O loiro aproximava seus lábios felinamente dos da morena, quando eles finalmente se encontrariam em um beijo, Selena caiu do sofá.

– V-você está bem? – Leo se levantou e estendeu a mão para aa moça

– Estou bem, eu... preciso ir. – a sagitariana se levantou e correu em direção ao seu quarto deixando o garoto sozinho.

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Betty estava mais vermelha que um tomate maduro, a garota piscava diversas vezes incrédula, aquilo realmente aconteceu? Essa pergunta era a única coisa que sua mente conseguia processar no momento.

– Hey... você está bem?

– Hum...? – a pisciana o olhava com cara de demente

– Você está bem? – o moreno repetiu sua pergunta começando a se preocupar com a loira

– Eu preciso tomar um ar. – a mais nova se levantou

– Eu vou com você.

– Não! Er... quer dizer... eu vou sozinha.

– Mas...

– Eu vou sozinha. – Betty colocou suas sandálias e logo sumiu da vista do moreno que ficou sem reação perante a situação.

Elizabeth por sua vez, caminhou sem rumo por alguns minutos até chegar ao jardim, vários botões de rosas desabrochavam e a garota chegou até a acariciar uma delas, começou a sentir frio, mas ainda pensava que era “cedo”, não queria correr o risco de voltar e dar de cara com Stive, não saberia o que fazer ou o que dizer, estava perplexa,

– Ora essa, Betty... foi apenas um selinho, nem foi um beijo de verdade... – ela dizia baixinho para si mesma enquanto chutava uma pedrinha qualquer

A jovem continuou andando, nem percebeu o momento em que saiu dos limites da casa onde estava há pouco. Continuou andando por aproximados dez minutos, parou ao notar uma brisa sinistra, olhou para os lados e se viu sozinha e um pouco distante da mansão mergulhada em penumbra. Olhou novamente para a frente e localizou uma caixa prateada, sempre foi curiosa, sabia disso, aproximou-se de vagar da caixa e a abriu, se espantou ao ver o que tinha dentro.

– O que isso faz aqui?

A moça de cabelos dourados retirou dali um arco, não era como nenhum que já tivesse visto em seus treinos, era brilhante, parecia resistente, mas ao observar bem notou que não haviam flechas, “Um arco sem flechas... ele é inútil dessa forma”, pensou. Foi nesse momento que alguma espécie de raiz saiu da armação do mesmo e enrolou em seu braço direito que continuava o segurando com firmeza.

Betty se colocou em posição de ataque como se fosse atirar uma flecha.

Concentre-se...

A garota podia jurar que tinha escutado um sussurro de uma voz feminina a qual nunca havia ouvido. Ignorou aqueles pensamentos e respirou fundo, logo sentiu seu arco pesar mais, olhou e viu uma espécie de flecha, parecia um raio, se assustou com o que via, logo aquilo sumiu. Se concentrou novamente, respirou fundo várias vezes e aconteceu novamente, mirou numa árvore seca à beira do precipício e atirou, mas um barulho atrás de si a fez tirar os olhos da flecha que desapareceu no ar.

– Quem está aí?

– O que faz aqui? É perigoso uma garota caminhar sozinha a essa hora da noite... – uma voz rouca disse

– Isso não é da sua conta, saia de onde estiver!

– Eu estou aqui.

A única coisa que a moça localizou foram um par de olhos violetas, várias memórias vieram a tona, até mesmo coisas das quais não se lembrava, mas aquilo parecia causar dor, a loira gritou e sentiu suas pernas fraquejarem, caindo de joelhos.

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Selena estava sentada sobre a janela do quarto que dividia com a melhor amiga, já se passavam das duas da manhã, notou que a loirinha estava demorando, esperaria mais dez minutos e iria atrás dela. Foi então que viu, ao longe um brilho estranho e ouviu algo que pareceu o grito da amiga.

– Ah meu Deus, Betty!

A morena calçou suas botas apressada e atravessou o casarão correndo.

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A loira se contorcia de dor, foi então que sentiu parar, sua visão estava turva, mas não localizou mais aqueles olhos incomuns, viu Stive a olhando de maneira quase que psicótica.

– S-Stive...?

– Sim, sou eu.

– O que está fazendo aqui? Cuidado... tem uma coisa aqui..

– Coisa?

– Sim... cuidado, precisamos ir embora.

– Eu acho que seria legal ficarmos mais um pouco.

– Para que?

– Quero falar um pouco com você... – o moreno se abaixou perto de si

– Que coisa?

– Bem... posso ver o arco?

– Arco?

– Sim, este que está em sua mão direita.

– Para que?

– Eu quero ver.

– Bem... er... eu não sei como tirar.

– Eu acho que terei de cortar o seu braço para pegar! – os dentes de Stive ficaram pontudos como os de um tubarão.

– Betty! – a voz de Selena foi ouvida, o rosto do rapaz mudou para o espanto da loira – Leo? O que os dois fazem aqui?

– Sel! Ele não é o Leo!

Assim que a loira falou viu novamente o brilho violeta, a sagitariana largou sua espada e colocou as duas mãos na cabeça sentindo uma dor indescritível, várias cenas passavam por sua mente, lembrou-se da primeira vez que viu Betty na escola, do acidente, dos corpos de seus pais... tudo se quebrou como se fosse um espelho, algumas imagens conturbadas surgiram, um teto branco, uma cama com cobertura, uma mulher a segurando e um homem com uma coroa ao lado da cama.

– Sel!

O grito da mais nova era ouvido ao longe, Betty notou que a amiga não a ouvia.

– Para com isso! Tá machucando ela!

O rapaz que tinha o rosto de Leo continuava, a loira tentou fazer o que havia feito minutos atrás com sua arma, mas nada deu certo, não conseguia se concentrar, foi então que desistiu e bateu com força na cabeça daquele ser com o próprio arco.

– Sua vadia!

– Sai de perto dela!

– Que fofo, vai se sacrificar pra proteger a amiguinha?

– Ela não vai se sacrificar. – em alguns segundos a mais nova estava de pé

– Eu sabia que te conhecia, morena.

– É o que?

– Sel, por favor... não me diz que esse é um dos teus namorados estranhos.

– Deus me livre!

– Menos mal eu pensei que... – a fala da moça foi interrompida por o que pareceu um raio, aquilo atravessou o espaço que havia entre as duas e as fez olharem para o oponente

– Bem... er... penso eu que estávamos lutando aqui.

– Lutando? – Selena olhou de forma cúmplice para a melhor amiga

– Sei disso não.

– Como não?

– É que eu e a Sel...

– Notamos que isso aqui...

– Já acabou! – as jovens gritaram em uni solo e golpearam com seus ombros o estomago do metamorfo à sua frente, isso fez ele recuar alguns passos e cair do precipício que estava logo atrás.

Selena se virou para voltarem ao casarão, Betty caminhou até a beira do lugar olhando o corpo que parecia quebrado sobre as rochas, mas o que lhe chamou a atenção foi a figura de preto aparentemente mordendo o pescoço de outro.

– Sel... olha a pouca vergonha que estão fazendo ali embaixo!

– Eu dispenso.

A loirinha voltou a olhar para o lado de baixo, só que notou o afastamento do ser encapuzado, viu que sua boca estava lambuzada de algo vermelho. “Sangue...?”, foi a primeira coisa que pensou, mas seu coração quase parou ao ver seu rosto, aqueles olhos azuis, o cabelo bem arrumado, o sorriso irônico.

– Stive... – disse baixo, mas o moreno pareceu ter ouvido e olhou para cima preocupado, os dois trocaram um olhar intenso, a menina estava chocado, o rapaz preocupado.

O mais velho limou sua boca com a manga de sua jaqueta, por meio da leitura labial a loira entendeu um “Eu posso explicar”, mas ignorou e passou correndo pela amiga que a olhou se compreender.

Continua...