E se um reencontro o destino preparasse... escrita por Eubha


Capítulo 272
Capítulo 272:




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/482657/chapter/272

— Meu deus, onde vai todo mundo tão cedo. – Anita viu Vera toda arrumada terminando o café, a moça não entendeu apenas pensou ter dormido muito  ao notar os poucos familiares que tomavam café.

— Alguém dormiu muito não. – Ben só soube rir da preguiça da garota.

— Ah claro que não, são oito horas, é sábado poxa. – ela sentou com dificuldade a mesa.

— Eu tentei te chamar, mais você nem aí né Anita, só disse assim, Ben para de me incomodar... – Mais  agora não me pergunte por quê. – Giovana contou a implicar com Anita que esfregou as mãos no cabelo pensativa ao tentar lembrar se a ruiva estava certa.

— Dessa parte eu não lembro mesmo. – Anita foi confessando pondo açúcar em sua xícara, enquanto Giovana não parava de rir da meia- irmã.

— Pois é aí eu saí tomei banho, ajudei a Meg com as camas, e tentei de novo te levantar, mais dessa vez você nem me respondeu, foi pior. – a ruivinha debochava.

— Eu sinto muito Giovana da próxima vez serei mais educada. – Anita achou graça.

— Mais nem se preocupa Gio, é mesmo difícil acordar a Anita, pode significar a mesma coisa do que tentar acordar um urso. -  Ben riu da namorada.

— Eu não vou te dar o gostinho de resposta. – ela argumentou fazendo bico. – Mais onde vocês vão. -  Anita também notou Ronaldo descendo a escada arrumado.

— A delegacia com seu pai. – Vera revela.

— Eu vou junto, só preciso por uma roupa. – Anita anunciou.

— Ah claro vai apoiar isso, Anita isso é um afronte sabia. – Sofia reclamou entrando em casa as pressas e ouvindo a irmã.

— Por isso mesmo, eu vou. – Anita sorriu dissimulada a irmã.

=====================

— Até que enfim, essa palhaçada  acabou. – Caetano comemorava, mas ainda insatisfeito com sua situação.

— Bom pai, ao menos não vão te prender né, quem sabe você não consegue ao menos uma pena mais branda pra cumprir, você se entregou. – Sofia afirmava apoiando incondicionalmente o homem.

— É né, ter advogado sem escrúpulos  dá nisso. – Anita resmungou parando ao lado de Ben.

 - E você queria o papai preso Anita, com uniforme xadrez. – Sofia chateou-se.

— Sofia, isso  é  clássico de filme americano, no mínimo iam dar um moletom laranja pra ele. – Anita não entendeu o drama, só constatando que o pai estava se safando uma outra vez.

— Pior ainda. – a loira fez cara de susto.

— Só o que me faltava, ao ponto que você chegou Caetano. – Ronaldo se quer acreditava em sua situação e onde estava.

— E não fale nada você,  porque que eu saiba não fez nada que preste na vida, só prejudicou minhas filhas não é, pelo exemplo errado que você e a Vera sempre deram a essas garotas, porque a Anita agora acha que pode namorar esse daí, seguindo o péssimo exemplo da mãe dela, graças a você. – ele acusou cheio de nervosismo.

— Era só o que me faltava. – Ronaldo revirou os olhos já irritado.

— E vocês fizeram o que, pra ajudar. – Caetano continuou. - Porque enquanto ela se esfregava com o sedutor de garotinhas aí, naquele mausoléu que vocês chamam de casa, vocês não viam nada, porque era... – ele apontou para Anita e Ben próximos um ao outro, que encaravam a cena já tediados.

— Oh pai eu não tenho mais oito anos, não é, e cuida da tua vida, e deixa a minha. – Anita quis argumentar, sem nenhum sucesso, e Caetano continuou com suas declarações.

— Provavelmente na sala, na cozinha, na varanda fora de casa, banheiro, e e ih... – Ele gaguejou procurando mais justificativas.

— No  quarto. – Zelândia disse procurando acabar de uma vez com as falações de Caetano. 

 - Isso exatamente no quarto, não, não. – Se corrigiu ele, ao repetir as palavras da mulher em plena desatenção.  - Mais nunca, aliás só  por cima do meu cadáver. – Avisou ele aos gestos enfurecidos.

— Olha que você pode se arrepender de desejar isso pai.  – Anita o zoou na intenção de provocar sem rodeios.

 - Caetano corta essa, e para de drama.  – Zelândia o achincalhou, acariciando a barriga. - Agora chega não é Caetano. - disse a morena. – Até porque todo mundo aqui já entendeu que você só assopra, e jamais morde. – Zelândia o lançou um olhar duro.

— Elementar minha cara, eu e recém comecei. – Caetano afirmou decidido a não se abalar.

— Será que dá pra gente ir embora, se que ficar preso aqui é isso pai, olha que esse delegado muda de ideia hein. – Anita o alertou já arrependida de ter vindo junto e arrastado Ben consigo.

— Isso deu  podemos ir embora, ai ótimo, porque eu estou com muita fome preciso comer, afinal eu to gravida. – Zelândia saiu a falar parando na porta para ir embora.

 - Também apoio – adicionou Sofia  agradecimento a si a decisão de todos.

— Eu estou também. - Anita resolveu esquecer o que se passava.— Ah perfeito,  to poiando e morrendo de fome, a ponto de cair dura aqui, eu acho que to sei lá é porque... – Anita falou se explicando.

— Minha filha, muito cuidado com a frase que se esta prestes a ser proferida, eu acho que eu não aguentaria duas crianças na família neste momento. – Caetano a interrompeu, achando até que preferia nem ouvir.

— Porque, a Zelândia vai ter gêmeos. – Anita dissimulou.

— Você entendeu. – pondera ele.

— O pai o que eu iria dizer e que eu to ansiosa, e mal tomei café,  agora vamos né. – disse ela calma. – E pode acreditar o dia que eu for ter um filho, você vai ser mesmo o último a ser comunicado, não quero ele traumatizado com teus devaneios desde a barriga. – Anita respondeu sorrindo atrevida saindo logo atrás dele.

— Filha não provoque. – Vera lhe pediu, pensando que desse jeito iriam todos voltar para dentro da delegacia. – E eu não deixei nada pro almoço. – lamentou ela pensando no que faria.

======================================

— Vem cá será que não dá pra você parar de devorar o leite condensado todo, até a pipoca aprontar você já liquidou com ele nesse ritmo. – Ben reclamava com a namorada, que escorada perto a pia com a lata em mãos se quer parecia ligar para tal fato.

— Não é isso, é que depois de tanto tempo me contentando com o cardápio daquela médica quase masoquista, dá pra me deixar comer todo doce do mundo. – ela justificou bicuda soltando a colher dentro da pia.

— Tá bom né, só cuidado pra não ficar pior do que um amontoado de formigas, afinal elas também vão lamentar se você comer todo estoque de doces do universo, porque desse jeito meu amor, tá complicado. – o garoto ironizou, zombando das atitudes dela.

— Ahan se preocupa com a pipoca que é melhor. – disse Anita fechando a cara, depois  do sorriso debochado que via Ben tentando conter.

— Anita a gente se viu pouco hoje, porém todas ás vezes que eu botei o olho em você, você tava entretida com alguma coisa só isso. – comentou ele já não segurando o riso. – Depois não reclama que está passando mal, que a culpa é minha, por você ter praticamente me obrigado  pela manhã a surrupiar um pote de sorvete lá do restaurante pra você. -  Ben quis esclarecer ao olhar para ela, e a ver lhe encarando não muito cordial.

— É, e quem disse que eu to preocupada. – Anita meche os ombros indiferente dando um pulo até seu encontro. – Aliás, isso me lembra, que eu te devo um favor.  – argumentou ela sorrindo travessa.

— Realmente você me subornou, eu caí, e saí da história no prejuízo. – Ben concordou rindo do olhar que recebia. – Porque hoje, você se ocupou tanto com a vida dos outros, nas poucas horas que nos sobraram, que se quer um beijo descente me deu. – explicou ele entre um sussurro, no intuito de não ser notado pelo pai, Vera e Hernandez que se falavam na sala.

— Ok, eu sou culpada, mais eu posso ainda te compensar  muito pela minha falta de atenção. – garantiu ela aos sorrisos junto com um beijo rápido e  logo depoiss o beijando no pescoço entre  sorrir audaciosa. – De repente você está merecendo mesmo. – a garota supõe com um ar brincalhão.

— Ah entendi, olha só não provoca não, porque depois você sabe teu pai vem gritando e me acusando de ser o culpado pelo resto. – Ben respondeu sorridente, a segurando pelos braços numa tentativa de se afastar   das mordidas que recebia dela em seu pescoço.

Anita apenas riu alto sem se importar com discrição. - Ih meu pai deve estar tão ocupado fingindo que é garçom nesse momento. – Anita  disse ainda rindo ignorando qualquer tipo de preocupação – E depois quem disse que não é exatamente o contrário, pra você não resistir. – induziu ela voltando a ficar perto dele e o beijando totalmente empolgada em seguida.

— Hernandez eu juro que eu não imaginava que a Maura fosse irresponsável a este ponto, sonegar impostos. – Vera agiu até surpreendida com o que o homem contava.

— Pois é, estou achando que a situação dela é delicada, bom Ronaldo o que eu queria de você era que me ajudasse a ver as medidas necessárias pra tentar ao menos colocar o negócio da Maura em legalidade, se é que dá, afinal, você administra um restaurante talvez saiba me ajudar com o primeiro passo. – o latino explicou pacientemente o  porque precisava de ajuda.

— Ah sim, é. – Ronaldo proferia confuso mais preocupado em observar filho e enteada que pareciam desligados de sua realidade entre um beijo nada discreto ainda na cozinha.

— Ronaldo, você escutou o que o Hernandez disse. – Vera não entendia o jeito estranho e aéreo do esposo estando de costas para a cena que chamava tanto a atenção do homem.

— Ah sim, só um momento Hernandez. – Ronaldo despertou-se apreensivo.  – O bonitos, vamos parar com isso aí, ou eu vou ter que ser mais claro, pelo amor vocês dois, nem com tudo que tem ocorrido dão folga. – ele se ergueu meio impaciente os ordenando.

— Ronaldo, talvez não seja hora. – Vera  se ergueu também para encarar os dois ficando e sobressalto com a bronca meio fora de hora do marido, já que Hernandez parecia apático diante da situação.

— O que não tem hora mesmo, é esse namoro aí não é, até na cozinha minha gente, é o tempo todo o mesmo discurso, não adianta dizer pra ambos maneirarem. – Ronaldo continuou a reforçar, deixando o casal a se entreolhar  confusos e nem um pouso surpreendidos ou mesmos preocupados, afinal todos sempre tinham a mesma opinião.

— Vem cá pai, só  uma coisa, porque a bronca com a cozinha, porque se for no quarto pode então. – Ben não conteve a brincadeira audaciosa somente em seus pensamentos, após a declaração do homem, e disparou sem resistir procurando controlar o jeito debochado.

— Ben. – Anita olhou para Ronaldo que primeiramente com cara impaciente foi ficando estressado com a situação, e ela apenas se ateve a encarar o namorado se perguntando o que ele queria, e se de fato era um longo sermão ele que  o vivenciasse sem ela, que não estava nem um pouco disposta.

— Ben o que, não era eu que estava provocando ninguém há  segundos atrás. – ele retrucou em seu ouvido com bom humor, voltando a aproximar-se dela estendendo a mão sua cintura.

 - E eu posso saber onde esta a graça meu filho. – Ronaldo pronunciou apenas, ao perceber ambos a rirem um pro outro, nem tinha mesmo mais como impedir os filhos de qualquer coisa que fosse, o que ele queria, sabia que seria desafiado por ambos. – O que eu posso dizer, que os dois não têm jeito, pois se querem provar isso a mim, ou a qualquer outra pessoa preparem-se também. – Ronaldo os advertiu.

— Ué e não dizem que no amor e na guerra vale tudo, vai que é verdade, mais relaxa pai, porque ninguém fez nada de tão grave aqui, por enquanto. – respondeu Ben não dando muita importância.

— Porque nós não terminamos a conversa com o Hernandez. – Vera sugeriu querendo interromper, talvez não fosse hora para discussões, mesmo que nos últimos tempos o ambiente estivesse carregado delas.

— Vamos, e os dois pra sala agora. – Ronaldo ordenou.

— Mais uh micro-ondas a pipoca. – Anita alertou caminhando até a mesa contrariada.

 - Não vai fugir. – Ronaldo se quer pensou em ceder.

— Que vocês tavam falando mesmo hein. – Ben cainhou atrás de Anita se quer entendendo o porquê da reunião, ou talvez nem quisesse estar atento a tal assunto.

— A Maura Ben, está com problemas financeiros sérios. – Hernandez alegou em tom preocupado.

— O que não é muita novidade né gente, quem não tem dividas nesse país. – Anita respondeu se apoiando no rapaz.

— É e eu penso que as coisas estão bem complicadas, até a própria casa ela pôs em suas dívidas. – disse ele, não sabendo o que faria para ajudar a mulher.

— Mais qualquer coisa está casa esta aberta pra vocês Hernandez. – Vera garantiu sorrindo docemente, em sua consciência jamais poderia deixar o hondurenho e sua família desamparados.

— É mamãe impressionante como você adora brincar de família feliz, não é, meu pai aqui é um exemplo grande disso né. – Anita foi irônica com o convite da mãe, mas preferiu calar-se por pura pressão de Ben, quando o sentiu apertando a mão atrás de suas costas, num sinal de protesto pela confissão do que pensou.

— O Hernandez  é da família filha, se ele precisar de ajuda, estaremos aqui sim. – Vera amenizou contornando.

— Ok, isso nunca foi discussão mesmo não é, eu concordo, sempre cabe mais um, nada mais justo que o Hernandez volte pra cá com os filhos, já pensou, que emoção.  – Anita deu um sorriso forçado, preferindo nem argumentar mesmo.

— Bom, eu agradeço, sempre devi muito a vocês e a está família. – Hernandez afirmou se quer entendendo que Anita poderia não estar sendo tão sincera, mas sim bastante irônica. – E você Anita estás melhor, soube que você andou se sentindo um pouco mal. – indagou ele atencioso.

— Estou sim, mais obrigada pela preocupação. – Anita quis responder com educação dessa vez, talvez tivesse que entender que Hernandez apesar de tudo era só uma boa pessoa, que deixava às vezes sua bondade lhe cegar um pouco, pra não dizer muito.

— Então vamos né, pipoca filme... – Ben recordou a moça que ainda olhava em volta parecendo ter vontade de assuntar algo mais.

— Ahum. – Anita apenas concordou.

— Ah filha, espere. – Vera pediu tocando o braço da menina que virava para sair apressada atrás de Ben.

— Ah mãe. – Anita reclamou entre uma careta pela atitude da mulher.

— Que foi menina,  você anda passando mal de novo e me esconde, é isso. – Vera agiu assustada com o gesto dela. – Só ia te pedir pra desligar a máquina  de lavar pra mim. – ela afirmou temendo.

— Ah não, para, ai só acho que eu me quebrei em algum lugar, to com o braço roxo, olha isso,  sou eu mesmo. – Anita riu da mãe, erguendo a manga da blusa e constando o porquê da dor.

— Também fica esbarrando em tudo, já te digo isso desde pequena, olhe por onde anda. – Vera alfinetou o que a moça nunca aprenderá.

— Tecnicamente, melhor você desistir então. – Anita se quer ligou e somente achou graça da ordem dada.

— Estranho Anita, como você se machuca desse jeito e não vê, foi uma batida e tanto, a este ponto. – Hernandez quis entender.

— Vem cá, foi hoje isso. – Ben perguntou se aproximando dela com preocupação.

— Eu não faço menor ideia também. – Anita sorriu ao não saber explicar.

— Você deveria se cuidar mais Anita, ou por onde anda, ou você cuidar dela Ben. -  aconselhou Hernandez, fitando Anita  e Ben um do lado do outro.

— Como assim Hernandez, onde é que você ainda quer chegar, ou talvez eu queira não entender. – Ben indagou estranhando e  o cobrou um pouco severo.

— Se tá pensando o que hein Hernandez, que  o Ben anda me espancando agora é isso, por isso que supostamente eu apareço com o braço roxo e nem percebo. – Anita  meio que debochou indignada, ao desconfiar de toda cerimônia contida nas palavras do hondurenho.

— Anita, por favor, eu não disse isso. – ele quis retratar-se ao sentir a moça lhe confrontando, talvez tivesse mesmo que ser plenamente imparcial, e jamais escutar a forma acusadora que Antônio sempre se dirigia a Ben, estava confuso com tantos ocorridos e não conseguia fugir deste fato, e a situação dúbia se formou em sua frente sem que ele peocurasse por pura obra do destino, não conseguiu ficar imune a uma ponta de desconfiança.

— Mais pensou, ou supôs, ou menos pra você não, sabe o que eu acho mesmo que você deveria parar de ouvir o Antônio um pouco...   – a garota se portou nervosa sem deixar muito barato. – Porque eu não sou a coagida da história, ele não é o santo, e o Ben não  é o mostro, alguma coisa tá muito errada aí. – alertou ela em um tom impaciente. – Ai é quer saber que se dane também, desde quando eu preciso provar algo pra alguém, a coisas que é melhor esquecer. – ela irritou-se indiferente.

— Vai passar um remédio nesse braço Anita. – Vera aconselhou um pouco tensa, vendo a moça sair de mãos dadas com Ben voltando à cozinha. – Me desculpe Hernandez. – ela acrescentou sem saber muito como comportar-se.

=========================================

— Sabe que eu fico preocupado com o Hernandez, de verdade. – Ben foi obrigada a admitir, quando os dois voltaram a sós para o quarto.

— Ben o Hernandez acredita no que ele quer, não necessariamente  o Antônio é  o único errado, antes que você me diga, eu não estou defendendo o Antônio, apenas to dizendo que o Hernandez podia de vez em quando pisar no chão de verdade.  – Anita disse, mesmo que também pudesse concordar com o namorado.

— O que exatamente o Antônio ganha colocando o Hernandez contra mim, bom é isso que ele quer há um bom tempo já, e pelo visto eu esqueci de me defender em algum momento, porque o Hernandez anda acreditando. – o rapaz alega pensativo.

— Sei lá, de alguma maneira o Hernandez não acreditando em você, o Antônio  também ganha a confiança dele, desse jeito ele não vai achar que é verdade toda vez que você falar qualquer coisa errada que o Antônio tenha feito, ou pretenda fazer., ah Ben não sei, ai também cansei tá, eles que sejam felizes, mais longe de mim. – Anita desistiu de opinar.

— Bom terrível ou não essa história ainda não acabou, o Antônio  só está esperando a gente vacilar. – disse Ben em um tom receoso olhando vago a seu redor.

— O bidê da dona Ema, foi isso. – Anita pronunciou pensativa jogando o corpo a sentar ao lado de Ben.

— Hein, amor aterrissa, por favor, que o assunto é sério. – Ben olhou apenas não entendendo o semblante dela.

— Não é que,  foi isso, ontem quando eu fui levar pra ela, eu tropecei no degrau da escada e me choquei no corrimão, porque não tinha elevador,  por isso que eu bati o braço. – ela enfim explicou do que falava.

— Bom ainda bem que você não morreu né, vai que fosse o caso só anos depois você se deu por conta que se machucou. – Ben riu irônico da desatenção.

— Que levar um tabefe, para de me zoar, poxa. – Anita respondeu intempestiva.

— E depois eu é que sou o estranho, né realmente. – Ben escorou-se  com cara séria em sua cama preferindo nem retrucar.

— É,  e eu te amo. – fala ela voltando a ficar perto dele a sorrir.

— Ah é,  e eu acho que a gente devia ver logo esse filme,  antes que alguém venha te buscar. – Ben sugeriu cortando o beijo dos dois.

— Também acho, mais a pipoca é minha. -  Anita se afastou dele levantando a rir, preocupada em apanhar a travessa.

 - Egoísta. – retrucou ele a ligar a Tv, só recebendo como resposta sonoras gargalhadas de Anita ao pé da cama segurando a travessa com pipocas. – E pode ficar aí mesmo, porque eu não vou te dar colo, ah e teu casaco vai precisar, tá frio. – Ben jogou a peça em cima dela, que por segundos  apenas prestou atenção aos créditos do filme que iniciavam.

— Príncipe,  e sabe o que eu tenho certeza.  – Anita debochou saindo de onde estava soltando a travessa de pipoca ao lado da televisão, dando a volta a sentar ao lado dele, que apenas lhe laçou um sorriso fraco voltando a olhar para a imagem na televisão. – Que  você não sabe nem mentir. – ela garantiu acomodando-se atravessada na cama e deitando com sua cabeça acomodada a barriga dele.

====================================

Já pensou se viver fosse assim também, um final feliz certo. – Anita propôs ao ver o filme acabando.

— E porque não. – ele pediu uma explicação risonho.

— Porque na vida real tudo acaba sendo mais difícil sempre. – Anita acaba rindo da própria confissão.

— Tá ih só por isso a gente não pode acreditar. - retruca ele em tom brincalhão. - Porque a gente vai querer  um único final feliz se podemos ter  um todos os dias da nossa vida. - o rapaz supôs seguido de um beijo repleto de carinho.

— Bom mesmo que nosso caso isso seja otimismo demais. - Anita se separou dele a rir despretensiosa.

— Pode ser. - Ben não tenta desmentir. - Mas, sabe o que já é um ótimo motivo pra ser feliz todo dia. - ele afirma a encarando alegremente.

— Que. - Anita responde  sem imaginar.

— Esse teu sorriso leve, que é capaz de iluminar mais do que o sol. - declarou  deixando Anita a sorrir ainda mais. - Na verdade você que é muito mais que isso, é minha razão pra acordar todo dia, o maior motivo pra ainda não desanimar por mais que meu dia tenha sido o pior do mundo... - Você vai sempre ser a minha noite de céu estrelado, minha manhã de chuva, meu sonho, minha realidade, minha maior loucura, minha  verdade, parte de mim. - ele divagou nem conseguindo conter sua alegria. - Sem você  eu sou metade, e uma metade triste, sem vida, sem forças, sem importância. - alegou Ben tocando no rosto dela, que somente lhe encarava em pleno silêncio.

— Vem cá você. - manifestou Anita com a voz engasgada ainda perdida nas palavras dele. - Você tava rindo porque eu tava emotiva com o filme, e agora tá querendo que eu chore pra valer. – supôs ela.

— Não, não corrigindo, você estava chorando. – Ben revelou sem cerimônias o que havia notado.

— Tava não, eu só achei triste aquela parte que... – Anita negou por mais que nem mesmo ela acreditasse em si.

— Ah mais eu tentei te avisar, mais você quis um filme todo cheio de fru fru... – disse Ben com um ar brincalhão.

— Não importa o que de ruim aconteça, eu só não quero que você saia do meu lado, nunca. – Anita proferiu suspirando paciente.

— Eu não vou, você sabe que eu não  vou. – prometeu ele, segurando forte na mão dela.

— Ham ham. – Ronaldo entra pela porta a passes arrastados chamando atenção dos dois. Anita olhou quase rindo para Ben, como se dissesse que até havia demorado para alguém lhes chamar atenção.   – Atrapalho. – argumentou ele, observando os sorrisos que brilhavam dos dois um ao outro.

— Acho que não, mais entra. – Ben respondeu olhando para o pai.

— É eu queria mesmo falar com você. – anunciou Ronaldo. - E você Anita, não tá meio  tarde pra você estar aqui não, já pensou se o Caetano resolve vir tirar satisfação.   – alega Ronaldo com um olhar ameno, fitando atentamente a enteada ainda escorada em Ben.

— Olha o que eu não sabia é que meu pai manda mais nessa casa que você. – Anita o desafia bufando. – Bom eu vou deixar vocês conversarem, o filme acabou mesmo e eu não quero perder a hora amanhã. – Anita preferiu não discutir levantando a cabeça do colo de Ben.

— O que eu sei é que a segunda coisa que o Caetano mais detesta e tem que conseguir depois de ficar pobre, é esse namoro, assim como acabar com ele. – Ronaldo agiu sem se estressar.

— E a terceira coisa seria o que, ficar rico de novo. – a moça retrucou, nunca iria conseguir entender o pai também, pensou ela um tanto frustrada apanhando seu tênis do chão. – Boa noite Ben. – respondeu ela a sorrir, se despedindo dele com um beijo em seu rosto.

— Tchau, te amo. – Ben devolveu. – Fala pai. -  pediu ele prestando atenção em Ronaldo que parecia pensativo.

— Ben não é nada, amanhã você me ajuda lá no restaurante, tenho uma quantidade enorme de pedidos  dos fornecedores pra organizar. -  ele argumenta depois do longo silêncio deixado por Anita.

—  Tá bom, era só isso. – Ben afirma cordial. – E a segunda coisa que você veio fazer foi o  que... – ele questionou virando o corpo para encará-lo não muito paciente.

— Ben. – Ronaldo quis explicar.

— Já sei o que vai dizer. – Ben rebate não muito satisfeito.

— Eu não posso nem mentir, me preocupo com essa situação, nunca pensei que fosse ver um filho meu virar um dia, genro do Caetano, ou você acha que ele vai facilitar algum dia pra você meu filho. – Ronaldo não escondeu.

— Pai, meu compromisso é com a Anita e não com ele, e sinceramente eu não vou fazer disso mais um dos empecilhos pra mim estar com ela, então você pode economizar teu discurso. – ele foi sincero com o pai.

— Ok, acho mesmo que eu nem posso mais discutir isso, mas a Anita te falou mais alguma coisa do Caetano. – Ronaldo completou com uma pergunta curiosa.

— Não, mais porque ela me diria algo que você não soubesse. – Ben agiu sem entender muita coisa.

— Porque uma coisa eu tenho que admitir, a Anita parecer confiar muito mais em você, do que a Vera em mim, que parece estar tentando me esconder a real situação do Caetano com a justiça. – Ronaldo desabafou  vindo sentar na cadeira quase perto a cama, onde Ben parecia inercio em tal frase.

— Ué, pai ah ele... – É pai do Sofia, da Anita, imagina o lado dela. – o rapaz quis justificar a madrasta, mas parecia também não saber muito como.

 - E eu convivo com isto há dez anos, agora ela querer proteger o Caetano de pagar pelo que fez pra mim é inaceitável. – Ronaldo não conseguiu entender. – É mais o exemplo que seria torto, ela estava fazendo o que, mostrando pras meninas que arcar com nossos atos desastrados, é algo que nunca deve acontecer, bom com a Anita eu não me preocupo tanto, apesar de tudo que ela passou e até de errado que fez, ela parece ainda a mesma menina consciente das ações dela. – confidenciou ele atormentando entre pensamentos.

— Já a Sofia, pai ela tem um sério desvio de caráter, durante muito tempo, eu até achei que fosse só coisa de menina que nunca ouviu um não, mais hoje eu já acho que a Vera devia puxar mais com ela, ao invés de se preocupar tanto com o fato de que a Anita diz gostar tanto assim de mim. – Ben não deixou de dar razão às preocupações de Ronaldo. – Mais também não pensa no pior né,  Caetano não foi lá na delegacia então, daqui a pouco ele cansa de brincar de ser pobre, e sai daqui de casa, vai cuidar da vida dele, uma hora ele cansa, não se angustia desse jeito. – ele quis animar o pai, mas notou suas palavras sem terem muito efeito.

— Tomara que você esteja certo, porque eu confesso que estou a um passe de tomar uma atitude filho. – confessou Ronaldo.

===================================

— Ai pai o que você quer hein, me acordar antes das nove em um domingo. – Sofia reclamou quando chegou no restaurante do padrasto.

— Foi necessário, agora sente-se. -  Caetano disse soltando a bandeja que segurava arrumando as mesas.

— Fala logo. – Sofia revirou os olhos sem vontade alguma.

— Eu quero que você me ajude, ou melhor, que você consiga, porque eu não aceito, não apoio e não vou ver minha filha, gastando a juventude dela com um sem futuro desta forma. – ele iniciou a contar seu objeto.

— Hein, ai o que pai, que maluquice é essa. – Sofia se quer compreendia, seu sono lhe dominava.

— Estou falando de tua irmã, como você não entende a Anita, perdendo o tempo dela se esfregando no filho daquele sem perspectiva. – ele ficou impaciente. – Eu vou separar aqueles dois, se  não é do jeito fácil, vai do difícil e ponto. – Caetano taxou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "E se um reencontro o destino preparasse..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.