Nora Fulkert - Um conto de amor na Terra Média escrita por Norha Wood


Capítulo 21
Adeus Mirkwood!




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Após ler inúmeras vezes a carta, Nimarie adormeceu com ela entre as mãos. Teve um sono leve e tranquilo, embalado pela esperança em rever novamente o elfo amado. No dia seguinte, antes mesmo do sol se pôr, já estava acordada fazendo um leve desjejum que Thranduil gentilmente mandou servir no quarto de seus hóspedes.

Eles partiriam assim que o sol despontasse no horizonte, na intenção de aproveitar a claridade da manhã para atravessar a Floresta das Trevas. Gandalf havia lhe comunicado uma alteração no roteiro: agora eles deveriam passar em Valfenda antes de seguir para as Terras Pardas; o Conselho Branco faria uma reunião e gostariam da presença de Nimarie, então Gandalf a levaria até eles.

Despedidas não eram comum entre os elfos, eles dificilmente separavam-se de sua família ou de seu lar, exceto para fazerem alguma viajem. Para evitar especulações sobre o destino da moça, o mago a orientou a não se despedir de ninguém. A quem perguntasse, seria dito que ela havia feito uma viajem e que em breve retornaria.

Não dizer adeus a seus queridos amigos, seria mais uma provação para Nimarie. Ela sentia-se como uma fugitiva, porém, tinha que reconhecer que seria mais fácil dessa forma e por isso aceitou a recomendação do velho sem pestanejar. Admitia que seria impossível partir se Legolas estivesse no reino, ela não teria forças para deixar o elfo. Tudo poderia dar errado, foi melhor assim! Com esse pensamento ela agradeceu a providência da vida em afastá-lo no momento certo, chegou até a acreditar que o mago viera buscá-la aproveitando a ausência de Legolas. (Fato que mais tarde ele negou, afirmando que foi buscá-la somente por que Sauron havia a encontrado).

Ela deixou o quarto onde estava e caminhou pelo corredor em direção ao átrio central do castelo. Lá dois cavalos já estavam dispostos esperando pelos seus montadores. Apesar da insistência de Thranduil, o mago não quis a companhia de guardas até Valfenda, alegando que ele e a jovem formaria uma dupla mortal caso alguma criatura os assaltassem. Os dois conversavam:

_ Você fez um bom trabalho Thranduil...

_ Sinto-me responsável pelo destino dela, ela faz parte do meu povo, convivemos durante tanto tempo... de minha parte não será fácil a despedida... - Thranduil parecia ter abandonado o seu orgulho, se não fosse pela coroa real que lhe cingia a fronte assemelhar-se-ia mais a um elfo humilde, tentando justificar para o mago a sensibilidade momentânea.

_ Sei que não será meu amigo, ainda mais quando se tem que dizer adeus a Lissësindë...

_ Já deves ter percebido que a estimo mais do que deveria! - O mago apenas balançou levemente a cabeça em sinal positivo. Sentindo-se seguro com o olhar bondoso de Gandalf o rei continuou em um tom mais baixo: _ Peço Gandalf que sempre me mantenha informado de sua sorte.

_ Não se martirize pelo que sente Thranduil! O sangue também corre nas veias dos elfos da floresta. É a lei natural o amor, o desejo a emoção; mesmo para um grande rei como tu! - Ao mesmo tempo em que falava isso os dois sentiram que Nimarie estava próxima. Despediram-se então. Havia chegado a hora da partida. Em um pulo o velho mago subiu no cavalo a ele destinado. Ao mesmo tempo que a moça se aproximava com passos rápidos.

_ Obrigada meu rei. - Nimarie fez uma reverência ao rei, tocando um dos joelhos no solo. Ele que havia recuperado a postura assim que viu a moça, tocou-lhe a cabeça, abençoando-a falou na língua dos elfos:

_ Que teus passos te levem a um lugar seguro e feliz, e que as folhas da Floresta das Trevas vivam sempre verdes em seu coração! – O rei pegou a sua mão e lhe fez levantar, olhando-a emocionado completou: _ Adeus criança!

Nimarie olhou-o agradecida, após alguns segundos de silêncio, com os olhos marejados, disse calmamente também em élfico: _ Eu vejo o seu futuro brilhar meu rei! ...sábias decisões, sábias renúncias... O inverno que se abate sobre teu coração eu levo comigo agora! - Delicada ela deu um beijo na face de Thranduil que estremeceu sob o toque dos seus lábios.

Com desenvoltura ela subiu em seu cavalo, olhou mais uma vez para o rei e lhe desferiu um meio sorriso. O cavalo seguiu num galope lento até a portão de saída onde Gandalf já a esperava. Passando alguns metros do portão ela parou mais uma vez o cavalo afim de olhar pela última vez a entrada do reino de Thranduil. Imersa em pensamentos e lembranças ficou admirando a estrutura que nunca lhe pareceu tão bela. _ Adeus Mirkwood! disse baixinho para logo em seguida tocar o seu cavalo, que saiu em disparada para dentro da floresta densa.

Thranduil, como uma estátua, olhava os viajantes se afastarem. Só quando não pode mais enxergá-los, deu as costas para o portal ordenando que ele fosse trancado. Conta-se, que por alguns dias o rei fechou-se em profunda tristeza, lamentando silenciosamente, a perda de um amor que se quer tivera. Mas, assim que a primavera despertou na Floresta das Trevas, ele trocou sua coroa por uma de verdes folhas, e o seu estado de espírito transformou-se, apresentando grandes melhoras.

_ Bem... lamento que seu tempo tenha terminado mocinha!

Ãnh? do que Nora estava falando? Jane estava tão compenetrada na história que não entendeu instantaneamente que a frase não fazia parte do conto de Nora. _ Ah sim! - Ela disse, levantando-se da poltrona como se movida por uma mola– _ Não vi o dia passar... nossa a quanto tempo estou aqui senhora Nora? Lamento, lhe ocupei o dia inteiro!

_ Não se preocupe querida, tenho todo o tempo do mundo! Mas e você? Quando chegou me disse que seu ônibus sairia às 18h... e agora são exatamente 17h e 41min! Deves correr se quiser apanhá-lo! - Jane pegou a sua mochila e colocou-a sobre os ombros, apressada caminhou em direção a porta, no que era seguida por Nora que gentilmente lhe abriu a porta.

_ Posso voltar amanhã Senhora Nora? Por favor? - Nora fez uma cara de quem negaria o pedido de Jane, porém, logo modificou o semblante dizendo alegre:

_ Está bem! Faz tempo que não converso com uma jovenzinha como você... – Ao ouvir isso Jane abriu um largo sorriso. Pôs-se então a caminhar apressada em direção a rua, ao mesmo tempo que gritava jovial:

_ Obrigada Senhora Nora! Estarei amanhã aqui as 8 horas da manhã! ...por favor me espere!

Nora sorriu lhe acenando. Ao ver Jane desaparecer na esquina ela disse baixinho para si mesma: _ Esperarei querida, esperarei! Minha vida é uma eterna espera... tive que aprender e esperar é o que melhor sei fazer!


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