The Hunger Games : A New Beginning escrita por Mila Guerra


Capítulo 37
Chapter Two


Notas iniciais do capítulo

REPOSTANDO CAPÍTULO.



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No capítulo anterior...

– Então você quer dizer... – o Peeta engole em seco, como se as palavras não quisessem sair – Que a gente devia se separar?

Ficou um silêncio estranho durante um tempo, enquanto o Haymitch pensava.

– Bem, não de verdade... Eu só penso que talvez essa seja a melhor chance de vocês. – ele começa, mas o Peeta logo o interrompe.

– Não, de jeito nenhum. – ele fala com tanta certeza e eu o olho – O que?

– Eu não sei, eu só acho que a gente devia tentar. – eu falo e ele me olha incrédulo. – Nós temos que pensar Peeta, talvez dê certo e eles nos deixem em paz.

Ele parece meio magoado com tudo isso, mas assente. Eu me viro para o Haymitch.

– Como você acha que devemos fazer isso? – eu pergunto e ele continua olhando para o Peeta.

– Vocês podem fazer outra coisa, isso é só uma ideia minha. – ele fala e eu sei que ele está fazendo isso para amenizar o clima com o Peeta.

– Não, tudo bem pode continuar. – ele fala decidido, talvez com um pouco de raiva e eu não sei por quê.

– Primeiro o Peeta tem que ligar para a Capitol e pedir a casa dele, isso é fácil, eles vão tirar as conclusões deles e as coisas vão andando conforme o Tour da Vitória se aproxima. – ele olha para o Peeta – Como eu falei não é de verdade, você pede a casa e eles não vão vim checar. Então a vida continua, e quando chegar o Tour vocês fazem a encenação toda e depois podem inventar alguma coisa, sobre o amor ter voltado, ou qualquer outra coisa.

O Peeta suspira, eu não sei o que o incomoda tanto. Ele continua em silêncio, mesmo quando saímos.

– Tudo bem? – pergunto e ele assente – Você já vai para a padaria?

– Sim, nos vemos mais tarde Katniss. – e ele me dá um beijo na testa. E sei que fiz alguma coisa errada.

POV Peeta

Eu não sei se eu tinha o direito de me sentir tão irritado com a Katniss por aceitar a ideia do Haymitch, mas eu me sentia.

Eu havia dito a ela que independente de qualquer coisa, tudo ficaria bem porque estaríamos juntos. Eu acreditava nisso, mas parecia que ela não. Para mim essa ideia do Haymitch mais nos atrapalharia do que nos ajudaria. Se a Capitol queria que todos acreditassem que a gente fez tudo por amor, nos separar não tinha fundamento.

Mas a Katniss não ouviria, para ela qualquer ideia era melhor do que nenhuma, e ela acreditou no Haymitch desde o começo, eu agora também acredito nele. Depois de ele ter nos salvado era o mínimo que eu poderia fazer, mas não deixava de ser duvidoso.

Eu segui para a padaria querendo pensar um pouco mais, lá eu teria o meu pai que sempre tinha algo para me dizer. Eu vou direto para os fundos da padaria onde sempre tem um bolo ou dois para eu confeitar.

Eu estou quase acabando com um bolo quando o meu pai aparece.

– Ei filho. – eu o abraço – Você chegou mais tarde hoje.

– Sim, eu fui com a Katniss na casa do Haymitch – eu começo a explicar – Ela teve um pesadelo, está um pouco assustada com a pressão da Capitol e queria saber se o Haymitch tinha alguma ideia, para nos ajudar e faze-los nos deixar em paz.

Ele me avalia.

– Pela sua cara a ideia não foi muito boa. – ele fala.

– Não, ele sugeriu que a gente se separasse. – ele faz uma cara espantada – Não de verdade, claro, mas para ver se acalma a população.

– E funcionaria? – questiona

– Talvez sim, talvez não. Eu penso que se a Capitol quer que todos pensem que o que a gente fez foi por amor, isso só vai nos complicar. – explico

– E porque você está tão chateado? – ele não espera a minha resposta – A Katniss achou a ideia boa. E você não falou nada.

– Não ainda, eu fiquei tão chocada com ela aceitar a ideia sem nem parar para conversar comigo, que eu nem pensei direito. – suspiro – Mas eu converso com ela mais tarde.

Se ela me escutar, penso.

POV Katniss

Eu vou para casa, já que está tarde de mais para que eu possa caçar. E encontro a minha mãe brincando com a Pearl na cozinha.

– Oi. – eu falo.

– Oi, - ele me avalia – tudo bem?

– Ah... – sento e suspiro antes de falar – Eu não sei, o Peeta parece chateado com alguma coisa, e eu nem sei o que é.

Ela ri da minha frustração e eu a olho indignada.

– Desculpe, - ela fala ficando séria – é que é interessante ver o quanto ele te mudou.

– Como? – pergunto

– Não sei, você nunca ligou muito para o que as pessoas pensavam, ou estavam sentindo e agora você se importa tanto com ele. – ela fala

Eu fico pensando se eu realmente não me importava com o que os outros sentiam e percebo que sim. Eu não ligava para o Gale, tanto que nunca percebi que ele gostava de mim. Não ligava para o que a minha mãe sentia quando meu pai morreu, e agora sei que ela não era capaz de viver sem ele. Como eu também não sou capaz de viver sem o Peeta.

Eu passo o resto do dia ajudando a minha mãe em casa, não há nada realmente para fazer e eu fico entediada rápido, a Pearl dorme a tarde e o Peeta chega.

– Ei Kat. – eu suspiro de alivio quando eu ouço o meu apelido.

– Oi Peeta. – nós estamos no quarto e ele se senta ao meu lado na cama. – Você está chateado com alguma coisa?

Ele suspira e balança a cabeça.

– Não chateado, só... – ele pensa um pouco – Você não quis saber o que eu pensava, nem me perguntou, tomou a decisão sozinha e deveria estar tudo bem?

Ele parece muito indignado.

– Eu só pensei que era uma boa ideia. – falo sussurrando.

– Boa ideia para quem? – sua voz sai um pouco mais branda – Eu não acho uma boa ideia.

Fico um pouco espantada por meu mau julgamento, eu sabia que ele não havia gostado, mas achei que fosse só porque ele não queria nos ver separados, mesmo que de mentira.

– Por quê? – questiono

– Você não vê que não tem sentido. Se eles querem mostrar que tudo isso foi por amor que motivo nós temos para nos separar? – pergunta

– Mas isso também não nos ajuda. O nosso amor é o causador de tudo isso, que melhor forma de mostrar que nós estávamos errados do que acabando com ele. – eu percebo o que eu falei quando escuto o Peeta arfar do meu lado.

– O problema é que eu falei para você que tudo daria certo. – ele fala bem baixinho, quase que para si mesmo – Mas só daria certo se estivéssemos juntos.

É quase como um soco suas palavras e a noite de ontem vem com tudo para mim, eu concordei, disse “sempre”. Eu havia dito a ele que independente de qualquer coisa nós estaríamos juntos e agora praticamente falava que era para matarmos o que sentíamos um pelo outro.

– Peeta... – sussurro

– Não... Não fale nada. – ele me impede – Você está certa sobre o que quer, eu só pensei que... Éramos um casal, que passaríamos por tudo juntos. Como sempre foi. Mas nós vamos fazer o que o Haymitch pediu, eu só não quero saber o que vai acontecer se tudo der errado.

– Não era isso... – mas ele não me deixa falar, saindo do quarto. – Burra, burra, burra. Por que você consegue sempre falar alguma besteira Katniss?

Eu sei por que, a minha mãe falou, eu não me importo com o que as pessoas pensam nem o que sentem, não por querer, claro. Só que é mais forte que eu, mesmo com o Peeta que me ensinou tanto a ser paciente e respeitar o que as pessoas pensavam, eu conseguia fazer algo que acabava com todo o meu progresso.

POV Peeta

Eu saio do quarto realmente me sentindo um lixo, eu venho querendo convencê-la a desistir da ideia e tudo o que eu consigo é uma briga.

Não que a culpa tenha sido toda minha, só que me custa a ouvir falar com tanto descaso sobre nós. Como se fosse a coisa mais fácil, fingir e me separar dela. Fingir até poderia ser.

Eu ainda não aceitava a ideia do Haymitch, mas aceitava menos ainda ver a Katniss a acatar com tanto vigor. E novamente ela não me escutou direito.

“O nosso amor é o causador de tudo isso, que melhor forma de mostrar que nós estávamos errados do que acabando com ele.”

Nós não estávamos errados, se agora ela se arrependia do que tinha feito, eu não. Eu estava disposto a morrer por ela, e ela por mim. Por amor. Eu sei que ela está com medo do que a Capitol pode fazer conosco, ou com a nossa família.

Porém eu esperava qualquer resposta, menos essa.

Eu sei que mais para frente, talvez amanhã, talvez depois nós vamos conversar e eu vou conseguir dizer tudo o que eu penso. Só que hoje a única coisa que eu posso fazer é sair e deixar os ânimos se aquietarem.

POV Katniss

Ele foi embora, não sei para onde, provavelmente para a casa do pai. Não sei se foi por ele estar com raiva de mim ou sem querer me ver, eu acho que foi mais para pensarmos e nos resolvermos quando estivéssemos mais calmos.

Eu sabia que ele tinha razão ao dizer sobre sempre estarmos juntos. E eu não me atentei para isso, juntos nós passamos por uma gravidez, uma casamento quase arranjado, um Hunger Games e estamos aqui e na primeira oportunidade eu aceito que nos separem.

Era isso que o meu sonho queria dizer, o Peeta também tinha razão. Meu sonho mostrava o Peeta contra mim depois do Capitol tê-lo matado.

O Peeta não estava contra mim, mas a Capitol tinha conseguido nos separar um pouco, com a minha ajuda claro.

Como eu não iria ter o Peeta aqui comigo hoje, eu dormir com a Pearl. Quer dizer, tentei dormir. Na maioria do tempo, eu fiquei pensando onde o Peeta estaria.

Eu cochilo quase quando está amanhecendo e acordo com a Pearl chorando. Eu limpo ela e a levo para a cozinha, eu me entristeço ao não sentir o cheiro do pão do Peeta.

– Bom dia mãe, Prim. – digo.

– Bom dia Kat. – a Prim fala dando um beijo na minha bochecha.

– Bom dia. – minha mãe fala simplesmente.

A porta da cozinha que dá pros fundos da casa se abre e o Peeta entra, o sorriso que se abre em meu rosto é reluzente.

– Bom dia, - ele fala, a Pearl dá um gritinho e se estica na direção dele, que a pega rapidamente. – Eu vim trazer o pão.

Meu sorriso morre um pouco, porque mesmo nessa nossa pequena briga, ele consegue se preocupar e nos ajudar.

– Oi Peeta, - eu falo e ele sorri para mi – obrigada.

– Eu faço isso todos os dias. – ele dar de ombros – Vocês já estão indo para a floresta?

– Eu nem pensei em sair com ela hoje. – eu falei.

Era verdade, agora nós não íamos todos os dias com a Pearl para a floresta, na maioria era só eu.

– Ok, então eu posso leva-la para ver o meu pai? – ele pergunta

– Claro. – eu falo mantendo o sorriso no rosto.

Ele a pega e se despede de nós. Meu sorriso desmorona assim que ele sai. Frio, não foi nada do que eu estou acostumada a fazer com o Peeta de manhã.

– O que foi que aconteceu? – a minha mãe pergunta quando a Prim sai.

– Eu só falei o que não devia. – respondo

– E doí tanto pedir desculpas? – ele questiona

– Não sei se o erro foi só meu. – digo.

– Não importa, se você tem conhecimento do seu erro, você pode começar pedindo desculpas. – insiste.

– Não sei se é o suficiente.

– Argh, - se irrita – eu desisto, você é muito difícil Katniss. Eu nem sei como isso deu certo até aqui.

– O que? – fico curiosa.

– Você e o Peeta, ele se importa com as coisas mais simples e as resolve rápido, você só faz complicar as coisas, mesmo quando é muito fácil. – ela fala e sai.

Novamente me deixando surpresa, ela realmente me conhecia, eu complico as coisas. Era tão fácil chegar e falar com o Peeta, mas não, eu deixo tudo para ele, ele tem que resolver, tem que nos reaproximar. E transformo as coisas mais bestas em grandes acontecimentos.

Saio de casa decidida a resolver nosso problema.


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Notas finais do capítulo

OBRIGADA PELA COMPREENSÃO.