A Saga de Ares - Santuário de Sangue escrita por Ítalo Santana


Capítulo 28
Capitulo 26 - Guerra em Asgard: Suprema Execução Aurora!


Notas iniciais do capítulo

Seiya e os outros foram misteriosamente teletransportados e isso desperta a ira de Fobos que agora desconfia que alguém do Santuário tenha auxiliado na fuga. Em Asgard a invasão continua com mais mortes. Um berserker se manifesta gerando vitimas de sua insanidade. Deimos e Loki se enfrentam na floresta de Asgard enquanto isso o lendário cavaleiro de Aquário luta contra as chamas de Draco.



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Capítulo 26 - Guerra em Asgard: Suprema Execução Aurora!


Santuário – Grécia

— Eles sumiram!! — disse Phobos em tom alarmante. O deus estava em pé no centro do Salão do Grande Mestre. Seus olhos estavam tomados por um brilho roxo.

— Seiya e os outros? — perguntou Anteros, com um tom de preocupação. Ele inclinou o corpo pra frente. Estava prestes a se levantar do trono.

Phobos virou lentamente e olhou para Anteros.

— Sim. Seiya, e todos os outros, desapareceram. — Phobos falava, mas parecia não estar acreditando nas próprias palavras. — Alguém os teletransportou.

— Senhor Phobos! Senhor Phobos!! — gritou um soldado berserker entrando no templo. — Seiya e os outros fugiram!! O Senhor Anatole solicitou que...

— Silêncio! — gritou Phobos, disparando um golpe paralisou o corpo do soldado. A voz de Phobos ficou grossa e seu cosmo roxo se tornou negro. Seus olhos mergulharam em trevas e suas veias ao redor dos olhos ficaram escuras, parecendo rachaduras em sua pele pálida. — Vocês falharam mais uma vez.

— Sen-Senhor...

— De nada adiantou descobrir o plano de fuga com antecedência. — disse o deus, furioso.

O soldado se curvou de dor levando a mão ao peito e abriu a boca em busca de oxigênio. Seus olhos começaram a sangrar e sua pele começou a ficar roxa por causa da faltava de ar. Quando seus olhos se arregalaram algo saiu de sua boca e ele desabou no chão. O coração do soldado, agora fora do corpo, deu suas últimas batidas e parou.

— Guardas!! — gritou o deus, e logo dois soldados entraram no salão, ficando amedrontados ao verem um colega morto. — Chamem Hugo de Corvo imediatamente!!

— Sim senhor!! — disseram os soldados e saíram as pressas.

Anteros deu alguns passos para trás. Phobos estava tomado pela ira e pela frustração. Iria matar qualquer um que pudesse para poder descontar sua raiva, mas se isso saísse do controle seria uma carnificina no Santuário.

— "Não posso deixá-lo perder o controle. Até mesmo eu posso ser envolvido na sua ira." — pensou Anteros — "Não tenho alternativa." — Seu cosmo se elevou e seus olhos foram tomados por um brilho prateado. — "Vou ter que...

Uma neblina vermelha surgiu pelas laterais do salão e avançou em direção a Phobos, circulando ao redor dele.

— Já chega Phobos. — disse Dionísio, entrando no salão vindo do corredor lateral. — Você precisa se recompor.

— Não tenho tempo para isso. — disse o deus do Medo, agora mais calmo graças ao efeito entorpecente da nevoa de Dionísio. — Seiya e os outros foram teletransportados por alguém de dentro do Santuário. Eles precisam ser rastreados o quanto antes! Tenho que providenciar isso.

O deus se retirou do grande salão, deixando Anteros e Dionísio para trás.

— O que pretendia fazer elevando o cosmo daquele jeito? — perguntou Dionísio para Anteros, mas o deus não respondeu à pergunta do deus do vinho. Permaneceu em silêncio. — Você tem a habilidade de controlar um deus, não é? Phobos sempre desconfiou que você tivesse tal habilidade. — Anteros lançou um olhar despreocupado para Dionísio e em troca o deus do vinho sorriu. — Eu vi naquele dia em que o espírito de Ares se manifestou diante de nós. Senti o poder de manipulação vindo da sua voz. De cada palavra. Deimos pretendia destruir tudo no Santuário, mas você convenceu Ares a seguir o plano que Delfos tinha arquitetado. — disse Dionísio dando mais alguns passos e parou com um sorriso torto. — Você queria se mostrar um conselheiro útil. E isso é uma coisa que vem tentando desde a primeira guerra santa. Ser estrategista. Mas Ares nunca lhe deu ouvidos como deveria. Quando Delfos opinou pelo plano de invasão e você viu que era atraente, você enxergou ali a sua chance de provar a Ares que a estratégia era o melhor recurso para atacar, mas você mesmo não esperava que Delfos na verdade estivesse arquitetando um plano de invasão falso, e manipulando a guerra santa a favor de Atena.

— Do que está me acusando Dionísio? — perguntou Anteros.

— De oportunismo. — a voz de Dionísio era mansa e firme. — Você aconselhou que seguissem o "seu" plano e que seria Phobos e Deimos que iriam executá-lo, mas me parece que você só disse isso para se resguardar caso o plano falhasse. Como está acontecendo agora. Até porque um plano aparentemente tão perfeito como esse, só iria falhar se aqueles que o estivesse colocando em prática cometesse algum erro. E agora que a corda está se arrebentando, Ares não vai olhar para você. Ele vai olhar para quem ele sempre olhou. Phobos e Deimos. Se as coisas continuarem a dar errado, eles serão punidos.

— E daí? Sou manipulador. Não sou covarde, sou estrategista. Desde quando você se importa com isso? — Anteros alterou a voz. 

Dionísio sorriu.

— Abaixe seu tom de voz. Não está falando com um deus qualquer. Tudo o que eu disse agora era apenas uma suposição. Você apenas confirmou tudo o que eu suspeitava sobre você. Sinceramente, esperava que fossem apenas suposições. Por isso vou lhe dar um conselho, meu jovem. Se você não começar a agir agora montando uma estratégia para deter o avanço de Seiya e cumprir as ordens de Ares com eficiência, você não vai escapar da ira de Ares. Quando não tiver mais Phobos e Deimos para ele punir, ele vai finalmente olhar para você. E isso não vai demorar. Pode ter certeza. Um relatório sobre o ocorrido de hoje já foi feito e enviado para Roma. Não vai demorar muito para que Ares e Afrodite leiam. — Dionísio deu as costas e se dirigiu para a lateral do salão, caminhando para o seu aposento.

—...—


Asgard – Centro da cidade

Um homem que se aproximou vindo de uma rua lateral. Ele emanava um cosmo poderoso e trajava uma armadura dourada

— Um cavaleiro de ouro?!! — disse Vlad, levemente surpreso.

Draco parecia espantado. Ele logo trocou a expressão de espanto por um sorriso curto.

— Não é um Cavaleiro de Ouro qualquer. Então você está vivo! Hyoga de Aquário, o lendário cisne do Norte. — disse Draco.

O cosmo de Hyoga se elevou e uma forte nevasca varreu a área, intimidando os berserkers.

— E o que fez você pensar que eu estava morto? — disse Hyoga com um tom de voz frio e calmo. — Sleipnir! Você consegue cuidar dos outros?

— Pode deixar comigo, Senhor Hyoga — respondeu Sleipnir.

Sleipnir, Vlad, Malkereth e os outros berserkers se prepararam para atacar.

— Esperem! — gritou Draco. — Mudanças de plano. Se Deimos está mesmo lutando contra Loki então o palácio não vai ser invadido. Vlad cuide do Guerreiro Deus sozinho. Malkereth, siga para o palácio Valhalla com os berserkers e os outros soldados. Matem todos e deixe apenas Hilda viva. Deimos vai querer matá-la com as próprias mãos.

Malkereth subiu de volta para a quadriga e seguiu em frente com o exército.

— Mandou-os para a morte. Você tem noção disso, deus dragão? — perguntou Sleipnir. — O palácio Valhalla não está desprotegido, se é isso o que você pensa. Existe um poderoso guerreiro deus esperando por eles.

Draco se virou calmamente e olhou para Sleipnir.

— Acabei de enviar um poderoso berserker acompanhado de um forte exército. De acordo com você, lá tem apenas um Guerreiro Deus. Na verdade, estou mandando através deles a morte do seu companheiro.

— Veremos. — respondeu Sleipnir com ironia. — Vamos ao que interessa.

Em sua mão se formou uma bola de fogo e ele a disparou contra Vlad, fazendo o berserker saltar para se esquivar, mas o Guerreiro Deus foi ágil e saltou para um novo ataque com o punho em chamas. Vlad parou o golpe com apenas uma mão, mas o impacto o lançou para duas ruas depois de onde eles estavam e então ele se chocou contra a parede de uma casa gerando um desabamento. Sleipnir saiu então correndo de encontro a Vlad.

— É um Guerreiro Deus poderoso. — disse Draco, reconhecendo a força de Sleipnir.

— Agora estamos a sós, Draco. — disse Hyoga.

— "Que tipo de homem fica diante de um deus sem temê-lo? Ele permanece calmo mesmo sentindo a diferença entre nossos cosmos. Hyoga... Que tipo de homem você é?" — pensou Draco. Ele desembainhou sua espada, a qual trazia presa em sua cintura. — Você me perguntou "o que me fez pensar que você estava morto". Bem, você enfrentou Éris, que é uma deusa, e mesmo você sendo um Cavaleiro de Ouro deveria estar morto ou extremamente ferido, mas não, aqui está você tomado por uma calma inabalável e sem ferimentos. Onde está Éris?

— O erro de vocês está em nos subestimar. É sempre o mesmo erro que todos vocês sempre vão cometer não importa quantas vezes sejam vencidos. Parece que vocês estão fadados a falhar nisso. — Draco estreitou os olhos ao ouvir as palavras de Hyoga. — Veja Éris, por exemplo. Ela se orgulhou tanto de seu poder, mas foi vencida. Nesse momento ela está em algum lugar no fundo do mar congelado da Sibéria presa em um esquife de gelo.

— Éris foi vencida? — Draco sorriu. — Entendo... — O deus se teletransportou, deixando Hyoga surpreso, e surgiu por cima desferindo um golpe com sua espada, mas Hyoga se esquivou na velocidade da luz e a espada abriu uma fenda no chão levantando uma nuvem de neve. Draco avançou novamente desferindo mais golpes com sua espada, mas Hyoga continuava a desviar com imensa precisão. No último golpe Hyoga saltou e pousou em cima da lâmina que estava apontada para frente. — É... os rumores sobre suas habilidades são verdadeiros. Realmente não é um homem qualquer, e jamais deve ser subestimado.

Hyoga girou para trás e pousou suavemente.

— Não me diga que isso é tudo o que você pode fazer. — disse Hyoga.

— Ora, é você quem está me subestimando agora e isso é algo muito tolo de sua parte. Afinal... — Draco cravou sua espada no chão e elevou o seu cosmo. — Está subestimando um deus, rapaz. Olhe bem para si mesmo, Cavaleiro de Aquário. Achou que fugiu dos meus golpes.

Hyoga olhou para o seu corpo e ficou surpreso.

— Mas o que... — a armadura de ouro estava marcada por finos cortes que brilhavam com um vermelho alaranjado. O calor que fluía dos cortes parecia consumir a armadura aos poucos.

— É superficial. Infelizmente, claro. — disse Draco. — Até mesmo a pressão da minha espada é capaz de lhe causar danos.

Hyoga também elevou o seu cosmo. Sua capa batia forte com o balançar do vento. Enquanto o cosmo de Hyoga era tão frio quanto o clima de Asgard, o cosmo de Draco era extremamente quente e fazia toda a neve ao seu redor derreter.

—"A pressão do seu cosmo é esmagadora. Não posso deixar que ele perceba qualquer ponta de hesitação ou surpresa." — pensou Hyoga

— Vamos acabar logo com isso, Hyoga. — o cosmo de Draco se transformou em uma coluna de chamas e o chão começou a derreter e se transformar em lava. — Você vai morrer!!!

Draco partiu em direção a Hyoga concentrando seu cosmo em seu punho que ficou tomado por chamas. Hyoga colocou a mão no peito e sorriu.

— Morrer? Hoje não! — Hyoga também partiu pra cima concentrando seu cosmo em seu punho e ambos aplicaram um golpe quando se cruzaram. A capa de Hyoga pegou fogo ao tocar no cosmo de Draco e foi reduzida a cinzas, mas não foi só a capa que teve danos. A armadura de ouro estava com fissuras e chamuscada por causa do contato com as chamas do deus dragão.

— Agradeça ao seu mestre por ter treinado você como um cavaleiro do gelo. Se não fosse seu cosmo gélido você estaria morto. Assim como se eu não fosse um deus talvez... — Draco se virou e mostrou que o peito de sua Onyx tinha sido coberto por uma camada de gelo. — Eu estaria com sérios danos. Para congelar uma Onyx divina é necessário um alto poder e um frio mais intenso que o zero absoluto. Agora mais do que nunca... — Draco se lançou e aplicou um forte soco no rosto de Hyoga que acabou tendo o elmo de aquário arrancando e foi lançando violentamente contra a parede de uma casa, deixando um buraco. — Eu tenho que matá-lo. Deixar alguém poderoso como você vivo... Seria um erro.

Hyoga se levantou cambaleando. A sua boca tinha sido machucada pelo soco e seu rosto agora estava com escoriações. Sua armadura apresentava estar bastante danificada e a luta mal tinha começado. Ele sabia que tinha que deixar a luta no mesmo nível. Causar danos a Draco também, mas diferente de Éris, Draco não subestima seu oponente. Ele é centrado do poder que tem e não se contém.

— Já escutei isso tantas vezes vindo da boca de inimigos poderosos, mas... — Hyoga sorriu. — Permaneço vivo. — O cosmo de Hyoga se elevou e a neve começou a se agitar e solidificar em afiados cristais de gelo que se concentraram ao redor de Hyoga. — Pó de Diamante!!

Uma rajada de cristais de gelo foi lançada contra Draco.

— É só isso? — perguntou o deus, com um tom de decepcionado, mas em seguida sorriu. O deus estalou os dedos e fez surgir uma rajada de chamas que engoliu a técnica de Hyoga e a anulou.

 "O-O que?!" pensou Hyoga impressionado.  Ele anulou a minha técnica com facilidade. Será que o mito sobre ele é mesmo verdade? Se for... Eu tenho que derrotá-lo antes que ele..."  Hyoga se ajoelhou e encostou a mão no chão.

— Está se curvando? — perguntou Draco, curioso.

O cosmo de Hyoga se espalhou e o toque de sua mão na neve começou a formar uma grossa camada de gelo. A fonte de água, que ficava no meio da encruzilhada, teve sua água totalmente congelada. As casas, ruas, tudo foi coberto pela camada de gelo que não só congelou toda a área ao redor deles, mas também o próprio Draco começou a ter seus pés congelados. Um ar frio o suficiente para congelar a Onyx e impossibilitá-lo de se mover. 

— Jamais irei me curvar para um deus como você. — respondeu Hyoga, enquanto se levantava. — Esse é o gelo formado pelo frio que irá deter você.  Draco, eu irei derrotá-lo!

— Não brinque comigo, garoto. Acha que essa brisa fria vai me vencer? — os dentes de Draco estavam mais afiados e sua voz ficou grossa. Seus olhos ficaram vermelhos e sua pupila ficou no formato de uma fenda dando a ele olhos com aspectos de repteis. O corpo de Draco foi tomado por chamas que começaram a derreter a camada de gelo que o prendia.

— É agora!! Turbilhão de gelo!!  O vento ficou agitado formando uma tempestade de neve que gerou um turbilhão de cristais congelantes. Draco foi pego pela força de impacto do golpe e foi mandado pelos ares, sendo golpeado pelos cristais cortantes. — Eu... Consegui?! — disse Hyoga arfando e caindo de joelhos, mas logo ele percebeu que tinha algo errado. Draco não caiu depois que foi lançado pelo golpe. Hyoga ouviu um forte bater de asas que foi acompanhado pela agitação da neve.

Hyoga se levantou para verificar o que era, mas foi atingido por um chute em seu tórax e foi jogado violentamente contra a fonte congelada. Draco pousou a poucos metros, mas não era mais o mesmo de antes. Ele estava ainda mais alto, musculoso e parecia que sua Onyx tinha se fundido com o seu corpo, pois sua pele agora era uma grossa camada de escamas verde escuro. Seu peito nu tinha uma marcação em tribal e apenas o cinto, braços e pernas de sua Onyx permaneceram cobrindo seu corpo. De suas costas rompia duas grandes asas de dragão com garras nas pontas.

— Um deus dragão!! A besta que é filho do relacionamento de Ares e Afrodite. — disse Hyoga, enquanto se levantava arfando.

—...—


Floresta Sagrada de Odin – Asgard

Deimos abriu as asas de sua Onyx e avançou contra Loki. O deus da trapaça sorriu vendo o avanço do deus do Terror e desviou. O punho de Deimos acertou o chão, abrindo uma cratera e gerando um forte deslocamento de ar que impulsionou Loki para trás.

Aproveitando a distância, o deus nórdico se dissolveu em trevas e reapareceu aplicando um chute no rosto de Deimos.

Também sou um deus de combate. Não se esqueça disso. —  Disse Loki.

O deus girou e aplicou um soco, lançando Deimos contra o chão, mas o deus do Terror se ergueu e avançou. Deimos segurou o braço de Loki e o arremessou contra as árvores, rasgando a floresta sagrada de Odin.

 Que força absurda!” pensou Loki, enquanto colidia com as árvores. Preciso reagir.

Loki girou a lança e a fincou no chão, interrompendo a força do arremesso, e recobrou a postura, podendo avançar mais uma vez contra o seu oponente. Mas ele não ia precisar se deslocar muito, pois Deimos já estava indo em sua direção. O deus do Terror havia saltado e trazia sua espada negra na mão. Deimos pousou violentamente e brandiu sua lâmina, mas Loki desviou sorridente. O filho de Ares tentou uma segunda investida, mas o deus nórdico continuou a desviar.

Tomando uma distância segura, Loki elevou o cosmo e o expandiu, disparando rajadas de cosmo na forma de lobos negros gigantes. Deimos manejou a espada e partiu o ataque ao meio, anulando o golpe do deus.

Chega de truques! — disse Deimos, avançando.

Para onde você está indo, filho de Ares?! — Loki surgiu atrás de Deimos atravessando a dobra do espaço-tempo. Você baixou a guarda. Isso é um erro.

Deimos virou-se e sorriu.

— Baixei?!

Loki arregalou os olhos ao notar que Deimos havia percebido o seu truque. O deus do Terror trocou a espada de mão e cerrou o punho, disparando um soco no peito de Loki. O deus nórdico tentou bloquear, mas seu cosmo não se elevou a tempo e o deus foi arremessado violentamente rasgando o solo.

— Não acredito nisso... — pensou Loki enquanto se levantava. Seu poder, que antes não se comparava ao meu, mas agora... está quase no mesmo nível. Não! Ele não se compara a mim, ainda é inferior, mas eu não posso vacilar nem por um segundo.

Loki se levantou e manejando a lança foi pra cima de Deimos, mas o deus do Terror usou a sua espada divina para bloquear o ataque. O choque de armas causou um forte deslocamento de terra e de ar que saiu arrastando tudo ao redor, derrubando dezenas de arvores.

— Você tem um ótimo reflexo. — comentou Loki, saltando para trás e tomando distância.

— Não perca seu tempo fazendo elogios ou recuando. — disse Deimos caminhando em direção ao deus. Lute, covarde!!

O deus do Terror correu e deu um saltou se lançando contra Loki. O deus desviou para trás quando os pés de Deimos abriu uma cratera no solo. O filho de Ares seguiu avançando desferindo consecutivos golpes, mas Loki desviava sorridente fazendo desdém dos esforços do deus. Mas por um leve descuido a espada de Deimos cortou o seu Robe divino na lateral do abdome. O queimor do corte gerou adrenalina nas veias de Loki, o fazendo criar um impulso de movimentos contra Deimos.

Na medida em que os dois se golpeavam com suas armas divinas, um deslocamento de ar causado pelo impacto arrastava a neve e arrancava as arvores levantando nuvens de cristais de gelo. Hayato permaneceu afastado para não ser pego no meio da luta dos deuses. Deimos abriu as asas e voou para tomar visão do campo de batalha, mas logo a nuvem de neve se rompeu e Loki apareceu armado com a lança prestes a perfurar Deimos, mas com a palma da mão estendida o deus parou a lança de Loki.

— Impossível!! Ele deixou a minha lança perfurar sua mão de propósito!! — disse Loki trincando os dentes e arregalando os olhos. — Nem ao menos tentou se esquivar... esse... desgraçado!

— Hayato!! Siga em frente! Vá para o Palacio Valhalla! — ordenou Deimos. — Eu cuidarei dele.

Hayato acenou com a cabeça e seguiu para o Palácio. Loki recuou com a lança e se distanciou de Deimos, pousando com força rasgando. Deimos também desceu de forma violenta formando uma cratera. O cosmo negro do deus do terror se elevou e os seus olhos emitiram um brilho vermelho ainda mais forte.

— Mas que cosmo é esse?! — a energia negativa do cosmo de Deimos causou temor em Loki, deixando-o paralisado.

— Morra!! — Deimos ergueu a espada e seu cosmo negro brilhou e se expandiu, se transformando em várias lâminas que seguiram em direção a Loki e o perfurou. — Um deus insignificante como você achou que poderia confrontar um dos filhos de Ares?

As lâminas negras se dissolveram no corpo de Loki, restando apenas os ferimentos profundos. Apesar dos danos, o deus da trapaça sorriu e se levantou com esforço.

— E você achou que bancando o onipotente iria me derrotar com essa técnica? — a pele de Loki ficou totalmente azul e seus olhos ficaram vermelhos. Seus ferimentos sararam, deixando Deimos surpreso. — Insolente! — Loki estendeu a lança e disparou um raio contra Deimos, lançado o deus longe. — Retorne para a Grécia, deus grego. Acabe com essa invasão.

Loki deu as costas e ia seguir para o Palácio Valhalla, mas um cosmo negro se estendeu pela floresta devastada.

— Não dê as costas para o seu inimigo. — disse Deimos através do seu cosmo. Loki virou-se e viu o deus do Terror se erguendo. Imagens e urros de bestas podiam ser vistos e ouvidos através do cosmo negro. — Principalmente quando ele é mais forte do que você.

Em extrema velocidade, Deimos surgiu diante de Loki e o atacou com a espada arrancando o braço direito do deus que urrou de dor. Sangue jorrou encharcando o Robe Divino de Loki e tingindo a neve. O deus da trapaça segurou a lança com a mão esquerda e a girou para se defender do próximo ataque e então se teletransportou, mas voltou a aparecer a alguns metros de distância. Com a lança ele invocou um círculo de fogo azul abaixo de Deimos.

— Quanta arrogância! Mais forte do que eu? — Loki sorriu. — Irei lhe reduzir a cinzas!! — O círculo de fogo se acendeu e explodiu, erguendo uma coluna de chamas que lançou Deimos para o alto. O deus do terror urrou de dor na medida em que as chamas o consumiam. — Eu sou o preludio do Ragnarok, filho de Ares! E você ainda me desafia com toda essa prepotência! Irei retalhá-lo e levarei seus pedaços como oferta para Ares! — A lança de Loki se despedaçou, se transformando em centenas de lâminas, e o deus a disparou contra o turbilhão de chamas. — Seja obliterado!

O golpe gerou uma explosão seguida por um tremor de terra. Uma grande parte da floresta tinha desaparecido. Agora era apenas uma mancha negra, como uma ferida no solo sagrado de Asgard. Loki caiu de joelhos arfando e sem forças devido a perda de sangue. Mas para a surpresa do deus um par de asas negras se ergueu das cinzas. As asas estavam queimadas e ensanguentadas, assim como o corpo de Deimos.

— Apesar de todos esses danos, você ainda consegue se erguer? — disse Loki, se levantando.

Deimos sorriu.

— Sou um deus de combate. E não irei parar aqui. Asgard irá cair!!

O cosmo de Deimos se elevou em uma forte explosão.

— Esse combate já se estendeu por tempo demais. — disse Loki. O braço que havia sido arrancado no golpe de espada se regenerou graças a capacidade regenerativa dos gigantes de gelo, deixando Deimos surpreso. — Não lhe resta mais nada. Agora podemos dar continuidade.

Loki estendeu a mão e disparou uma rajada de cosmo que tomou a forma de cavalo gigante de oito patos, avançando a galope contra Deimos. O deus do terror brandiu sua espada para bloquear o ataque, mas foi nocauteado pelo deus nórdico.

De joelhos e se apoiando na espada, Deimos ergueu a cabeça e se deparou com Loki diante dele som um largo sorriso perverso.

— É o seu fim! — disse o deus da trapaça.

Loki avançou com um golpe fatal, mas Deimos reuniu forças e desviou, girando em seguida e golpeando Loki nas costas. O deus nórdico gritou de dor ao sentir a lâmina rasgar a Robe Divina e perfurar suas costas. Loki virou-se para contra-atacar, mas Deimos foi mais ágil e desferiu um segundo golpe de espada, atravessando a barriga do deus.

Loki caiu ajoelhado, sem forças. Seu Robe divino estava danificado e estava perdendo muito sangue.

— Isso termina agora. — disse Deimos parado diante de Loki.

— Você é um tolo. — disse Loki. — E vai perder essa guerra. Asgard não cairá antes do Ragnarok acontecer. Então corte a minha cabeça se quiser. Irei retornar.

Ignorando as palavras do deus, Deimos desferiu um golpe de espada e cortou a cabeça de Loki, que rolou até seus pés. A expressão de Loki era com os olhos fechado e um sorriso no rosto. O corpo morto desabou em seguida e se desfez.

Deimos se virou para ir ao Palácio Valhalla, mas algo queimou em seu corpo. Os fragmentos da lança de Loki, que tinha sido disparados contra Deimos em meio ao turbilhão de chamas, estavam cravados no corpo queimado de Deimos e brilhavam emanando o cosmo de Loki.

— São resquícios dos fragmentos da lança?! Mas... Achei que tivessem se dissolvido em cosmo. — Os fragmentos começaram a emitir um forte brilho. — Desgraçado!!

As lâminas se transformaram em chamas e acenderam tomando o corpo de Deimos, causando múltiplas explosões.

—...—


Santuário – Grécia

— Deimos?! — Phobos, que estava acompanhado pelo berserker Hugo de Corvo, parou diante do templo do Grande Mestre e virou-se olhando para o céu. — Senti que o cosmo de Deimos estava... se apagando. Alguma notícia sobre a invasão em Asgard?

— Não, senhor. — respondeu Hugo.

— E sobre Seiya e os outros?

— Também não, senhor. Segui o rastro do teletransporte, mas o resquício de cosmo terminava no litoral. Sem sinal deles.

— Conseguiu rastrear quem os teletransportou?

— Não senhor. Mas pelo nível do cosmo, não foi um cavaleiro. Era uma força grande demais. Uma força...

— Divina. — Completou Phobos.

Phobos respirou fundo e entrou no grande salão, mas algo lhe chamou a atenção. Anteros estava de joelhos diante do trono vazia do Grande Mestre. De repente uma poderosa presença tomou o espação do recinto e caiu sobre Phobos e Hugo, obrigando-os a se curvarem.

— Essa... Essa presença esmagadora... — pensou Phobos, assustado. — Só pode ser...

Um fragmento vermelho de cosmo brilhou no trono e dessa fagulha surgiu uma neblina de vermelho sangue, dando forma a um homem de porte atlético forte, alto, pele parda, cabelo curto castanho esbranquiçado e trajando um elmo emplumado que escondia uma parte do seu rosto, deixando apenas a boca amostra. Ele estava ombreiras de uma Onyx vermelha com adornos dourados e um manto negro que cobria todo o seu corpo. Sua presença era imponente e seu imenso cosmo era intimidador. Só a sua presença já despertava uma vontade descontrolada por conflitos.

— Senhor Ares! — disse Phobos, incrédulo.

"Estou desapontado com você Phobos. E com seu irmão também. Mesmo após matarem Atena, ainda não conseguiram conquistar nem mesmo Asgard." — A voz era grossa e ecoava pelo salão. Ares estava irado.

— Deimos está cuidado disso, meu senhor. — respondeu Phobos.

"Silêncio!! Apenas fale quando eu lhe der permissão! Já não bastou falhar em controlar a situação gerada pelo Grande Mestre, também deixou que Seiya e os outros fugissem mais uma vez. Como podem ser tão incompetentes assim?!!! — gritou o deus. Seus olhos emitiram um forte brilho vermelho e Anteros e Phobos foram violentamente lançados contra a parede, ficando paralisados pela telecinese de Ares.  Eu exijo que vocês corrijam os seus erros!!”

Phobos e Anteros foram libertados e caíram no chão.

"O meu cosmo agora cobre toda a Terra, incentivando o conflito entre os humanos. Convoquem o deus Enyalios. Uma terceira guerra mundial deve ser incitada."

— Sim, meu senhor. — respondeu Phobos. — Iremos providenciar.

"Mais uma coisa... Onde está Éris? Eu não sinto o cosmo dela no Santuário com os outros deuses."

— Não sabemos, Senhor. Éris e o Cavaleiro de Aquário se enfrentaram, mas os cosmos dos dois desapareceram em seguida. — respondeu Anteros.

"Desapareceu?! Não... Ares fez alguns segundos de silêncio, como se procurasse com mais profundidade a localização de sua aliada. Eu posso sentir. Eu sinto o cosmo de Éris. — Dentro do elmo, os olhos de Ares voltaram a emitir um forte brilho vermelho. — Ela está presa no mar da Sibéria. Em um esquife de gelo. Quanta petulância selar um deus. — Ares levantou o braço e disparou com o dedo indicador um raio de cosmo que perfurou o teto seguindo em direção a Sibéria. — Irei libertá-la do esquife de gelo e logo Éris retornará. Prestem atenção... Daqui a alguns dias a lua de sangue voltará a brilhar e então estarei recuperado de todos os danos que o selamento de Atena me causou. Cumpram o que eu ordenei ou então serão punidos severamente.

E com isso o cosmo do deus da guerra desapareceu.

— Hugo! — chamou Phobos. Sua voz estava mansa, mas o nervosismo era nítido. — Chame Enyalios e os Cavaleiros de Ouro de Gêmeos e Peixes!!

—...—


Asgard – Centro da Cidade

Draco deu alguns passos e parecia que um terremoto se aproximava. Sua presença era quente e agressiva. E apesar do seu corpo estar com um aspecto mais forte e robusto, a sensação dos seus passos era como se ele fosse uma grande besta se movimentando pela cidade.

— Entende agora por que ordenei que os berserkers seguissem em frente? Não preciso deles para dar conta dessa cidade ou de você. — Uma bola de fogo se formou na palma da mão do deus. — Algo tão frágil como vocês, humanos, podem ser mortos sem o mínimo esforço.

Draco disparou a bola de fogo em direção a uma sequência de casas, consumindo tudo o que encontrava pela frente. Gritos puderam ser ouvidos vindos dos moradores que se escondiam dentro de suas casas. Pessoas em chamas saíram desesperados de suas casas, caindo no chão e se debatendo em agonia. Hyoga estendeu a mão e disparou uma rajada de ar frio, apagando as chamas. Ele tentou ir até os cidadãos, mas Draco ficou em seu caminho.

— Desgraçado! Por que está fazendo isso com eles? Eu sou o seu oponente! — Hyoga concentrou cosmo gélido em suas mãos e disparou uma rajada de ar frio contra o deus. — O que eles fizeram contra você ou contra os deuses?

Draco desviou do golpe e ergueu o braço criando um turbilhão de chamas, girando tão rápido que se estreitou e deu forma a uma lança. O deus contra-atacou, mas Hyoga rebateu o ataque lançando o seu golpe “Turbilhão de gelo”. Os golpes colidiram e gerou uma forte explosão, arrastando ambos para trás.

— Não questione os deuses. — disse Draco com sua voz bestial.

— Vocês ficam com esse discurso ridículo de que estão punindo os humanos por se rebelarem contra os deuses, mas veja só o que você e Ares estão fazendo. Punindo, castigando e matando inocentes que nunca levantaram um dedo contra os Olimpianos. — o cosmo de Hyoga se elevou violentamente. — Pessoas que sempre se esforçaram para sobreviver em uma parte fria do planeta que quase não é banhada pelo sol. — Furioso, Hyoga concentrou cosmo em seu punho e encarou Draco. — Esses coitados preferiram a paz quando tiveram a oportunidade de matar Atena e tomar o Santuário. Então... afinal... Que tipo de mundo vocês querem criar?!!

O cosmo de Hyoga explodiu e o Cavaleiro de Atena avançou contra Draco acima da velocidade da luz, pegando o deus desprevenido. Draco tentou bloquear o punho, mas foi arremessado contra uma casa.

— Isso não é da sua conta. — disse deus saltando e abrindo as asas no céu. — Apenas aceite as nossas vontades.

O deus cerrou o punho e foi de encontro a Hyoga, que também avançou de punho fechado. A colisão do cosmo se propagou como onda de destruição. Hyoga foi arrastado para trás, mas se recompôs e disparou uma poderosa rajada de ar congelante.

Draco estendeu a mão e deteve o golpe, mas a força cósmica de Hyoga começou a pressioná-lo.

Apesar de ser um mero humano, sua força rivaliza com a de um deus. Pensou Draco. Ainda assim, não consigo compreender como esse homem foi capaz de selar Éris.

O deus elevou o cosmo e anulou a técnica de Hyoga. Em seguida se moveu tão rápido que o Cavaleiro de Atena não conseguiu acompanhar. Draco surgiu acima de Hyoga e disparou um golpe. Houve uma poderosa explosão que abalou toda a cidade e ergueu uma coluna de fumaça.

Quando a poeira cessou, Hyoga tinha desaparecido e diante dele havia apenas uma fina parede de gelo, que rachou e se despedaçou.

— Um espelho de gelo?! Então o que eu golpeei foi apenas um reflexo?

— Nós, humanos, não somos lixos para sermos tratados assim. — o ar rodopiou e Hyoga se surgiu a alguns metros de distância de Draco. Em posição de ataque com os braços erguido na forma da ânfora de Aquário. — Essa é a técnica secreta mais poderosa que eu herdei do meu Mestre Camus. Usarei ela para dar um fim a esse seu ego. Draco, nessa técnica estará a vingança de todos os Cavaleiros de Aquário que sempre lutaram contra demônios como você.

— Vocês humanos são lixos sim. Aceite logo sua posição inferior aos deuses. — Os olhos de Draco se acenderam junto com o seu cosmo. — Esteja ciente de que esse seu frio é inútil contra mim. — a voz de Draco estava mais grossa.

— Morra! Execução Aurora!! — Com as mãos unidas Hyoga disparou uma poderosa rajada de cosmo repleta de cristais de gelo afiados, criando uma poderosa tempestade de neve.

— Tolo! — o deus estendeu a mão e disparou um turbilhão de chamas que colidiu violentamente com a Execução Aurora. — Seus esforços são inúteis, Cavaleiro de Ouro! Não há como você me vencer com esse seu ar frio patético.

O cosmo de Draco sobrepujou o de Hyoga e o Cavaleiro de Ouro recebeu sobre si todo o golpe, sendo lançado para o alto e sofrendo danos em sua armadura.

— Eu disse Hyoga, esse frio seria inútil contra mim. Então aquilo era também a vingança de todos os Cavaleiros de Aquário? Não passou de uma brisa fraca. — disse o deus enquanto caminhava em direção a Hyoga. O Cavaleiro de Atena estava tentando se levantar, mas não tinha mais forças. Tinha dado tudo de si naquele golpe. Ao se aproximar do dourado, Draco pisou em sua cabeça e empurrou contra o chão. — Essa é a posição de um deus e um humano. — disse ele enquanto pressionava Hyoga contra o chão. — Os humanos devem permanecer curvados diante dos deuses. Aceitando as nossas escolhas sem questionar.

—...—


Asgard – Lado norte da Cidade

— Primeiro um cosmo explodiu na floresta e agora foi no centro da cidade. — disse Sleipnir, observando uma coluna de fumaça que saia do centro da cidade. — Não posso ficar aqui, mas não posso sair. Sinto que aquele berserker está aqui em algum lugar.

O grito de uma mulher chamou a atenção do guerreiro deus. Ela estava a alguns metros a sua frente, com a cabeça inclinada para o lado e estava presa pelos braços de Vlad. O berserker abriu a boca e duas presas afiadas cresceram. Antes que o guerreiro deus fizesse algo o berserker a mordeu. Em poucos segundos a pele da mulher ficou pálida e ela desmaiou. O berserker a jogou no chão e limpou a boca melada de sangue. No pescoço da mulher havia dois pequenos furos profundos.

— Mas que tipo de demônio é você? — perguntou Sleipnir.

— Sou Vlad, o berserker de Vampiro do exército do Terror. — respondeu se aproximando com um sorriso sádico estampado em seu rosto.

Sleipnir se movimentou em grande velocidade indo em direção a mulher.

— Você está bem?! — perguntou.

Ela ainda estava viva, mas seu pulso estava fraco. Ele a tomou nos braços e a retirou daquele local, mantendo-a segura.

— Esse seu olhar de desinteresse... me dá nojo. — Sleipnir elevou o cosmo e partiu pra cima de Vlad com o punho em chamas.

O berserker elevou o cosmo e se esquivou do ataque do Guerreiro Deus, mas contra-atacou com as suas garras arranhando profundamente o Robe de Sleipnir. O corte foi profundo o suficiente para rasgar a carne e o sangue jorrar.

 Causou danos no meu Robe Divino penas com as garras. — pensou ele, cambaleando. O Guerreiro Deus tomou distância para efetuar mais um ataque, mas foi surpreendido por Vlad que o atacou com um chute.

Sleipnir se equilibrou e pousou firme no chão.

— Não tenho interesse em lutar com alguém tão fraco. — disse Vlad.

— Não me subestime. — o Guerreiro Deus elevou o seu cosmo e gerou uma massa de ar fria combinada com cristais de gelo. — E eu não tenho é interesse em deixá-lo vivo. Força congelante!! — com os punhos juntos Sleipnir direcionou o ar frio transformando em uma gigantesca nevasca.

Vlad foi jogado para o alto com a força do golpe, mas ao abrir as asas de sua Onyx ele recobro o equilíbrio e elevou o cosmo, fazendo uma onda de energia dissipar o golpe de Sleipnir.

— É só isso? É essa toda a força de um Guerreiro Deus? Tão fracos quanto os Cavaleiros de Ouro do Santuário. Olhe bem para mim, Guerreiro Deus. Olhe nos meus olhos. — Vlad tirou o elmo e revelou os seus olhos. Eram vermelhos como rubis e brilhavam intensamente. Seus longos cabelos acinzentados divididos ao meio lhe davam uma aparência clássica, como a dos condes do século XVI. Sua pele era tão pálida que dava para ver as veias marcando. 

Sleipnir se sentiu paralisado pelo cosmo ameaçador de Vlad. Era uma força restritiva poderosa. Lhe obrigando a sentir medo do seu oponente.

— Conhece o mito sobre os Vampiros, Guerreiro Deus? Conhece o mito do primeiro Vampiro? Um conde brutal que gostava de empalar as pessoas que ameaçavam o seu reino. Dizem que ele e seu exército mataram mais de quatrocentos mil homens, a maioria sendo empalados vivos. Bem, na verdade eu lembro que foi mais do que quatrocentos mil e eu não precisei de um exército para isso.

 Loucura. Ele está dizendo ser o homem que originou essa lenda? — pensou Sleipnir

— Eu fui o último berserker a ser criado na Era Mitológica. Bebi do sangue do deus da guerra e minha onyx personificou uma criatura que alguns séculos depois vocês humanos chamariam de Vampiro. Diversas lendas surgiram durante as minhas reencarnações como berserker. — Vlad expressava um sorriso sádico e orgulhoso.

— Que exército medonho. Eu vou me encarregar de expurgar você da face da Terra. — Sleipnir elevou o seu cosmo, um cosmo ardente. O chão começou a derreter ao seu redor se transformando em lava. Poderosas chamas surgiram em seus punhos e a temperatura aumentou. — Vá para o inferno!! Raio de Fogo!!  Com o cosmo concentrado nos punhos ele disparou um poderoso raio flamejante.

— Você vai tomar do cálice do inferno. Garras do diabo!!  Com o movimentar das mãos, os feixes de luz disparados pelas garras de Vlad se multiplicaram e avançaram contra o guerreiro deus cortando o seu golpe até anula-lo e atingirem Sleipnir, rasgando seu Robe divino e seu corpo.

Sleipnir caiu quase inconsciente. Teve severos danos e estava tendo uma grande perda de sangue. Vlad pousou diante dele e o levantou segurando-o pelo pescoço.

— Eu tenho uma coisa para te mostrar antes que morra. — Vlad bateu as asas e voou. Ao chegar a uma certa altura, alto o suficiente para olhar toda a cidade, o berserker parou. — Olhe bem para as ruas, Guerreiro Deus. — A visão provocou um grito mudo em Sleipnir seguido de lagrimas. As outras ruas estavam lotadas de corpos. Todos empalados em hastes negras de Onyx. Sangue se espalhava por toda parte, mas nem todos estavam mortos. Muitos ainda agonizavam desejando a morte o mais rápido possível. — Sua fraqueza causou a morte deles, mas ainda tem mais. — Vlad elevou o cosmo e então finos gritos ecoaram. Em seguida várias criaturas aladas surgiram. Dezenas delas. Eram criaturas com pele acinzentada, olhos vermelhos, dentes longos e afiados, orelhas pontiagudas, garras longas e afiadas, músculos mais fortes e definidos e um par de asas negras ligadas ao braço. — Meu exército particular de subjugados. Jovens mordidos por mim e que são fortes o bastante para me servir em algo.

— Você... Você é um miserável.

— Receba meu tratamento particular, Guerreiro Deus.

Vlad ergueu o braço e fez surgir algo parecido com uma lança negra. Uma haste de Onyx. Ele a lançou no chão, fazendo com que cravasse no solo e desceu carregando Sleipnir nas mãos. Ao se aproximar, Vlad cravou o Guerreiro Deus na haste, fazendo a lança rasgá-lo por dentro, até romper em sua cabeça. Com um sorriso frio e cruel, Vlad observou o guerreiro nórdico se debater até a morte. Ele então deu as costas e saiu acompanhado pelos seus subjugados.

—...—


Asgard – Centro da cidade

Draco se afastou de Hyoga e foi para o centro da encruzilhada. Ele ergueu os braços para o alto e concentrou uma imensa bola de fogo em suas mãos e a disparou para o alto. A bola de fogo explodiu em vários fragmentos que caíram por toda a cidade. Em pouco tempo tudo estava em chamas. Pessoas desesperadas saiam de suas casas. Outros queimados se jogavam na neve para aliviar a dor

— Você falhou Hyoga. Não conseguiu proteger a cidade e logo morrerá. — disse Draco ainda de costas para Hyoga.

— Jamais!

— O que disse?! — quando Draco virou-se e se deparou com Hyoga em pé com as mãos erguidas novamente na posição da ânfora de Aquário. — Vai lutar novamente? Para me derrotar será necessário um ar tão frio quanto o golpe anterior, mas nesse estado você morrerá mesmo se lançar um golpe simples.

— Eu sei das minhas condições, mas não me resta escolhas. Não vou ficar deitado esperando a morte chegar enquanto eu escuto os gritos dessas pessoas inocentes. — O cosmo de Hyoga se elevou e atrás dele surgiu uma imagem. Não era a figura de uma mulher segurando a ânfora que representa a constelação de Aquário, era o próprio Camus na mesma posição que Hyoga. Como se fosse lançar o golpe junto com o discípulo.

O resquício da alma do seu antecessor surgiu atrás de Hyoga. Pensou Draco, surpreso. — Está bem. Será o seu último golpe, Hyoga.

— É o que eu preciso. — disse ele fazendo expressão. Hyoga percebeu que estava chegando no seu limite. Uma dor aguda e agonizante estava crescendo aos poucos em seu peito

— Então vai aceitar ter seu corpo e sua armadura consumida ao aplicar essa técnica?! — perguntou Draco impressionado. — Eu te julguei mal, humano. Venha Hyoga!! — Draco ia partir pra cima de Hyoga, mas não conseguiu. — Mas... eu... não consigo... me mexer. — Círculos de gelo surgiram ao redor de Draco deixando o deus imobilizado.

Uma linda aurora surgiu do cosmo de Hyoga e subiu ao céu iluminando o local com seu brilho. O vento gélido passou a girar em volta das mãos unidas de Hyoga formando um turbilhão.

— Não deveria usar essa técnica nesse estado, mas não me resta escolhas. Suprema Execução Aurora!!  Hyoga abaixou as mãos unidas em direção a Draco e então o golpe foi disparado liberando uma forte rajada de cosmo. Draco foi lançado para o alto por uma poderosa ventania enquanto era atacado violentamente por afiadas pedras de gelo e tinha seu corpo congelado pelo ar frio do cosmo de Hyoga. O ar gélido também apagou as chamas que consumia a cidade.

O deus dragão desabou no chão violentamente.

— Hyoga... — Draco tentou se levantar, mas não tinha mais forças. Seu corpo estava bastante danificado com ferimentos graves e estava sendo congelado aos poucos. — Você... Você está morrendo, não é?!

Hyoga estava com os braços soltos e cabisbaixo. Sua pele estava bastante pálida e sua armadura estava congelada e com danos.

 "Não sinto dor, mas sinto... frio. — Hyoga abriu os olhos e viu a armadura de Aquário congelada. A armadura estava rachando causa do frio. Hyoga tinha atingido perfeitamente um frio superior ao Zero absoluto sem precisar da ajuda das paredes eternas da Sibéria. Um frio capaz de congelar um deus  Mestre... eu falhei? Não sinto mais o cosmo de Draco, mas escuto os gritos das pessoas. Eu falhei? Seiya... Atena... Delfos... Eu falhei? — ele caiu de joelhos.  Sinto a minha vida... O meu cosmo... se apagando. Eu queria tanto me unir aos meus amigos. Eu... eu queria... lutar uma vez mais com eles... salvar Atena e a humanidade, mas talvez tudo acabe aqui. — Uma lagrima escorreu do seu olho e então ele caiu no chão.

—...—


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Notas finais do capítulo

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Próximo capitulo: A guerra em Asgard segue para o seu desfecho. Muitos cosmos se apagaram, mas Asgard continua sendo ameaçada. Um exercito fortemente armado segue para o palácio Valhalla e dois berserkers poderosos continuam vivos.
No Santuário Fobos convoca o deus Enyalios e os cavaleiros de ouro de gêmeos e peixes para cumprirem as exigências de Ares. Enquanto isso Seiya e os outros partem do porto da Grécia rumo à Espanha.

Capitulo 27: Adeus Asgard!



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