Te Odeio Por Te Amar escrita por TamY, Mazinha


Capítulo 14
Capítulo 14 - "Quero me redimir"


Notas iniciais do capítulo

Nhaaaaaaainnn, girlss! hehe .. Lhes deixamos mais um capitulo da nossa fic...
Obrigada a todos os comentarios e todas as leitoras, vcs são a nossa motivação para continuar.
*__*
Boa leitura! :*



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# Carlos Daniel narrando #

Bati a porta assim que minha mãe passou por ela, desejando nunca mais ter de vê-la, a magoa que tinha dela era grande demais para conseguir sequer respirar o mesmo ar que ela. O que ela me fez não se faz a um filho, não se escolhe um filho preferido isso não é ser mãe.

– Senhor Bracho... Dizia minha secretária entrando em meu escritório.

– AGORA NÃO! - Gritei fuzilando-a com o olhar.

Ela me olhou assustada e tratou de se retirar imediatamente, pouco me importa o que ela tinha a me dizer, no momento a única coisa que precisava era ficar tranquilo.

Sentei-me em minha cadeira recostando-me nela e fechei os olhos enquanto tentava me acalmar. Repassava aquela conversa que acabei de ter com minha mãe em minha mente, inútil, pensar nisso só me deixava com mais raiva, então tentei pensar em algo mais agradável e um par de olhos verdes azeitona invadiu meus pensamentos sem permissão, olhos raivosos, mas imensamente interessantes.

– Como será seu nome? - Perguntei-me enquanto abria os olhos e um pequeno sorriso brincava em meus lábios.

Lembrar daquela estranha que ajudei lá no parque me ajudou a esquecer a visita de minha mãe, bom, se a não esquecer pelo menos a não dar muita importância. Fiquei um bom tempo ali pensativo, me lembrando do beijo, de seu toque suave... Céus... Tinha que descobrir quem era essa mulher.

Sem pensar muito no que fazer, saí do escritório até meu carro, peguei as chaves com meu motorista e mandei ele voltar para casa que eu mesmo iria sozinho dirigindo mais tarde. Ele achou estranha minha atitude, mas não disse nada e também não era da conta dele o que eu fazia ou deixava de fazer. Entrei no carro e refiz o caminho até a casa daquela estranha que ajudei no parque e que não saía de minha cabeça desde então e estacionei a apenas alguns metros do enorme portão. Não faço a menor ideia de quanto tempo fiquei parado ali, sem sinal dela ou de qualquer pessoa, apenas empregados entravam e saía da mansão, não estava me reconhecendo, desde quando fico montando guarda na porta de uma mulher? Desde que decidir mudar de vida eram as mulheres quem se jogavam a meus pés mas essa não era qualquer mulher, era intrigante, misteriosa, inteligente, diferente... Sem contar a beleza fora do comum.

Acabei desistindo de esperar por ela e fui direto para casa. Corri para meu quarto deixando Matilde falando praticamente sozinha. “Quem sabe ela não apareceria no parque essa noite para correr.”

Troquei o terno por uma roupa mais confortável, calcei um tênis de corrida e segui direto para o parque. O caminho que costumava a fazer até o parque ficou mais longo do que de costume, minha ansiedade em chegar logo me fez andar mais rápido e quando finalmente cheguei, fui à pequena pracinha onde a vi pela primeira vez, olhei por toda a parte a procura dessa estranha mas nenhum sinal dela, talvez já estivesse correndo então comecei a correr sempre procurando por ela por todos os lados, não a encontrei.

Nem sei quantas voltas dei pelo parque com a esperança de que ela aparecesse, ela simplesmente não foi correr essa noite, talvez costumasse correr durante o dia, pensava enquanto fazia meu caminho de volta para casa.

– Não vai jantar? - Matilde perguntou assim que me viu entrar em casa.

– Não Matilde, estou sem fome hoje! - Disse olhando desanimado.

– O senhor não pode deixar de se alimentar! - Ela insistiu. – Ainda mais depois de praticar exercícios assim! - Disse me olhando.

Eu estava todo suado devido à corrida, corri mais do que de costume, e atrás de uma completa estranha. Não estava mais me reconhecendo.

– Se sentir fome, mais tarde preparo alguma coisa para comer. - Disse sorrindo enquanto passava por ela e seguia até as escadas. – Boa noite! - Disse subindo rapidamente.

Tomei meu banho enquanto odiava a mim mesmo pelo que estava fazendo. Estava cometendo o mesmo erro que cometi no passado, não tinha que ir atrás dessa mulher era ela quem teria de vir atrás de mim e se enfiar em minha cama como todas as outras fazem. Essa era a maneira certa de as coisas acontecerem para mim, eu apenas iria saciar meus desejos com ela até que me enjoasse e a mandasse embora como sempre fiz, nunca me permitindo amar alguém novamente, nunca me permitindo construir laços mais fortes com qualquer mulher das que já levei para a cama.

Deitei-me em minha cama com a intenção de esquecer essa estranha, esquecer seus olhos verdes me olhando com raiva, seus lábios firmes e macios, seu toque suave, seu perfume... Ainda podia sentir seu perfume em minha memória... “Maldição! Isso não esta dandá muito certo... Como esquecê-la?”

Estou desejando-a com cada fibra do meu corpo, não vou conseguir tirá-la da minha cabeça enquanto não tê-la em meus braços, enquanto não possuí-la e só assim nunca mais pensarei nela.

– Preciso vê-la novamente! - Disse a mim mesmo decidido. – Preciso levá-la para minha cama! – Continuei determinado a fazer alguma coisa para que isso se concretizasse.

Então voltei a me deitar disposto a seduzi-la até que conseguisse o que queria dela. Adormeci depois de horas com aquela mulher em minha cabeça.

* Paulina narrando *

Acordei um pouco atrasada no dia seguinte e um pouco indisposta, quase não consegui dormir pensando em tudo o que Sophia me disse, pensando no estranho que estava roubando os meus pensamentos. “O que era aquilo? Como alguém podia tomar posse de meus sentidos assim sem ao menos conhecê-lo? Eu estava ficando louca!”. Tomei uma ducha e me arrumei, logo segui até o quarto de Sophia que já estava acordada também pronta para tomarmos café e irmos para o aeroporto.

– Bom dia! – Disse enquanto entrava em seu quarto cumprimentando-a com um beijo.

– Bom dia, Lina! – Respondeu Sophia com um sorriso caloroso.

– Está pronta para irmos? – Perguntei segurando em seu ombro.

– Sim, mais que pronta! Agora só dependemos de Adelina e podemos ir.

– Claro, vou falar com ela... – Disse-lhe forçando um sorriso. – Vamos descer para o café da manhã e logo seguimos ao aeroporto. – Conclui olhando-a.

– Tudo bem, Adelina já nos espera para tomarmos café. – Disse olhando-me de forma estranha.

Descemos para a sala e lá encontramos e cumprimentamos Adelina que apenas nos esperava. Tomamos café juntas e logo o taxi chegou para nos levar ao aeroporto, nosso vôo estava marcado para dali a duas horas e eu estava ansiosa, não sei, estava louca para chegar logo em casa, sentia que Sophia me observava e isso estava me incomodando muito. Não lhe perguntei o porquê me olhava tanto daquele jeito e preferi não falar nada, pois já tinha uma idéia do motivo de sua fiscalização repentina e ela me conhecia, sabia que algo estava mexendo comigo, mas não sabia o que era e eu não podia deixar que ela descobrisse, não mesmo!

Chegamos ao aeroporto e conseguimos embarcar tranquilamente, Sophia não deixava de me analisar e buscava sempre um assunto diferente para conversarmos. Não estava a fim de conversa aquele dia, mas me esforcei para dar-lhe atenção já que Adelina dormiu durante a viagem inteira, Sophia era muito tagarela e eu tinha que escutar tudo o que ela me dizia, ela não parava de fazer planos e não parava de falar de uma tal festa que aconteceria nos próximos dias, insistia que eu fosse mas eu disse que depois conversaríamos sobre isso, logo ela se aquietou e também dormiu um pouco e eu dei graças a Deus por ela não ter me questionado sobre a minha indiferença aquele dia. Me martirizava por não poder dividir alguns segredos com ela e ainda mais por estar tão fissurada naquelas lembranças que estavam me invadindo em cheio, aquilo tinha que parar.

Chegamos em solo mexicano e eu estava aliviada, pois logo estaríamos em casa e eu poderia voltar as minhas atividades normais, tinha muitas expectativas sobre o nosso futuro, estava mais que confiante. Fui calada durante nosso trajeto inteiro de volta pra casa, parece que Sophia tinha parado de me avaliar e eu respirava aliviada satisfeita por ela estar quieta, me prendi em meus devaneios e me despertei quando percebi que havíamos chegado em casa, por fim!

– Lar doce lar! – Exclamou Sophia quando adentramos a casa livrando-se de suas malas, jogando-as sobre o chão. – Parece que não venho aqui há anos!!! Quero ver o papai logo e a Cacilda também... Ai que saudade!

– Sim, minha filha... Eu também sinto essa sensação. – Disse Adelina sorrindo em concordância com Sophia. Eu ri das duas. – Vou falar com a Cacilda, sinto falta dela também, ela nem deve ter visto que chegamos.

– Então sejam bem vindas de volta! – Disse para as duas. – Agora se me dão licença, eu vou para o meu quarto. Vou tentar dormir um pouco antes de ir à fábrica hoje. – Continuei sorrindo-lhes enquanto seguia em direção as escadas.

– Ei Lina! – Chamou Sophia por mim, voltando a minha atenção a ela. Senti um frio percorrer por todo meu corpo. Não queria nem imaginar o que ela estava prestes a me indagar, mas sabia que mais cedo ou mais tarde ela me perguntaria sobre a minha indisposição.

– S-sim Sophia, diga-me! – Disse quase inaudível olhando-a.

– Posso ir com você? – Ela me perguntou com cautela.

– C-claro, pode sim. – Respondi após soltar a respiração que eu estava prendendo sem ao menos perceber e ela me acompanhou até o meu quarto. Não sei porque estava tensa.

Sophia entrou em meu quarto junto comigo, agora quem estava estranha era ela. Não parava de me olhar com os olhos arregalados, andava de um lado para o outro movimentando as suas mãos uma na outra em gesto de nervosismo. Ela queria me perguntar, eu sabia, mas estava apreensiva. Eu não disse nada, apenas a absorvei disfarçadamente enquanto me trocava e ela sentou-se sobre a minha cama ainda calada, mas não precisei esperar tanto para que ela começasse.

– Lina, está tudo bem com você? – Perguntou finalmente me olhando com apreensão. – D-digo, com a gente? – Franziu o cenho.

– Como assim, Sophia? – Perguntei enquanto me aproximava dela, sentando-me ao seu lado.

– É que... Depois daquela pequena “discussão” – Disse enquanto gesticulava as aspas do principal assunto daquela hora. – que tivemos ontem você está estranha, séria, pensativa... Eu te disse algo que te magoou?

– Ai não, minha irmã... – Olhei-a com carinho, ela estava realmente preocupada que eu estivesse com raiva dela. – Como você pode estar pensando assim...? – Perguntei enquanto a abraçava.

– Ah Lina, é que por mais que você pense o contrário, eu te conheço e sei que alguma coisa tá te incomodando. – Disse saindo de meus braços, olhando-me fixamente, avaliando-me novamente.

– Não, Phia. Como você pode pensar algo assim? – Perguntei desviando o meu olhar, levantando-me rapidamente, fugindo de seu campo de visão. Ela realmente me conhecia e, mesmo que eu não estivesse chateada com ela, sabia que tinha algo a mais me tirando o sossego.

– Fico aliviada por saber que não é nada comigo, sei que aquele assunto de ontem te desconcerta mas algo me diz que a sua atitude de hoje tem a ver com o que conversamos ontem... – Disse levantando-se andando em minha direção. – Tem alguém, Lina? – Perguntou-me penetrando o seu olhar no meu, segurando os meus ombros com as duas mãos, me encurralando.

– N-não Sophia! – Respirei fundo tentando demonstrar ao máximo uma verdade. - Eu já te disse que não! – Disse me soltando dela, caminhando até o closet, mas ela me seguiu. Me sentia em uma perseguição sem fim.

– Aí tem coisa, Lina... Não é possível, é só falar que está escondendo alguma coisa que você já fica tensa, nervosa, quase não consegue falar, fica pensativa, afinal, percebi que desde que voltou pra casa você vive no mundo da lua, pensando em algo ou alguém que não sei... – Continuou enquanto me olhava de braços cruzados e sobrancelha arqueada.

– De onde você tirou isso? – Perguntei encarando-a irritada, peguei o meu roupão e desviei dela indo em direção ao banheiro deixando-a parada ali no mesmo lugar.

Tomei um banho um tanto demorado para ver se Sophia sairia de lá quando eu terminasse. Inútil. Me deparei com ela mexendo em seu celular deitada sobre a minha cama. Ela estava me esperando.

– Mas o quê? – Bufei ao vê-la novamente ali, mas já era de se imaginar. Ela é muito insistente e não descansaria até arrancar alguma coisa de mim e eu precisava de paz. – Você aqui ainda... – Disse-lhe enquanto sentava-me em frente à penteadeira para secar os meus cabelos.

– Claro, e você não me escapa... – Respondeu enquanto virava-se ainda deitada apoiando-se em seu cotovelo para me olhar através do reflexo do espelho. – Quem foi que te deixou assim? Me conta vai, minha irmã! – Disse implorando. – Não é possível que você não confie em mim. – Continuou desanimada.

– Não é isso... – Disse-lhe baixando o olhar.

– Então o que é? Ele é feio? – Perguntou empolgando-se rapidamente. – Já sei, ele é pobre! Ah Lina mas isso é o de menos, eu sei que você não se importa com nada disso... Então vai, me conta qual é o problema. - Disse atropelando as palavras sem obter resposta. – Ahh não acredito! – Continuou colocando sua mão sobre a boca e arregalando os olhos demonstrando espanto, chamando a minha atenção de volta a ela. – Ele te pediu em casamento ou .. Nãooo, ele é casado? Oh meu Deus, Lina!

– Não Sophia, credo! – Disse sorrindo, essa menina não dava nó em pingo d’água. – É que eu não o conheço...

Contei tudo a Sophia, desde a cãibra que senti no parque até a joelhada que eu dei naquele estranho por ter sido tão atrevido e insistente. Ela escutava tudo com bastante atenção e ria de tudo a todo o momento, eu também ria. Realmente tinha tratado o pobre coitado muito mal depois de um favor que ele me fez, mas agora não tinha mais volta e ele deve ser como os outros cafajestes, ou até pior. Conclui com essa frase, Sophia estava completamente encantada com a história que eu acabara de contar.

– Ai Lina, que fofo ele... Já gostei dele assim de cara! – Disse com os punhos cerrados sustentando o seu queixo, fantasiosa. – É de um assim que você precisa!

– Um assim? Assim como, garota? – Perguntei perplexa, essa menina é muito atrevida.

– Um que te desafie, que te encare, que te dome. – Disse com expectativa enquanto me olhava, fazendo-me virar para olhá-la, estava assustada com o que ela estava dizendo.

– Sophia! – Exclamei seu nome em reprovação.

– Lina, precisamos encontrá-lo, qual é o nome dele? – Sugeriu exasperada enquanto mexia em seu celular fuçando algo rapidamente.

– E-eu não sei... – Respondi sem graça. – E não quero saber. Pedi que ele fosse embora e nunca mais voltasse e foi isso que ele fez. Deixa quieto, prefiro assim...

– O queeeee? – Perguntou desesperada, levantando-se bruscamente. – Depois de tudo o que você me contou, do beijo que ele te deu e te levou a uma dimensão que você sequer saiu, você me diz uma coisa dessas? Não posso acreditar que esta pessoa que está em minha frente é a minha irmã de antes. – Dizia enquanto se aproximava de mim e gesticulava com as mãos desenhando o meu corpo da cabeça aos pés. - Como você pode ter mudado tanto? Parece que estamos falando sobre o fim do mundo. – Continuou incrédula.

– Pois é as pessoas mudam e é melhor deixar pra lá. E você não ouse em procurá-lo. Não estou desesperada, ok? – Ordenei olhando-a seriamente.

– Mas, Lina eu...

– Nada disso! – Interrompi imediatamente a sua argumentação antes que ela me convencesse. – Não quero vê-lo novamente e você fica quieta, já conseguiu o que queria, agora eu preciso de espaço, não me pressione mais. Não quero ter motivos pra me chatear com você, entendido? – Disse esperando a sua demorada resposta.

– Entendido! – Respondeu vencida. – Tudo bem, imaculada intocável. – Continuou. – Mas tudo bem, quero só ver no que isso vai dar, principalmente se ele vir te procurar.

– Ele não virá. – Disse confiante.

– Veremos... – Concluiu misteriosa. – Bem, vou indo. Preciso descansar um pouco também, combinei de ir com as meninas ao shopping hoje à tarde e preciso me cuidar porque estou um caco.

– Mas ainda bem nem chegou em casa e já vai sair? Papai está com saudades.

– Eu sei, mas eu o verei hoje à noite e podemos jantar juntos e matar a saudade... De qualquer forma, iria ficar sozinha em casa enquanto vocês estiverem na fábrica.

– Porque não vem comigo? – Sugeri, seria uma boa idéia Sophia começar a conhecer um pouco mais da fábrica.

– Claro! – Respondeu com empolgação. – Estive pensando mesmo em ir lá com você, mas vamos deixar para amanhã? Prometo que amanhã iremos e faremos tudo o que você quiser.

– Tudo bem. – Respondi-lhe sorrindo. – Depois vemos sobre isso.

– Ta bom, Lina... Descanse, depois nos falamos. – Despediu-se com um beijo e saiu de meu quarto deixando-me ainda mais pensativa que antes. Logo fui descansar, pois tinha que ir para a fábrica dali a algumas horas.

# Carlos Daniel narrando #

Acordei cedo e segui direto para o trabalho. Enquanto seguia de carro pelas agitadas ruas do México a vi parada no meio fio e não pude deixar de sorrir, a sorte estava em meu favor.

– Olá moça do parque! - Disse ao me aproximar com um sorriso no rosto – Quer uma carona? - Perguntei enquanto apontava em direção ao meu carro estacionado a apenas alguns metros.

– Pensei que a teria sorte de nunca mais precisar te ver! - Ela disse me olhando daquela mesma forma de sempre.

Mal conversamos e ela já estava me tratando mal, o que essa mulher tinha contra mim?

– É... Acho que não começamos muito bem! - Disse sorrindo enquanto a olhava com mais cuidado.

Ela estava ainda mais linda do que da ultima vez que a vi. Vestia uma saia rosa um pouco acima dos joelhos e uma blusa branca manga ¾, uma sandália de salto alto também branca e os cabelos castanhos soltos ao vento que sempre os jogavam em seu rosto, senti minha mão coçar com vontade de afastá-los.

– Nem devíamos ter começado! - Ela rebateu sem me olhar rapidamente e em seguida me ignorando.

– Sei que me comportei mal com você e quero me redimir! - Disse olhando-a. – Venha, te dou uma carona! - Convidei segurando sua cintura guiando-a até o carro, mas antes de darmos dois passos ela saiu do meu alcance rapidamente me olhando de forma séria, podia ver que estava a ponto de voar em meu pescoço ou quem sabe me golpear novamente onde mais doía.

– O que pensa que está fazendo? - Ela perguntou irritada.

– Quero te dar uma carona! - Expliquei olhando-a de testa franzida, ela era ainda mais difícil do que imaginava.

– Não quero carona! - Ela disse me olhando. – Me deixe em paz! - Pediu se afastando. – Finja que não me conhece!

– Impossível! - Disse sorrindo enquanto a olhava, seu semblante sério, mas isso a deixava ainda mais linda.

Fiquei tentando imaginar o quão mais linda ainda ela poderia ficar se sorrisse, então a segui e me posicionei ao seu lado, cruzei os meus braços e fiquei olhando os carros passarem em silencio.

– Não vai embora? - Ela perguntou depois de um tempo.

– Não até você entrar naquele carro e deixar que eu te dê uma carona! - Disse seriamente decidido.

Ela me olhou em silencio por apenas um instante e então bufou irritada e seguiu andando em direção ao carro. Não pude deixar de notar suas longas pernas quanto caminhava em minha frente.

Seguimos em completo silencio...

– Vou ter que dar uma parada em meu escritório antes, se você não se importa! - Disse olhando-a rapidamente.

Ela não disse nada apenas continuou a olhar a janela como fazia desde que saímos.

Voltamos a ficar em silencio enquanto já entrava na garagem e logo seguíamos até meu escritório. Ainda era muito cedo e estava vazio.

– Essa é minha sala! – Disse-lhe quando entramos.

Observei-a andar pela sala olhando tudo a sua volta.

– Você é sempre mal humorada assim? - Perguntei enquanto a analisava.

– Somente com caras como você! - Rebateu enquanto andava pela sala observando tudo com curiosidade.

– O que quer dizer com isso? - Indaguei enquanto seguia em sua direção parando em sua frente.

– É melhor deixar isso pra lá! - Ela disse me olhando seriamente.

– Hum! – Disse-lhe enquanto a media dos pés a cabeça e agora com nossa proximidade podia sentir seu perfume invadir meus sentidos, então me aproximei mais ainda e a vi dar um passo para trás me olhando com o cenho franzido.

– Sabe de uma coisa? - Perguntei enquanto me aproximava mais ainda a encurralando contra a estante de livros que estava a suas costas. – Desde que te conheci naquele parque não paro de pensar em você!

– Nem pense nisso... ou... eu grito! - Ela ameaçou colocando suas mãos em meu peito tentando me manter longe dela.

– O único grito que quero arrancar de seus lábios é de prazer! - Disse enquanto a olhava de forma intensa.

Antes que ela pudesse dizer alguma coisa a envolvi pela cintura e capturei seus lábios em um beijo faminto, ela lutou bravamente para se soltar, mas aos pouco a senti se render ao beijo e corresponder na mesma intensidade enquanto envolvia seus braços em meu pescoço e bagunçava meus cabelos.

A prendi contra a estante e colei meu corpo no dela, podia sentir cada centímetro de sua forma. Nossas línguas travavam uma disputa, minhas mãos percorriam seu corpo por cima das roupas.

Fiz com que envolvesse as pernas em minha cintura e a carreguei até minha mesa colocando-a sentada ali, ficando entre suas pernas agora expostas e não hesitei em acariciá-las. Abandonei seus lábios enquanto provava de sua pele. Tínhamos pressa em sentir um ao outro e com pressa a ajudei a se livrar de sua blusa e me livrei da minha enquanto voltava a beijá-la e a apertava contra mim, céus, essa mulher estava me enlouquecendo, nunca senti assim antes, necessitava tê-la.

– Carlos Daniel! - A ouvi me chamar, então a toquei de forma mais intima arrancando gemidos de seus lábios e voltei a percorrer minhas mãos por seu corpo acariciando-a, ela se contorcia diante de minhas caricias, seus gemidos me deixavam ainda mais excitado e mal podia me conter.

– Carlos Daniel! - A ouvi outra vez e então algo me chamou a atenção.

Nunca disse meu nome a ela, então abri os olhos me deparando com Matilde me olhando com preocupação.

– Desculpe acordá-lo, mas já são quase 10h da manhã! - Explicou quando a olhei de forma confusa.

– Hã... Sim, claro! - Disse sentando-me mas ao ver meu estado de excitação, puxei minhas cobertas para me cobrir rapidamente rezando para que Matilde não tenha notado nada, a olhei em busca de algum vestígio de que tenha notado, mas por sorte parecia alheia ao meu “pequeno” desconforto.

– Obrigado Matilde, já vou me levantar!

Matilde me deu um pequeno sorriso e saiu me deixando sozinho, respirei aliviado com sua saída e logo fui dominado por um sentimento de frustração e me sentia irritado comigo mesmo, não era mais um adolescente para ficar assim por uma mulher.

Nem dormindo conseguia esquecer aquela estranha e se não bastasse isso, estava excitado por um sonho e frustrado por ter sido acordado na melhor parte.

– Tenho que encontrá-la! - Disse pensativo. – Essa mulher está me enlouquecendo e eu ainda nem a toquei direito!

...


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Comentem, opinem, divulguem! hehehe
Beijos à todassss e até o proximo capitulo!