Te Odeio Por Te Amar escrita por TamY, Mazinha


Capítulo 42
Capítulo 42 - Autocontrole


Notas iniciais do capítulo

Oie meninas, mais um capitulo pra vcs! Desculpem pelo titulo péssimo, mas não pensamos em nada melhor. kkkkk
Desejamos à todas um feliz e próspero ano novo! Que 2015 nos traga tudo de melhor e nos surpreenda! :*
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/486594/chapter/42

#Carlos Daniel narrando#

Tentei me concentrar na sobremesa em nossa frente, mas parecia algo impossível de se fazer, a todo instante me perdia a admirando e, mesmo que tentássemos manter uma conversa normal, minha mente seguia caminhos desejosos...

– O que foi? - Ela perguntou me olhando com desconfiança.

– Não é nada! - Respondi sorrindo enquanto a olhava feito um bobo. – Só estou te olhando. Gosto de te olhar! - Disse com um sorriso de canto.

– Hum... Sei! - Disse me olhando divertida.

– Não acredita? - Perguntei a fitando seriamente. – Já que não posso te tocar, acho que olhar é permitido! – Provoquei. Pude notar em sua feição apenas um momento de surpresa, e o desconforto era evidente em seu semblante, mas não me repreendeu, apenas sorriu e desviou o olhar daquele jeito que me encantava, acho que já conseguia distinguir seus sentimentos apenas com a forma com que se portava e por um instante nos encontrávamos novamente em completo silencio. -...Gostava mais quando você me repreendia! - Completei sorrindo.

– Gostava quando te repreendia? - Perguntou demonstrando um pouco de surpresa.

– Sim, porque sempre tinha uma resposta afiada na ponta da língua e agora... Agora não sei... Te provoco esperando aquela resposta e ela não vem! - Retruquei a olhando com o cenho franzido.

– As coisas mudaram!- Ela deu de ombros enquanto voltava sua atenção para a sobremesa.

– O que mudou? – Perguntei agora mais interessado em sua resposta.

– Que antes eu não queria suas atenções! – Ela disse me olhando rapidamente, voltando sua atenção para a sobremesa que parecia incrivelmente interessante repentinamente. – Só isso...

– Hum... - Sorri. – Quer dizer que agora você quer? - Indaguei com ar convencido.

– Eu não disse isso! - Exclamou me encarando com uma falsa indignação.

– Não diretamente! - Retruquei sorrindo.

– Acho melhor irmos dormir! – Ela respondeu mudando de assunto, se colocando rapidamente de pé. Antes que pudesse fugir do assunto, como sempre fazia, puxei-a pela cintura fazendo com que caísse sentada em meu colo.

Senti meu coração acelerar quando estávamos tão próximos e depois de toda aquela provocação de minutos atrás que já tinha me deixado completamente fora de mim...

*Paulina narrando*

Quando menos me dei conta, estava eu ali no colo dele sentada. Sentia meu corpo inteiro tremer, mas não conseguia desviar meu olhar do dele que penetrava a minha alma, me sentia completamente vulnerável e não tinha forças para me levantar, nem para repreendê-lo, como ele acabara de dizer. Seus fortes braços envolveram a minha cintura, me deixando presa a ele, literalmente, e eu não queria sair dali, mas não sabia como agir, não sabia o que fazer, minha mente agora estava uma confusão só e todos os efeitos que Carlos Daniel causava em meu corpo se intensificaram porque a única coisa que eu queria era ficar ali pra sempre.

– Paulina Paulina, você está me deixando louco! – Ele disse com a voz rouca analisando o meu rosto, colocando meus cabelos atrás de minha orelha.

Não respondi nada, não tinha o que responder quando ele também estava me tirando a razão. Fechei meus olhos lentamente e senti sua respiração quente e acelerada contra a minha, ele roçou delicadamente o seu nariz ao meu e mordeu de leve o meu lábio inferior. Com uma de minhas mãos em seu peito, pude sentir seu coração bater frenético abaixo da palma de minha mão e com a outra envolvi seus cabelos acariciando-os. Carlos Daniel levou a sua outra mão que estava em minha cintura até o meu pescoço e com precisão entrelaçou seus dedos em meus cabelos dando inicio a um beijo apaixonado que a principio era lento e logo foi se intensificando, tirando o nosso ar.

– Carlos Daniel... – Sussurrei seu nome em seu ouvido quando seus lábios abandonaram os meus, indo em direção ao meu pescoço, dando leves sugadas por toda sua extensão e abaixou com os dentes a alça de minha camisola logo, lambendo meu ombro, deixando calafrios por todo o meu corpo, arrepiando por onde sua língua passava.

– Te amo... – Ele disse com sua respiração entrecortada, senti todo o meu corpo estremecer com tal declaração. Eu também o amava e não sabia muito como demonstrá-lo, como dizê-lo, não sabia como lidar com este sentimento que dominava o meu coração e minha alma.

Senti vontade de arrancar sua camisa, sua roupa inteira e, dizendo como me sinto em relação a ele, pedir que me fizesse sua ali e agora, mas não conseguia, meu corpo implorava por senti-lo, minha alma clamava por mais, mas eu não conseguia tomar uma atitude, me sentia travada, tinha medo de decepcioná-lo.

– Preciso de você, vida minha... – Sua voz grave em meu ouvido enviava vibrações por meu corpo inteiro, deixando-me completamente excitada, não podia evitar, estava completamente rendida e, suas mãos ágeis passeavam por minhas costas; agora eu estava sentada sobre a mesa, não sei como fui parar em cima da mesa, mas Carlos Daniel estava entre minhas pernas e apertava firme minha coxa subindo sua mão que ia em direção a minha intimidade. Gemi alto com seu gesto tão estimulante e prendi minha respiração quando senti sua língua passeando por meu colo, o laço do meu robe estava desfeito e as alças de minha camisola já em minha cintura. Como isso aconteceu? Carlos Daniel é um homem muito hábil e eu já não tinha mais controle de nossos atos.

– Por favor, Carlos Daniel... – Eu disse quase inaudível enquanto ele ainda mordiscava meu ombro, acariciava minhas costas e apertava minha coxa com delicadeza, todos os meus sentimentos mais íntimos agora aflorados, eu mal conseguia pensar.

Carlos Daniel parecia não ouvir o que eu tentava dizer, ou eu não dizia nada e pensava dizer. Eu não conseguia encontrar forças para afastá-lo, não queria afastá-lo, mas aquele não era ainda o momento e, apesar de estar totalmente certa do que queria, eu sabia que qualquer atitude precipitada poderia nos machucar. Queria esperar mais um pouquinho.

– ... Carlos Daniel... – Chamei a sua atenção dando um tom mais grave em minha voz ainda inaudível quando senti sua quente língua deslizando em direção aos meus seios, pensei que naquele momento ia desfalecer, aquele gesto me tirou completamente da órbita que eu ainda pensava me encontrar, mas precisava parar, se o deixasse, as coisas tomariam uma proporção muito maior e, por mais que quiséssemos, este momento tem que ser diferente, eu precisava que fosse. - ... Aqui não, Carlos Daniel... – Eu disse segurando em seu rosto, tentando puxá-lo para me olhar. – Assim não... – Disse contendo a minha respiração, tocando nossas testas.

– Paulina, desculpa... – Ele respondeu recuperando o fôlego. – Eu perdi a cabeça... – Passou a mão em seus cabelos e me olhou com apreensão, logo, erguendo as alças de minha camisola, colocando-as de volta em meus ombros. – Me perdoa!

– Não se preocupe, eu também me deixei levar... – Disse acariciando sua barba feita e seus cabelos bagunçados.

– Mas Paulina eu não devia, eu te garanti que...

– Shhh... Não precisa ficar assim... – Sorri para ele e beijei-lhe a testa, e em seguida seus lábios vermelhos.

– Só não quero que você pense que eu te trouxe aqui para...

– Não estou pensando nada, Carlos Daniel, fica tranqüilo! – O tranqüilizei segurando em sua mão e ele ergueu nossas mãos unidas e beijou a minha.

– Te amo a cada momento mais! – Ele disse me olhando intensamente, fazendo meu coração saltar.

– Eu também te amo, meu amor... – Respondi dando um suave beijo em seus lábios.

– Vamos subir? – Sugeriu me ajudando a descer da mesa e, quando me colocou de pé frente a ele, o olhei com um olhar travesso e ele retribuiu de igual forma. Rimos da situação, era incrível como conseguíamos nos controlar diante das situações que passamos até aqui, principalmente ele por ser homem.

## Carlos Daniel narrando##

Estive a ponto de perder todo meu autocontrole, mas o tom receoso em sua voz trouxe minha sensatez de volta. Prometi que iria esperar pelo momento, e assim o faria mesmo que isso me custasse minha sanidade. Seguimos juntos para o quarto em um clima de pura paixão, uma paixão que estava a ponto de explodir dentro de nós dois porque sabia que Paulina desejava que nos uníssemos de corpo e alma, assim como eu desejava a cada instante, mas senti que esse clima se dissipou um pouco quando nos encontramos sozinhos no quarto, talvez a perspectiva de estar sozinha comigo ali a deixasse preocupada.

– Não gosto quando fica me olhando como se eu fosse atacá-la a qualquer instante! - Disse brincalhão tentando desfazer aquele clima.

– Me desculpe, não consigo evitar... - Disse sorrindo sem graça. – ...mas fico feliz em saber que posso confiar que não irá me atacar! - Disse devolvendo a brincadeira.

– Eu não disse que poderia... – Eu disse me aproximando sem desviar meu olhar do seu. – ...confiar em mim! – Estávamos em pé parados a com alguns centímetros nos separando, estávamos tão próximos que podia sentir o doce perfume que emanava de sua pele. - Você está me enlouquecendo, sabia?! - Disse em tom grave quando a trouxe para junto de mim.

– Eu sinto muito! – Ela respondeu me olhando com preocupação.

– Não sinta! - Sussurrei roçando meus lábios em sua orelha, depositando um beijo molhado ali e pude sentir seu delicado corpo estremecer em meus braços. – Quero que sinta o mesmo que eu... Quero que enlouqueça comigo!... - Completei me afastando para olhá-la nos olhos. Ela não disse nada, mas o leve rubor em suas bochechas me deixou otimista sobre seus sentimentos naquele momento.

Sem poder mais sustentar aquela distancia me aproximei e capturei seus lábios em um beijo calmo, sentindo o sabor de seus lábios nos meus, sentindo sua resposta apaixonada. Em um gesto de posse a apertei mais contra mim enquanto minhas mãos percorriam por cima da seda de seu robe louco por sentir o calor e a maciez de sua pele.

Enquanto nossas bocas buscavam aplacar o desejo acumulado entre nós dois, me concentrei na tarefa de desatar o robe em busca de um pouco mais da mulher em meus braços, necessitava mais que tudo poder tê-la mesmo que por alguns instantes... Sei que estava apenas me martirizando com isso, sabia que logo precisaria me afastar, mas mesmo assim era melhor do que não poder tocá-la mais intimamente.

–... Eu te quero tanto! - Sussurrei ainda em seus lábios ao encerrarmos o beijo.

– Ainda não é o momento! - Pude ouvi-la, mas meu cérebro parecia não querer assimilar aquelas palavras, e ver novamente o que se encontrava escondido embaixo daquele robe só me fez desejá-la ainda mais.

A camisola de seda não deixava para nada a imaginação, moldurava seu belo corpo deixando cada curva modelada, a leve transparência no tecido deixava ainda mais sexy sua imagem e o olhar desconcertado em seu delicado rosto destoava com aquela combinação, mas me deixava ainda mais ansioso de olhá-la, de tocá-la, de tê-la...

– Agora sim eu entendo porque se surpreendeu quando disse que foi sua irmã quem fez sua mala! - Disse sorrindo enquanto percorria meu olhar por sua forma, admirando-a.

– Ah, eu... Eu acho melhor irmos dormir, já está tarde! - Disse mudando de assunto enquanto voltava a amarrar o robe tirando de mim o pouco que podia ter dela naquele momento. Talvez fosse mais sensato. Para quê ficar me martirizando com algo que não poderia ser? Pelo menos por enquanto.

– Tenho que lembrar de agradecer a Sophia quando voltarmos! - Disse rindo enquanto tomava meu lugar na cama a olhando divertido.

– É um descarado! – Ela retrucou rindo enquanto seguia para o banheiro.

Paulina demorou apenas alguns minutos e logo estava de volta, não conseguia afastar meu olhar de sua bela figura, era como se eu dependesse dela para me sentir bem e a fraca luz do abajur a deixava magnífica de uma forma que me fazia perder o fôlego e sabia que não poderia pregar os olhos essa noite com o tanto de desejo acumulado.

Ficamos ali abraçados por um momento em completo silencio, sentindo a presença um do outro, sentindo a tranqüilidade que aquele ambiente também nos transmitia.

– Já ia me esquecendo! - Disse sentando na cama, ela se assustou um pouco com minha atitude repentina. Com tantos acontecimentos da ultima hora acabei me esquecendo de algo importante que queria dar a ela.

– O que foi? - Perguntou sentando-se na cama quando me levantei praticamente em um pulo.

– Espera só um instante! - Pedi enquanto abria a minha mala. E pra ser sincero, a bagunça que tinha feito não me ajudou muito na tarefa de buscar o objeto que estava em algum lugar por ali, levei mais alguns segundos procurando-o e praguejando baixinho em minha frustrada procura... - ACHEI! - Exclamei em um tom mais animado do que o normal.

– Achou o quê? - Perguntou rindo. Nunca gostei que rissem de mim, mas vê-la rindo era maravilhoso e não me importava se eu fosse o motivo desse sorriso.

– Sabe de uma coisa? - Perguntei enquanto me aproximava feito um leão pronto para atacar sua presa. - É muito feio rir das pessoas! - Disse brincalhão e quando a prendi embaixo de mim deixando nossos corpos colados e nossos rostos com apenas alguns centímetros de distancia, ela apenas sorria enquanto me olhava nos olhos. Queria poder ouvi-la rindo novamente, mas isso era bem melhor, o rubor em seu rosto, sua respiração ofegante era muito melhor e esperava poder provocá-la um pouco mais, mas sentia que não poderia me controlar...- ...Mandei fazer isso... - Dizia enquanto a olhava nos olhos sem me afastar. - Porque sempre que penso em como nos conhecemos me lembro de quando a vi pela primeira vez, e a vi exatamente assim! - Completei sorrindo.

– Não foi quando eu desmaiei? - Perguntou estreitando os olhos.

– Hmm... Não... - Respondi me sentindo um pouco desconcertado. – Foi antes disso!

– Não me lembro de nada antes disso! - Rebateu me olhando confusa.

– É porque antes disso eu estava te seguindo, e quando você desmaiou eu fui mais rápido e te segurei! - Confessei enquanto me afastava sentando a sua frente na cama, mas me mantendo próximo, ela me olhava surpresa.

– A propósito, nunca te agradeci por aquilo! - Disse divertida.

– Não tem que agradecer, foi um imenso prazer ter te ajudado, e se não fosse por aquele desmaio não estaríamos agora aqui... - Assim disse ainda um pouco desajeitado.

– Fui tão grosseira com você quando você apenas queria me ajudar. – Ela me olhou nos olhos e acariciou a minha barba.

– Você tinha as suas razões! – Afirmei brincalhão.

– E tinha mesmo! Além do mais, você estava se aproveitando de cada situação.

– Não é todos os dias que a gente tem uma mulher tão atraente desmaiando no parque. – Disse ainda brincando.

– Ai que tonto! – Ela disse dando um leve tapa no meu peito.

– Bom, de qualquer forma esse presente eu não pensava em entregá-lo a você agora. – Eu disse quando voltamos a atenção à caixa de veludo em minhas mãos.

– E o que é? - Perguntou me olhando curiosa. Eu achei melhor que ela visse com seus próprios olhos e estendi a ela a caixa quadrada de porte médio toda em veludo azul escuro e a abri revelando-a o conteúdo de dentro dela

– Carlos Daniel, mas... É um colar... - Disse com os olhos brilhando ao olhar para a fina jóia que continha na caixa. - E... É uma corredora! - Sorriu com um largo e lindo sorriso e meu coração se alegrou ao notar que ela havia gostado daquele singelo adorno que tinha tanto significado.

– Sim, uma corredora para representar o momento em que vi pela primeira vez a mulher mais linda, que tomaria o meu ser de uma forma avassaladora dominando meu corpo, alma e coração, o momento em que tudo em mim estaria prestes a se transformar, em que eu teria de volta uma vida e que eu não fazia idéia de que a partir desse momento me tornaria o homem feliz e pleno que estou agora e, graças a você, a mais linda corredora do parque.

Enquanto eu ainda segurava a caixa, Paulina me tomou em surpresa agarrando-me pelo pescoço e possuindo minha boca com um caloroso e demorado beijo, aguçando ainda mais os meus sentimentos mais íntimos e correspondi na mesma medida, quando o ar era necessário, ela afastou seus lábios e com os olhos molhados respirou fundo, me olhou intensamente e voltou seus olhos para a pequena jóia.

– Muito obrigada, Carlos Daniel! Obrigada por tudo, tudo mesmo, inclusive por me fazer tão feliz! Você me salvou aquele dia e me sinto agraciada por tê-lo encontrado, se não fosse por você eu não estaria aqui e não teria vivido momentos tão lindos e ao seu lado, obrigada por me fazer sentir amada. - Ela disse sorrindo e seus olhos brilhavam tanto quanto a pequena esmeralda que enfeitava o delicado pingente.

– Sabe de uma coisa? Eu adoro os seus olhos, adoro quando você me olha assim e me hipnotiza com tantos sentimentos que seu olhar me transmite e quando você abriu os olhos no parque, pude perceber que tudo seria muito além do que eu imaginava e tinha que estar preparado para o que viria, e confesso que nada poderia me fazer mais feliz. Obrigado, Paulina. Não posso deixar de te agradecer... Por isso, lembre-se de tudo isso sempre que olhar para este colar, que nosso começo está aí, essa é a simbologia deste pequeno presente.

– Sim, meu amor! Jamais esquecerei! - Ela sorriu e me abraçou forte, podia sentir o pulsar frenético de seu coração junto ao meu.

– Pode colocá-lo em mim? - Pediu ao separar-se de mim e virou-se de costas suspendendo seus cabelos para que eu colocasse a jóia em seu pescoço, me surpreendendo após notar uma tatuagem em sua nuca. Já nos conhecemos há algum tempo e eu nunca havia reparado tal detalhe.

– E essa tatuagem? - Perguntei passando de leve os dedos sobre sua tatuagem.

– É um mantra. Minha mãe costumava dizer que os mantras nos possibilitam a conexão com o divino que habita em cada um de nós, que através deles criamos um templo dentro dos nossos corações, um lugar de amor onde nos permitimos ser simplesmente o que somos.

– Hmm, não sabia que você é religiosa. - Disse depositando um beijo suave e molhado em cima de sua tatuagem, eriçando sua pele, sorri ao provocar aquela sensação e a abracei por trás passando as mãos por toda a extensão de seus braços.

– Sou um pouco, mas a minha mãe era muito mais e eu adorava quando ela me contava coisas assim, a tatuagem é por ela. - Ela virou-se e voltou a me olhar com um sorriso nos lábios. - E como estou?

– Perfeita! - Segurei suas mãos e as beijei. Não podia haver sentimento melhor do que o que Paulina me fazia sentir.

* Paulina narrando *

– Vem meu amor, vamos deitar que amanhã teremos um dia longo! - Carlos Daniel se ajeitou nos enormes travesseiros e me puxou contra o seu peito, o abracei forte e ele passou a acariciar minhas costas, e inalei o seu perfume que tanto me embriagava desde o dia em que o conheci.

Ali em seus braços eu me sentia refugiada, fiquei pensando que em tão pouco tempo pude sentir e viver momentos tão intensos e marcantes com um homem sem precisar ir pra a cama com ele. Pensei também que jamais havia imaginado estar nos braços de alguém dessa maneira, sentindo um sentimento tão puro e verdadeiro, exalando paixão e amor por cada poro de meu corpo. Sentir sua respiração e o bater de seu coração me transmitiam algo que eu ainda não sabia decifrar, mas era algo bom, e tudo o que eu queria era fazer daquele lugar a minha morada. Carlos Daniel é um homem apaixonante, um homem atraente ao extremo e eu me sinto feliz por tê-lo comigo, por ser a mulher que está deitada em seu peito, mas de mim isso não era o suficiente para ele e eu sabia disso, tampouco era suficiente para mim.

Tantos momentos em que me vi perdida na paixão que emana de nós quando deixamos o fogo do desejo nos dominar e me controlei por medo, por insegurança... Sem dúvidas este homem é verdadeiro no que diz e eu não posso mais colocá-lo a provar, não precisa.

Preciso fazer alguma coisa! Disse a voz da minha consciência, e quase pude ouvir seu som.

Levantei meu olhar cuidadosamente e vi que ele já dormia, passei a mão por seu peito e suspirei. Ele já dormiu! Afirmei mais uma vez em pensamento. Devagar, consegui me afastar dele e levantar da cama sem assustá-lo. Calcei minhas pantufas e busquei meu celular, em silencio saí do quarto em direção ao andar de baixo. Precisava pensar um pouco.

Ai meu Deus, o que eu vou fazer? Eu não agüento mais ficar perto dele e ter que me segurar, afastando-o de mim quando o quero mais que nunca. Estou desesperada, não posso mais ficar um instante sequer perto dele sem querer tê-lo por inteiro, preciso dele, quero senti-lo de corpo e alma. Me ajuda, por favor!

Célia! – Disse enquanto andava de um lado para o outro, foi como uma luz que iluminou o caminho que eu passava naquele instante. – Preciso falar com ela. – Imediatamente disquei seu numero em meu celular, mas ao conferir as horas o desânimo invadiu a minha consciência. – Está tão tarde... Ai meu Deus, não é possível! Célia poderia me dar um conselho... – Pensei desanimada. – Mas ela dorme tarde... Não custa tentar.

“Célia, amiga... Me diz que você ainda está acordada, por favor!”

Enviei uma SMS com o coração na mão, precisava de que alguém me dissesse algo e esse alguém não podia ser outra pessoa a não ser Célia. Já sabia de sua opinião, mas precisava ouvi-la de novo. Estava certa do que devia fazer, mas sentia como que precisava de uma confirmação. Notei que a garrafa de vinho ainda estava sobre a mesa, busquei uma taça na adega e a enchi com o liquido vermelho, a cor da paixão, o que me fez ter uma primeira idéia. Tomei de uma só vez o conteúdo daquela taça e após esvaziá-la, ouvi meu celular tocar em cima da mesa. Era Célia me ligando. Graças a Deus!

– Pau, amiga... E aí... “Não consegue dormir?” - Perguntou com um tom de voz que, com certeza tinha um duplo sentido, mas o contrário do que ela estava pensando, eu realmente não conseguia pregar os olhos.

– Ai Célia, que bom que ainda está acordada! – Eu disse enquanto colocava mais vinho na taça.

– Fim de semana não tem quem me segure! – Riu - Não estou em casa! Mas, e aí, insônia ou você e o bonitão estão recuperando o fôlego?

– Não Célia! Ele está... Dormindo! – Respirei fundo e tomei mais um gole do vinho.

– O quêêêêê? – Gritou Célia do outro lado, já esperava tal reação. - Como assim dormindo? Não acredito que não rolou nada!...

Fiquei em silencio me tornando pensativa.

– ...Paulina pelo amor de Deus, me diz alguma coisa! – Disse exasperada me despertando rapidamente de meus pequenos devaneios.

– É Célia, não rolou nada...

– Mas por quê? O que houve? Não tem clima?

– Não é isso... É que antes eu fiz ele me garantir que respeitaria o meu tempo e ele está cumprindo com tudo.

– Ai Paulina, só você mesmo amiga! – Ela disse rindo, também sorri, mas pelo desespero que agora me invadia, engoli de uma só vez a bebida da taça. – Mas você quer?

– Sim, muito! – Disse rapidamente me dando por vencida.

– Então amiga, não é tão complicado assim... O que você está esperando? Mata quem tá te matando e fim de papo! – Fiquei parada uns segundos tentando absorver tudo o que ela disse e organizar o que estava passando agora em minha mente.

– Tem razão, Célia! Obrigada, boa noite! – Desliguei o telefone sem sequer ouvir minha amiga despedindo-se e segui até as escadas rumo ao andar de cima, ela entenderia.

Entrei devagar no quarto e meu coração batia tão forte que parecia querer saltar do meu peito, sentia minhas mãos e minhas pernas tremerem e parecia que eu ia perder a sustentação do meu corpo quando meu olhar fitou o homem deitado na cama, ele estava perfeito embalado em seu sono profundo, e me perdi contemplando a sua figura tão relaxada. Respirei fundo e me aproximei mais dele que dormia com um braço por cima de sua cabeça e o outro no lugar onde eu estava. Senti um frio no estomago quando estendi minha mão e me atrevi em pousá-la em seu peito forte, deslizando meus dedos suavemente por sua camisa e senti como se pequenos choques invadissem todo o meu corpo, transmitindo uma onda de desejos que dominaram a minha mente e o mais intimo do meu ser. Ele murmurou baixinho alguma coisa que eu não entendi me deixando completamente parada, as batidas de meu coração pareciam tomar uma intensidade muito maior a cada instante que eu me via perto dele, aproveitei aquele momento e toquei seu maxilar e subi delicadamente com os meus dedos até o contorno de seu nariz e acariciei suas sobrancelhas, logo as pontas dos seus cabelos bagunçados. Meu Deus, que tentador ele é dormindo e consegue me deixar ainda mais louca a cada instante em que estou perto dele! Respirei fundo e, agora passei a mão por meus cabelos tentando controlar todo aquele fogo que percorria o meu corpo e pensar em tudo que podemos fazer estando um nos braços do outro fez meu corpo reagir imediatamente. Sem pensar mais, levantei rapidamente e segui até a minha mala, peguei o que precisava e algo que já tinha em mente e fui em direção ao outro quarto. Precisava de um banho frio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, será que agora vai rolar de verdade o que tanto almejamos? hehehe...
Esperem até o proximo cap.
Obrigada por lerem! Feliz ano novo!
Tamy e Marta