A Escolha escrita por Leticia R


Capítulo 4
Capítulo 4 ♛ Tempestade


Notas iniciais do capítulo

Olá amores! Gente, tenho que confessar que fiquei muito triste com a pouca quantidade de comentários. Você não estão curtindo a fic? Sério mesmo, se tiver algo errado, é só me falar... Ou mandar uma mensagem privada para mim, ok?
E por isso... Fiquei um pouquinho desmotivada para escrever esse capítulo.
Mas enfim...
Boa leitura!



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Analisei cuidadosamente os selecionados...

O que eu pensava que sabia... Era engano. Li todos os possíveis livros de etiqueta, bons modos e comportamento perante a realeza. Escritores famosos que tiveram a oportunidade de comemorar eventos e festividades e que sabiam retratar muito bem como a família real aparentavam socialmente.

Mas aqueles livros... Que eu tanto me enganava, eram tão velhos que o jeito real de se comportar, estava fora de moda. Nem mesmo a minha mãe segurava a xícara e levantava seu dedinho mindinho enquanto deixava seus olhos baixos e sua respiração calma – Como era descrito nos livros. Certo que, eu nunca levantara o dedinho para beber uma xícara de chá. Mas, eu sempre tentava manter a classe enquanto comia e me certificava de estar bem limpinha nos lábios para evitar risos do meu pai.

– São tantos homens... – Disse baixinho para mim mesma – Eu mal consigo entender o que está acontecendo. – Continuei sussurrando.

Observei Mark tentando puxar assunto com Alexander, que permanecia com expressão séria enquanto conversavam. Ethan comia prestando atenção em todos da mesa. Joel parecia se concentrar mais na comida do que em fazer amizades...

Poderia ficar o dia inteiro observando esses rapazes.

Soube exatamente que seria uma escolha muito disputada, afinal, mesmo achando Alexander um homem muito interessante... Não pude deixar de perceber o quanto Mark e Robert me encantaram abundantemente. Senti que minha mente já estava arrumando meus favoritos... Algo que não podia acontecer, já que eu não os conhecia direito, e de acordo com os meus princípios – Que eu mesmo instituí – Não podia deixar a aparência me levar, deveria conhecer o garoto por dentro, e se possível, me apaixonar por ele. Afinal, acho que toda a garota tem o desejo de se apaixonar um dia.

Suspirei nervosa. Seria a primeira vez que comeria na presença de um homem, ou pior... Vinte e cinco homens. E se eu ficasse suja? As vezes sempre fica aquele restinho de comida no dente, vai que... E se eu me afogasse com o suco? Acabaria ficando tão nervosa eu poderia até desmaiar... As possibilidades eram inúmeras.

Ajeitei meu vestido e me coloquei em sentido prima-dona. Meus cabelos estavam muito mais curtos do que eu cultivava, o ruivo natural era composto por pequenas ondulações e ondas da cor castanha, o que deixava um degrade muito bonito nele. Duas cores que se tornavam uma só por causa da forma que se mesclavam. Alguns diriam que é pintado, mas eu digo que é natural, desde a raiz... As pontas.

Assim que segurei o vestido, abri as portas fazendo com que elas se expandissem, dando espaço para a minha passagem. Adentrei de forma muito elegante no recinto, observando os olhares sensatos. A queimação não era visível para eles, mas eu sentia que o nervosismo em mim, era algo muito claro.

Minha mãe sorriu para mim. Repeti o seu gesto. Me sentei de forma vistosa na cadeira e olhei de relance para meu pai. Ele me olhava com um ar esperançoso, mas um pouco triste de certa forma.

– Kat... – Ele sussurrou baixinho. Evitei encarar os seus olhos. – Querida, por favor... Não pode fazer isso comigo. – Ele disse continuando a sussurrar.

Não o olhei.

Se meu avô Clarkson ainda estivesse vivo, ele brigaria comigo, mesmo que nós nunca tivéssemos nos conhecido. Isso é algo que também nunca senti falta, meu avô era tão frio e pouco amoroso – Pelo menos foi o que me contaram - Que quando a notícia de sua morte apareceu em todos os telões de Illéa, muitos não se importaram muito.

Papai me mataria se eu dissesse uma coisa dessas...

Mas a verdade era: Mesmo meu pai tentando se desculpar comigo, eu não queria aceitar a suas desculpas. Maxon tinha o terrível problema de tentar parecer agradável mesmo em horas difíceis. E assim, fazia comigo. Tentava se concertar muitas vezes depois de se irritar comigo, e isso me deixava mal... Afinal, ele podia ser o pai que eu amava, mas eu não era capaz de perdoar tão cedo uma repreensão, principalmente vinda dele.

– Kat... – Ele tocou a minha mão estendida na mesa. Seus dedos passaram carinhosamente por ela. – Kat, olhe para mim... Por favor...

Assim que estava prestes virar meus olhos para ele. Acabei reparando em Alexander, que me observava com muita cautela. Seus olhos azuis se prenderam nos meus assim que percebi que estava sendo observada. Nenhum dos outros selecionados prestava atenção em nós. Apenas Alexander, que tinha uma feição muito diferente no rosto, como se ele estivesse tentando entender os fatos...

Ele desviou seus olhos dos meus e voltou a beber seu suco de laranja.

Subitamente desviei meus olhos dele e os voltei para o meu pai.

– Papai... Acho que agora não é o momento apropriado para esse tipo de conversa. – Sussurrei para ele. E me soltei de sua mão.

Virei meu rosto e comecei a comer a minha comida.

♛♕♛♕♛

Segurei o livro e abri na página marcada...

Estava de pijama em meu quarto. Faltava exatamente dez minutos para o toque de recolher, e mesmo assim eu não me importava. Virei de barriga para baixo e retornei com a leitura do meu livro “A dama da Ilha”.

As luzes do palácio já estavam apagadas. Apenas meu abajur permanecia acesso, para a boa iluminação enquanto fazia minha leitura...

É... Minha leitura...

Tenho que admitir que já estava cansada do mundo dos livros. Não que tinha intenção de abandona-los, claro que não. Mas todas as aventuras, romances, amor e fortes paixões faziam o meu coração palpitar... Por ansiedade e vontade de pelo menos uma vez na vida, pisar fora do castelo. Mamãe e Papai já saíram algumas vezes, mesmo sendo uma proibição para o rei e para a rainha... Mesmo assim.... Eles saiam para cavalgar fora dos portões e limites do palácio.

Suspirei cansada. Será que papai ainda está triste comigo? De toda a forma, ele mereceu um pouco da minha rejeição... Eu acho. Quer dizer, não seria a primeira vez que ele jogava um pouco da sua falta de compreensão em mim. Afinal, tudo estava errado para ele, e isso me incomodava muito... Realmente me deixava muito triste.

Ah papai... Suspirei mais uma vez.

Assim que estava prestes a realmente iniciar a minha leitura, ouvi passos vindos da porta.

Escutei atentamente os ruídos muito audíveis vindo de fora. Aqueles passos não eram dos guardas, isso eu tinha certeza. O jeito que se mexiam devagar e a forma de que pisavam com delicadeza, não eram dos guardas.

Fechei meu livro e ergui a coluna.

Escutei novamente os ruídos delicados dos sapatos bem próximos de minha porta. Levantei de súbito e me certifiquei de ficar atenta aquele movimento tão rumoroso.

Os sapatos pararam em frente a porta.

Um extenso silêncio tomou conta do meu quarto e do lado de fora. Aquele soar de sapato era muito desconhecido para mim. Se fosse o meu pai, ele logo bateria. Se fosse minha mãe, entraria e nem se importaria se eu estivesse me trocando. Mas aquele murmúrio que agora se tornou mudo, era realmente muito distinto...

Senti meus pés se movimentarem até a porta. Assim que cheguei, coloquei a orelha esquerda próxima a ela e tentei escutar algo. Mas nada, simplesmente mais nenhum som.

Calma Kat, fique calma...

Coloquei a mão na maçaneta. Fechei os olhos por um breve momento e senti a crise de pânico chegando...

Abri a porta.

Assim que a abri, não vi nada mais que a bonita parede cor creme e as cortinas compridas cor magenta que enfeitavam o andar. Senti meu corpo relaxar, mas nem tanto.

Dei um passo para frente e observei os dois lados. Esquerda? Nada. Direita? Nadinha.

Recuei com o passo e me dispus a pensar. Seria paranoia? Ou realmente havia alguém ali? Essas perguntas estavam difíceis de responder...

Fechei a porta.

Escutei o toque de recolher. Observei a varanda e a tempestade que estaria por vir, as cortinas se jogavam contra as portas de vidro e um relâmpago acabou me assustando. Corri até lá e fechei as enormes portas.

Acho melhor voltar a dormir...

♛♕♛♕♛

Acordei no susto!

– Droga! Voou para o jardim, é melhor correr. – Escutei uma voz masculina gritar.

Levantei meu corpo e corri para a porta. A cena da noite passada ainda rodava a minha cabeça, mas dessa vez, quando abrira a porta, haveria gente.

– Mas o que está acontecendo aqui? – Perguntei rapidamente.

Mark e Hunter olharam assustado para a mim. E foi assim que eu entendi...

Mas o que era que eu estava pensando?! Sai com vestes de dormir e nem me preocupei. Hunter e Mark me olhavam incrédulos, tudo bem que, eles também trajavam pijamas... Mas eles não eram os príncipes. Eu era a princesa... E estava vestida com uma camisola rosada que cobria parcialmente o meu corpo inteiro.

Desviei meus pensamentos.

– Digam, o que está acontecendo? – Perguntei novamente.

– Ah... Majestade, quer dizer... Princesa Katherine... é que, é que... – Mark olhou para Hunter – Joel deixou seu casaco secando na varanda durante a noite, mas quando acordou de manhã, ele estava jogado no jardim... – Ele voltou a olhar para mim, mas abaixou a cabeça – Perdoe-nos por acorda-la, mas Joel nos acordou correndo e desesperado então nós pensamos em...

– Tudo bem, já estava acordada... – Disse olhando para as escadas – O casaco caiu no jardim? – Perguntei.

Mark e Hunter me olharam desentendidos.

– Princesa Katherine, não acho que seja bom para a senhorita andar nesse frio, está garoando e ventando! Talvez seja melhor voc... – Mark disse a mim.

Não dei muita atenção ao seu conselho e corri para a escadaria. Desci correndo pelos degraus, quase tropeçando em meus próprios pés.

– Espere princesa Katherine! – Mark gritou.

Continuei correndo e nem olhei para trás. Chegando ao jardim, senti meus pés tocando a grama molhada, ainda pude escutar Mark gritando, bem longe de mim.

Corri até as árvores e acelerei ainda mais. Eu era uma garota muito ágil, se me atrevo a dizer. Mas a minha agilidade não foi o suficiente para o que veio agora...

Assim que cheguei perto da primeira árvore, senti uma enorme mão agarrando a minha cintura.

Brutalmente colidi em algo muito duro. Arregalei meus olhos ao sentir mãos fortes agarradas a mim.

– Fique quieta! Vai assusta-la. – Disse o homem que apertava suas mãos em minha cintura.

Assim que me recuperei do impacto, joguei minha cabeça para cima, de forma que ela batesse em seu peitoral. Alexander me olhou seriamente enquanto eu o encarava.

– A coruja, vai assusta-la... – Ele me disse enquanto eu ainda o olhava – Se sair correndo ela vai... Vai... Embora.

Ele fez grandes pausas enquanto ainda olhava para os meus olhos. Senti suas mãos subirem um pouco mais para a minha barriga, fazendo assim, meu rosto queimar.

– Não devia correr por ai usando esse tipo de roupa... Isso é algo muito vulgar, sabia?

Com a cabeça tombada em seu peito, eu continuei a olha-lo. Ele estava escorado na enorme árvore principal, e eu, estava com a cabeça apoiada em seu peito e com suas mãos em minha cintura.

– Ei, q-qual é o p-problema? –Ele perguntou – Por que está me olhando assim?

Observei seus olhos. Eles pareciam muito cansados... A forma em que suas olheiras estavam... Davam a entender que ele não havia dormido.

– Você parece cansado, não dormiu direito? – Perguntei inocentemente.

Deveria ser mais ou menos umas 5:30 da manhã. Ainda tinha neblina no jardim. Talvez, ele não estaria acostumado a acordar cedo, ou melhor, ser acordado antes da hora por um pedido de ajuda. Mas, como o próprio Alexander disse... Ele era da “Casta dois”. Ou seja, não precisava acordar cedo.

Alex virou a cara.

– Eu não gosto muito de tempestades. – Ele disse um pouco envergonhado.

Pisquei algumas vezes com vontade de rir. Então ele tinha medo de trovões? Não era apenas por causa de uma noite mal dormida... Era por causa da tempestade.

Segurei a risada, mas ele percebeu...

Alexander virou seus olhos para mim. Um olhar raivoso foi substituído por seu olhar sério. Senti suas mãos me empurrando levemente de seu corpo.

Assim que me distanciei dele, me virei. Ele me encarou nervoso.

– Vá buscar logo o casaco! – Ele disse alto – Mexa-se!

Senti meu corpo repentinamente começar a se movimentar.

Mas qual é o problema dele?


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Notas finais do capítulo

Queridas, não esqueçam de comentar, ok? Se tiver muitos comentários, prometo escrever um capítulo bem grande... Mas só se tiver.
Me digam o que vocês estão achando da fic. Preciso mudar alguma coisa? Está bom assim? Me digam! Por favor! rsrsrsrs
Bjss amores ^.^
Leticia R.