The Hunger Games : A New Beginning escrita por Mila Guerra
Notas iniciais do capítulo
Eu postei três capítulos seguidos para vocês, então vai demorar para sair mais. Aproveitem.
Enquanto o hino de Panem toca, as câmeras focam em nós mais do que deveriam, eles querem mais amor, nós devemos ter dado a maior audiência em tempos. Quando ele acaba, tomamos o elevador e volta para o nosso andar. Eu fico esperando um esboço de satisfação no rosto do Haymitch, mas nada aparece. Nós seguimos direto para o jantar, o que é ótimo já que eu estou faminta.
– E então? – o Peeta não aguenta até o fim do jantar e questiona o Haymitch.
– Então o que? – eu vejo que ele quer nos deixar ansiosos.
– O que você achou das entrevistas? – completa o Peeta.
– Não há muito que falar. – ele enrola um pouco – Vocês foram bem, a revelação do Peeta foi no momento certo para os deixar chocados.
– Não seja tão modesto. – falou Portia – O que foi aquele final? Vocês têm a todos na mão. Foi um espetáculo.
– Sim, sim. Amor, essas pessoas não esperam isso vindo de um lugar que é feito para aterrorizar a todos. – refleti o Cinna – Com isso, vocês os encantam e surpreendem.
As entrevistas são transmitidas após o jantar, fico feliz em ver que eu mantenho um dialogo satisfatório com o Caesar, só que percebo que as pessoas não têm muito da verdadeira Katniss, eu pareço um pouco tola. Eu me torno inesquecível quando giro com a roupa do Cinna. O efeito que ele causa é esplendido, eu estou cercada de chamas.
– Eu disse que você ficava encantadora. – o Peeta me diz e eu não enho como discordar.
O que falar do Peeta, ele é carismático, alegre e bonito, e se não fosse a sua história trágica seria o retrato de um adolescente com uma vida perfeita. Ele conseguia colocar as pessoas do Capitol no bolso, até o Caesar sempre cheio de si e falante não era páreo para o magnetismo que o Peeta parecia ter.
Quando a transmissão acaba começam as despedidas, a Effie e o Haymitch não irão conosco para a arena, só os estilistas acompanham os tributos. A Effie nos abraça chorosa.
– Vocês são e longe os melhores tributos que eu já vi. – ela segurava as nossas mãos juntas – Tenho certeza que um de vocês ganhará.
O Haymitch não era do tipo que se deixa levar pela emoção, então ele nos deu alguns últimos conselhos.
– Assim que soar o sinal, corram, se afastem da Cornucópia. Coloquem a maior distância dos outros tributos e procurem água. Fiquem juntos nos primeiros dias, mas se lembrem de se separar, se o Capitol demorar em fazer alguma coisa, podem se juntar novamente. – falou o Haymitch – Lembre-se garoto, se mantenha vivo até o final se você quer vê-la em casa.
– Obrigado, eu posso ter sido grosso com você no inicio, mas eu precisava ter certeza de que você faria algo por nós. Muito obrigado. – a sinceridade na voz do Peeta era quase palpável.
– Tudo bem garoto. – o haymitch pareceu amável por um minuto. – Ah... E fiquem vivos.
Não havia humor, nem bebedeira, dessa vez era serio. Nós fomos para quarto em silêncio, e nos mantivemos assim por um bom tempo, uma, duas, três horas e o sono não chegava.
– Venha, tem um lugar que eu quero te mostrar e ainda não tinha tido a chance. – o Peeta falou se levantando e me puxando junto.
Seguimos até o final do corredor e ele puxou um alçapão, que na verdade era uma escada, que nos levou até o telhado.
– O Cinna me trouxe aqui no dia em eu brigamos. – disse me puxando para a beirada, lá em baixo acontecia uma festa.
– O que você acha que nos espera? – perguntei
– Não faço ideia. Eu só penso numa forma de te tirar de lá, independente do que nos aguarda. – ele me responde.
Mantive-me calada, suas palavras não tinham replicas eram iguais as minhas. Eu pensava a todo o momento em como venceríamos, em como mataríamos 22 pessoas e voltaríamos, não, como eu voltaria para casa.
– Eu só queria ter a certeza de que isso não nos mudaria, - ele parecia mais pensar em voz alta do que falar – ter a certeza de que o Capitol não iria nos transformar em algo deferente de nós mesmos.
– Como assim? – questionei
– Todo esse jogo, todas essas mortes, o terror. Eu queria ter a certeza de que isso não nos atormentaria para o resto da vida. Como o Haymitch. – explicou.
– Como ele se afoga nas bebidas, como se não quisesse ficar lucido e lidar...
– Isso, lidar com as lembranças, com o terror do que ele viu. – continuou o Peeta – Eu queria ter a certeza de que você não correria esse risco.
– Eu não vou virar uma bêbada. – replico
– E não precisa, você pode ser uma pessoa bem difícil sem ter visto todo esse horror, você pode perder toda a vontade de viver. – ele falou – Você vai ter toda uma vida ainda Kat, mesmo que me doa, você não vai ficar a vida toda sozinha.
Não sei o que me doía mais, saber que o Peeta não estaria mais comigo daqui a alguns dias, ou o ouvir falando que eu tenho que seguir com a vida sem ele. Todo esse tempo, tentamos falar como se qualquer um dos dois pudesse ganhar, mesmo que eu fosse a prioridade. E ouvi-lo falar de um futuro em que ele não existia, abria uma ferida no meu peito que eu não sei se iria cicatrizar.
Apertei-me em seus braços e tentei desde já gravar todos os detalhes do meu menino do pão, do meu padeiro. O seu cheiro, o seu cabelo, a forma como ele sorria, a forma como me segurava em seus braços a noite, como ele me amava com todas as suas forças.
Eu não queria esquecer, eu não queria viver sem ele. Eu o amava, e jurava a mim mesma que me manteria forte, o Peeta se orgulharia de mim. Sempre. Como ele jurou me amar até o ultimo minuto.
[...]
Eu consigo dormir o resto da noite toda, e quando abro os olhos o Peeta já esta acordado. Eu não sei o que falar, só fico o olhando por uns minutos, ele tampouco faz qualquer coisa. Então ficamos presos na nossa bolha até o Cinna aparecer.
– Bem, vocês não podem ir juntos. – nós sabíamos que cada tributo ia em um aerobarco para o local jogos – Vou dar uns minuto para se despedirem.
Quando ele sai do quarto, o Peeta me abraça, e eu sinto as lagrimas escorrendo pelo meu rosto.
– Eu te amo, não se esqueça disso. – ele me beija, e eu vejo que ele também chora – Nós vemos na arena.
Eu não tenho forças para respondê-lo e deixo-o sair, assim que aporta se fecha, um choro compulsivo toma conta de mim por alguns minutos. Recupero-me antes do Cinna entrar no quarto, ele me entrega uma roupa simples e nós vamos para o telhado onde o aerobarco já esta nos esperando, uma escada desce e assim que eu piso no primeiro degrau, sinto como se estivesse congelado.
– Esse é o seu localizador, quanto mais parada você estiver, melhor eu posso coloca-lo. – mesmo totalmente parada a dor da agulha sendo inserida no meu antebraço é fortíssima.
Com o localizador os Gamemakers sempre serão capazes de me achar na arena. Quando ele já esta no lugar a escada me liberta, e desce para pegar o Cinna, um avox nos direciona ao quarto onde vai ser servido o café. Mesmo sabendo que é extremamente necessário, eu não consigo comer, então me distraio com a vista da janela onde eu consigo ver a cidade e tudo além dela.
Quando fecham as janelas, eu sei que estamos próximos da arena, ele aterrissa e nos seguimos na escada para o subterrâneo, eles guiam a gente até a minha sala de abertura, que nos Distritos chamam de Curral.
É ridículo como as pessoas do Capitol depois dos jogos usam as arenas como destino turístico, para eles tudo é um grande show não importa quantas pessoas morram, é tudo entretenimento.
Tomo banho, e o Cinna faz a minha trança de costume no meu cabelo, as roupas chegam, a mesma para todos os tributos, calça marrom-amarelada simples, blusa verde, um cinto marrom e um casaco preto que vai até as coxas.
– Espere por noites frias, essa jaqueta reflete o calor do corpo. – me aconselha o Cinna.
Também tem umas botas, que são muito melhores do que as que eu tenho em casa.
– Você não pode ir sem isso aqui. – ele me mostra o broche do tordo – Você o esqueceu no trem, ele causou algumas discussões, mas deixaram você usá-lo. Eles também deixaram as alianças, isso vai favorecer amis a eles do que a vocês. Pronto, você esta pronta.
Os últimos minutos parecem uma eternidade, eu fico andando de um lado para o outro até que o Cinna segura a minha mão entre as suas, isso me deixa um pouco mais segura. Logo uma voz feminina anuncia que é a hora da abertura, ando mais um pouco e fico em cima de uma placa circular, ainda segurando a mão do Cinna.
– Lembre-se disso. Eu não posso apostar, mas se pudesse, meu dinheiro estaria em você. – ele fala.
– Verdade?
– Sim. Boa sorte, garota em chamas. – ele me dá um beijo na testa e se afasta.
Um cilindro de vidro desce ao meu redor, ele começa a me levar para cima e eu fico no escuro por alguns segundos, depois eu não enxergo nada por causa do sol. Ouço a voz de Claudius Templesmith.
– Damas e cavalheiros, deixem o septuagésimo quarto Hunger Games começarem!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Esse é o capítulo que eu mais gostei, sério, eu amei ele. Eu consegui fazer com que o Peeta falasse de uma forma tão verdadeira, o amor deles ficou tão claro nesse capítulo, e esse final, ele ficou muito parecido com o original do livro, mas eu não tinha nada para acrescentar. O próximo vai demorar um pouco para sair, primeiro dia dos jogos.
Me digam o que acharam. POR FAVOR!!!