The Hunger Games : A New Beginning escrita por Mila Guerra


Capítulo 36
Chapter One


Notas iniciais do capítulo

REPOSTANDO CAPÍTULO.



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– Não Pearl! – o Peeta quase gritou.

– Na? – foi à resposta dela, ela ainda não falava, mas nós dizíamos tanto não a ela que era a única palavra que ela chegava meramente perto de dizer.

– Katniss? – o Peeta me chamou e eu segui ao encontro deles, ele estava pintando o quarto da Prim de amarelo.

A Pearl agora engatinhava então ela ficava indo e vindo dentro da casa, no andar de baixo claro, e o Peeta resolveu fazer do escritório quarto da Prim e o quarto que seria da Prim ficou sendo o da Pearl, já que o berço dela não cabia no nosso quarto. A Pearl tinha ficado um bom tempo procurando o Peeta pela casa e quando ela o achou, com certeza fez alguma arte.

Quando eu entro no quarto, eu encontro uma Pearl com os dois braços amarelos e o Peeta a segurando pela cintura para não se sujar. Eu tive que rir e ele me olhou de cara feia.

– Não me olhe assim, foi você quem não fechou a porta. - eu falo pegando ela com cuidado e saindo do quarto. Ela iria começar a chorar, mas eu tinha uma técnica. – Vamos tomar banho mocinha?

Ele me olhou e abriu um sorriso, a palavra banho parecia mágica para deixar a Pearl quieta e feliz. Depois de algum tempo eu tinha uma bebê limpa, com fome e sonolenta nos braços.

– Ei, você não pode dormir, não antes de comer. – eu sussurro para ela descendo as escadas e encontrando o Peeta. – Já acabou?

– Sim. – ele fala brincando com a Pearl no meu colo. – Agora eu vou tomar um banho e já volto para fazê-la dormir.

Foi só o Peeta voltar que ela se acostumou novamente a dormir só com ele, eu dou a comida da Pearl e logo depois o Peeta aparece, ela estica os braços e ele a pega. Parece que eles se moldam um ao outro, sua cabeça se encaixa no pescoço dele e ela dorme, é muito lindo. Ele sobe para coloca-la no quarto e volta.

– Você está com fome? – pergunto a ele.

– Não, eu estou um pouco cansado, então eu já vou. – ele fala.

– Eu já subo. – ele concorda, me dá um selinho e sai.

Antes de subir, eu falo com a minha mãe e Prim que estavam na sala, a minha relação com a minha mãe estava bem melhor, desde que eu voltei dos jogos e nós tivemos uma conversa.

“Todos já estavámos indo dormir, então eu resolvi passar no quarto da minha mãe, eu queria agradecê-la por tudo o que ela fez pela Pearl.

– Mãe? – bato na porta.

– Pode entrar. – eu a encontro deitada. – Oi filha, algum problema?

– Não, - sento na borda da cama – na verdade eu queria falar com a senhora.

– Ok. – ela fala se sentando.

– Eu só queria agradecer por tudo. – falo meio sem jeito. – Pela Pearl, a senhora cuidou dela tão bem. Nós nunca nos demos muito bem, não é? E por mais que eu não demonstre, o que a senhora está fazendo é muito importante para mim.

– Eu sei que eu não estive presente por muito tempo. – ela suspirou – E sei também que nada do que eu faça vá mudar o que se passou. Mas eu fico feliz em saber que pelo menos um pouco da sua confiança eu estou retomando.

Antes que eu perdesse a coragem eu a abraço, ela retribui sem jeito também.

– Boa noite mãe. – falo

– Boa noite filha.”

Eu não deixava transparecer e por um tempo até eu acreditei que ela não me fazia falta, mas fazia sim, agora com ela tudo parece melhor, uma família completa. Eu a vejo cantar as músicas que cantava para mim, para a Pearl, a mesma mulher que amava meu pai e que era feliz com ele eu enxergo em seus olhos. E isso tira um grande peso das minhas costas.

O Peeta estava deitado e de olhos fechado, mas eu sabia que ele não dormia. Quando eu chego perto da cama, ele abre espaço para mim e assim que eu deito, ele me puxa para seus braços.

– Boa noite Peeta. – sussurro – Eu te amo.

– Eu também te amo Kat. – ele me beija, só que – infelizmente – para.

Isso já vinha acontecendo há algum tempo, quer dizer, desde que chegamos dos Jogos, eu queria muito o Peeta, só que eu não tinha coragem de colocar em palavras e todas as vezes que as coisas caminhavam para algo a mais, ele parava. Eu só não entendia por que.

Eu não falaria com ele hoje, mas isso já vinha me incomodando e eu não deixaria as coisas desse jeito por muito tempo. Dormir não era muito fácil depois dos jogos, só que com o Peeta as coisas eram um pouco melhores, ele tinha poucos pesadelos e quando os tinha eu quase não percebia, quem incomodava era eu, meus pesadelos normalmente me faziam gritar e acordar chorando. Se não fosse o Peeta eu com certeza nunca mais dormiria na vida.

Eu estava na floresta, sozinha, o que não era normal, mas o mais estranho era que não era a floresta que eu conhecia. Parecia mais com a floresta da arena.

Minha certeza ficou ainda maior quando todos aqueles cães apareceram novamente. Eu comecei a correr em outra direção, mas eles eram mais rápidos com suas patas fortes de mutantes. Eu acabei trombando com uma árvore e cai, sem chances de levantar, um dos cães me prendeu no chão eu o olhei incapaz de fazer qualquer outra coisa.

Só que eu não podia ter feito escolha pior, seus olhos eram os olhos azuis tão conhecidos. Os olhos do Peeta, a sua coleira tinha o número 12. Ele rosnou bem próximo a mim e arreganhou os seus dentes pronto para me morder.

– Katniss! – o Peeta grita para me acordar.

– Peeta? – eu o olho assustada, buscando em seus olhos algo daquela criatura que me deu tanto medo, felizmente eu não encontro.

– Ei, meu bem, você quer me contar? – eu aceno negativamente, com medo de magoa-lo. – Você tem que se acalmar, você nunca gritou tanto, quer água?

– Sim, - ele se levanta para pegar – eu vou com você.

– Tudo bem. – ele me abraça pelos ombros. – Vá andando que eu vou dar uma olhada na Pearl.

Eu aceno, por mais que eu quisesse, eu não conseguia me controlar e muitas vezes acabava acordando a Pearl, no começo ela acordava chorando, agora nem tanto. Quando eu pego a água ele aparece na cozinha com a Pearl no colo.

– O que foi? – pergunto.

– Nada, ela só estava acordada no berço, então eu a trouxe. – ele fala.

– Você não está com sono? – pergunto.

– Na verdade, não. – ele fala, brincando com a Pearl.

Eu fico em silêncio, a cozinha se enche com os sons da risada da Pearl, mas eu nem presto atenção, a minha mente está cheia com as imagens do pesadelo. O Peeta parece perceber.

– O que foi? – ele pergunta – Você tem certeza de que não quer me contar?

Eu suspiro, eu não sabia como dizer, era um sonho estranho que eu não entendia. O Peeta querendo me matar? O que isso significa?

– Um sonho estranho. – falo – Eu não entendi, era com você. Você parecia querer me machucar.

Ele me olha. Não parece magoado, só intrigado.

– O que eu fazia? – ele pergunta.

– Você era um daqueles cães da Capitol, e conseguia me prender no chão. - eu sussurro.

– Ah, bem, você podia ter me perdido não é? – eu não entendo e ele continua – Um sonho como se eu estivesse morto, os cães não eram as pessoas eram só os olhos, mas uma arte do Capitol para nos deixar atordoados e sem muito tempo para pensar. Talvez no seu sonho fosse como se o Capitol tivesse me matado e mesmo depois de morto conseguisse me usar para te machucar.

Ele não parece feliz com a sua conclusão, a nossa situação com a Capitol não é boa, para eles seria melhor se tivéssemos morrido, então qualquer coisa que fizéssemos seria o nosso fim.

– Amanhã nós vamos falar com o Haymitch, - eu digo – saber o que é melhor a se fazer daqui em diante.

– Sobre o que? – ele pergunta.

– A Capitol não está muito feliz conosco e de agora em diante qualquer deslize poderia nos machucar, eu acho que ele deve ter alguns conselhos a nós dar. – respondo.

– Ok, eu acho que nós só devíamos agir com cautela, porque nada do que a gente fez foi de proposito, não é? – ele fala – Eles deviam ter um melhor julgamento, a Capitol ficou como boazinha no final. E nós demos tanto sucesso a eles, que eu acho que eles deviam nos esquecer.

Eu concordava, nós éramos inesquecíveis na Capitol e se eles queriam que continuasse assim teriam que investir na gente, não nos ameaçar. Mas desde os Dias Negros, com os Jogos Vorazes a Capitol nos controla pelo medo.

– Vamos voltar para cama, a Pearl já dormiu. – o Peeta fala e eu o acompanho.

Ele coloca a Pearl no berço e nos seguimos para o nosso quarto. Eu me aconchego a ele.

– Vai ficar tudo bem. – ele fala.

– Como você sabe? – questiono.

– Porque nos vamos estar juntos. – a frase traz lágrimas aos meus olhos.

– Sempre. – eu falo e ele me beija.

Depois que eu durmo, eu não tenho mais sonhos, e quando eu acordo o Peeta não está mais comigo. Ele acorda cedo e faz os pães para a casa e depois normalmente vai para a padaria, mas hoje provavelmente ele deve estar me esperando para irmos falar com o Haymitch.

– Bom dia. – eu falo entrando na cozinha.

– Oi Katniss. – a Prim fala.

– Bom dia filha. – a minha mãe diz.

Do Peeta eu recebo um sorriso e um beijo, e a Pearl pula para o meu colo.

– Tome o café e depois nos saímos, que eu ainda tenho que ir à padaria mais tarde. – o Peeta fala – Senhora Everdeen, será que a senhora pode ficar com a Pearl um tempinho?

A minha mãe concorda e pega ela, a Prim vai para a escola. Eu acabo o meu café e vamos andando até a casa do Haymitch que é ao lado da nossa.

Eu bato na porta já me preparando para o mal-estar que eu iria sentir ao entrar na casa do Haymitch, apesar da insistência do Peeta e minha para ele se cuidar mais e beber menos, mas não adiantava. Ele não atende, então nos entramos e o encontramos desacordado no sofá da sala, o Peeta tenta acordá-lo.

– Vamos Haymitch, acorde nós precisamos falar com você. – ele grunhe algumas coisas até abrir os olhos e o Peeta o ajuda a levantar – Será que você pode colocar um café forte para fazer enquanto eu o arrasto até a cozinha Kat?

Eu sigo até lá e a quantidade de lixo que eu encontro me faz juntar algumas coisas enquanto a água ferve. O Peeta consegue coloca-lo na mesa, e eu o sirvo. Ele bebe tudo e parece um pouco melhor.

– Haymitch nós temos que conversar. – o Peeta começa.

– Sobre o que garoto? – sua voz ainda sai arrastada, mas ele parece sóbrio.

– Não falta muito tempo para o Tour da Vitória. – eu falo, um pouco mais de três meses. – E a Capitol não está satisfeita com a gente, nós queremos saber o que fazer.

– Bem, nós temos duas opções. – ele fala bebendo um pouco do seu café. – A primeira é você se manterem como estão, nós sabemos que o que vocês fizeram não foi proposital, mas a Capitol não gosta de nenhuma ameaça, mesmo a mais pequena. E querem manter vocês em controle, o amor de vocês é um grande sucesso, mas eu não sei se manter isso também, é a melhor opção.

– O que você quer dizer com isso? – o Peeta pergunta.

– A Capitol deve estar se questionando, vocês fizeram isso por amor, certo? – nós acenamos – Então quer dizer que qualquer pessoa pode mudar as regras se tiver um bom motivo? Não, é isso que eles querem mostrar, vocês foram uma exceção, e eles não querem que isso vire regra, se não tudo sai do controle.

Eu entendia o seu pensamento, eles nos viam como ameaça porque nós não ficamos com emdo e preferimos a morte, não nos dobramos as vontades deles.

– Então o que você sugere? – pergunto

– Não sei, talvez eles fiquem felizes em ver que o amor de vocês esfriou, as pessoas da Capitol não ficariam satisfeitas, mas as pessoas dos Distritos pensariam de forma diferente, achariam que tudo era um jogo e que vocês ganharam, - faz uma pausa – eles achariam interessante só que qualquer esperança que tivessem iria se esgotar. Acalmaria as coisas.

– Então você quer dizer... – o Peeta engole em seco, como se as palavras não quisessem sair. – Que a gente devia se separar?


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Notas finais do capítulo

OBRIGADA PELA COMPREENSÃO.