Destinos escrita por DetRood


Capítulo 8
O fim da Aliança - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Sugestão de trilha sonora? "Gasoline", Seether!!!



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Conforme combinado os caçadores conversavam sobre como abordariam o local dos rituais.

- Provavelmente acontece no porão, pois como é na beira de um barranco a casa deve ter sido construída em cima de alguma espécie de caverna ou espaço onde foi possível a construção de um subsolo - Dean terminava de retirar suas armas do carro e se equipar para um possível confronto, não com seres sobrenaturais, mas humanos.

- De fato, mas a entrada que encontramos deve estar desativada, pois estava coberta de plantas, eles devem entrar pela casa mesmo – Sam ajudava seu irmão.

- Jovens, então façamos o seguinte: Eu e a minha sobrinha tratamos de encontrar as crianças, e vocês entram no porão – Tio Jack terminava de arrumar as coisas na Van que levaria as crianças resgatadas.

- Mas tio, é muito perigoso os dois irem sozinhos... – Valery fez uma careta de reprovação para o tio, mas como tinha um extremo respeito por ele, acatou sua ordem pelo seu olhar sério.

- Como se eu não te conhecesse... Deixe os dois entrarem sozinhos, eles são profissionais... Depois das crianças devidamente seguras comigo, você volta para ajudá-los, isso é claro se eles quiserem e precisarem... – Tio Jack olhou para os irmãos, esperando alguma resposta.

- Er... claro, toda ajuda profissional será bem-vinda... – Dean olhou para a detetive, num olhar de cumplicidade que ele jamais pensaria que sairia dele.

E ela retribuiu o olhar da mesma forma.

- Vamos deixar os carros o mais próximo possível, sem correr o risco de sermos descobertos – Valery terminava de tirar suas armas da Van – Vamos ficar no terreno vazio ao lado, e na primeira brecha entramos na casa.

- E nós vamos pelos fundos pela entrada antiga – Sam completou.

- E lá dentro nos encontramos – Valery golpeou sua pistola.

E assim os quatro partiram em direção ao bairro sombrio.

Estacionaram os carros em lugares opostos e afastados da casa, mas distantes o suficiente para que se precisassem correr, daria tempo de escapar.

Tio Jack e Valery ficaram atrás do mato que cobria o terreno baldio, e observaram o movimento discreto de carros chegando na casa e pessoas com grandes capas escuras com capuzes, impossíveis de serem identificadas.

Os rapazes foram pelos fundos da casa, e quebraram o cadeado que trancava a velha porta de madeira.

- Até agora, nenhum movimento – Sam olhava pela fresta da porta, e via o corredor vazio, com as luzes apagadas.


- Minha querida, quando todos entrarem, e não houver movimento na casa, entramos atrás – Tio Jack estava ansioso, pois desde que se aposentou só entrava na floresta para caçar veados e pequenos animais silvestres.

Após alguns instantes as luzes da casa se apagaram, e a detetive e seu tio procuraram em volta da casa uma entrada fácil.

Uma janela quebrada foi a entrada para os dois, que faziam o possível para não fazer barulho.

- Tio, tudo fica no subsolo – Valery procurava alguma entrada no chão da casa, pois era pequena e não tinha mais cômodos além da sala abandonada e malcheirosa.

Encontraram uma argola debaixo do tapete no meio da sala, e observaram pelas frestas da madeira que lá embaixo estava iluminado, era uma espécie de ‘hall’ de entrada.

- Aparentemente, nenhum movimento – Tio Jack levantou a argola com cuidado para não fazer barulho, e a detetive desceu pela estreita escada.


- Sei que você é o sensitivo da família, mas não estou com um pressentimento bom – Dean passava sua mão pelo braço, e os dois estavam no corredor frio e longo, pouco iluminado por suas lanternas.

- Hey, o que aconteceu com você, cara... Amoleceu depois que conheceu a detetive, é? – Sam debochava do irmão, que sempre fora corajoso nestas horas.

- Qual é, Sammy... Estou falando sério, já conhecemos lugares feios, mas este me dá arrepios!

Era como se o corredor fosse esculpido nas rochas, pois as paredes eram de pedra, formando uma espécie de ‘garganta’ assustadora.

- O que me dá arrepios é não saber o que encontraremos no fim deste corredor – Sam dava passos curtos, atento a qualquer movimento ou barulho que se manifestasse naquela escuridão.


A detetive estava na pequena câmara que dava acesso a dois corredores. Um à direita dela, que começava com uma escada em declive, e outro, no mesmo nível, avançando alguns metros terra adentro, terminando com uma porta de ferro.

- Aposto uma cerveja gelada, tio! – Valery colocou sua mão sobre sua arma, indo em direção ao corredor da porta de ferro.

- Tome cuidado, minha garotinha! Ficarei aqui de olho... – Tio Jack ficou na entrada do alçapão com sua arma em punho, atento a qualquer coisa que subisse ou que entrasse na casa.


Os irmãos estavam chegando ao final do corredor, que terminava com uma espécie de escadaria em forma de espiral, que circundava toda a câmara principal.

Lá era um local perfeito para se gravar um filme de terror.

Um amplo salão improvisado numa gruta natural, formada pelo que pareciam ser estalactites de rocha, e várias tochas colocadas estrategicamente, um ambiente de cor âmbar a dar o toque final naquele cenário infernal.

Ao centro, um fosso cerca de dois metros de profundidade, e nele um altar de mármore com símbolos do ocultismo e em cima do altar, no centro, um grande cristal em forma de gamela.

Havia poucas pessoas em volta do fosso, num patamar acima, todas cobertas com grandes capas.

E uma pessoa posicionada atrás do altar, com um punhal reluzente em suas mãos estendidas em direção aos participantes.

- Caríssimos, é chegada a hora de renovarmos A Aliança... Á meia-noite, faremos nossa oferenda!

As palavras saíam de Walter Clifford, delegado local. Ele era o líder responsável pelo pacto com as forças malignas e por recolher as crianças de suas famílias, que carregavam tal maldição.


A detetive chegou até a porta de ferro e viu que havia uma abertura com grades na altura do chão, e com cuidado agachou-se para ver o que havia lá dentro.

Cerca de seis crianças assustadas se encolheram em um canto da sala ao perceber o movimento de fora.

- Hey, garotos, estou aqui para ajudá-los! Não tenham medo! – Valery cochichava, de olho ao seu redor para não ser pega de surpresa.

Uma garotinha de grandes olhos azuis se aproximou da abertura.

- Brenda, é você?

- Sim, onde está minha mãe?...

- Não tenha medo, querida... Eu vim aqui para levar vocês de volta para suas mães... Mas preciso que me ajude, ok?

A menina loira acenou com a cabeça.

- Agora preste bastante atenção... Quero que você me diga se existe mais alguma porta aí dentro além desta aqui – Valery analisava uma maneira de abrir a porta, mas queria ter a cautela de não colocar em maior risco a vida daquelas crianças.

- Não senhora, a nana vem nos dar comida por aqui... Onde está minha mãe?

- Eu vou levá-la até sua mãe, Brenda... E todos os seus amiguinhos...

- Tá bom... A garotinha, apesar de estar com medo, mantinha a calma.

- Ouça... Façam bastante silêncio e façam o que eu mandar, você pode conversar com seus amiguinhos para fazerem isso pra mim?

A menina concordou e foi falar com os outros.

- Hey, tio, me passa o alicate de cabos, tem um cadeado aqui meio grande pra quebrar...

- Tá na mão, minha garotinha!


Os irmãos analisavam o local com cautela, pensando na melhor forma de abordagem.

Os homens entoavam cantos e línguas estranhas, invocando a entidade responsável por estarem lá.

- Hey Sam, estão cantando nossa canção...

- Shh, cala a boca, quero saber o que eles estão invocando! - Sam revirou os olhos, e tentava entender o que exatamente os homens de capuz estavam invocando.


- Vamos crianças, dêem as mãos umas às outras e subam na escada, o tio Jack está lá em cima para pegá-los – Valery fazia o resgate das crianças.

Quando tio Jack subia as primeiras crianças, Beatrice apareceu na porta.

- Opa, parada aí mulher! – Tio Jack apontou sua arma para ela, que saiu correndo para fora.

- Deixa tio, mais tarde cuidamos dela! Vamos tirar as crianças de uma vez! – Valery subia com o restante das crianças, e os dois as levaram para a Van.


- E então Sam, reconhece o ritual?

- Não sei Dean, eu já li alguma coisa antes, escrita pelo pai... Mas não sei exatamente o que é...

- Hey, espere aí... Está acontecendo alguma coisa...

No instante que Dean terminou a frase, a iluminação mudou no fosso, e dentre os homens que estavam em volta um saiu do lugar em direção ao altar.

- Senhores, sempre é uma satisfação visitá-los...

Mais dois homens saíram de seus lugares e ficaram ao lado do primeiro.

Os irmãos reconheciam aquela voz. Quando ele se desvencilhou do capuz, revelaram-se os olhos amarelos demoníacos, os mesmos que eles infelizmente viram em seu pai.

- Eu não acredito! – Sam arregalou os olhos.

- Ótimo, agora a festa está completa! – Dean suspirou fundo e golpeou sua arma.

- Sim, está completa, rapaz, porque vocês chegaram!

A voz conhecida veio por trás dos irmãos, que ao se virarem deram de cara com o demônio.


Tio Jack e Valery corriam com as crianças no colo em direção á Van, quando dois carros de cor preta com as luzes apagadas pararam em frente à casa.

- Parados! – Dois homens saíram armados de um carro, e do outro saíam mais três pessoas, entre elas uma mulher loira de grandes olhos azuis.

- São eles! – Julie Sanders corria em direção à detetive e ao tio.

Os homens abaixaram as armas, e foram em direção às crianças.

- Mas eu não os chamei ainda! - Valery reconheceu seus parceiros de divisão, e foi ao encontro deles.

- Quem os chamou fui eu, detetive – Julie Sanders corria em direção ao tio Jack que estava com Brenda no colo, e a menina ao ver a mãe pulou no chão e foi em direção a ela.

- Mamãe!

- Brenda! Minha querida!...

As duas se abraçaram, chorando emocionadas.

- Quando você foi na minha casa, sabia que não era uma policial comum, e sabia que iria nos ajudar, daí dei alguns telefonemas e descobri quem realmente era – Julie pegou sua filha no colo – Então fiz contato com os senhores aqui que prontamente me atenderam pois estão sob seu comando, não é? – Virou-se para a detetive, que deu um sorriso.

- Realmente... Senhores, por favor, cuidem para que estas crianças sejam encaminhadas para seus lares o mais rápido possível.

E assim eles recolheram as crianças e tio Jack voltou para a Van.

- Querida, quer que eu vá com você...

- Não tio, será arriscado, eu preciso e quero fazer isso! – Valery voltou para a casa.


Sem tempo de reagirem, o demônio os lançou em paredes opostas, fazendo com que eles ficassem a alguns centímetros do chão, imóveis.

- Eu sabia que estava fácil demais! - Dean na pancada bateu a cabeça e um filete de sangue escorria pelo seu pescoço.

- Sim, eu os aguardava... – O demônio chegou perto de Sam – Mas sua presença era a mais esperada, meu rapaz...

Sam tentava se debater, em vão.

- Você vai pagar por tudo o que fez, seu desgraçado! – Dean gritou do outro lado.

- E você vai pra onde deveria ter ido há tempos! – O demônio se virou para Dean – Você tem sido um pé no saco para mim... Esse negócio de família unida, ah isso me dá náuseas!

O demônio andava entre os irmãos, e os seus seguidores o acompanhavam com os olhos, calados.

Os outros participantes se esconderam por entre as pedras das paredes.

- Como vocês podem ver, eu tenho vários ramos de negócios... Sabe como é, num mundo globalizado, você tem que ter visão empreendedora...Vocês deviam pensar nisso, sabiam? Esse negócio de lutar contra as trevas, não dá lucro nenhum...

- Se depender de nós você vai a falência completa – Dean resmungava, meio zonzo por causa da pancada.

- Ah, Dean Winchester, mesmo nas horas mais difíceis sempre uma palavra de humor para não ficar por baixo... Mas logo você não precisará mais se preocupar com o que falar de interessante, rapaz... Pra onde você vai você ficará sem essa sua língua grande! – O demônio deu um golpe no rosto de Dean de longe, o que o fez cuspir mais um pouco de sangue.

- Hey seu filho da p, não é ele que você quer, é a mim... Porque você não vem aqui e resolvemos isso de uma vez por todas?

O demônio voltou-se para Sam, com um sorriso.

- Ah, ódio... Isso é bom, meu jovem, muito bom... Eu aprecio muito isso...Mas espere... Tem algo errado... Quem está aí? - O demônio sentiu a presença de mais uma pessoa no ambiente.

Valery estava descendo as escadas com sua arma em punho. Ele olhou-a e achou muito estranho pois não conseguiu identificá-la...

- Ah, iam começar a festinha sem mim? Que indelicadeza! – Valery mirou na direção do demônio, que encarou-a surpreso.


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Notas finais do capítulo

Agora o bicho pega! Os três caçadores enfrentam o YED! Fortes emoções nos próximos capítulos!



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