A Escolha escrita por Leticia R


Capítulo 5
Capítulo 5 ♛ Camélia


Notas iniciais do capítulo

Olá queridas!
Espero que gostem desse capítulo, afinal... Ele está bem compridinho.
Boa leitura ^.^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/486192/chapter/5

Caminhei até o casaco...

Sentir as mãos de Alexander em mim foi algo diferente. Nenhum homem jamais segurou em minha cintura, a não ser o meu pai, que sempre fez isso desde que eu era pequena.

O pior não foi o fato de ele ter segurado a minha cintura, mas o fato de que cada vez mais... Ele subia suas mãos aproveitando o momento em que eu me questionava em silencio, e me observando da melhor forma possível, graças ao seu excelente ponto de visão. Mas, eu fico me perguntando... O por que disso tudo? Afinal, Alexander não parece gostar muito de mim... Só pelo jeito que me trata, acaba ficando evidente.

Agarrei o casaco preto de microfibra.

Um arrepio passou pela a minha espinha. Mas que tipo de pensamentos eram esses?! Isso não era para acontecer. Alexander não podia ter feito isso... E se meu pai estivesse olhando? ... E se algum dos guardas tivesse visto e corrido para contar ao meu pai? Meu deus! Alexander sairia da seleção rapidinho...

Mas e se ele quisesse sair mesmo da seleção...?

Quer dizer... Vejamos os fatos. A falta de educação ontem foi inaceitável para mim. Ele veio com todo aquele papo de casta e querido Alex... Nós praticamente nem conversamos, apenas nos olhamos e trocamos palavras curtas de fácil entendimento.

E agora, ele me agarra, me toca e empurra para longe como se fosse repulsivo ficar ao meu lado. Espero profundamente que meu pai não fique sabendo sobre isso... Porque se souber...

– Princesa Katherine?

Virei e encarei seus olhos. Mark tinha olhos verdes, mas não um verde qualquer, um verde puxado para o escuro. E seus cabelos eram lindas coroas loiras e bem cuidadas.

– Talvez seja melhor entrar, afinal, vamos morrer de frio aqui.

Assenti entregando o casaco para ele.

Quando virei meus olhos para frente, percebi que Alexander continuava escorado na árvore. Mark não notou, continuou observando os próprios pés enquanto caminhava em silencio ao meu lado.

– Mark, pode continuar para o seu dormitório. Acabei de lembrar que perdi minha pulseira enquanto corria.

Ele me olhou e então abaixou a cabeça.

– Tem certeza? Posso lhe ajudar a procurar...

– Não é preciso – Parei no caminho – Apenas leve o casaco para Joel.

Mark hesitou por um tempo, mas assim que persisti com o meu olhar, ele assentiu e continuou caminhar sozinho.

Bufei sentindo frio. A geada que caia e o chão coberto pelos pequenos pontos brancos deixavam o jardim lindo. Mamãe sempre soube cultivar muito bem as flores, assim como eu sabia cultivar muito bem minhas camélias.

Observei atentamente Alexander. Ele havia se virado para o outro lado enquanto segurava algo na mão. Caminhei cautelosamente até a grande árvore que ele ainda se escorava.

O objeto que ele tanto admirava era uma de minhas camélias. A de cor amarela. Senti o nervoso subindo.

– Essa flor é especial. – Disse nervosa. Ele virou seu rosto para mim – Não é igual as outras, por isso, não arranque mais elas.

Alexander virou seu corpo para mim. Ele voltou a olhar a pequena flor em suas mãos e depois sorriu.

– Então quer dizer que eu posso arrancar qualquer uma, menos a amarela? – Ele perguntou.

Neguei com a cabeça e senti minhas bochechas esquentando.

– Não foi isso eu quis dizer. – Tentei me concertar – Quer dizer, também foi isso o que eu quis dizer mas... – Ele estreitou os olhos tentando me entender – É que... As flores dessa espécie são minhas, não gosto que mexam no que pertence, principalmente de algo que eu demorei tanto para cultivar.

Ele voltou com o seu olhar sério, mas então, deixou transparecer uma pequena curva de seus lábios. Alexander não era do tipo que ria muito, nem do tipo que contava piadas e faziam os outros rirem, mas eu sabia que dentro de toda aquela seriedade e rigidez que ele deixava evidente, por dentro, existia um pouco de compaixão e honestidade. Porque afinal, ninguém é só trevas.

– Então quer dizer que... Eu não posso arrancar nenhuma de suas camélias? – Ele perguntou fazendo um leve biquinho.

Deixei um pouco a posição autoritária e pensei a respeito.

– Você... Sabe que flor é essa? – Perguntei.

Ele sorriu radiante.

– Ah sim, camélias são bem raras aqui, principalmente as amarelas. Afinal, elas são mais conhecidas no Japão e na China mas... Eu não me surpreendo que a princesa de Illéa obtém da flor mais bonita desse mundo.

Pisquei impressionada.

– O que foi? Só porque sou homem, não posso gostar de flores? – Ele perguntou de forma suspeita.

– Não, não é isso... É que... – Respirei fundo – A maioria das pessoas nunca se importam com que tipo de flores tem no jardim. Houve um tempo em que minha madrinha Marlee, trazia meus primos para brincar, eles eram pequenos mas... Sempre estavam por ai... As arrancando. – Lembrei de Julie e John naquele tempo – Eu dizia a eles que não podia arrancar as flores, principalmente as minhas camélias... Talvez seja por isso que eu não goste quando as tocam.

Alexander escutava atentamente.

– Mas não, não é estranho um homem gostar de flores. Na verdade, eu acho muito admirável que se goste delas, principalmente das camélias.

Ficamos em silencio por um tempo. Alexander suspirou longamente enquanto ainda brincava com a flor.

– Minha mãe era jardineira. – Disse.

Eu o encarei. Jardineira? Você está de brincadeira, não é...?

– Quer dizer, foi jardineira.

Abaixei meus olhos entendendo o sentindo daquela curta frase.

– O que aconteceu com ela? – Perguntei envergonhada.

Ele me olhou. Com seus olhos azuis, ele os pairou sobre mim. Observei que ele se encaminhava até a minha frente. Olhei para cima e avistei aquelas safiras me olharem de volta.

– Ela morreu quando eu tinha doze anos – Ele analisou os meus olhos – Por que está tão curiosa?

Abaixei a minha cabeça e senti o rubor. Porque ele sempre tinha que perguntar ou dizer coisas que me deixam tão envergonhada. Eu realmente não entendia...

– Apenas... Hum... Você foi o único que não me contou nada sobre a sua família, eu só estava querendo saber... Mas, tudo bem... Atrevimento meu, não precisa falar nada se não quiser.

Assim que disse, comecei lentamente me virar e voltar para baixo das minhas cobertas. Mas antes de tentar, Alexander segurou delicadamente o meu pulso. Virei meu rosto para ele e voltei na mesma posição em que estava.

– Você deve me odiar por ser assim, não é? – Ele perguntou chateado.

Observei ele entristecer. O que se passa na cabeça dele? Quer dizer, veja como ele mesmo se trata. As vezes tenho a impressão de que ele mesmo não aguenta ser assim.

– Como assim odiar? Eu fiz uma pergunta inconveniente, não tenho que te odiar por não querer responder. - Disse ainda vermelha.

– Não é isso que eu quis dizer. – Ele suspirou – Você deve me odiar por ser assim, desse jeito. Eu mal te conheço e a tratei como uma qualquer, sinto muito. Mas, eu não posso mudar quem eu sou... Então... Me desculpe por ser tão... Petulante as vezes. - Levantei a minha cabeça – E quero pedir desculpas... Pelo empurrão que te dei antes.

Ele está mesmo se desculpando?

Alexander deixou escapar um pouco do nervosismo...

– Antes da minha mãe morrer, eu a ajudava na estufa. Tínhamos um enorme jardim nos fundo de casa. – Ele suspirou – Sabe, foram tempos difíceis... Época em que o povo ainda não tinha aceitado o caimento das castas... Então por isso, minha mãe ainda era vista como uma sete.

Alex...

– Ela cultivava muitas flores... E entre elas, a camélia. Minha flor preferida. Não tínhamos dinheiro para importar flores muito caras, mas minha mãe sempre investiu nas camélias, e por mais incrível que seja... Elas sempre deram lucro. – Ele sorriu.

Estreitei os olhos.

Alexander suspirou.

– Ela morreu em uma noite de tempestade. A chuva estava destruindo as camélias, então, ela correu para tentar salva-las.

Abri a boca querendo dizer algo...

– Mas assim que ela chegou. Eu não a vi mais... – Ele disse triste – Não consegui mais encontra-la, eu... Eu chamava seu nome várias vezes mais ela não me respondia e...

Estendi a mão e segurei o seu braço. Alexander virou seus olhos para o local que eu segurava e então voltou a olhar para mim. Seus olhos sérios voltaram, assim como o seu jeito disciplinado de ser.

– Muita gente morreu naquele dia. Então, eu venho culpando a chuva desde então.

Senti uma dor no meu coração...

Alex... Eu não sabia...

Ele limpou a garganta e tossiu uma vez.

– Eu realmente não sei porque estou te contando isso... Mas acho melhor você subir, daqui a pouco os guardas aparecerão, e tenho certeza que eles não irão gostar de ver a princesa de Illéa junto ao um homem que ela mal conhece. – Pronto, a libertinagem voltou.

Retirei a mão do braço de Alex. Antes de sair, olhei mais uma vez para os seus olhos cansados. Suas olheiras eram tão profundas... Que talvez nem a maquiagem ajudaria.

– Bom, é melhor você voltar também. Não está mais chovendo, apenas geando. – Afirmei.

Ele sorriu de canto.

– Tem razão... Já vou subir... Só quero ficar mais um tempo aqui. Eu gosto de pensar.

Assenti. Me virei e comecei a caminhar lentamente. Alex então... Já foi pobre, quer dizer... Como ele ficou rico? Ou melhor, se a mãe dele era uma sete, logo, ela se casou com um dois... Mas e o pai de Alex? O que ele faz? O que ele é? Onde ele estava nessas horas? Todas essas perguntas que eu não sabia a resposta estava me deixando brava. Brava por não saber sobre sua família... E brava por querer saber e não poder.

Parei abruptamente.

– Alex. – Chamei seu nome.

Ele reapareceu dentre a vasta folhagem dos arbustos e árvores. Olhou para mim, e então esperou.

– Qual era o nome dela? – Perguntei não muito longe dele.

Ele fez uma cara interrogativa.

– Ela? – Perguntou.

– A sua mãe, qual era o nome dela?

Alex sorriu para mim e então olhou novamente para a camélia amarela em suas mãos.

– Camélia, o nome dela era camélia. – Disse baixinho.

Meu queixo caiu.

♛♕♛♕♛

– Seu pai me disse que sonhou com você. Ele disse que vocês estavam na sala de jantar com o enorme livro da antiga Illéa.

America penteava os meus cabelos com aptidão. Suas delicadas mãos se enrolavam em meus pequenos cachos e faziam voltas os massageando.

– Ele também disse que enquanto liam o livro, tomavam chá de boldo, e foi por isso que ele acordou.

Soltei uma gargalhada com esse comentário, afinal, não tinha como não rir. Papai odiava chá de boldo, assim como todo o tipo de chá amargo que podia existir.

– Ai Kat, ele está tão mal... Você sabe como ele fica quando vocês não conversam. – Ela suspirou.

Não disse nada, afinal, o que eu poderia dizer? Nós nem fizemos um escarcéu, como na última vez. Mas quem sabe eu esteja marcada pela nossa última briga, e por isso... Eu não queira o perdoar tão rapidamente.

– Ele está arrependido... Ele disse que já pediu desculpas a você, mas você o rejeitou. – Ela suspirou novamente. – Minha querida, de uma chance para o seu pai.

Balancei a cabeça negativamente. A última coisa que me vem à cabeça é perdoar o próprio pai. Mamãe sempre fazia isso. Concertar as besteiras dele. E de toda a forma, isso se torna fácil, não é? Assim ele não precisava lidar comigo.

Fiquei um pouco inquieta.

– Você lembra da última vez? – Perguntei a ela – Aquela vez eu mal o reconhecia. A forma que ele brigava comigo e o jeito que ele me olhava... Era tão ignorante. Eu tinha apenas perguntado se eu poderia sair da castelo para brincar na trilha... E o que ele fez? – Senti-me irritada por lembrar daquilo – Ele gritou comigo e me mandou para o quarto. E sabe o por quê? Para se livrar de mim, para se livrar do problema...

– Não diga isso Katherine! – America largou a escova de cabelo e olhou para mim pelo o espelho. – Seu pai, naquele dia... – Ela fechou os olhos por um breve momento – Eu sei que ele foi grosso, insensível e muito ignorante. As seu pai não é assim, nunca foi assim.

Uma lagrima rolou dos meus olhos. Abaixei a cabeça sentindo meu músculos se contraírem.

– Mas então... Por que ele é tão duro comigo? Porque ele é tão rígido? Sendo que eu simplesmente não faço nada para aborrece-lo.

– Porque seu pai, tenta ser o melhor. Mas isso o desgasta. - America suspirou pela terceira vez. – Seu avô não era o melhor pai do mundo, e por isso, Maxon tem essa ideia que ele deve ser o melhor. O melhor rei e o melhor pai.

Assenti entendendo sua explicação.

♛♕♛♕♛

~ Salão dos homens ~

– Minha tia era chefe de cozinha, ela fazia tortas deliciosas. Mas tenho que admitir que essas tortas chegam a ser melhores do que as dela. – Joel sorriu para a torta a sua frente.

– Eu experimentei todas. A de morangando é a minha preferida até agora. – Mark disse enquanto saboreava sua incrível torta de morango.

– Está brincando? A de chocolate é a melhor. Principalmente porqu...

– Ah, calem a boca!

Os homens que conversavam sobre tortas viraram a cabeça. Carter fuzilou-os com seu olhar vigoroso e deu de ombros.

– Estão mesmo falando de tortas? Até parece que alguém liga para isso. – Carter disse arrogantemente, e assim, voltando a conversar com Kevin.

Joel cortou em silêncio mais um pedaço de sua torta. Ele se encolheu um pouco em sua cadeira e votou a saborear a sobremesa.

– Ei! – Robert chamou por Carter. – Porque não fecha a boca? Cuide da sua vida.

– Robert, calma... Não brigue com ele. – Mark disse.

Robert rosnou em protesto. O atrevimento de Carter perante a Joel e os outros o irritou. Sua raiva era bem vista aos olhos de Hunter, que se controlava para não levantar e importunar aquele homem.

A porta do salão foi aberta. Alexander vinha rapidamente ao encontro dos selecionados enquanto arrumava a gravata com muito cuidado. Ele olhou em volta e percebeu a áurea negativa que alguns de seus “colegas” exerciam.

– Desculpem meu atraso. – Alexander disse a todos.

Assim que começou a se deslocar para o grupo de “colegas” com mais afinidade, foi chamado pelo garoto problema da seleção.

– Olha! O queridinho da princesa apareceu, pensei que tivesse ficado no quarto dela.

Alexander estreitou seus olhos sombrios e deu um passo à frente. Kevin olhou para Carter, esperando alguma reação do homem.

– Desculpe? – Perguntou Alexander.

Carter se levantou e observou os olhos de Alexander. Os olhos castanhos de Carter se fecharam por um certo momento. Mas depois, se abriram. Assim como a sua boca:

– Tive uma visão muito privilegiada da princesa de camisola. – Ele suspirou – É uma pena que ela foi cortada por um certo homem. O que vocês estavam fazendo lá embaixo da árvore, em? Não me surpreenderia se estivessem....

– Chega! – Gritou Alexander. Os outros selecionados olharam para ele com aflição. – Não ouse dizer palavras sujas na frente dos outros. Não me acuse por prestar um serviço a princesa. Ela foi ajudar Joel, nada mais que isso.

Joel olhou para Alexander, com seus olhos medrosos.

– Isso não explica o que vocês dois tanto conversavam embaixo da árvore. – Afirmou Carter.

– Não estava me sentindo muito bem. Por isso a princesa Katherine foi perguntar se estava tudo bem comigo. Como eu já disse, nada mais que isso.

Alexander virou de costas e começou a andar até o seu grupo.

– Você é um homem muito estranho Alexander... Muito suspeito. – Disse Carter em suas palavras finais.

Sentando-se na cadeira ao lado de Mark, os outros observaram Alexander suspirar. Ele deixou um sorriso divertido escapar e então olhou para eles.

– Então, onde posso encontrar essas tortas que vocês estão comendo?

♛♕♛♕♛

Desci calmamente pela escada enquanto sorria. Então eu estava certa. Alexander não era só trevas. Mesmo ele fazendo aquela cara de sério e evitando rir, algumas vezes, ele mesmo não conseguia sustentar as suas emoções.

Me senti extremamente feliz por conseguir arrancar um sorriso verdadeiro dele. Assim também, por tirar alguns vestígios de seu passado.

Quando comecei a descer a segunda metade da escada. Escutei Gina.

– Vamos garotos, mais de pressa. – Ela bufou – Se não se mexerem nunca vão aprender nada.

Os barulhos de conversas e vozes masculinas tomaram o local. Recuei uma passo para não ser flagrada. Os rapazes conversavam longamente enquanto eu os observava.

O vitral no teto deixavam tudo muito claro. Assim que os rapazes passavam pelo corredor, eu tinha a boa visão de seus olhos. Mark caminhava ao lado de Joel enquanto Robert permanecia no meio deles. E lá no final, por último dos últimos... Alexander conversava com Hunter.

Assim que o olhei, vi seu sorriso. O sorriso que ele tanto escondia de mim, e que agora, estava estampado em seu rosto.

– Não pode ser... Ele está sorrindo assim... Tão fácil? – Perguntei baixinho para mim.

Alexander Dupke, um homem misterioso. Eu pouco sabia sobre sua família, como também pouco sabia sobre ele. Mas hoje, tenho que admitir que me surpreendi. Afinal, quem sabe eu nunca mais consiga ver Alexander tão sensível quanto hoje... Quem sabe ele nunca mais mostre seu lado sentimental.

– Katherine? – Escutei uma voz.

Olhei para o topo da escada e vi meu pai. Ele tinha uma expressão curiosa na face. Eu me arrumei decentemente e dei dois passos à frente.

– Ah... Papai. Eu apenas estava... Observando o... – Pensa Katherine, pensa! – O... – Vamos lá! – O vitral... O vitral. Eu estava pensando que seria muito legal se tivesse um desses o meu quarto...

Maxon desceu os degraus e me olhou de forma suspeita. Como se ele soubesse que eu estava mentindo.

– O vitral, não é? – Ele olhou para cima. – Hum... Quem sabe daria para colocar um vitral no seu quarto... Mas iria precisar de uma cortina para evitar que o sol bata em seus olhos. – Ele voltou seu olhar para mim. – Você quer um vitral no seu quarto?

Assenti rapidamente aceitando o presente da minha mentira.

– Tudo bem então, falarei com o arquiteto para colocarmos um vitral em seu quarto. Que imagem você vai querer?

Pensei um pouco...

– Uma camélia. Uma camélia amarela. – Disse.

Papai sorriu e então assentiu para mim.

– Tudo bem, uma camélia então. – Ele concordou sozinho. – Bom... Eu tenho que voltar para minha sala. Tenha um bom dia Katherine.

Maxon se deslocou e caminhou lentamente até a segunda escada. Pensei por um momento... Por quanto tempo essa tensão ainda iria permanecer?

– Papai. – Chamei-o – Espere.

Ele olhou para mim com seus olhos escuros.

– Sim?

Andei cautelosamente até ele e observei seus olhos. Um ponta de esperança vagava sobre eles...

– Pensei que nós dois poderíamos... Pegar os livros da antiga Illéa e ler... Sabe, como nos velhos tempos. Enquanto isso, poderíamos beber um pouco de chá boldo, para acalmar os nervos.

Ele abriu vagarosamente seu sorriso branco.

– Não gosto de chá de boldo. – Ele disse.

Concordei levemente.

– Mas por você, eu faço tudo... Quer dizer, eu bebo tudo.

Levantei meus olhos para ele e então sorri. Maxon estendeu a mão para mim. Eu a agarrei e me coloquei ao seu lado enquanto descíamos.

Papai levou a minha mão até seus lábios e beijou meus dedos.

– Você está muito bonita hoje. – Ele disse animado.

Sorri a para ele.

– Obrigada. O senhor também.

Abracei aquele oportuno momento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então? Bom?
Por favor, não deixem de comentar...
Um beijo queridas