O Fio Da Lâmina - Interativa escrita por Romeu Jr


Capítulo 11
Segunda História


Notas iniciais do capítulo

É isso ai! O site voltou com tudo e eu também! Vamos começar!



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O cheiro podre se espalhou pelo ar.

Khaos já estava acostumado com cheiros repugnantes como aquele. Mas seu estomago não. A raiva fez seu estomago esquentar enquanto o sangue velho escorria pelo seu dedo indo até a Palma de sua mão.

Ele correu para a Pia e deixou a agua gelada da torneira lavar o sangue.
"Preciso conversar com alguém. Onde será que eles estão?"

Sentiu uma vontade de correr para a rua e ir atrás de seus amigos. Mas não sabia por onde começar.
Foi até o fogão novamente e pegou a frigideira ainda quente.

Tentou fazer uma omelete, mas acabou descobrindo que os ovos estavam todos podres. Jogou a frigideira suja na Pia e foi à geladeira procurar algo para comer. Pegou o resto de sorvete que estava no congelador e foi para a Sala. Apertou o botão de mensagens da Secretaria eletrônica e escutou a mensagem que já havia decorado à uns dois dias atrás.
"Khaos, acho que Beliel está acusando nossa localização para outras espécies. Tem alguém atrás de nós! Não poderia mandar essa mensagem por ele..." houve um chiado do outro lado da linha e a ligação caiu.

–Nenhuma novidade sobre a localização deles? -a voz de seu amigo no telefone ainda ecoava em sua cabeça.

–Nada. -O demônio chamado Beliel estava lá como sempre -Não encontro eles em lugar algum. E me certifiquei dos inimigos. Ninguém me segue, sou um demônio como qualquer outra Praga! Não sou visto por ninguém que não tenha conhecido a morte pessoalmente!

–Eu sei! -Khaos se virou para olhar os olhos verdes e cheios de emoções do garoto branco alto que estava atrás dele -Não precisa desse drama, eu conheço bem os demônios. Caso contrario não teria sido possível eu criar você.

Beliel era um demônio conhecido como "maldição". Tinha como forma verdadeira a aparência humana, mas poderia se transformar conforme era conhecido por humanos. Ou pelas emoções que ele quisesse mostrar.

Khaos pegou uma jaqueta preta e correu para porta da frente da casa.

"Acho que está na hora de fazer alguma coisa. Sinto que algo de ruim aconteceu com eles"

Khaos agradeceu por ter um cemitério perto dessa nova casa. Correu pela rua escura que passava por trás do cemitério, e se certificou de que não havia ninguém por perto, depois pulou o muro e correu por entre as lápides.

Um cemitério tinha almas o bastante para oferecer a energia vital que ele precisava para usar aquele feitiço. Parou no centro do cemitério e fechou os olhos. Sentiu a energia de todos que passaram por ali. As emoções, os choros, as maldiçoes. Aquele lugar estava repleto de energia vital. Tanto de quem passou por ali, quanto de quem ficou ali. Era como uma camada pesada de neblina no ar, e ele se sentia feliz quando sentia isso.

A um tempo atrás ele não fazia ideia do que aquilo significava, e por muito tempo viu pessoas amadas morrerem por ele ver e sentir toda essa energia. Ela impregnava em seu corpo, como se o venerassem. E por muito tempo ele desejou que essa energia o deixasse em paz. Até que Lilith em pessoa o salvou da angustia.

Mas como os outros, ela também se foi. Mas ela pelo menos deixou um presente para ele. Chamado, "auto controle". E agora ele sabia como dar ordem a energia que insistia em quere-lo.

Ele deixou sua própria energia lhe escapar do corpo, e se juntar as demais, que logo ficaram mais densas e pesadas, e caíram no chão como chuva. Formando um grande espelho de agua.

Khaos abriu seus olhos e olhou para o chão. Onde um grande espelho d'agua refletia perfeitamente sua imagem e também a escuridão de um céu sem estrelas e sem lua.

–Ratio! -Khaos pronunciou as palavras com determinação e sentiu seu corpo afundar na agua.

Poucos segundos depois olhou para os lados, vendo escuridão total, a não ser pelo brilho vindo de seus pés, onde sua imagem era refletida em um espelho d'agua, junto com túmulos e lapides cinzas.

A primeira vez que viajou para o submundo ainda era pequeno demais para entender que o corpo humano não suportava a viagem. Mas o seu era diferente. Ele conseguiu passar mais de duas horas andando pela escuridão, até ficar apavorado demais com os monstros e tentar correr querendo chegar em algum lugar. E chegou, são e salvo nos braços de sua mãe, que havia morrido a muitos anos antes. Foi ai que ele descobriu que estava no lugar errado.

"Esqueça Khaos! Aquilo foi pura sorte. Dessa vez vamos correr para o que interessa!" Ele começou a correr na escuridão deixando seu reflexo para trás. Imaginado a cidade de Florianópolis do jeito que havia visto em fotos de seus amigos, e como eles haviam descrito a rua da casa onde eles moravam. Depois de algum tempo ele sentiu a agua diminuir de baixo de seus pés, dando lugar ao asfalto gelado. Pequenas luzes amarelas atravessavam o céu, como se estivessem iluminando um caminho. As luzes ficaram mais intensas e passaram a iluminar casas e alguns prédios.

E logo Khaos estava saindo totalmente do limbo e entrando em uma rua totalmente deserta e escura.

"É aqui que eles moravam. Sinto a presença deles. Fraca mais ainda sinto"

***

Eles estavam observando de longe o garoto correr entre as lápides até parar em um ponto. Todos estavam com suas espadas fincadas no chão a sua frente. O garoto invocou uma magia antiga e eles viram o reflexo que apareceu bem em baixo de seu pé. Alguns minutos depois o reflexo se moveu e o garoto começou a desaparecer.

–Agora! -Uma mulher correu tomando a dianteira pegando sua espada e fincando-a novamente no chão, bem onde o espelho d'agua começara a desaparecer. A agua tremeluziu um pouco mas não avançou.

Outras garotas também fizeram o mesmo, mantendo a entrada para o limbo aberta.

–Agora é só irmos atrás dele. -A líder do grupo sorriu para as outras. -Quem se habilita a testar suas habilidades por lá?

Todas riram e entraram no centro da agua fechando os olhos.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham voltado com tudo também! Emoções os aguadam!