei deuses para Asgard diante da invasão que meu país está sofrendo, mas estamos ajudando como podemos. Eu lhe dei uma das armas mais poderosas e concedi aos outros Guerreiros Deuses a graça do meu poder para que aflijam danos em seus inimigos. Loki, por vontade ou interesse próprio, foi até Asgard pessoalmente para enfrentar um deus. — Odin estendeu a mão a surgiu imagens flutuando diante de Magni. As imagens mostravam Hyoga e Draco se enfrentando, Loki e Deimos lutando e o início da luta entre Vlad e Sleipnir. — A luta continua e os resultados ainda apontam para a queda de Asgard. Temos uma deusa grega como aliada, mas sinto que ela não pode interferir diretamente nessa batalha. Ela está apenas ajudando os feridos e salvando os inocentes. Por isso preciso que volte mais uma vez para Asgard. Irei curar suas feridas e lhe darei a força necessária para proteger esse país. Eu quero que você salve Asgard e que defenda a minha representante.

— Farei com total dedicação, meu senhor. — disse Magni.

— Então volte a vida!! — as palavras de Odin ecoaram como trovão.

Quando ele acordou estava caído no campo onde enfrentou Deimos e seu exército.

— Então... foi Odin?! — falou Sigurd.

— Sim. E eu voltei para aniquilar todos os berserkers que restaram! — exclamou Magni.

— É uma bela história. — falou Vlad. — Mas não passa de uma bela história de alguém que estava na beira da morte. Se acha agraciado por um deus?! Tolice. Matarei você e dessa vez não terá oportunidade de delirar na beira da morte!!

Magni se virou e encarou Vlad.

— Não lembro de você na invasão. — disse ele. — Mas vi você enfrentando Sleipnir. Foi você quem o matou.

— Exatamente. Permita-me então me apresentar. Eu sou Vlad, o berserker de Vampiro do exército do Terror.

— Então é do exército de Deimos.

— Isso mesmo. De acordo com a sua história você recebeu um poder a mais do deus Odin, mas como eu disse... — Vlad se moveu e aplicou um soco no rosto de Magni. — Não me parece tão forte assim.

— "Ele se moveu na velocidade da luz!!" — pensou Magni, surpreso.

Vendo que Magni estava distraído, Hayato correu em direção ao palácio, mas os soldados tentaram impedir, porém não tiveram êxito e foram mortos pelo veneno do cosmo do berserker. A agitação chamou a atenção dos Guerreiros Deuses.

— Não vai fugir, Hayato!! — gritou Magni e correu atrás de Hayato.

— Você é que não vai a lugar algum, Guerreiro Deus. — Vlad ia correr atrás de Magni para impedi-lo, mas Alberich e Sigurd ficaram em seu caminho. — Saiam da minha frente!!

— Nós seremos os seus adversários.

Vlad sorriu.

— Vocês são inconvenientes. Desapareçam!! Garras do diabo!! — Com o movimentar das mãos Vlad lançou centenas de feixes cortantes.

Sigurd se lançou na frente de Alberich e elevou o cosmo.

— Sigurd!!! O que pensa que está fazendo? — gritou Alberich.

 Barreira de Fafnir!!! — uma escamosa barreira dourada, parecida com pele de dragão, surgiu diante de Sigurd e parou todos as garras de Vlad. Ficando poucas cravadas na barreira. — Alberich!! Agora!!

— Couraça Ametista!! — Alberich avançou e disparou a rajada de ametista contra Vlad, mas o berserker não foi ferido pelos cristais e nem coberto pela ametista, sendo protegido pela Onyx. — Não adianta. A Onyx dele o protege. Só me resta uma coisa... — Alberich relaxou e elevou o cosmo erguendo um braço e apontando para o céu. Unidade da Natureza!!

O cosmo de Alberich cobriu toda a área e a terra tremeu. Galho retorcidos brotaram e em seguida arvores também romperam do chão, tornando a área uma pequena floresta. A floresta passou a emitir um cosmo ameaçador. Olhos brilhantes surgiram junto com o cosmo e sussurravam constantemente.

Os galhos afiados começaram a atacar Vlad. Quanto mais o berserker se defendia, mais os espíritos atacavam. Quanto mais rápido ele se movia, mais rápido eles atacavam. Um grosso galho rompeu do chão e o lançou contra a arvore. Em seguida outros galhos surgiram e o prenderam no tronco.

— Mas que diabos é isso? — perguntou Vlad. Seu braço e rosto estavam com vários arranhões. Até mesmo sua Onyx sofreu alguns danos. Sangue escorria em seu rosto vindo de um ferimento em sua testa.

— Atacar ou se defender vai apenas incitar o ataque dos espíritos. Esse golpe manipula os espíritos da natureza como bem entender, podendo utilizá-los para atacar ou para me defender. Os espíritos também acompanham o seu nível de poder e sua velocidade. — Alberich sorriu. — Em outras palavras, você não pode mover um dedo se quer contra mim. Os espíritos também sabem ler as suas intenções.

— Droga! — disse Vlad cerrando os dentes.

— "Essa técnica pertence apenas aos Alberich. São de fato uma família digna de serem temida." — pensou Sigurd, surpreso com o golpe.

— Sigurd!! — chamou Alberich. — Vá atrás de Magni e Hayato. Eu cuidarei dele. Agora vá!!

— Certo. — Sigurd virou e correu para o palácio.

— Não se iluda achando que vai me deter com isso. — Vlad elevou o cosmo, mas em seguida foi atacado por galhos, pedras e cristais de ametistas afiados. A sequência de golpes estava trincando a Onyx.

— Não se iluda você, achando que vai conseguir fugir desse golpe. Pedi para que Sigurd seguisse em frente porque não eu queria que ele visse o que vou fazer com você. — disse Alberich. Vlad arregalou os olhos. Pela primeira vez o berserkers mostrou medo em sua expressão. — Alguns desses espíritos que nos rodeiam são aqueles que você matou. Tanto em Asgard quanto nos outros séculos.

— Não tenho medo daqueles que eu matei. Estão mortos. Não podem fazer nada contra mim. — O cosmo de Vlad se elevou e ele usou suas garras para cortar os galhos. — Eu vou rasgar você ao meio!!

Os espíritos atacaram mais uma vez e prenderam Vlad deixando-o suspenso.

— Você é conhecido como Vlad, o empalador. Não é? É uma forma sádica de matar seus oponentes e vejo que todos eles guardam rancor de você. Você deve temer os vivos e os mortos, Vlad. Quando você dá uma oportunidade aos mortos para eles se vingarem, eles se vingam com todas as forças que puderem. — Alberich se virou para os espíritos que se acumulavam ao seu lado. — Ele é todo de vocês.

Alberich deu as costas e correu em direção ao palácio e os espíritos avançaram contra Vlad. Vlad gritava para pararem. Gritava enquanto tentava fugir dos espíritos. A terra então tremeu e um fino e afiado cristal de ametista surgiu e atingiu Vlad, empalando-o. O berserker, de olho arregalado, cuspiu sangue e se debateu até morrer.

—...—


Asgard – Centro da cidade.

Duas pessoas cobertas por um manto negro andavam rumo ao centro da cidade. Um parecia estar se apoiando no ombro do outro. Parecia ferido e sem poder andar rápido. Andava quase se arrastando. Eles se aproximaram do esquife de gelo onde Draco estava preso.

— Você também foi pego pelo esquife de gelo daquele desgraçado? — a voz era de uma mulher e era ela quem segurava em seu ombro o outro ser. Ela estendeu a mão e uma lança negra apareceu, fincando-a no esquife. O caixão de gelo começou a trincar e o cosmo de sua lança começou a penetrar no esquife até que ele explodiu. — Acorde dragão!! Um filho de Ares não deve ficar nesse estado! — O cosmo dela cobriu Draco até que ele despertou em chamas. — Isso mesmo Draco. Acorde e tome a sua verdadeira forma! Agora!!

Os olhos de Draco se abriram em chamas. Uma coluna de fogo subiu e explodiu. De dentro da coluna surgiu um gigantesco par de asas de dragão. Tão grande que cobria boa parte da cidade. As escamas não eram mais verdes. Era vermelho sangue. Uma longa cauda espinhosa surgiu arrastando as casas e uma gigantesca cabeça de dragão atravessou as chamas. Quando pôr fim a coluna se expandiu e sumiu, um grande dragão vermelho de olhos dourados surgiu urrando.

— Vá e destrua tudo!! — disse a mulher.

O dragão bateu as asas e voou ultrapassando as nuvens. Quando atingiu uma certa altura ele virou e começou a descer. De sua boca já saia chamas. Quando ele se aproximou da cidade a mulher criou uma barreia que a cobriu junto com o homem que ela carregava apoiado em seu ombro. Draco passou em rápida velocidade cuspindo chamas poderosas e destruindo toda a cidade.

—...—


Asgard – Palácio Valhalla.

Mesmo sangrando, Hayato avançava em direção ao salão onde Hilda se encontrava. Ele sabia que com Deimos incapacitado e a maioria dos beserkers mortos, só restava ele para terminar aquela guerra. E para isso acontecer Hilda teria que morrer.

Diante dele as portas do salão logo apareceram. Duas portas altas e largas. Alguns soldados faziam sua defesa e foram contra Hayato, mas o berserker os matou sem dificuldade.

— Eu irei matar Hilda e isso acabará aqui. — Hayato acumulou cosmo em seu punho e disparou um golpe derrubando as portas.

Hilda estava sentada no trono. E mesmo diante da invasão ela permaneceu com uma postura segura e imponente.

— Como ousa invadir o Palácio Valhalla? — disse ela.

— Então você é Hilda de Polaris? Eu esperava uma mulher morrendo de medo sentada no trono e vivendo na dependência dos Guerreiros Deuses, mas ao chegar aqui vejo uma mulher imponente com um tom ameaçador contra mim. — Hayato correu em direção a Hilda. — Princesa, você pode ter uma língua afiada, mas não é uma lutadora como eu!

— Você não vai encostar um dedo se quer nela, Hayato!! — disse Magni entrando no salão.

O berserker virou-se.

— Você me seguiu?!

— Magni?! Você está vivo. — Hilda ficou surpresa, mas feliz ao mesmo tempo. — Deixe-o, Magni. — Hilda se levantou e elevou o cosmo. — Eu não gosto de lutas, mas como o Alberich disse, eu não posso me fazer de fraca quando estou diante de inimigos que não medem esforços para conseguir o que querem.

— Entendo, senhorita Hilda, mas não vou permitir que a senhora lute quando tem um Guerreiro Deus aqui para lutar em seu lugar.

— Deixem de conversa e lutem!! Se vai mesmo atrapalhar, então vou acabar primeiro com você!! — Os olhos de Hayato brilharam com um vermelho sangue. Seu cosmo negro aumentou muito mais do que antes. — Vou dar tudo de mim contra você, Guerreiro Deus!

— Venha!! — gritou Magni.

Magni partiu pra cima de Hayato, mas o berserker era mais habilidoso do que o Guerreiro Deus. Após séculos lutando, Hayato aprimorou suas lutas corpo a corpo. Isso deixava Magni em desvantagem e sempre acabava sendo pego por uma investida do berserker. Ele teria que aproveitar as poucas vezes em que conseguia atacar Hayato, mas não teria tanto tempo assim. O abutre de Ares estava fraco e estava estendendo a luta para enfraquecer Magni também. Quanto mais ferido Magni ficasse, mas rápido o veneno do cosmo de Hayato iria afetá-lo, até que Magni tombasse exausto.

— Esse é o seu fim!! — Hayato disparou um golpe contra Magni, mas o Guerreiro Deus se esquivou e o acertou com um soco no rosto jogando Hayato contra um pilar.

— Princesa Hilda! Foi um grande prazer servi-la por todo esse tempo. Nunca conheci uma mulher tão firme como a senhorita. Por isso... — Magni elevou o cosmo. — Eu peço que a senhorita continue a lutar pelo nosso país. Pelo bem de Asgard.

— Magni... — Hilda ficou com os olhos cheios de lagrimas.

— Queime o seu cosmo nobre e caloroso para acolher e reconfortar todos aqueles estão na mansão dos Fenrir e que perderam algum familiar na cidade. — Magni virou-se para Hayato, que se esforçava tentando se levantar. — Hayato! Se arrependa de todas as mortes que você causou. Peça perdão a todos os inocentes que você matou! Receba em seu corpo a sentença dos seus atos!!

— Não diga besteiras!! É você quem vai morrer!! Vendaval de Sangue!!

 Por Asgard! Ira de Jörmungandr! — Magni liberou o cosmo acumulado em seu punho formando uma devastadora rajada de cosmo que tomou a forma da lendária serpente Jörmungandr. O golpe anulou o vendável de Hayato e atacou como se a cobra o estivesse engolindo, gerando uma poderosa explosão que abalou o palácio. Devido ao acumulo de danos somado com o poder de Magni, a onyx de Hayato se despedaçou e seu corpo foi estraçalhado.

Magni sorriu ao ver seu oponente sendo morto e então caiu exausto. Hilda se levantou do trono e correu para socorrê-lo.

— Magni! — Ela se jogou ao seu lado e colocou a cabeça dele em seu colo. — Por favor, não morra.

— Não chore. — disse Magni colocando a mão no braço de Hilda. — Meu dever é protegê-la com a minha vida. A senhorita não sabe o quanto eu fico feliz em saber que vou morrer, mas que cumpri com o meu dever. Guie o povo. Cuide de Sigurd e Alberich. — Magni fechou os olhos e sorriu. — Cuide do meu irmão que está na mansão dos Fenrir.

Depois de dizer suas últimas palavras, ele morreu. Sigurd e Alberich entraram no salão correndo. Sigurd se ajoelhou ao lado do mestre e chorou. Alberich permaneceu em pé próximo a porta. Em sua mão direita ele carregava a espada ametista e as chamas dela estavam intensas. As chamas apenas refletiam os sentimentos de Alberich. Em secreto ele estava chorando por dentro.

Os lamentos foram interrompidos quando o palácio tremeu e o teto começou a rachar e a se despedaçar. Sigurd se moveu, tomou Hilda em seus braços e se lançou para longe no momento em que o teto cedeu. Magni acabou sendo soterrado pelos destroços.

— O que é isso?! — disse Alberich.

Entrando pelo teto destruído, Draco desceu batendo as asas e pousando desastradamente fazendo o palácio tremer. Em sua cabeça ele trazia duas pessoas cobertas por um manto negro. A mulher que o tinha libertado abaixou o capuz e balançou os longos cabelos azuis. Seus olhos verde-esmeralda se destacavam em uma pele pálida com lábios azuis. Em sua mão direita ela trazia um tridente negro e no outro braço ela segurava um homem que se apoiava nela, mas ele não tirou o manto.

— Hilda! — chamou a mulher.

— Quem é você? — perguntou Hilda.

— Eu sou Éris, a deusa da discórdia. Lamento por não ter chegado mais cedo, mas agora que eu cheguei... — Draco abriu sua boca e chamas surgiram. — Vou dar um basta nessa guerra! Asgard perdeu, princesa! Não tem como mudar isso. A partir de hoje, este país faz parte dos domínios do senhor Ares. Draco!! Mate todos!!

— Espere!! — gritou Alberich. — Por que querem tanto assim destruir o nosso país? Ares quer usar Asgard como demonstração de força? Nós não somos marionetes de vocês!! — O cosmo de Alberich se elevou e sua espada brilhou. — Eu irei espulgar vocês!!

A espada de Alberich trincou e explodiu revelando uma espada azul que emanava um cosmo poderoso.

— Essa é... — Alberich olhava incrédulo para a sua mão.

— "A espada Balmung foi parar nas mãos de Alberich, substituindo a espada de fogo!" — pensou Hilda. — “Odin... escolheu Alberich!”

— Essa é... A espada sagrada de Odin?! A espada Balmung?! Já chega!! Draco!! Mate-os! Agora!! — gritou Éris.

— Odin! Me dê a força necessária para vencê-los!

As chamas de Draco avançaram e Alberich foi na direção delas. A espada cortou as chamas ao meio e ao atravessá-las Alberich já não estava mais vestindo o seu robe. Agora ele vestia o robe divino de Odin.

— Desapareçam!! — gritou Alberich

O homem que se apoiava em Éris abaixou o capuz e se afastou de Éris ficando na frente dela. Ele estava com o rosto coberto de sangue e feridas.

— O que está fazendo, Deimos? — perguntou Éris.

Deimos estendeu a mão e fez surgir um pentagrama. De dentro do pentagrama surgiu um homem trajando uma Onyx. O último berserker que havia se afastado do grupo de Malkereth. Ele havia se dirigido para a floresta atendendo a um chamado silencioso de Deimos. Ele era forte, seu elmo possuía chifres, tinha longos cabelos negros, olhos cor de ferro e trazia em sua mão uma espada negra a qual ele usou para bloquear o golpe da espada Balmung.

— Vamos nos retirar. Na situação em que nós estamos, aquela espada é um problema para nós. A espada Balmung tem o poder de repelir qualquer mal e pode ceifar a vida de um deus. — disse Deimos, se ajoelhando por estar fraco. — Nenhum golpe nosso faria efeito contra aquela arma. Moloch, recue! — Éris se aproximou de Deimos e o levantou. — Draco! Vamos voltar ao Santuário. Asgard foi destruída. A vitória de qualquer forma foi nossa. Nós voltaremos, Hilda de Polaris! Marcharei com o meu exército por cima das ruinas do seu país e tirarei a sua vida e dos seus Guerreiros Deuses! Assim como a do Cavaleiro de Ouro que você hospeda em seu palácio.

Draco bateu suas asas e voou atravessando o buraco no teto, derrubando uma outra parte com a sua calda.

— Espere!! — gritou Alberich.

— Viva enquanto pode, Guerreiro Deus. — disse o berserker se afastando. O poder da espada Balmung trincou a espada de Moloch e a destruiu. O berserker sorriu e se dissolveu em trevas, desaparecendo.

A armadura de Odin deixou o corpo de Alberich junto com a espada. O Guerreiro Deus caiu cansado e arfando.

— Conseguimos.

— Graças a Odin. — disse Hilda.

O palácio, assim como o país, estava quase todo destruído, mas o povo iria se erguer novamente. Mais firme e mais forte do que antes.

—...—


Santuário – Salão do Grande Mestre

Anteros estava sentado no trono vestindo os trajes de Grande Mestre e diante dele dois cavaleiros de ouro estavam ajoelhados. Eles tiraram o elmo e colocaram debaixo do braço.

— Chamei vocês aqui porque eu tenho uma missão para cada um. Devem saber que Seiya e os outros traidores fugiram do Santuário. Diante de tal rebeldia a sentença que resta para eles é a morte. — disse o deus. — Por isso, ordeno que você, Eros de Peixes, vá atrás de Seiya e dos outros e mate-os.

— Sim, senhor. — disse Eros.

— Quanto a você, Kastor de Gêmeos, ordeno que vá para Jamiel e mate o Cavaleiro de ouro de Áries. Kiki.

— Mata-lo? Mas o que ele fez para que eu tenha que matá-lo? — questionou Kastor.

— Ele continua na desobediência de não responder os chamados do Santuário. O Senhor Ares não vai tolerar desobedientes. Você deve matá-lo e trazer a armadura de Áries de volta ao Santuário.

— Isso é o certo a se fazer? Mata-lo porque ele se nega a vir ao Santuário? Ele estando em Jamiel apresenta tanta ameaça assim para Ares? — questionou Kastor mais uma vez, mas dessa vez ele ergueu a cabeça e olhou para Anteros.

Anteros se levantou e deu alguns passos.

— Está querendo dizer que não pode me obedecer, Kastor?

— Perdoe-o, Grande Mestre. — disse Eros. — Acredito que Kastor apenas seja minucioso no que faz. Essas perguntas não passam de uma curiosidade dele. Ele vai matar Kiki e trazer a armadura de ouro como o senhor deseja. Tenho certeza que Kastor vai cumprir com a missão dele.

Kastor abaixou a cabeça. Ele estava se contendo. Caso falasse algo contra o Grande Mestre, poderia colocar em risco a vida dele e a de Eros.

— Sim. — disse ele.

— Assim espero. — disse Anteros.

— Licença, senhor. — disse Eros se levantando. Kastor se levantou calado e saiu do salão em passos largos.

Quando eles saíram do salão e as portas se fecharam atrás deles, Kastor parou.

— Por que você falou aquilo? — perguntou ele.

— Eu salvei a sua vida. Ele poderia matá-lo se você falasse mais alguma coisa contra as ordens dele. Acha errado matar Kiki? Então vá para Jamiel e descubra sozinho se é certo ou errado fazer isso. Se for certo, mate-o, mas se for errado...

— Eu vou matar Ares e todos os outros que apoiam ele. — disse Kastor. — Incluindo os Cavaleiros de Ouro.

— Não faça promessas que você não poderá cumprir, Kastor. — Advertiu Eros, colocando o elmo de Peixes na cabeça. — Principalmente se futuramente você me tiver como seu inimigo.

—...—


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Notas finais do capítulo

Grupo da fanfic no facebook: https://www.facebook.com/groups/562898237189198/

Nesse grupo você acompanha o lançamento dos capítulos e ainda tem acesso ao perfil e histórico de alguns cavaleiros.


Próximo capitulo: Kastor é enviado para Jamiel para matar Kiki e diante dos questionamentos de Kastor uma dura batalha se inicia entre os cavaleiros de Gêmeos e Áries. Estrelas vs galaxias. No Santuário, Jake, o cavaleiro de ouro de Leão, encontra uma curiosa menina no Vilarejo de Rodorio que o revela algo despertando a fúria do Leão dourado. Em Roma, Afrodite diz não confiar mais na capacidade de Fobos e então envia um assassino para matar Seiya e os outros.

Capítulo 28: Galáxias explodem em Jamiel. O assassino enviado por Afrodite.

Obrigado a todos que ainda permanecem aqui comigo e seja bem vindo você que está começando a me acompanhar. Lembre-se, opinião e sugestão são sempre bem vindas



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