The Hunger Games : A New Beginning escrita por Mila Guerra


Capítulo 23
Chapter Twenty One


Notas iniciais do capítulo

Aí está, eu não sei se demorou muito, mas eu me esforcei para postar hoje.



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– Vai, Kat. – o Peeta me entregou o saco de dormir e a mochila – Suba!

– E você? – perguntei, eu não o deixaria enfrenta-los sozinho.

– Pode deixar, eu sei o que fazer. Vá e se esconda. – ele os olhava, já estavam bem próximos – Na primeira oportunidade, fuja. Eu te amo, fique bem.

Não, essa não poderia ser a nossa despedida, eu não poderia deixa-lo, mas o que eu poderia fazer além de tentar vencer?

– Eu te amo, muito. Sempre. – eu queria chora, mas esse não era o momento.

– Sempre. – ele me deu um selinho e eu escalei a arvore até o mais alto que eu pude.

O Peeta havia se ajeitado como quem quer se esconder, mas qualquer um o veria. Os carreiristas não pareciam com pressa, acho que se sentiam felizes por terem matado a menina. Eles passariam quase sem ver o Peeta se não fosse o brutamontes do Distrito 2.

– Ora, vejam se não é o Lover Boy. – falou ele.

– Lover Boy? – o Peeta parecia mastigar o nome – Bem, eu não podia esperar algo melhor vindo de você.

Eu queria parar e escutar o que o Peeta falaria, mas ele os estava distraindo, eu tinha que aproveitar para descer. Eu descia lentamente atrás da arvore, sendo escondida pelo tronco. Escutava algumas poucas coisas que o Peeta e o garoto falavam.

– Eu não a vejo desde ontem... A perdi de vista ontem enquanto corria. – era o que dava para ouvir.

– Você acha que acreditamos nisso? – falava o outro tributo – Por que você não desce e me diz a verdade, ahn?

– Eu estou muito confortável aqui em cima. – o Peeta ria – Por que você não me convence a descer?

E eu estava a um passo do chão, esperando o melhor momento, tive um vislumbre do rosto raivoso do menino do 2 e sabia que ele se preparava para subir. Enquanto ele falava com os outros tributos que estavam com ele me preparei para correr, não sem antes olhar para o Peeta que também me olhava por uns dois segundos antes de se virar novamente.

Eu corri, só esperava poder vê-lo novamente.

POV Peeta

Não havia sido boa ideia enfrentar o tributo do 2 somente com uma faca, mas não tinha como voltar atrás. Ele tentava se apoiar no tronco da arvore e subir, enquanto eu me distanciava cada vez mais dele tomando o cuidado de me manter nos galhos mais firmes. Vendo que ele não conseguiria subir, eu ri só para irritá-lo mais.

– Realmente é uma pena você não poder subir. – falei irônico.

De repente algo na direção contraria a que a Katniss correu fez m barulho, eu resolvi me aproveitar e fiz a melhor cara de desesperado.

– Vão atrás dela, mas a guardem para mim, quero mata-la com as minhas próprias mãos. – ele falou, e seu tom de voz me deixou inquieto.

Eu não duvidaria de que ele fosse capaz, mas para isso acontecer ele iria me matar primeiro.

– Falando assim você não me dá escolha. – falei tentando parecer frio - Não posso deixar que você faça mal a ela.

– Agora sim, cansou de mentir. – eu descia da arvore de forma lenta.

– Eu já consegui o que eu queria?

– E o que seria? – questiona

– Bem, vamos ver, você esta aqui sozinho. – enumerei – Seus amigos estão longe seguindo uma pista falsa, e a Katniss conseguiu fugir daqui sem ser notada, nem perseguida, enfim, eu acho que estou no lucro.

Estava a um pulo do chão. A minha lista não havia o intimidado, se fosse outro pelo menos se descontrolaria, mas esse menino era cruel, o seu rosto dizia isso. E se eu o eliminasse, as chances da Katniss com certeza aumentariam. Não seria fácil, contudo.

– Vamos ver até quando. – ele falou.

Eu não teria nenhuma vantagem me mantendo na árvore então desci, ficando a centímetros dele. Bem, ele só tinha uma arma, era uma vantagem, mas ele sabia usa-la muito bem. Eu era forte, bom em lutas corpo a corpo, resolvi usar isso em meu favor. Deixei que ele se movimentasse, e desviara quando ele estava próximo o desequilibrando e contra atacando, ele tinha uma serie de cortes superficiais nos braços, eu o deixaria cansado e o acertaria em cheio.

Ele não parecia disposto a se deixar enganar e começou a prever os meus movimentos, numa dessas investidas, ele veio de um lado e eu cortei para o outro bem na direção da sua mão com a faca, um talho aberto na minha coxa. Aproveitando que ele se distraiu com o sucesso e movi a minha faca e acertei o seu rosto em cheio, abrindo um corte na sua bochecha que o faria se distrair, para eu conseguir fugir.

Andando o mais rápido que eu conseguia sem fazer barulho, e sem pensar na dor, sigo na direção contraria a da Katniss. Eu não posso correr então empaco quando ouço um farfalhar, olho na direção e tento encontrar quem fez o barulho. Relaxo, assim que vejo os cabelos negros e os lhos assustados da Rue.

– Você me assustou, pequena Rue. – falo sussurrando.

– Me desculpe.

– Foi você quem fez o barulho mais cedo, não foi? – só agora que isso havia me ocorrido.

– Sim, eles já estão longe. – falou orgulhosa de si mesma.

– Fez muito bem pequena Rue. – me aproximei dela – Você sabe onde tem água aqui pequena Rue?

Eu não bebia a mais de um dia e já sentia a falta dela.

– Sim, se você seguir vai encontrar um riacho, sua margem tem rochas por todo o percurso.

– Ok, você me faria um favor? – espero ela responder e ela acena com a cabeça – Você cuidaria da Katniss por mim, a encontraria e a levaria até a água?

– Eu?! – ela parecia espantada com a minha confiança.

– Sim, você é mais inteligente que muita gente aqui. – afirmo e ele abaixa a cabeça envergonhada.

– Pode deixar que eu cuido dela. – fala com uma voz fininha.

Para agradecer levanto a sua cabeça e dou um beijo na sua bochecha.

– Obrigada.

Assim que a solto ela sai correndo, quando a minha distração vai embora a dor volta com tudo, respiro fundo.

Só mais um pouco Peeta, lembro a mim mesmo, vá até a água e depois você desaba.

Seria mais difícil do que eu esperava, ainda não havia olhado o corte, mas parecia mais profundo do que eu imaginava, pelo menos era o que a dor aguda que eu sentia ao andar me dizia. Eu fazia um esforço enorme para seguir em frente, a falta de água não ajudava em nada, eu precisava achar esse lugar logo.

Não demorou muito a minha frente apareceram às rochas que segundo a Rue, ladeavam o riacho. Eu segui andando, procurando um lugar em que eu pudesse me esconder, eu não conseguiria subir numa árvore e nem tinha condições de me defender e ficar no chão. Já estava admitindo que fosse impossível conseguir um lugar, quando eu vi uma rocha grande coberta de ramos e lama e uma ideia surgiu.

Sentei-me mais abaixo e me permiti beber um pouco da água, beber muito de vez me faria mal, e me recuperei um pouco. Ainda não ousara olhar a ferida, eu não tinha medicamentos e ninguém estava aqui para me ajudar, olhar para ela só me traria mais assombro. Eu me preparei para o que tinha que fazer, o riacho me servia de espelho e entre as rochas tinha um pouco de lama, então, eu comecei o meu trabalho.

Minuciosamente fui cobrindo o meu corpo e roupas com lama, infelizmente eu acabei tendo que molhar as minhas roupas, depois eu arranjei uma posição na rocha e me cobri com as folhas que tinham ali, sempre detalhista, olhos, boca, unhas, tudo. Eu não saberia se tinha dado certo, não fazia diferença, eu já me sentia muito próximo à morte mesmo.

A exaustão me tomou por completo, eu sentia os tremores por causa do frio e uma saudade imensa da Katniss me abateu. Eu esperava que ela estivesse bem e que a Rue houvesse cumprido a sua promessa. Eu queria muito me manter alerta, mas a dor e o frio eram fortes de mais eu só queria esquecer. Não sentir mais, então me afundei no sono.

[...]

– Peeta, acorde! Vamos, Peeta! – eu já havia acordado, mas eu fingia só para irrita-la. – Ok Peeta, nós vamos te deixar aí, não é Pearl?

Como resposta a Pearl deu um pequeno grito infantil, seguido de sua risada contagiante. Ela era um bebê bastante sorridente para seus 5 meses de vida. Eu não resisto e sorrio também, me entregando.

– Ora, seu grande farsante! – a Katniss segurava a Pearl com uma mão e a outra apoiada na cintura, fingindo estar brava – Da próxima vez nós te largamos aqui!

Eu rio.

– Você não seria capaz. – falo, lhe dou um selinho e pego a Pearl da sua mão – Não é princesa? Diga para mamãe que você não vive sem o paizão aqui.

Há sacudi um pouco e ela soltou outro gritinho e me deu um sorrisinho, a Katniss nos olhava encantado.

– Certo mais se apresse, senão o sol esquenta e não é bom para ela. – eu lhe devolvi a Pearl e segui para o banheiro, mas dei meia volta.

– Ei senhora Mellark, - falei e ela se virou para mim – a senhorita não me deu nem um bom dia!

A segurei pela cintura, envolvendo ela e a Pearl abraço.

– Bom dia senhor Mellark! – falou rindo.

Aproximei nossos rostos, e encostei um nariz no outro num beijo se esquimó, ela fechou os olhos e aproveitei para olha-la, tão simples, tão linda, tão minha. Minha Katniss. Ela abriu revelando os olhos cinza tempestuosos e eu a beijei, dessa vez quem fechou os olhos fui eu. Interrompi o beijo quando uma pequenina mão tocou a minha bochecha. Soltei a Katniss rindo.

– Bom dia! – falei alegre e segui para o banheiro.

[...]

– Pare com isso Peeta! – eu dava biscoitos a Pearl e ela insistia em dizer que isso faria mal a ela.

– Mas não faz mal! – eu falava.

– Não de mais, mas você já deu três. Agora chega! – sua pose irritada me fez rir, mas eu parei.

– Então vem cá, princesa! – peguei a Pearl do colo da Katniss e saí da cozinha da padaria, estava na hora de ir embora – Vamos dar tchau ao meu pai Kat!

Ela me seguiu e nós o achamos lá na frente, próximo ao balcão.

– Tchau pai!

– Tchau Sr. Mellark!

– Tchau, e tchau princesa. – a Pearl sorriu para o meu pai e nós seguimos para a casa.

O caminho foi silencioso a Pearl voltou para o colo da Katniss e eu as abracei, as pessoas sempre sorriam e acenaram quando nós passávamos, algumas se aproximavam e falavam com a Pearl para ganhar um sorriso banguela em troca. Algumas vezes víamos o Gale, ele parava, olhava por um tempo, depois voltava a andar como se a Katniss não fosse nada. Isso me irritava completamente. Nesses momentos a Katniss soltava um suspiro cansado e eu a apertava mais em meus braços. Normalmente ela passava o resto do dia mal até a hora de dormir quando conversávamos.

– Eu queria ter a capacidade dele de ser tão frio. – ela falou.

– Você sempre pode contar a verdade para ele. – me doía muito falar isso. Porque eu me orgulhava de ser o único digno de confiança da Katniss, por ele ter me contado tudo. E eu ainda sinto ciúmes do Gale. Velhos hábitos são difíceis de esquecer.

– Não, se ele não foi capaz de se manter ao meu lado por causa do orgulho dele. Eu não o quero aqui, ele não foi capaz de ficar e me deixar explicar. Então é melhor assim. – ela sempre ficava melhor depois de uma conversa e dormia tranquila.

[...]

Eu não sabia o que aminha mente queria com isso, se era me confortar com as lembranças ou me deixar pior do que eu estava. Bem, pior do que eu estava era quase impossível, já que eu queimava, uma dor lancinante me consumia e eu implorava para voltar para os sonhos.


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Notas finais do capítulo

Eu me esforcei muito para escrever esse capitulo e sim, eu fiz ele para vocês chorarem. Eu posso ter deixado vocês um pouco frustradas por não ter feito muitas lembranças depois que a Pearl nasceu, então eu vou soltar umas agora.
A parte da luta, eu não sou muito boa, então esse foi o meu melhor.
Criticas, elogios, por favor comentem.