The Hunger Games : A New Beginning escrita por Mila Guerra


Capítulo 22
Chapter Twenty


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas voltei. Os capítulos vão demorar mais um pouco porque eu estou atolada de trabalho na escola, mas sempre que puder eu vou estar aqui.



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Sessenta segundos, esse é o tempo que temos que esperar nos círculos de metal até que o gongo soe, pise fora antes e você será destroçado por uma das minas. Temos esse tempo para olhar em torno, olhar os tributos todos na mesma distância da Cornucópia, um grande cone de metal dourado com uma ponta curva, em volta dele tem tudo que precisamos na arena, comida, água, roupa, seu valor diminuindo quanto mais distante estiver da boca.

Uso o resto do tempo para olhar a arena, uma planície de terra, atrás dos tributos na minha frente, eu não vejo nada, mas a minha esquerda e nas costas uma floresta de pinheiros. Imediatamente sei para que lado seguir e procuro pelo Peeta, antes que eu possa acha-lo, eu vejo bem próximo a Cornucópia, descansando em um amontoado de cobertores, um estojo de arco e flecha.

Eu esqueço que procurava o Peeta e me concentro na chance que terei se conseguir pega-lo. Eu sou boa em corridas, e o arco e a flecha nos daria uma grande vantagem, é a única que eu realmente me sinto bem usando. E é o único que eu vejo na pilha inteira. Preparo-me para correr até a pilha quando eu vislumbro o Peeta, ele está com os olhos colados em mim e mexe a cabeça num sinal negativo, eu não desistiria o arco é a nossa chance, e se eu saísse no tempo cero teria uma vantagem. Por um momento o sol me cega, e o gongo soa.

Atordoada, eu havia perdido a minha chance, mas eu não sairia com as mãos vazias, eu corro e agarro uma placa de plástico com uma mão e uma mochila laranja com a outra. Só que um garoto do Distrito 9, acho, pega a outra alça ao mesmo tempo, por um minuto brigamos, até que ele caia no chão, morto, eu vejo uma faca nas suas costas.

Paralisada, eu olho o Peeta atrás dele retirar a faca e sinalizar para eu correr, vejo também que os outros tributos chegaram a Cornucópia, antes de me virar percebo que a menina do Distrito 2, com as outras facas na mão - o Peeta de alguma forma deve ter pegado uma delas derrubando ela no processo -, se levantar e mirar a faca na nossa direção. Eu a vi no treinamento e sei o quanto ela é boa.

Num surto de adrenalina saio correndo no mesmo momento em que eu ajeito a mochila para proteger a minha cabeça, e sinto mais do que vejo a faca se alojar na mochila. Paro por um minuto para checar se o Peeta me segue, e continuo.

Quando a floresta nos esconde dos outros tributos, ficamos entre correr e caminhar até colocarmos uma boa distância deles. Eu puxo a faca e a examino, é fina, longa e afiada e coloco no cinto. A floresta vai mudando ao longo do caminho e o chão se inclina, eu prefiro ficar no alto, mas eu não tenho escolha senão a de continuar andando. O Peeta se mantem calado e sério, eu sei que a culpa é minha por ter meio que estragado o plano e feito ele já matar uma pessoa, por isso me mantenho em silêncio. De repente um coelho aprece me assustando um pouco, mas o rosto do Peeta se ilumina, se há um coelho, pode ter outros.

Num determinado momento, cansada da distância, eu me aproximo e como ele não faz nada, eu entrelaço as nossas mãos. Eu olho para ele, me preparando para o sermão que sei que receberia.

– O que eu faço com você? – perguntou, eu dei o meu melhor sorriso amarelo e ele me puxa para seu braços – Nunca mais faça isso, ok?

Eu aceno, tinha certeza de estávamos na tela neste momento, não o tempo todo, mas o suficiente para saberem que ainda estamos vivos. Nós voltamos a andar, e até o final da tarde, não havíamos tido nem um sinal de água, quando eu estava prestes a questionar o Peeta, o primeiro canhão soou me assustando e não para até chegar ao onze. O Peeta passa seus braços pelos meus ombros e sei que está pensando que eu poderia ser uma dessas pessoas. Só treze de nós continuam vivos, passo na mente uma lista de quem possivelmente seria, espero que a Rue esteja entre eles.

Tomamos isso como um sinal e caímos no chão, exaustos.

– O que tem nessa mochila? – o Peeta pergunta.

Eu abro e mostro a ele, há um saco de dormir, um pacote de bolachas, tiras de carne seca, um par de óculos, uma garrafa de iodo, um rolo de arame, uma caixa de fosforo e uma garrafa plástica, eu a abro ansiosa, mas está vazia.

– Seria tão difícil assim encher a garrafa? – eu consigo uma risada amarga do Peeta

– Bem, acho que devíamos procurar mais um pouco. – ele sugere

Levanta-se e me ajuda a levantar também, nós estávamos com fome, mas com um consentimento mudo deixamos a carne e a bolacha e eu raspo a casca de um pinheiro até achar sua cortiça, e a comemos em silêncio.

– O lago. – sussurro, num lampejo de memoria.

– Eu também pensei nele, mas a essa hora ele já deve estar tomado. – o Peeta fala.

Sim, os tributos profissionais já devem tê-lo cercado, mas se aquela fosse a única fonte de água estaríamos mostos em dias. Escurece um pouco mais e eu consigo ouvir o barulho de alguns animais que saem a noite, e eu sei que temos que achar um lugar que nos proteja deles e dos outros tributos que com certeza continuariam caçando a noite.

– Você acha que um desses aguentaria a nós dois? – questiona o Peeta.

A sua ideia era boa, mas antes de subirmos na arvore eu armo duas armadilhas com o arame, para não corrermos riscos nos afastamos o suficiente para saber voltar. Escolho uma arvore e subo primeiro me certificando de que o galho nos aguentaria e depois o ajudo a subir o Peeta a subir. Com o que restou do arame amarro a mochila a arvore de modo que sirva de travesseiro e o saco de dormir esconda a sua cor, nós entramos no saco e ele nos aperta de forma que eu fico com meu corpo quase todo em cima do Peeta, ele amarra os nossos cintos e prendem a nossa volta, uma precaução para o caso e uma queda.

Terminamos de nos ajeitar e o hino começa a tocar junto com o selo do Capitol que parece flutuar no céu. Logo após aparece o rostos junto com os números do Distrito de quem foi morto hoje na Cornucópia. Eu os conto, primeiro garota do 3, o que significa que os Carreiristas estão vivos, o garoto do 4 não, o garoto do 5, os pares do 6 e7, o menino do 8, e os pares do 9, quando o menino aparece eu sinto o Peeta estremecer, por fim o menino 10. Fico aliviada que a Rue esteja viva.

– Você deveria dormir. – fala o Peeta – Eu vou ficar atento.

– Você também pode dormir, estamos seguros aqui em cima.

– Eu não conseguiria, não hoje pelo menos. – ele sussurra

– Me desculpe por ter feito você matar aquele garoto. – também sussurro, me sentindo mal por ele não poder dormir.

– Tudo bem, se não fosse ele seria você. – declara. – Agora durma.

Ele acaricia o meu cabelo, e me deixo levar pelo sono. Snap! Acordo sobressaltada, e o Peeta me aperta em seus braços.

– O que é isso? – sussurro.

– Ali. – ele aponta discretamente na direção do barulho.

Eu me viro a tempo de ver uma faísca, e uma fogueira aparecer, eu xingo baixinho. Graças a ele seriamos facilmente achados pelos profissionais agora. Nós lentamente nos soltamos e saímos do saco, ainda escondidos pela noite, e o observamos em silêncio, não víamos nada além de um par de mãos.

– Não seria muito difícil matá-lo. – me surpreendo quando ouço a minha voz tão fria – Ele não parece que está armado.

– Sim, mas os outros podem estar se aproximando. – ele fala.

Esperamos pelas próximas horas, o sol já está aparecendo, começo a achar que o tributo escapou quando ouço passos apressados, descubro que é uma menina, depois que seu grito rompe o silêncio, e sei que está morta. Também sei que são os carreiristas pelo barulho que fazem, eles se afastam andando na nossa direção. Sei que eles não sabem que estamos aqui, mas não posso deixar de temer.

– Será que eles conseguem nos ver? – pergunto, mas a minha voz é abafada pelo canhão, que anuncia a morte da garota.

Para o meu azar eles chegavam cada vez mais próximos a nossa arvore.


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Notas finais do capítulo

Esse capitulo saiu sem nenhuma emoção, mas o próximo tem até de mais. Eu sei que esse ficou um pouco parecido de mais com o original, o próximo eu mudei bastante, vai ser bem diferente. Por favor comentem.