Samuel Yancey

Ouvi um grito abafado e um som de algo pesado cair do lado de fora do quarto. Samantha!!!!!!!!

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Corri para fora e quase escorreguei na escada, Samuel parecia assustado no topo da escada e Samantha no fim desacordada, um filete de sangue escorreu de seu rosto.

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– Sammy!!!!!! – suspirei alto descendo as escadas, Self e Arthur já estavam ao lado dela – Chama uma ambulância logo!!

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Gritei em agonia porém ninguém se moveu, logo Samuel apareceu com o telefone na mão. Eu perdi noção de qualquer coisa eu estava tonto. Estava acontecendo de novo? Suspirei olhando em volta algumas pessoas de branco levando Sammy em uma maca e tentando faze-la acordar.

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Self levará Arthur, Samuel e sua mãe. Eu não conseguia me afastar de Samantha dentro da ambulância pressionei sua mão entre as mãos de uma forma desesperada, eu não iria me afastar de novo e assim que ela melhora-se eu iria me declarar...

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Se ela acorda-se!!!!

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– Ela está perdendo muito sangue!! – minha visão embaçou junto, eu não via quem falava.

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– Mantenham-se calmos, estamos chegando... Coloque o tubo!!!

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– O pulso está ficando fraco... – arfei sentindo o rosto ficar úmido de lagrimas e suor frio – Ela está morrendo!

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– Façam algo, agora!!! – pensei ter gritado, mas na verdade apenas pensei.

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A porta da ambulância foi aberta e levaram Sammy para dentro do hospital, finalmente sentei perto da Senhora Yancey. Ela estava pálida apertando as mãos uma na outra, ao me ver deitou a cabeça sobre meu ombro. Puro instinto me fez aperta-la ao meu peito, aquela mulher forte que eu conheci na primeira vez que sai com Samantha; parecia uma criança desolada. Sem rumo, sem chão. Que tivessem lhe roubado o brinquedo favorito.

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– C-Como? – observei os olhos da senhora – P-Porque?

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– Ela vai ficar bem, não se preocupe Senhora! – eu me sentia frio e bandido naquela situação. Assim como Samuel que não chorava.

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– A-Amanda!!! – ela afirmou firme apesar de gaguejar o começo do próprio nome – Eu...

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– Tudo bem, não se preocupe! – murmurei, não sabia de onde vinha minha força? Ela estava fraca. A adulta dali estava mais fraca quem Samantha.

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Porém Samuel encarava o chão, mas não exatamente o chão. Ele estava revendo algo dentro de sua mente, Self andava de um lado para o outro e Arthur arfava esperando alguém sair de alguma porta para dar notícias. Eu também queria notícias!

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Então todos os emos, incluindo minha família e alguns amigos de Samuel surgiram na recepção. Geralmente Pink não gostava de ir a lugares públicos, as pessoas costumavam encarar os emos de forma reprovadora. Como faziam agora, Sammy precisava de todos nós agora porém não podia ver que todos estávamos ali.

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– Samantha Yancey!!! – um homem de branco surgiu, ergueu os óculos que caiam. Amanda rapidamente se levantou – Senhora Yancey, Samantha está fora de perigo só precisará ficar no hospital algumas semanas. Ela bateu a cabeça e perdeu sangue com isso, mas não afetou nada ela pode ficar um tanto lenta por um tempo ou não lembrar de detalhes ou coisas muito antigas!

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– Ela pode esquecer algo atualmente? – me desesperei com isso. Mas o médico negou com a cabeça.

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Amanda ficou no hospital, mas pediu que eu dormisse em sua casa para cuidar de Self e Samuel. Na hora que ela mencionou Samuel eu quase gritei que não, mas lembrei que Self não merecia aguentar Samuel sozinho naquela casa.

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Assim que chegamos, “grisalha” arrumou o quarto de Sammy para mim dormir. Chegava a 00:00 e o sono não queria vir, fiquei assistindo TV com a porta devidamente trancada. Não teria paciência com Samuel hoje e nem nuca; o cheiro de Sammy me envolvia impregnado nos lençóis macios, o iPod dela estava ali com suas músicas do Tokio Hotel, Black Veil Brides, Paramore...

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Suspirei, senti um calor apesar o ar-condicionado do quarto. Um calor que se dirigia ao centro do meu corpo, me mexi desconfortável a calça parecia apertada demais. Olhei para os lados; uma foto de Sammy com Self, Samuel e outra garota numa piscina. Todos seminus ou será que era minha mente que estava querendo ver mais do que tinha?

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Apoiei os pés ainda com meu All Star na cabeceira da cama, a calça pareceu mais apertada ainda. Bufei, o cheiro forte de Pêssego no quarto. Eu não conseguia identificar a raiva de Samantha estar longe ou dela ter caído sabe Deus porque, talvez essa raiva repentina só agora fosse minha excitação crescer gradativamente por estar no quarto onde tudo começou, por ter seu cheiro, ter um sutiã caído na cama ou por lembrar de seus lábios.

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Passei os dedos por meus lábios como se ainda pudesse sentir seus lábios nos meus, fechei os olhos. Como é que me apaixonei por uma garota? Tão rápido? Não, espera. Eu não pensei isso!!! Ergui meu corpo abrindo os olhos e indo em frente ao espelho, levantei a camisa xadrez olhando meu corpo. Tinha um abdômen um tanto dividido, agradeço ao meu pai por ter me feito carregar peso por tanto tempo. Mas minha cintura era fina e pálida, como o meu peito e pernas; ORA BRYAN!!!! Você é um emo, tem explicação melhor?

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– Você está horrível Owen!! – murmurei pra mim, o sobrenome do meu pai me pareceu assustador em minha voz.

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Olhei novamente para meu rosto no espelho, bobamente me perdi em meus próprios olhos... Eram penetrantes, Samantha tinha razão! Aproximei o rosto do espelho... Me descrever parecia estranho...

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Lábios rosados, olhos azuis, corpo pálido, cintura fina, calça escura e apertada, camisa quadriculada, All Star, Franja sobre os olhos... A minha descrição era tão feminina quanto o quarto em que eu estava. Puxei o piercing do lábio com os dentes. Era justo tudo isso? Está tão perto da baixinha e tão longe? Ao ponto de perde-la entre meus dedos?

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Olhei pela janela, me assustando por ver que toda minha loucura durou uma noite. O sol nascia meio alaranjado rasgando o céu, uma cena tão sombria para mim e tão romântica para qualquer outro. Eu as vezes me perdia dentro de mim mesmo em buracos que não me levavam a lugar algum, cada vez mais longe da realidade...

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– Bryan... Já está de dia, você tem que ir ao colégio lembra? – Self chamou do outro lado, mas não tentou entrar. Suspirei, aproveitei a suíte de Samantha para me arrumar.

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Um tempo depois de me arrumar, abri a porta sendo empurrado de volta para o quart.o por Samuel. Encarei seus olhos e me afastei, IDIOTA!!!! Eu tinha certeza que a culpa era de Samuel, o Yancey tentou me segurar de alguma forma.
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– O QUE QUER AQUI SEU IDIOTA? – bati em seu peito me afastando, Self surgiu atrás dele.

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– O que houve aqui hein? – Self puxou o ombro de Samuel.

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– Eu sei lá... Esse idiota entra desse jeito tentando me agarrar! – aquilo parecia menos feminino só na minha mente.

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Me afastei correndo, atravessei rapidamente quase sendo atropelado. Bufei de cansaço ao chegar perto de casa, Andrew estava saindo com Isabella de casa (Meus irmãos). Sorri fraco acenando, Isabella veio até mim e beijo meu rosto suavemente.

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– Estamos indo ao colégio, vai demorar? – afirmei com a cabeça e ela sorriu serena – Então até lá!