Te Odeio Por Te Amar escrita por TamY, Mazinha


Capítulo 60
Capítulo 60 - "Mil vezes sim!!!"


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas! Estamos aí com mais um capitulo!
Não consegui postar no dia 8 em homenagem à nós, mulheres, mas tá valendo ainda. Todo dia é o nosso dia, então, felicidade à todas nós!
Que desfrutem bastante do capítulo, pois foi muito suado, mas feito com muito amor. Obrigada de coração à todas vocês que ainda leem a fic e que amam tanto quanto eu.
E, por favor, comentem os capitulos, por favor... Deem suas opiniões. É pedir-lhes muito?

Boa leitura! :)



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# Carlos Daniel narrando #

— Boa noite, meu filho! Como foi o dia? – Disse Matilde vindo me receber quando entrei em casa.

— Oi Matilde! – A cumprimentei com um beijo no rosto. – Cansativo, mas produtivo! – Respondi com um sorriso.

— Algum recado pra mim?

— Sim. – Ela respondeu tornando-se séria. – Sua avó ligou e pediu que retornasse para ela quando chegasse.

— Ela disse o que quer? – Perguntei respirando fundo ao imaginar qual o motivo de sua ligação.

— Quer que vá ao aniversário dela. – Matilde respondeu com um sorriso singelo.

Nada respondi, apenas fiquei pensativo enquanto ela me observava.

— Está cansado, não é?

— Um pouco... Eu vou subir, tomar um banho...

— Filho! – Matilde chamou minha atenção quando eu ia subindo as escadas. – Sua avó te ama muito, ela sente muito sua falta e já está numa certa idade que...

— Sim, Matilde... Eu sei. Vou pensar sobre isso, mas agora eu preciso descansar um pouco. – Assenti ao responder Matilde. Ela tem razão, mas não sei se me sentirei à vontade voltando àquela casa, não sei como reagirei, não me sinto preparado e parecia que as pessoas não entendiam.

Subi até meu quarto pensando no que faria para evitar esse próximo fim de semana. Sentia-me nervoso apenas em pensar nas lembranças que aquela casa me traz e passei a sentir uma forte nostalgia que me deixou muito tenso.

Tomei uma ducha fria e deitei-me na cama, fiquei olhando para o meu celular lutando contra minhas dúvidas sobre ligar para vovó ou não.

Fiquei por um tempo pensando no que fazer quando me assustei com o timbre do meu celular que tocou repentinamente, no visor o número que eu já devia estar esperando.

“Casa Bracho”

X XXX-XXXXX

Atendi a chamada após uns segundos de relutância.

— Alô!

— Carlos Daniel, meu neto?! – Aquela voz doce e madura falou fazendo meu coração dar um salto e respirei fundo tentando evitar um sentimento que me invadiu.

— Oi, vovó!

— Como está, meu filho?

— Estou bem, vovó. E a senhora está bem?

— Sim, estou ótima! – Ela respondeu num tom animado. - E adivinha o que estou segurando agora?

— Eu não sei... – Respondi com um meio sorriso. Apesar de tudo, sua voz sempre me reconforta, mesmo que seja através do telefone. - O que está segurando?

— Um álbum de fotos, tem muitas suas aqui, desde quando você nasceu, de quando era uma bolinha ambulante, quando aprendeu a andar de bicicleta... – Ela disse brincalhona e me fez rir também. - ... E melhor! Estou justamente olhando as fotos que você está na... Como era mesmo o nome daquela moto que você tanto adorava?

— A Fênix? – Perguntei sorrindo. Ela sempre dizia isso da mesma maneira.

— Isso mesmo! Aquela lata velha!

— A Fênix não é uma lata velha, vovó... Não fale assim... – Disse sorrindo em uma advertência fingida.

— Claro que é! Lembro que você tinha muito ciúmes dela e parece que nada mudou.

— Sim, é verdade. A Fênix foi a minha primeira moto e é uma relíquia! – Disse ao recordar-me de como adorava correr pelas ruas com minhas motos e como sentia falta disso.

— Bom, meu neto... Mudando de assunto, você deve saber por que estou ligando...

— Vovó eu...

— Não quero ouvir uma resposta negativa, oras! Respeito todos os seus sentimentos e lhe digo que entendo, mas não posso aceitar que, por despeito e orgulho, você não venha sequer ao meu jantar de aniversário. Sabe há quantos anos você não vem aqui nesta casa? – Ela começou a falar sem parar, eu sabia muito bem que à dona Piedade Bracho não seria nada fácil convencer aceitar uma recusa. – Eu estou muito velha e não sei por quanto tempo mais viverei. Você é um neto desnaturado, esqueceu a avó que te criou. Ingrato! – Vovó disse com um tom chateado na voz.

— Vovó, tenho muito trabalho a fazer e talvez precise viajar à negócios. – Menti.

— Que negócios que nada! Quer dizer que o trabalho é mais importante do que a sua avó? Eu sei que você sempre trabalhou muito, como também sei que se não quiser, não trabalha.

— É que eu e a Paulina vamos...

— A Paulina! Isso! – Ela exclamou de repente. – Será que vou ter que pedir a Paulina mais uma vez que me ajude a convencer você? Será que vou ter que ficar implorando?

— Posso pedir que Gabriel vá te buscar para que você passe seu aniversário aqui, assim passaremos juntos. – Desconversei. – Mas nessa casa eu não posso mais voltar... Não com eles aí...

— Mas que poxa! Isso não está certo! – Disse irritada num sobressalto. – Eles nem estarão aqui, e mesmo se estivessem, você não tem que continuar se lamentando por uma coisa ao qual você saiu ganhando.

— Saí ganhando? Depois de tudo você diz que saí ganhando? – Perguntei indignado.

— Mas é claro! Se nada daquilo tivesse acontecido você estaria com essa moça tão boa que conheceu? – Ela perguntou me colocando de volta à razão. Ela estava certa, e Paulina foi a melhor coisa que me aconteceu em toda a vida.

— Bom... Tem razão, mas isso não faz com que minha raiva diminua...

— Claro que não, mas eu acho que você está equivocado. Entendo toda a sua raiva e decepção, mas acredite, você não saberá como se sente agora se não enfrentar. Mas ao invés disso, fica se escondendo atrás de justificativas, se lamentando. Você precisa encarar, meu filho... E tenha certeza que você foi o mais beneficiado em tudo isso.

Não entendi muito bem o que minha avó quis dizer com essas palavras, mas também não podia negar que ela estava certa. Passei muito tempo me lamentando sobre tudo que me aconteceu no passado e me sentia um homem muito infeliz, o mais fracassado e por quê? Por que eu quis, simplesmente, apenas dei esse gosto a quem não mereceu nada.

Conversamos mais um pouco porque mudei o rumo do assunto, não queria falar sobre minhas lamúrias do passado. Estava cansado e não queria discutir com minha avó sobre uma coisa insignificante. Não lhe dei a resposta que ela queria, mas lhe prometi que pensaria sobre o assunto, o que a deixou mais tranqüila, embora ela não parasse de dizer que faltavam poucos dias para seu aniversário.

Nos despedimos e não hesitei em ligar para Paulina, precisava ouvir sua voz, estava morrendo de saudades e queria aliviar um pouco a tensão que sentia. Paulina tem esse poder.

...

— Meus pensamentos te chamaram! – Ela disse com seu tom de voz empolgado ao atender a ligação.

— Ah é? Estava me chamando com os pensamentos?

— Sim, gostaria de te convidar para sairmos. O que acha?

— Eu acho ótimo! – Respondi com um sorriso, nada melhor do que um programa a dois com minha Paulina. – O que quer fazer?

— Não sei, podemos ir ao cinema, teatro, qualquer coisa, apenas quero estar com você. – Ela disse de uma forma carinhosa que fez meu coração saltar no peito.

— Também quero isso mais que tudo! – Respondi agora contente. - Que horas passo aí pra te pegar?

— Às oito pra mim está ótimo!

— Estarei aí então às oito horas então... – Respondi imediatamente enquanto olhava o meu relógio que marcava ainda 18h30.

— Está tudo bem, Carlos Daniel? – Ela perguntou quando ficamos uns segundos em silêncio.

— Sim, minha vida. Está. Por quê?

— Não sei... Você parece distraído...

— Não, meu amor... Não foi nada... É... Você se importa se eu for antes?

— Claro que não! – Ela disse animada, o que me fez sorrir ternamente.

— Tudo bem, até mais minha vida.

— Até logo, meu amor...

Eu realmente fiquei um tanto pensativo e distraído após a ligação de minha avó, e Paulina já me conhecia o suficiente para notar através de um telefonema que eu estava distante, a idéia de sairmos foi ótima, precisarei me distrair um pouco para aliviar a tensão do dia de hoje e esquecer um pouco que, provavelmente, terei de enfrentar um fim de semana “longo”. Me arrumei rapidamente, vesti minha jaqueta de couro com a intenção de pegar a estrada com a minha velha Fênix, vovó me fez sentir toda essa nostalgia e não havia melhor momento para isso. Desci as escadas rapidamente indo em direção a porta principal quando fui tomado por outra grande surpresa.

— Não preciso ser anunciada aqui, Matilde, e você já deveria ter entendido. – Ela dizia para Matilde com aquele ar de superioridade que sempre teve.

— Claro que precisa ser anunciada. A casa é minha e Matilde sabe o que faz. – Respondi ríspido, não gostava nada de vê-la, mas imaginava qual seria seu propósito.

— Está de saída? – Ela perguntou aproximando-se.

— Não vê? – Respondi sem encará-la.

— Até quando vai continuar a me tratar dessa maneira?

Não respondi sua pergunta, apenas caminhei em direção à porta principal, ela foi me seguindo em rápidos passos. Estava cansado e não muito a fim de uma discussão e era isso que ela procurava.

— O que quer aqui? – Perguntei quando chegamos num dos portões de minhas garagens.

— Quero lembrar do aniversário de sua avó. – Ela respondeu rápido ainda me seguindo.

— Eu sei muito bem qual é o dia do aniversário dela.

— Mas não é o que parece! – Ela disse de uma vez e parei para encará-la.

— Olha só, eu estou atrasado, não quero discutir com você. – Respondi enquanto caminhava em busca da Fênix.

Minha cabeça já doía apenas com a negatividade que a presença dela trazia no ambiente, como se não bastasse todas as coisas que me aconteceram hoje ainda tinha de encará-la.

— Você não pode faltar o aniversário de sua avó. Ela não anda bem de saúde, vive triste por você tê-la abandonado, não para de falar de você e de sua namorada. Só que você não valoriza ninguém, nem a si mesmo.

— O que quer dizer com isso? – Perguntei parando para olhá-la, já sentia uma fúria me dominar.

— Ela se importa com você e você é um ingrato.

— É, o contrário de outros. Eu sei disso e do valor que dou a quem merece. Não precisa você vir aqui e me dar uma lição de moral, você não é a pessoa mais indicada.

— Está indo encontrar a sua namorada? – Ela perguntava como se tivesse todo esse interesse em minha vida. Pura hipocrisia. – Leve-a para o jantar!

Ia dizendo algumas coisas que passei a não ouvir pelo barulho que já fazia na moto ao aquecê-la. Apertei forte a embreagem e Antônia Bracho deu um passo para trás já irritada.

— Depois de tudo ainda continua pilotando essa porca...

— Se quer tanto me convencer que eu vá para esse aniversário, comece não dando palpites sobre nada que eu faço. – Coloquei um capacete e abri a viseira para olhá-la. – E não se preocupe, MAMÃE, – Ironizei. – que já falei com a vovó sobre isso. Deixa que com ela eu me entendo. Não perca seu tempo forçando algo que está longe de sentir.

Não esperei que ela respondesse, acelerei forte a moto e saí rápido dali deixando-a sozinha e, com certeza, muito irritada.

Tomei as ruas da cidade numa velocidade constante de 100 km/h, era o mínimo que podia fazer aquele horário e senti aquela mesma sensação de liberdade que sentia todas as vezes que pilotava. Minha mente paralisou e só podia enxergar a pista à minha frente e ouvir o ronco do motor da minha moto e, senti-me pleno, livre, vivo, completo naquele instante.

 

* Paulina narrando *

— Pensei que não ia sair mais desse computador, mana! – Disse Sophia quando me viu desligando o meu laptop.

— Estava trabalhando. – Sorri gentilmente. – A propósito, a fábrica está indo muito bem! – Afirmei muito animada.

— Eu sei, ainda não agradeci ao meu cunhado por isso. Se não fosse por ele, a fábrica teria fechado.

— Sim, ele foi um anjo que entrou em nossas vidas. – Eu disse encantada. Depois que ele apareceu em nossas vidas tudo mudou pra melhor.

— Está mesmo apaixonadíssima por ele, não é Lina? – Sophia disse com um largo sorriso nos lábios e assenti com convicção.

— Sim, o amo muito Phia, como jamais imaginei amar alguém.

— Então o que você sentia pelo Mauricio...

— Aquilo nunca foi amor, não passa nem perto. – Conclui pensativa e Sophia parou em minha frente.

— Um dia eu espero encontrar alguém como o Carlos Daniel. É tão bonito ver como se amam... É de dar inveja a qualquer pessoa... Não sei por que você ainda não aceitou se casar com ele.

Fiquei pensativa com as palavras de Sophia, ela tinha razão. Eu não teria nada a perder ao aceitar seu pedido de casamento, Carlos Daniel me ama verdadeiramente e eu também o amo, tenho certeza que me fará muito feliz como esposo, mas no fundo, no fundo, eu sentia medo de aceitar me casar em tão pouco tempo. Algo dentro de mim me travava, a desilusão que tive no passado foi tamanha ao ponto de me bloquear assim e dessa vez quero fazer a escolha certa, apesar de eu sentir que ele é o certo, temo perdê-lo e sofrer muito com isso.

— Tudo no seu tempo, Phia... – Respondi e caminhei até o closet para escolher uma roupa.

— Só toma cuidado para não deixar escapar alguém especial como ele, mana. Casar-se logo não quer dizer que não seja duradouro ou eterno, o contrário. E às vezes esperar demais é que pode fazer com que não dê certo.

— De onde você tirou tudo isso, garota?! – Perguntei-lhe admirada com suas palavras.

— Ah, não é só você que sabe dar conselhos aqui, bonita! – Ela respondeu brincalhona. – Vai sair com ele hoje?

— Sim! E não sei o que vestir!

— Ah, você fica linda de qualquer jeito, não precisa vestir algo extraordinário se quer surpreendê-lo.

— Obrigada, mas isso não me ajudou muito.

— Deixa eu ver... Sabe para onde vão?

— Não sei, mas não vamos a nenhum lugar muito sofisticado. Gostaria de ir conosco?

— Ah não, deixemos para uma próxima. Não vou segurar vela hoje.

— Quê? – Perguntei sorrindo. – Não diga isso!

— Hoje tenho muito que fazer, estou atolada de trabalhos da faculdade. Mas aproveitem bastante a noite! – Ela disse num tom travesso.

Segui para o banho e logo me preparei para esperar Carlos Daniel, que não demorou a chegar, Adelina o anunciou muito contente e desci para recebê-lo.

— Boa noite, minha vida! – Carlos Daniel disse com um sorriso no canto dos lábios quando me aproximei para beijá-lo, mas não estava com o mesmo sorriso de sempre.

— Boa noite, amor! – O abracei forte, inalando seu perfume amadeirado que eu tanto amo.

— Está linda como sempre! – Ele disse tocando minha bochecha e lhe sorri ternamente.

— E você sempre um galã. – Elogiei orgulhosa por saber que ele é meu e ele sorriu com um pequeno sorriso enquanto segurava minha mão.

Ele não estava com o mesmo humor de todas as vezes que o vejo, o semblante dele era mais apreensivo, cansado, parecia estar preocupado, tenso. Nos despedimos de Adelina, avisei-lhe que não teria hora pra chegar e seguimos até o lado de fora, Carlos Daniel seguia calado até chegarmos numa grande moto, o que me impressionou bastante porque eu não esperava que isso acontecesse.

— Vamos de moto? – Perguntei surpresa quando paramos frente àquela linda máquina preta com detalhes desenhados que pareciam fogo.

— Algum problema com isso? – Ele perguntou sorrindo sem graça. – Porque se você quiser, podemos ir no seu carro.

— Não, claro que não! – Respondi completamente animada. – Eu adoraria andar nela com você. – Disse segura com um largo sorriso, eu estava ficando realmente empolgada.

— Fico feliz então, e se é assim... Paulina esta é a Fênix, Fênix esta é Paulina. – Carlos Daniel disse fazendo gesto apresentando-nos.

— Então é por isso que está pintada assim? – Perguntei curiosa analisando os detalhes da moto.

— Hmm... Exatamente! E precisa ver como ela pode correr.

— C-correr? – Perguntei com os olhos bem abertos e Carlos Daniel aproximou-se de mim e tocou meu rosto com suavidade.

— Não se preocupe, sou um ótimo piloto. Estando comigo você está segura.

— Hmm... E muito modesto também... Mas tenho certeza que sim. – Disse animada e ele deu um leve beijo em meus lábios, depois ficou parado me olhando seriamente no fundo dos olhos enquanto ainda tocava meu rosto.

— Te amo! – Expressou ao respirar fundo e me abraçou fazendo-me encostar meu rosto em seu ombro. Fiquei parada correspondendo o seu abraço, mas preocupada com o que ele poderia estar sentindo, pois estava realmente diferente.

A noite estava um pouco fria, por isso me agasalhei bem, parecia que tinha adivinhado que sairíamos de moto.

 

# Carlos Daniel narrando #

Peguei um dos capacetes e segui até Paulina, que me olhava intensamente com aqueles olhos verdes que eu tanto venero.

— Deixe-me colocar isso em você! - Dizia enquanto me aproximava colocando o capacete em sua cabeça com cuidado e o abotoava em seu queixo.

Não perdi a oportunidade de arrumar seu cabelo colocando-o para o lado fazendo assim que as pontas de meus dedos tocassem seu rosto em uma carícia amorosa. Beijei com suavidade seus lábios vermelhos e tomei sua mão para seguirmos até a Fênix. Subi na moto, girei a chave na ignição e acelerei, o ronco do motor soou forte... Paulina montou e segurou firme em meus ombros.

— Acho melhor segurar mais forte, meu amor!- Adverti sorrindo.

— Assim? - Ela perguntou enquanto passou as mãos pelo meu peito por trás de mim fazendo-me sentir queimar por onde seus dedos passaram.

— Essa parte eu prefiro deixar pra mais tarde! – Retruquei brincando e ela sorriu à gargalhadas.

É impressionante como quando estou com ela me sinto revigorado, feliz e posso esquecer meus problemas, em poucos instantes que estou com Paulina já me sinto muito melhor no quesito ânimo.

Ela volteou seus braços em meu corpo segurando em minha cintura e quando disse que estava pronta, coloquei a Fênix em movimento. Assim que ganhamos a rua acelerei, aquele horário as ruas já estavam mais vazias, então deixei que a moto ganhasse um pouco mais de velocidade, senti Paulina tremer e encolher-se atrás de mim ao me apertar muito forte, então diminui mais um pouco a velocidade. Paulina fez-me estremecer quando enfiou suas mãos por baixo de minha blusa.

— Não podemos aqui, meu amor... – Brinquei e senti sua cabeça recostar às minhas costas.

— Me leva ao mirante, Carlos Daniel! – Paulina pediu de repente e sorri ao pensar que ela havia gostado mesmo daquele lugar especial pra mim e que eu também gostaria de estar ali agora.

Estávamos quase no caminho do mirante, apenas precisei seguir em frente e não demorou muito para que chegássemos.

Parei a Fênix em frente ao mirante e Paulina desceu com cuidado segurando em meus ombros, logo a imitei descendo também.

— Isso foi muito bom! – Ela dizia enquanto tinha um sorriso no rosto, as bochechas coradas pelo frio e os olhos brilhando.

— Vem cá. – A puxei para perto e desabotoei seu capacete, ela me olhava com aquele brilho de satisfação nos olhos e eu só me sentia mais e mais apaixonado por ela. A cada momento que olhava em seus olhos e tocava sua pele macia podia sentir algo reviver dentro de meu ser.

Segurei seu delicado rosto e retirei sua franja, que voava teimosa com o vento. Beijei com suavidade seus dois olhos fechados um de cada vez, desci acariciando-a com meus lábios para seu pequeno nariz e queixo, depois beijei seus lábios frios e macios. Ela correspondeu dando-me passagem para explorar sua boca com a minha e enterrou seus dedos em meus cabelos acariciando-os enquanto nos beijávamos com intensidade e paixão.

— Carlos Daniel... – Paulina disse quando cessamos o beijo e a segurava firme em meus braços. -... Está tudo bem com você? – Perguntou e afastou-se um pouco para me olhar nos olhos.

— Por que está perguntando, Lina? – Perguntei um tanto embaraçado, ela percebeu que eu estava um tanto diferente mesmo quando eu mesmo achei que me sentia melhor.

— Parece estar mais sensível, um pouco nervoso, pensativo, preocupado... – Paulina disse convicta e me observava com os olhos semicerrados. Afastei-nos e peguei sua mão conduzindo-a até o beiral que nos dava à vista da cidade.

— Minha avó me ligou hoje, insistiu para irmos ao seu jantar de aniversário, mas não lhe confirmei nada ainda.

— Por que não?

— Não sei... Eu não acho uma boa ideia. – Respondi sem conseguir olhá-la nos olhos.

— O que tanto te impede de ir, Carlos Daniel?

Como eu iria dizer à Paulina todas as coisas que me impedem de ir até aquela casa? Como eu explicaria que a ausência de minha irmã me afeta, mas que não é apenas isso que me faz nunca mais querer voltar àquele lugar se eu não lhe contei toda a verdade quando tive a oportunidade? Começava a me sentir num túnel escuro e sem saída, mas o que mais me consumiu no momento foi pensar que minha irmã já não estaria mais lá e que tudo isso é por minha culpa.

— Você não entenderia... - Comecei a sentir meus olhos pinicarem ao pensar nisso tudo, mas respirei fundo para evitar chorar e estragar toda a minha noite com Paulina.

— Me explica então. Estou aqui para te apoiar no que você precisar, não precisa ter vergonha de me contar o que sente. – Ela disse e entrelaçou sua delicada mão na minha apertando-as e passou a acariciar com sua outra mão o dorso da minha que entrelaçava.

— Hoje é a primeira vez que piloto desde que minha irmã faleceu... E fico contente que você esteja aqui comigo, todas as coisas que você faz por mim, não sei como retribuir. Você significa tanto para mim...

— Eu te amo e estou do seu lado, o seu amor já me basta! – Paulina dizia com os olhos preocupados enquanto fazia carinho em minha mão. Todos esses gestos me faziam sentir o homem mais amado do planeta.

Como a vida é, há alguns meses eu estava frívolo, fechado para tudo, não acreditava mais no amor, com o coração feito pedra, sentia-me sem coração e sem capacidade de sentimentos além do prazer que aquela vida insignificante que eu passei a levar me proporcionava com apenas “momentos”. Agora me sinto feliz, completo por um amor que eu não imaginei mais sentir no peito e sinto que sem ele não posso mais viver. Por que então estaria eu me lamuriando por algo do passado? Tenho certeza que não mereço nada disso e minha irmã Malu, sei que ela não está feliz onde está vendo-me sentir toda essa desordem de sentimentos que ainda consegue me frustrar tanto.

— Eu te amo, Paulina, mais que a minha própria vida. – Declarei com toda a sinceridade do meu ser. – Muito obrigado por tudo, não sei como seria se não estivesse comigo.

— Eu não gosto de ver você assim, Carlos Daniel...

— Não se preocupe... Eu estou bem, só fiquei um pouco chateado mesmo. Minha mãe esteve em casa antes de eu sair e me deixou um pouco irritado, mas está tudo bem, estando com você eu não posso me queixar de nada. – Lhe sorri ternamente e dei um selinho em seus lábios.

— Meu amor, você é muito importante para sua avó e para sua família, tenho certeza disso... Tenho certeza que será bom para todos se você estiver lá. – Ela dizia massageando meus ombros. - O que acha de irmos então ao aniversário de sua avó?! Vamos juntos, ela vai ficar muito feliz em vê-lo, tenho certeza disso! – Paulina dizia com seu sorriso meigo e seus olhos brilhantes. – Ficamos lá o tempo que você quiser e depois voltamos, apenas para dar esse gosto à sua avózinha que tanto te ama. Diz que sim, meu amor, eu tenho certeza que até você se sentirá melhor com isso. Anda vai, diz que nós vamos... – Ela pedia daquela maneira tão terna e carinhosa que eu não podia lhe negar e ela tinha razão, a vovó Piedade também tinha, preciso encarar de frente meus problemas e hoje sim eu sou um felizardo.

— Quando me pede algo assim, fica impossível dizer que não. – Sorri para Paulina e ela me abraçou apertado, segurando-me firme por um tempinho. Encostei meu queixo em seu ombro e me deixei levar por seu abraço acalentador.

 

* Paulina narrando *

Puxei Carlos Daniel para deitarmos sobre a grama que ficava um pouco acima, no topo do mirante. Ele sentou apoiando-se num velho tronco de árvore e eu sentei entre suas pernas sendo tomada por seu abraço quente. Ficamos ali observando a luz do luar e o brilho de todas aquelas estrelas que estavam no céu daquela noite.

— Faça um pedido ao ver uma estrela cadente e este será realizado se você acredita que isso pode acontecer. – Eu disse olhando-o enquanto ele me esquentava em seu abraço.

— Sim, o conto do meu pai... – Ele deu um leve sorriso e encostou seu queixo em meu ombro enquanto olhávamos as estrelas e, por incrível que pareça, acabara de aparecer uma estrela cadente.

— Olha lá, meu amor... Anda, vamos fazer um pedido!

Fechei meus olhos e fiz um pedido àquela estrela com total esperança de que meu desejo se realizaria e respirei fundo ao concluir meu pedido. Olhei para Carlos Daniel, que me olhava feito um bobo com um sorriso nos lábios.

— Fez seu pedido? – Perguntei com expectativa.

— Meu pedido já está sendo realizado agora. – Carlos Daniel me puxou devagar pra mais perto e me beijou carinhosamente, arrancando suspiros de minha garganta quando intensificou o beijo e desceu seus lábios para meu pescoço, enviando para todo o meu corpo uma onda forte de prazer.

Ficamos durante um tempo em silêncio apenas admirando o brilho das estrelas e as luzes daquela cidade tão grande e iluminada.

— Está tudo bem com seu pai desde que eu saí de lá, minha vida? – Ele perguntou quebrando o silêncio.

— Sim, conversamos e está tudo bem...

— Sabe... Ele foi me procurar hoje pela manhã no escritório. – Senti um frio imediato no estômago quando ouvi tais palavras de Carlos Daniel e temi que meu pai e ele tivessem tido outra discussão feia. – Mas não se preocupe que ele foi em forma de paz. Disse que está de acordo com nosso relacionamento, que não vai intervir em nada.

— Ele me disse o mesmo hoje quando conversamos. – Respondi seriamente, parece que papai de fato está mudando seu conceito sobre Carlos Daniel e eu ou algo está realmente muito estranho.

— Disse?

— Sim, que não vai se meter. Que aprova nosso namoro.

—Sei... – Ele dizia tornando-se pensativo. – Então isso é ótimo! – Exclamou animado e tocou meu queixo com o polegar. – Agora podemos nos casar sem remorsos. – Sorriu brincalhão enquanto acariciava meu pescoço.

— Eu não sei... Ele parecia tão bravo com você e de repente toma essa atitude...

— Estava bravo porque quer o melhor pra você e teme que eu possa te fazer algum dano... – Carlos Daniel explicou baixando o olhar rapidamente. – Mas eu o garanti que te amo e que todas as minhas intenções são as melhores, que estou aqui para te fazer feliz, meu amor...

Senti meu rosto esquentar com as palavras que Carlos Daniel acabara de dizer e lhe sorri um pouco sem graça.

— Eu acho um pouco estranha essa atitude de papai, eu...

— Shh... – Tocou meus lábios com suavidade. - Fica tranqüila minha vida, vamos aproveitar que temos a aprovação do Sr. Martins para usufruirmos de cada momento que passamos juntos. E seu pai apenas quer proteger quem ele ama, eu o entendo.

— Entende? – Perguntei curiosa enquanto esperava seu argumento.

— Claro que sim, pois quando tivermos uma filha, eu também não vou gostar nada que ela tenha namoradinhos. – Explicou em tom divertido, o que me fez rir. – E serei um pai muito rigoroso!

— Uhumm... Tenho certeza que será o mais babão!!!

— Eu acho que sim... – Ele sorriu orgulhoso.

— Você será um ótimo pai, Carlos Daniel... Qualquer mulher teria muita sorte em ter um filho com você.

— Contanto que essa mulher seja você, para mim está perfeito!

Sorri alto quando ele fez uma carinha de bobo e nós dois demos razão ao meu pai e preferimos pensar que era apenas por isso que ele consentiu sobre nosso relacionamento, pelo menos naquele momento não cogitaríamos mais nada sobre isso, teríamos muitos outros momentos para falar de tal assunto. Ficamos ali sentados contemplando as estrelas.

...

— Está ficando um pouco tarde, meu amor... É perigoso ficarmos aqui esse horário. – Carlos Daniel disse enquanto olhava seu relógio de pulso.

— Eu não quero ter que me separar de você agora... – Disse com um tom manhoso. Não me reconhecia mais quando estava com ele, eu parecia derreter de tão sentimental que ficava, um fato que até então eu desconhecia.

— Hmmm... Isso não significa que precisamos nos separar. – Carlos Daniel sussurrou em meu ouvido fazendo-me sentir um arrepio por todo meu corpo. – Afinal, você deve estar com fome.

— Sim, estou.

— Vem... – Levantou-se e segurou minhas mãos para que eu o acompanhasse. – A noite está muito fria, não quero que fique resfriada por minha culpa.

— O que acha de pedirmos algo pra comer e irmos para o meu apartamento?! – Sugeri com um largo sorriso nos lábios, pois estar com Carlos Daniel só me causava isso, sorrisos.

— Estava lendo meus pensamentos é? – Perguntou com aquele sorriso cafajeste nos lábios. – Adoro essa ideia! Vamos!

...

 

# Carlos Daniel narrando #

Voltamos às pistas agora desertas e o frio um pouco mais intenso, Paulina me abraçou com força com o intuito de se aquecer pelo frio e tentei ser o mais cuidadoso possível durante nosso trajeto até seu apartamento, ela não estava acostumada a andar de moto e eu tinha que entender isso apesar de querer lhe mostrar como seria sentir a adrenalina de uma moto em alta velocidade.

Não faltava muito para chegarmos à Campos Elíseos e apenas ouvíamos o barulho do motor da Fênix junto com o vento que batia em nossos rostos quando senti um arrepio repentino em minha nuca. Paulina, com uma de suas mãos enfiou os dedos dentro de meus cabelos subindo de minha nuca até a parte posterior de minha cabeça entre o capacete, prendi minha respiração ao senti-lo. Estaria Paulina brincando com fogo enquanto estávamos no trânsito? Essa para mim era uma grande novidade, apenas sorri com o canto dos lábios e continuei conduzindo sem deixar de prestar atenção nas ruas.

— Vamos, meu amor... Quero chegar logo! – Pediu ao pé do meu ouvido enquanto enfiava, agora, sua mão por dentro de minha camisa.

— P-paulina, não faz isso aqui... – Respondi com dificuldades por sentir aquele calafrio percorrer meu abdome pelo tocar de seus dedos gelados.

— Você é muito forte, meu amor... – Ela disse com um tom dengoso e reduzi a velocidade.

— Não brinca assim, meu amor... Por favor... – Pedi enquanto atentava para as ruas à minha frente, mas ela não estava de brincadeira. Continuou acariciando meu peito e desceu sua delicada mão até o cós de minha calça.

Parei imediatamente a moto em um lugar um pouco mais escuro, ainda nas redondezas e virei-me para ela rapidamente, surpreendendo-a. Tirei meu capacete e depois o seu, tomei seus lábios com ânsias e mordisquei seu pescoço enquanto ela recuperava o ar com dificuldades.

— Não pode tirar a minha concentração desse jeito na pista... – Disse sussurrando boca contra boca e ela sorriu em divertimento e passou suas mãos em meus ombros apertando-os.

— É que você fica tão sexy assim de motoqueiro que a vontade que eu tenho é de...

Paulina não continuou a dizer, apenas agarrou-me com sagacidade e enfiou novamente suas mãos em baixo de minha camisa, agora as espalhando por meu peito e minhas costas, arranhando delicadamente a extensão de meus ombros.

— Olha... – Chamei sua atenção ao tentar me concentrar e fazer a minha razão falar mais alto. – Eu já estou ficando louco... – Peguei uma de suas mãos e a pressionei contra a minha ereção já totalmente evidente e ela me olhou com um olhar maroto.

— Hmm... Está maior... – Sorriu maliciosa ao alisar o monte na calça e apenas pensar que ali era proibido eu ficava ainda mais excitado.

— Eu adoraria te tomar em meus braços aqui mesmo, mas não devemos. Este lugar é isolado, escuro e perigoso, além do mais está frio e não quero que adoeça.

— Então vamos, estou muito ansiosa para chegarmos. – Paulina pediu com um largo sorriso nos lábios e me beijou rapidamente, acariciou minha mandíbula, recoloquei seu capacete e nos posicionamos novamente na moto para continuarmos nosso trajeto.

 

...Minutos depois...

Cumprimentamos o porteiro do prédio e, rapidamente, seguimos até o estacionamento para deixar a Fênix.

— Não sei se consigo me segurar até chegarmos lá em cima. – Paulina disse e tocou a fivela do meu cinto, senti minha resistência toda ir por água abaixo naquele momento e a agarrei ferozmente contra mim.

— Você está querendo me provocar, não é senhorita Martins?! – Perguntei quase sem voz e a encostei na parede pressionando-a contra a minha virilidade enquanto esperávamos o elevador chegar ao subsolo.

— E estou conseguindo? – Ela perguntou no pé do meu ouvido e lambeu minha orelha.

Céus, eu estava a ponto de possuí-la ali mesmo sem me importar quem poderia aparecer, não agüentava mais ter de me segurar e sentia que poderia enlouquecer desse jeito.

— Estou enlouquecendo! – Rebati imediatamente e beijei seu pescoço com destreza e Paulina desfrutava de cada caricia até que fomos interrompidos pelo elevador, que abriu repentinamente suas portas em nossa frente.

Já estávamos no limite e dessa vez Paulina não parecia se importar com quem poderia nos ver através das câmeras do elevador, pois pulou em meus braços e me agarrou com ousadia, passando as duas mãos pelos meus cabelos espalhando-os.

— Você está completamente sexy desse jeito, eu adoro, motoqueiro rebelde. – Ela disse com ar brincalhão e esboçou o sorriso mais lindo que apenas ela podia dar.

— Hmm... Eu acho que a partir de hoje vou apenas andar de moto! – Brinquei devolvendo-lhe o sorriso.

— Bobo! – Paulina encostou sua cabeça em meu ombro carinhosamente e sussurrou em meu ouvido: - Tô louquinha pra fazer amor com você, meu motoqueiro gato favorito!

— Hmm... Eu mal posso esperar por isso! – Retruquei e saí imediatamente daquela caixa de metal com Paulina em meus braços, apressando-me para abrir a porta do apartamento.

Paulina rapidamente pegou as chaves e abriu a porta puxando-me para dentro pelo colarinho de minha jaqueta e eu não podia estar mais feliz e excitado com seu despertar sexual tão repentino.

— Vem... – Ela me puxou e corremos até seu quarto. Sentou-se em sua grande cama fazendo-me ficar em pé de frente a ela.

Toquei seus cabelos suavemente acariciando-os e Paulina fechou os olhos sentindo meu carinho. Estava completamente linda e sensual, com seus olhos fechados e lábios semi-abertos apenas me incendiaram mais e me faziam apaixonar cada vez mais por aquela linda mulher.

— Você é tão linda, meu amor... – Toquei seu delicado e rosado rosto com meu polegar e ela segurou minha mão e a beijou cuidadosamente.

— Você também é, Carlos Daniel e eu quero te ver inteiro... – Paulina respondeu baixinho e olhou para meu ponto intimo enrijecido.

Senti minha ereção se intensificar e latejar cada vez mais com o seu olhar, ela não hesitou e o tocou de novo através do jeans e a observei em cada gesto sentindo-me cada vez mais endurecido enquanto suas mãos passearem por minha masculinidade vendo-a morder os lábios com o prazer que já desfrutava.

Paulina desatou meu cinto rapidamente e desabotoou minha calça, a induzi a levantar-se e ficamos lábio contra lábio. A beijei apaixonado, tirando-lhe todo o ar que ainda continha em seus pulmões, deixando-a ofegante quando desci com os lábios para seu pescoço, arrepiando-a por inteiro. Ela retirou sua blusa rapidamente e sentou-se novamente ficando de frente ao meu quadril, retirei seus cabelos de seu rosto corado e desci com minhas mãos por seus ombros brincando com as alças de seu sutiã e Paulina olhou fixamente para o cós de meu jeans, deslizando com cuidado o zíper matando-me aos poucos, e baixou completamente todas as minhas roupas debaixo, fazendo-me ficar totalmente erguido e exposto para ela.

— Está pronto! – Ela disse num sussurro quando me olhou nos olhos e então senti meu corpo estremecer com o toque de suas delicadas mãos em meu membro petrificado e logo o beijou, levando-me à mais intensa loucura.

Senti-la massageando meu membro nas preliminares parecia ser uma coisa que nunca havia feito antes, a cada momento que ela o beijava e o tocava afloravam em mim sentimentos diferentes e me deleitava com cada caricia que Paulina me fazia contendo-me ao máximo que pude para não explodir após uns minutos de intenso prazer.

Segurei seu rosto com leveza fazendo-a levantar-se para ficar de frente a mim, retirei de uma vez todas as roupas que ainda usava e a ajudei a despir-se. Observei cada detalhe de seu corpo perfeito e toquei seu pescoço descendo meus dedos até a base de seu sutiã desatando-o e o retirei deixando à mostra seus lindos e fartos montes.

Não perdi mais tempo enquanto minha boca salivava por sentir o sabor de sua pele e tomei um de seus seios e os senti enrijecerem-se com o massagear de minha língua e de minhas ávidas mãos. Ver Paulina suspirando de prazer era o que também me deixava mais excitado e eu sabia que ela adorava quando eu a acariciava assim, então me dediquei mais um pouco em seus montes magníficos até deitá-la na cama e dedicar-me exclusivamente de todo o seu corpo.

— Me possua, Carlos Daniel! – Paulina pediu com sua voz entrecortada no exato momento em que eu me dedicada de sua intimidade com o massagear de meus dedos e minha língua. – Por favorrrr... – Pediu em tom de súplica e sorri, vê-la se contorcendo de prazer era uma das coisas que eu mais adorava.

Posicionei-me sobre ela que, imediatamente endireitou-se sob mim abrindo suas pernas e me segurou firme os ombros, a olhei dentro de seus olhos brilhantes e escuros, ela me sorriu e, cuidadosamente a penetrei devagar e fundo, gememos juntos em satisfação com tal prazer que agora desfrutávamos juntos, éramos apenas um nesta união e eu adorava sentir a sensação tal sensação depois que fizemos amor pela primeira vez, pois agora eu entendo como é fazer amor com quem se ama de verdade e não apenas sexo superficial com quem mal se conhece.

Comecei devagar com meus movimentos entrando e saindo até que ela se acostumasse e logo os intensifiquei enquanto delirávamos juntos com aquele prazer intenso que sentíamos naquele momento.

— Ah, meu amor... Te amo... – Paulina sussurrou ao pé de meu ouvido, dei mais agilidade aos movimentos fazendo-a gritar de prazer e apertar suas unhas contra as minhas costas, não havia melhor sensação que esta e eu diria que se morresse agora, morreria feliz e pleno.

Troquei-nos de posição rapidamente fazendo-a sentar-se em meu colo e a ajudei a conduzir os movimentos que, cada vez ficavam mais intensos. Paulina rebolava sobre mim tão ativa e apaixonada, conduzia todo aquele ato perfeitamente deixando-me feliz com cada avanço, ela não sentia mais frustração, timidez, não estava insegura como quando começamos a ter relações, e vê-la assim me deixava feliz e orgulhoso. Sorri para ela e ela também sorriu enquanto se movimentava sobre mim e contemplei uma das cenas mais lindas quando ela revirou os olhos e arqueou suas costas para trás enquanto sorria em êxtase naquele exato momento que compartilhávamos nosso amor.

Nos dedicamos o tempo que conseguimos em nossos movimentos sensuais, tentando nos conter e levar o momento com muita paixão e cuidado, sem muita pressa até que, juntos, explodimos naquele prazer acumulado.

Cansado, caí sobre a cama e suspirei fundo ao admirá-la ainda em cima de mim, era linda, como uma deusa. Suas duas mãos tiraram os cabelos grudados em seu rosto rosado e suado, logo tocaram seu rosto corado e ela sorriu em contentamento enquanto passava agora seus dedos em seus lábios. Senti-me totalmente satisfeito e feliz por vê-la assim e daria qualquer coisa para tê-la comigo para sempre e poder contemplá-la como agora todos os dias de minha vida.

— Ahhh... – Paulina suspirou em deleite após deitar-se em meu peito.

— Lembre-me de agradecer à Fênix depois por tudo isso... – Eu disse em tom brincalhão ao acariciar toda a extensão de seu corpo escultural.

— Terei que fazer o mesmo! – Ela respondeu quando levantou a cabeça para me olhar nos olhos e sorriu com aquelas gargalhadas que faziam minha vida ter mais sentido.

— Eu não sabia que tinha fetiches por motoqueiros! – Brinquei e a abracei forte e ela se encolheu em meu abraço.

— Eu também não e estou adorando isso... – Ela disse beijando meu queixo.

Vê-la entregue, desinibida e feliz deixava-me tanto quanto, não podia me queixar de mais nada depois de tê-la conhecido. Minha vida mudou por inteiro desde quando Paulina apareceu a adentrou e eu não queria nem sequer pensar em estar longe dela, era como se Paulina fosse o meu motor de vida para seguir, e sem este motor de nada serviria estar vivo.

— ...No que está pensando? – Perguntou apoiando seus cotovelos em meu peito para me olhar.

— Que tal em como tenho sorte de ter você... E que isso merece um brinde?! – Disse sorrindo enquanto admirava cada detalhe de seu rosto angelical.

— Hmmm... Eu concordo com você! – Ela sorriu e sentou-se rapidamente, colocando os lençóis sobre seu corpo nu. – Por que não pega um bom vinho na adega enquanto vou preparar a banheira para nós?

— Eu realmente vou precisar agradecer à Fênix! – Brinquei e ela riu alto e deu um leve tapinha em meu ombro.

— Seu tonto!

Paulina saiu da cama e foi em direção ao banheiro que havia em seu quarto. Fui até a adega em busca de um vinho tinto e encontrei um ideal para aquela noite, um “Occhio Nero”.

Brindamos o nosso amor e fizemos amor novamente naquela jacuzzi, tudo que eu mais queria era que esses momentos com Paulina fossem eternos, jamais imaginei que a vida pudesse me presentear com algo assim depois de tudo o que passei e ela foi realmente a melhor coisa, em todos os aspectos de minha vida e eu só tinha de estar agradecido e feliz, a única coisa que faltava para que pudesse estar mais pleno era que ela aceitasse ser minha esposa.

 

* Paulina narrando *

— Tem alguém aqui que está muito dorminhoca... – Ouvi sua voz sussurrar em meu ouvido baixinho enquanto ainda dormia. -...Hmm... Vamos meu amor... Acorda... – Ele continuava dizendo lentamente passando seus lábios em meu pescoço fazendo-me sentir cócegas com sua barba por fazer.

— Ah não... Deixa eu dormir só mais um pouquinho... – Pedi fazendo manha e sorri quando ele encostou novamente seus lábios em minha orelha e passou seu braço forte por minha cintura.

— Nanananão... Está na hora de levantar, minha preguiçosa preferida! – Ele disse acariciando meu braço e virei-me para olhá-lo. Estava lindo com seus cabelos bagunçados e sua feição matinal me encantava.

— A noite foi muito cansativa, você deveria estar tão preguiçoso quanto eu... – Eu disse em tom travesso, Carlos Daniel sorriu alto e deu um beijo suave em meus lábios acariciando a maçã do meu rosto.

— Ah, a noite... Foi deliciosa... – Sorriu com malicia e me olhou fixo enquanto ainda acariciava meu rosto. – Mas você deve estar faminta e eu também estou. Esqueceu que não comemos quase nada do nosso jantar essa noite?

— Sim... Mas o outro jantar estava bem mais suculento... – Eu disse sendo mais atrevida e ele sorriu com malicia e me beijou com amor.

— Sim, não devo discordar de você... Céus, você consegue ficar mais linda quando acorda! – Brincou tocando a pontinha do meu nariz e levei uma de minhas mãos até sua barba.

Ainda não conseguia me acostumar com tantos elogios vindos dele, ele não parava de fazer isso e eu me sentia como uma adolescente boba quando sentia meu rosto corar diante de suas palavras.

— Bobo! – Sorri um pouco tímida e ele sentou-se frente a mim.

— Bem que eu adoraria apenas admirá-la enquanto dorme assim tão linda feito um anjo, mas tenho outra coisa que pode ser ainda melhor... – Ele disse com o ar de misterioso.

— Hmm... E o que é? – Perguntei agora morrendo de curiosidade.

— É uma coisa que logo vai descobrir. – Carlos Daniel estava com um brilho diferente nos olhos, além de seu ar de mistério, também estava vestindo uma roupa diferente da que usava na noite anterior e fiquei ainda mais curiosa para saber o que ele poderia ter aprontado enquanto eu dormia.

Peguei a camisa que ele usava e a vesti rapidamente, Carlos Daniel me observava atentamente a cada movimento que eu dava e quando ajeitei meus cabelos ele sorriu com o canto dos lábios e passou as mãos por seu queixo, logo supus que estivesse pensando bobagens.

— O que foi? – Perguntei também sorrindo como se não soubesse o que passara em sua mente.

— Nada, não é nada demais, mas você está tão mais sexy com a minha camisa que a vontade que eu sinto nesse momento é de ir até aí e te agarrar para repetirmos o de ontem à noite sem lembrar que temos um relógio.

Não agüentei com o que ele acabou de dizer e comecei a rir à gargalhadas, ele também riu e se aproximou de mim segurando minhas mãos e olhou nos meus olhos.

— Você é um pervertido! – Brinquei e segurei seu rosto entre minhas duas mãos para beijá-lo...

— Bom dia, meu amor! – Ele disse quando encerramos o beijo.

— Bom dia! – Suspirei satisfeita. Minhas manhãs não podiam ser melhores estando ao lado de Carlos Daniel Bracho.

— Vem, quero que use isso. – Ele pediu erguendo um de meus tapa olhos para dormir até o topo de minha cabeça.

— Nossa, como você está misterioso senhor Bracho! – Eu disse enquanto ele colocava a venda em meus olhos.

— Só um pouco, senhorita... – Respondeu carinhoso e beijou minha bochecha. – Agora vem, deixe-me conduzi-la. – Segurou minha mão e começou a caminhar bem devagar comigo.

— Hmm... Esse cheiro está maravilhoso, estou muito curiosa! – Sorri quando senti aquele cheiro tão agradável e nós paramos, ele segurou meus ombros com leveza e deslizou suas mãos até as minhas, logo as soltou e tirou a venda de meus olhos.

Fiquei realmente surpresa com o que meus olhos contemplaram.

A sala do apartamento estava levemente decorada com minhas flores preferidas, as rosas brancas e alguns coraçõezinhos vermelhos pendurados. A mesa de jantar era repleta de guloseimas, tinha queijos, leite, café, suco, frutas, geléias, torradas, pães, croissants, ovos com bacon, estava totalmente organizada com os pratos, talheres e copos e outros detalhes especiais como pequenos arranjos de flores muito delicados. Estava tudo maravilhoso e meu coração saltou em meu peito de tanta alegria que senti com tal gesto de Carlos Daniel e me senti a mulher mais especial e amada do mundo.

— Meu amor, isso é... – Eu estava muito surpresa com o que via e não pude conter a emoção que senti. -...Lindo!

— Isso não é nada para o que você merece, minha vida... – Ele respondeu abraçando-me por trás enquanto olhávamos juntos para nosso café da manhã.

— Você fez tudo isso? Como conseguiu em tão pouco tempo? – Perguntei admirada ao virar-me de frente para ele.

— Digamos que eu tive uma ajudinha... – Ele sorriu e me beijou com leveza, enfiou sua grande mão em meus cabelos com suavidade e me ergueu um pouco em seus braços enviando-me calafrios por todo o corpo quando passou sua outra mão por minhas costas nuas dentro da camisa.

— Te amo tanto... – Eu lhe disse quando encerramos o beijo, ele apenas me sorriu e beijou a ponta de meu nariz.

— Fico feliz em saber disso! – Respondeu brincalhão e me pôs no chão para conduzir-me à mesa. – Por favor, sente-se senhorita! – Sugeriu quando puxou a cadeira para que eu sentasse e logo se sentou ao meu lado.

Eu não sabia onde caberia tanta felicidade que sentia naquele momento. Apenas estar com ele já me causava tamanha euforia, alegria e satisfação, mas ele me proporcionava momentos tão especiais que eu não conseguia imaginar a dimensão que tem o amor que eu sinto por ele.

—... Vejamos o que temos aqui... – Ele disse analisando todo aquele banquete. -... Posso fazer as honras de servi-la meu amor?

— Claro, meu amor...

— Bom, temos torradinhas... Qual geleia prefere? – Perguntou apontando às geleias enquanto segurava uma torrada.

— Morango, por favor... – Ele passou a geleia nas torradinhas dizendo que também se serviria do mesmo que eu comesse.

— Um pouco de café para despertar... – Sugeriu colocando café dentro de duas xícaras. -... Um pedacinho de queijo com doce?!

— Sim... – Assenti enquanto ele me olhava com aquele sorriso lindo nos lábios. – Um beijo também está incluso nesse banquete?

— É claro que sim, senhorita... Quantos beijos você quiser. – Carlos Daniel aproximou-se mais e beijou minha boca lentamente, passando sua língua quente por meus lábios fazendo-me correspondê-lo da mesma forma.

— Está delicioso!

— Sim, está! – Passou a língua em seus próprios lábios e saboreamos novamente de um novo beijo.

— Um pouco de ovos com bacon, por favor... – Pedi enquanto ele procurava entre todas aquelas coisas. – Assim está bom por enquanto.

Carlos Daniel colocou um pedaço do queijo sobre a torrada com geléia e colocou em minha boca pedindo que eu experimentasse. Comi praticamente tudo pelas mãos dele, que insistiu em fazê-lo embora eu achasse que não havia necessidade, mas eu adorei tudo, nunca havia sido tão paparicada assim e estava amando todo seu cuidado e carinho por mim.

— Estava tudo muito delicioso, meu amor... – Eu disse após terminar de tomar o suco de laranja. – Obrigada! Obrigada por ser sempre tão lindo comigo!

— Eu que agradeço por estar aqui comigo, por ser parte de minha vida e me deixar estar na sua. Cada dia te amo mais, minha vida. – Sorri com seu jeito bobo de falar.

— E esse sorriso? – Ele perguntou também sorrindo e parou para me fitar.

— É que desse jeito eu posso ficar mal acostumada... – Respondi um pouco sem graça e ergui minha mão até seu cabelo para acariciá-lo.

— Mas essa é a intenção... – Carlos Daniel disse agora me olhando seriamente, pegou minha mão que o acariciava e a beijou na palma.

— Essa é a intenção? – Perguntei um pouco aturdida com sua maneira de me olhar e lhe sorri feito uma boba.

— Sim, minha vida, colocaria o mundo aos seus pés se fosse necessário. – Ele dizia enquanto ainda segurava minha mão. – Quero te encher de mimos todos os dias, quero cuidar de você e eu sabia que seria assim desde o dia em que te conheci, quando te vi pela primeira vez lá naquele parque. A partir do momento em que pus os olhos em você eu senti que você seria a mulher da minha vida e estava certo, você entrou em minha vida e tudo se tornou melhor, foi como se eu tivesse revivido desde então... – Ele dizia cada palavra detalhadamente enquanto olhava em meus olhos que, provavelmente, já estavam cheios d’água. -...Tudo isso vai muito além do sentido à vida que você me deu, você me transformou e agora eu sou alguém melhor do que já fui alguma vez nessa vida e eu sinto que por você eu tenho que ser ainda melhor a cada dia, para você... Antes de conhecê-la eu era vazio, frio, não tinha coração... Agora eu sinto que tenho uma vida plena, intensa, feliz, cheia de sentimentos bons e um coração que bate desesperado e louco por você... – Carlos Daniel agora estava também emocionado e eu apenas sorria e chorava de emoção com cada palavra que ele dizia enquanto segurava minha mão trêmula. -...com você eu aprendo todos os dias, a maneira como você lida com cada situação que passa, com as coisas da vida... Você não faz ideia do quanto eu a admiro Paulina... E eu sei que posso não te merecer, mas desde que te conheci eu luto todos os dias da minha vida para me superar e ser alguém digno de você... Assim, meu amor... Nada me faria mais feliz na vida do que poder estar lado a lado com você, compartilhando de uma vida juntos, te fazendo a mulher mais feliz desse mundo... – Ele enfiou uma de suas mãos rapidamente no bolso e retirou uma caixinha vermelha aveludada abrindo-a rapidamente em minha frente.- ...sendo a minha esposa, minha companheira de vida, a mãe de meus filhos...

— Ai meu Deus! – Exclamei exasperada enquanto ele se ajoelhava de frente a mim. – Carlos Daniel!!!

— Paulina Martins, você aceita ser minha esposa? – Carlos Daniel dizia e eu tentava absorver suas palavras. Será que ele estaria realmente dizendo o que meus ouvidos estavam escutando? Eu estava boquiaberta com tudo o que estava acontecendo e ainda processava aquele momento. – Aceita se casar comigo, meu amor?

— Meu amor... Eu...  

Parecia que algo havia me travado e eu o olhava com os olhos bem abertos, extasiada, ele havia me proposto em casamento várias vezes e eu lhe disse para esperarmos um pouco mais e confesso que até cheguei a pensar que ele não insistiria mais por um bom tempo, mas foi o contrário, ele estava ali em minha frente, ajoelhado e segurando um lindíssimo anel solitário com uma enorme pedra de diamante e detalhes na haste com pedrinhas de brilhantes após uma declaração que me tirou o fôlego literalmente. Esse é o homem que eu amo, o qual eu quero viver junto pelo resto dos meus dias, é e será o único amor de minha vida e o que eu mais quero é ser sua esposa.

—... E então, Paulina...? – Ele perguntou mais uma vez despertando-me daquele leve transe enquanto seus olhos estavam cheios de expectativas ao me fitar.

— Sim, meu amor!!! Mil vezes sim!!! – Exclamei de uma só vez me liberando de tudo aquilo que me travava e me ajoelhei de frente à ele abraçando-o com toda alegria que podia expressar. – Eu aceito ser sua esposa, é o que eu mais quero, ser sua companheira de vida, a mãe de seus filhos! – Continuei com o coração saltando forte em meu peito e meus olhos choraram de felicidade, nada poderia descrever tudo o que senti naquele momento!

— Meu amor, não sabe o feliz que me faz, minha vida! Te amo mais que tudo! – Ele disse e tomou meus lábios em um beijo calmo, transmitindo todos os sentimentos que sentíamos naquele momento especial para nós dois, sua língua apoderou-se de minha boca e encontrou-se com a minha em uma luta sensual e romântica enquanto se tocavam inquietas.

— Eu também estou muito feliz, Carlos Daniel... – Declarei ofegante depois daquele longo e apaixonado beijo e ele tomou minha mão para colocar o anel em meu dedo. – Ele é lindo, meu amor! – Suspirei emocionada e admiramos aquela jóia fina em minha mão, meu coração batia violentamente de tanta emoção e eu mal podia acreditar que tudo era realidade.

— Está tremendo, meu amor...

— Estou muito feliz! Estamos noivos! – Exclamei radiante.

— Sim Paulina, oficialmente, agora somos noivos! – Ele disse sorridente e me puxou para beijá-lo novamente.

— É!!! Noivos! – Suspirei ainda emocionada.

— E você será a noiva mais linda de todas! – Nos levantamos juntos ainda sorrindo e, ele me segurou firme e rodopiou comigo em seus braços fazendo-me gargalhar. Éramos como dois adolescentes bobos, mas felizes.

Comemoramos esse momento juntos naquela manhã e foi como Carlos Daniel havia dito antes, nos amamos como se não tivéssemos um relógio.

Era quase meio dia quando Carlos Daniel estava me levando de volta para casa, eu mal podia esperar para contar a novidade para a minha família.

 

# Carlos Daniel narrando #

= Casa dos Martins = minutos depois...

Chegamos à casa de Paulina e fomos logo recebidos por Adelina, que nos disse que o almoço já estaria prestes a ser servido e que estava feliz que havíamos chegado antes para que todos almoçássemos juntos. Paulina perguntou por seu pai e não precisou nem que Adelina respondesse, o meu sogro nos fez notar sua presença enquanto descia as escadas fumando um charuto. Confesso que isso me intimidava um pouco. Ele não fez cara feia, sequer demonstrou não estar contente por me ver ali, até me senti um pouco incomodado com sua atitude, pois estava acostumado a ouvir sermões ou pelo menos ver uma feição não muito agradável de meu sogro.

— Oi papai... – Paulina o cumprimentou com um beijo e quando ele a abraçou, lançou um olhar muito sisudo contra mim.

— Senhor Martins... – O cumprimentei com um aperto de mãos e ele correspondeu ainda me olhando seriamente, parecia estar desconfiado, mas garanto que não estava tanto quanto eu.

— Vão almoçar conosco? – Ele perguntou nos olhando e sorriu.

— Sim, temos uma novidade para lhes contar. – Respondi antes que Paulina dissesse algo e o meu sogro a olhou erguendo uma sobrancelha, logo olhou em minha direção rapidamente, parecia estar pensativo.

Paulina nos deixou a sós por uns instantes enquanto ia até o seu quarto, o meu sogro apenas me pediu para acompanhá-lo até seu escritório e me serviu uma dose de whisky, o que não aceitei porque poderia se tratar de um teste e neste eu não perderia mesmo que ele quisesse.

— Estou pilotando, não posso. – Foi o que eu disse em recusa e ele assentiu e preparou uma dose apenas para ele.

— Então você e a Paulina estavam...

— Estávamos no apartamento dela. – Respondi sincero e direto, ele franziu o cenho ironicamente e mordeu seu charuto insignificante.

— Vejo que realmente não se desgrudam mais, ham?!

— Nos amamos, é assim que acontece quando duas pessoas estão apaixonadas.

— Hmm... Tô vendo... – Ele deu a volta em sua escrivaninha e sentou-se atrás dela, pondo seu copo sobre a mesa. – A Paulina já lhe falou sobre o Mau...

— Sim, senhor... E por favor, não mencione este nome agora.

— Mas é necessário, Bracho, para que as coisas não venham a se repetir, se é que me entende... – A suposta insinuação do Sr Martins já estavam começando a fazer com que sentisse meu sangue querer ferver, mas apenas suspirei fundo e lutei contra mim mesmo para não lhe dizer umas belas palavras.

— Sim, entendo, mas não se preocupe quanto a isso, posso te garantir que sou diferente. – Afirmei e ele assentiu tomando um trago de sua bebida.

Não demorou muito e Paulina veio com Sophia e Adelina, a menina ficou muito contente em me ver e notei que ela estava eufórica com algo que não disse, mas ela ansiava pelo que eu e Paulina anunciaríamos. Paulina veio até mim e segurou minha mão entrelaçando-a na sua, todos estavam reunidos naquele escritório e nos olhavam com expectativa e Paulina tomou a iniciativa e disse:

— Papai, Sophia, Adelina... Eu vou me casar com Carlos Daniel!

...


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem!
Não esqueçam de comentar, precisamos saber o que estão achando da fic...
Beijos e até o proximo cap.. :**