E se um reencontro o destino preparasse... escrita por Eubha


Capítulo 273
Capítulo 273:




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— Como assim pai. – Sofia gaguejou, quase batendo com o rosto sob a mesa, quando viu seu braço onde ela se apoiava tentando ignorar o sono, se desiquilibrar totalmente depois que ouviu do pai quais eram seus planos.

— É isso que você entendeu minha filha, a Anita está muito enganada, de jeito nenhum que eu vou deixar ela cometendo este desatino, sem fazer nada, ela não vai ficar com esse moleque, jamais... – Caetano tratou de explicar por completo em um tom decidido, não se renderia tão facilmente a relação da primogênita com o filho do cara que ele mais desprezava, nunca entendeu porque foi trocado, e nem o porque de Vera parecer gostar tanto de Ronaldo, afinal o outro, era tão melhor que ele em que exatamente.

— Pai olha desculpa mais... – Sofia ficou engasgada, assustada e sem saber o que dizer.

— Não tem nem meio pai minha filha, é isso e pronto. – Caetano afirmou taxativo gesticulando. – Filha minha não foi criada pra se embolar com o primeiro pé rapado que lhe dá um sorriso, a Anita merece muito mais, eu não vou aceitar isso nunca. – ele insistiu em seus objetivos, não disposto a escutar qualquer coisa que fosse contrário a seus pensamentos.

— É só que você esqueceu de um detalhe. – a loira tirou os óculos até onde então tentava esconder o rosto de puro sono. – A Anita, já é bem grandinha, e sabe muito bem o quer, como você pretende fazer o cabeça dela, ela não vai desgrudar do Ben tão fácil assim, e sendo sincera eu não concordo com esse sonho pequeno dela de se enterrar no Grajaú numa vida classe média, mais é o que ela quer, sempre quis aliás, o Ben foi só a base do sonho dela, arrumou um que pense igual. – a moça mandou a real para o pai, não sabia como Caetano obteria sucesso em tal propósito.

— Pois eu dou o meu jeito, por isso mesmo preciso fazer isso agora do que mais tarde, por enquanto o mal não é definitivo, e tua irmã é só uma boba cabeça de vento igual a mãe dela, a Anita é boba e ingênua minha filha, ele está a induzindo tá na cara, sozinha tua irmã jamais teria coragem de me peitar do jeito que ela esta fazendo ultimamente. – afirmou Caetano certo de suas convicções e do que faria.

— Eu diria nem tão ingênua assim. – Sofia ergueu o olhar descrente. – E se o definitivo do qual você se refere, é o fato da Anita nunca ter dormindo com o Ben, não só no sentido da palavra, é melhor você parar, puxar da memória, aquele burburinho de internet que se passou, foi muito real, e mais não pensa você que a Anita depois daquilo bancou a santa traumatizada, pode esquecer, porque não é isso que dá pra perceber não, os dois vivem de risinho pelos cantos, passam noites fora, a minha mãe até anda fingindo que não vê, mas é exatamente isso que rola, quanto a isso você pode desistir, já não vai dar pra fingir que não aconteceu. – Sofia o alertou verdadeira, numa única tentativa de tirar de circulação os planos do pai.

— Mais isso é um sacrilégio, Sofia, por favor. – Caetano agiu estressado e desorientado com a falta de pulso de Vera, não proibindo Anita a respeito dos fatos que a loirinha lhe contava.

— Pai sendo sincera, os dois se merecem em todos os sentidos. – Sofia rolou o olhar irônica. – Não tem jeito, já tá feito, aceita que dói menos, a Anita sempre pensou pequeno, tá no DNA dela ser assim, encontrou um igual a ela, é melhor deixar, e tem mais ela gosta dele, e mesmo que eu não queira admitir, o Ben também dela, deixa o casalzinho água com açúcar pra lá que é melhor. – Sofia ainda tentou novamente induzir Caetano a desistir, e além do mais não sabia como Caetano poderia obter sucesso em sua missão de separar o casal.

— Nunca, eu jamais perderia assim, ou não me chamo Caetano Figueiroa. – ele recusou-se já irritado por estar sendo contrariado pela filha mais nova de tal forma. – Eu não vou ser genro do filho daquele um, nunca e nunca, a Anita pode desistir disso, que eu não vou aceitar. – ruborizou ele espalmando a mesa impaciente.

— E o que você pretende pai, a Anita não vai te ouvir, ela deu pra bater pé com todo mundo, vira a cara, faz e acontece, duvido muito que ela desista do Ben, eles podem até brigar, mais vai só durar até a saudade bater, quando você menos esperar os dois grudam de novo e ponto, é assim que vai funcionar, o negócio anda quente demais por ali, pra você apagar tão rápido assim, duvido. – Sofia ficou apenas descrente, não via meios de Caetano conseguir o que almejava, a irmã era segura demais do que sentia pelo rapaz, jamais ficaria  a ponto de desistir tão fácil.

— Não se eu souber agir, e você vai me ajudar filhinha querida. – Caetano garantiu ardiloso.

— Eu pai. – a loira abriu a boca numa expressão até de pânico.  – Pai você me desculpa, mais não vou me meter nisso, eu já vacilei muito com a Anita, a gente já brigou feio, até se odiou sim, mas nos últimos tempos eu precisei de ajuda, e mesmo dizendo que nunca mais me ajudaria e voltaria a ser minha amiga, ela voltou atrás, mais eu entendi também que foi a última vez que ela fez isso por mim, se eu destruir a felicidade dela de novo, ela não vai me perdoar, e pela primeira vez na vida eu tive certeza de que ela não estava brincando quando fez tal ameaça, por isso eu não posso, eu lavo minhas mãos, ela que fique com o Ben, se é o que ela quer que se dane, ela que resolva sozinha não o querer mais, se assim for da vontade dela, eu não vou te ajudar, nem pense nisso, nisso não. – a patricinha se negou ao que era lhe imposto veemente, no fundo sabia que Anita não lhe perdoaria se ela agisse com sordidez consigo uma outra vez.

— Pois você vai, o que é isso uma rebelião, minha filha, tua irmã vai é te agradecer, quanta bobagem, e depois a Anita é bobinha, tem coração mole, logo esquece. – o homem seguiu argumentando.

— Não tão boba assim pai, se engana você se acha que a Anita é tão desprotegida assim, porque ela não é. – Sofia seguiu resignada em sua opinião de não se meter naquilo.

— Mais e o nosso sonho antigo, de morarmos todos na Barra, felizes, como antes, ou você acha que eu desisti dele, pois está enganada. – Caetano afirmou sorrindo a puros devaneios.

— Pai e a Zelândia, ela tá gravida, como você pretende isso agora. – a loira não compreendeu, pensava ela que o objetivo de Caetano de ter sua família de volta, não iria caber mais em sua realidade.

— Eu crio meu filho, dou pensão, isso não está em discussão, mais sim a nossa família, todos juntos de novo, e depois você já me ajudou uma vez e deu certo não, o Ronaldo não se casou com tua mãe, graças a teu plano no casamente deles, na hora certa eu diria.  – ele disse em tom comemorativo.

 - E eu já me arrependi daquilo, a Anita podia ter contado tudo. – Sofia alegou receosa.

— Mais não contou, mais um motivo pra você ver que eu estou certo, tua irmã é boa demais pra agir tão capciosamente assim, ela não quer ver ninguém sofrendo, faz tudo pelo melhor de todos, ela vai aceitar,  e esquecer aquele garoto, eu posso mandar as duas para a Europa, quem sabe eu e sua mãe não vamos juntos, a Vera não vai querer ver a filha sofrendo se entender que o errado é o Ronaldo, e o filho dele que iludiu tua irmã. – Caetano foi incisivo.

— Pai eu... – a loira se sentiu tentada, não podia negar, era um sonho antigo ter sua família de volta, seu pai e sua mãe, e não aquele monte de gente agregada, só queria ser feliz e também rica, eram os principais ingredientes que ela almejava, e também Sofia considerava-se pé no chão, não acreditava em amores que transcendiam a razão, amores de alma, destinos traçados pra todo o sempre, não compreendia como Anita poderia dizer amar alguém assim em tão pouco tempo, a irmã sempre foi romântica, sonhava dentro de si encontrar um amor assim, e quando colocou os olhos em Ben, insistiu nisso até o último momento, um amor para todo o sempre, não entendia como Anita poderia dizer que sua vida acabaria sem Ben, era drama demais para ela, para si tudo era muito mais objetivo.

— Ande Sofia, eu te garanto que tudo dará certo, nós vamos ser uma família de novo, e eu tenho mais uma coisa pra te contar, eu não estou pobre, só estou esperando meu caso se encerrar pra reassumir meus bens, salvei boa parte deles, com ajuda de aliados. – revelou ele sorrindo espertamente.

— O que você quer fazer afinal. – Sofia suspirava plenamente tentada, era mais forte que ela, e talvez o pai tivesse razão Anita podia encontrar alguém melhor para sua vida, além  do mais a irmã era nova demais para se dizer ligada a alguém pro resto da vida, eram mais sandices de Anita, Caetano podia estar certo, quem sabe tudo não voltava a ser como antes, antes da mãe enlouquecer e querer morar num casarão velho e caindo aos pedaços, contando dinheiro ao final do mês, se matando de trabalhar, e sem perspectiva alguma de conquistar nada daquilo que queria, definitivamente a loira queria mais para si.

— Eu vou tentar pelo mais fácil, se não der tomo medidas drásticas. – revelou o homem sorrindo astuto e já pensando em seus passes.

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— Anita, Anita, princesa fala comigo. - Ben agia com insistência querendo despertá-la, por alguns segundos até se perdeu entre seu objetivo e encarar a face doce da menina dormindo tão tranquila, apenas sendo  um anjo, o seu anjo, o rapaz apenas sorriu abobalhado com a recordação. - Acorda, Anita heiii. - Ben pediu outra vez passando a mão de leve pelos fios do cabelo dela, que mexeu-se fraca sem lhe atender. - Acorda, por favor. - ele insistiu entre   um sorriso, e levemente um beijo.

— Se eu não conhecesse esse beijo ia jurar que eu tava sonhando. - Anita murmurou calma nem se dando ao trabalho de verificar se estava certa abrindo os olhos.

— Não, e  se você tiver errada. - Ben a contrariou afastando seu rosto do dela a lhe olhar sorridente.

— To não, mesmo não sabendo por que você tá aqui, o povo reclama depois você sabe. - Anita sussurrou de volta ajeitando o rosto no travesseiro.

— Ok, só que já está tarde todo mundo foi aproveitar seu dia de algum jeito. - ele explica meio que rindo de toda preguiça dela. - Levanta vai, vamos fazer o mesmo, tá  um dia lindo demais pra você ficar na cama. - afirma Ben acariciando os cabelos dela.

— Ah Ben me deixa, só um pouquinho mais, daqui a meia hora você me chama pode ser. - ela se quer ter tinha coragem de sair do quentinho de suas cobertas.

— Anita, não né daqui a pouco é meio dia sabia, deixa de preguiça. - riu Ben da renuncia dela ameaçando lhe puxar o edredom.

— Tá cedo então, nem dormir mais nessa casa pode é. - a garota resmungou virando de lado a segurar sua coberta antes que Ben lhe tomasse.

 - Facilita vai, olha que eu vou te encher de cosquinhas hein. - ele ria a ameaçando se ajeitando na ponta da cama dela e deixando um beijo em seu pescoço.

— Você não ouse, eu me vingo depois. -  Anita devolveu cheia de preguiça, levantando o rosto para olha-lo de relance apenas captando a expressão de riso do amado e jogando a cabeça em seu travesseiro em seguida.

— Vai levanta, vamos sair um pouco vai, é até pecado passar o dia trancado, com um visual desses. – Ben falou em um tom decidido.

— Tá bom depois. – Anita choramingou sem vontade, somente mergulhada no sono que lhe dominava.

— Depois nada, aposto que você nem escutou o que eu disse. – respondeu Ben, tentando puxar Anita  pela cintura que pouco se importou.

— Ah ir... – Ir, em ir, foi isso que você disse... – a menina quis lembrar do resto, mas jamais conseguiu.

— Ótimo, então vamos  começar indo pra fora dessa cama. – Ben sugeriu entre risos, roubando sorrateiramente a edredom com que ela se cobria, deixando Anita sem tempo para defender-se.

— Não, que frio. – a garota reclama irritada pela atitude dele.

— Vem levanta, levanta. – Ben riu da expressão amarrada dela, lhe ajudando a sentar-se na cama.

— Ai às vezes eu considero de odiar sabia. – Anita continuou reclamando, enquanto olhava para o chão tentando insistentemente calçar seus chinelos.

— Nota-se. – Ben apenas a olhou atrevido lhe roubando um beijo, Anita ignorou e somente continuou indo até a porta.

— Aiiiiii droga. – Anita deu de volta a xingar ao sentir toda sua desatenção lhe fazer trombar a porta bruscamente.

— Anita.  – Ben não conteve as gargalhadas dela que esfregava a testa onde havia batido.

— Tá vendo, falei pra você me deixar dormir, poxa. – a moça justificou encarando a face risonha do rapaz.

— Ah mais não  fica assim,  eu dou um beijo pra passar. – garantiu Ben, se aproximando dela abaixando o rosto a beijar sua testa.

— Ham, ham, você iria ter trabalho desse jeito, só acho. – Anita respondeu entre risos abafados.  – Também agora não importa, depois dessa trombada nem tinha como continuar dormindo. – ela diz  ao constatar.

— Vem cá. – Ben alegou segurando em seu braço.

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— Anita e o Ben que não descem nunca desse quarto. – Vera falava com Giovana que lhe ajudava com o almoço. – O que tanto fazem, só vendo. – ela continuava a comentar distraída a mexer a panela de arroz.

— Tem certeza que você quer mesmo saber Verinha. – a ruiva foi provocando a madrasta em um tom alegre.

— Que isso Giovana, corta isso aí direito e deixa de graça. – a mulher pediu apontando para a tábua de tomates para a salada.

— Ok. – Giovana assentiu voltando a picar os tomates para a salada, preferiu não fazer mais piadas já que a madrasta ficou bastante séria.

— Ben, aii socorro para. – Anita ria cheia de protestos, quando Ben nem lhe ouvia a carregando escada a baixo. – Eu vou caí, me solta. – ela não conseguia parar de rir já nem sabendo se não era de nervoso ao notar Ben pisando em falso em um dos degraus que estava solto quase desiquilibrando.

— Desculpa, mais com você na minha frente, não dá pra ver  onde eu to pisando, releva. – Ben se pôs a rir do medo da namorada.

— Parem os dois mesmo, essa escada não é confiável para brincadeiras, está pra lá de bamba. – Vera alertou ao notar todo estardalhaço protagonizado pelos dois e agindo preocupada.

— Entregue. – comunicou ele soltando a amada no pé da escada.

— Maluco, você não tem noção de como essa escada é alta quando não se está no chão. – Anita afirmou rindo mais calma, fitando de relance Vera e Giovana que os olhavam atentas.

— Não é mais fácil, você dizer que é medrosa, e muito. -  o rapaz intercalou lhe roubando um beijo. – E depois eu não sabia que osso pesava tanto sabia. – implicou.

— Ah que elegante você, diz que eu sou uma gorda de uma vez, prefiro. – Anita criticou entre uma careta.

— Melhor mesmo, apesar de que pra voltar a caber nas tuas antigas roupas, tá puxado né dona, e você não colabora, não é não. – ele disse a repreendo Anita apenas fingiu não ver a bronca.

— E sabe que eu concordo com o Ben Anita.  – Vera também a lembrou, fazendo Anita suspirar não convencida.

— É um complô, eu hein. -  ela supôs sorrindo um tanto irônica. - Quer ajuda aí mãe. – Anita puxou outro assunto com Vera, procurando fugir dos lembretes anteriores.

— Ótimo, claro que ela quer, até porque eu pretendo ser uma cantora famosa, cozinhar não é meu forte mesmo. – Giovana argumentou sorrindo agradecida.

— Tá bom super diva, e quando você for famosa vou entregar isso pros teus fãs, que a grande ídola deles não sabe fritar um ovo. – brincou Anita - Eu vou da um pulo no banheiro, espantar a preguiça de vez e já venho ajudar então. – ela revelou.

— Anita o Serguei, convidou a gente pra ir à praia depois do almoço, tudo bem, ou você prefere não ir. – recordou-se ele da conversa que teve com o rapaz ao encontra-lo na rua.

— Bom se você prefere ir sozinho, lá bancar o surfista pras olhudas de plantão vai, mas também não sei se precisa voltar depois. – Anita virou para responder brincalhona. – Bom o Serguei eu sei que não volta, Flaviana enterra ele por lá mesmo quando souber. – Anita riu dos ciúmes da namorada do amigo.

— Ah que engraçada, pelo visto além de dormir demais hoje, você acordou também comediante.  – Ben expressou irônico, ao notar Giovana rindo sozinha na cozinha do papo, já que Vera saiu para o quintal a falar com alguém ao celular. – Olhar não tira pedaço sabia, ou ao menos dizem. – ele debochou no ouvido dela.

— Depende, mais quem disse que eu to preocupada com isso. – Anita mexeu os ombros indiferente.

— É depende, e da pessoa mesmo, porque os teus com certeza tiram. – o rapaz provocou de volta.

— Só um pouquinho. – garantiu ela com a face cheia de travessuras. – E na verdade, também pra salientar que mesmo deixando subtendido as vezes, assim mesmo sou eu que mando ainda. – Anita cochichou totalmente debochada no ouvido dele e depois lhe beijou no rosto, caminhando apressada até o banheiro.

— Ah brigada, inteligente ela não. – Ben responde todo irônico, sem ver ela argumentar, apenas vendo a amada virar o rosto para trás de relance lhe olhando com deboche.

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Depois que todos almoçaram em plena animação de domingo, e até com os semblantes menos sobrecarregados, principalmente Ronaldo, devido  a falta de Caetano, Anita e Ben esperavam os amigos para irem a praia, o evento combinado mais cedo.

— Oh Anita demorou hein. – Flaviana falou apoiada em Serguei.

— Ih logo você amor, provou acho que uns duzentos biquínis. – Serguei implicou com a amada não lhe deixando responder, pois foi logo lhe calando com um beijo.

— E quem disse que eu achei um short pra pôr, tá tudo caindo, gente isso é um absurdo, não me acho tão magra assim, deve ser porque tá tudo velho mesmo, só podem, tá errado isso, mais uma brincadeira do destino só pra minha mãe ficar me dando bronca. – Anita justificou se vendo contrariada. – Vou ter que me render e comprar roupa nova, só não sei com que dinheiro né, na pindaíba que ando é capaz deu jogar uma pedra pro céu, e voltar caindo uma conta na minha cabeça. – ela se perguntou.

— Ué pede pro namorado, só a favor do feminismo sim, mais ainda acho que ser bancada, é no mínimo  um ato de amor. – Flaviana afirmou cheia de empolgação.

— Ai Flaviana só você. – Anita com a garota.

—  Maluquinha que só. – Serguei a beijou feliz. – Mais eu até concordo numa coisa, não acho que o Ben te negaria nada. – Serguei salientou abraçando a amada.

— Eu sei Serguei, mais o Ben trabalha até demais né, e mesmo que ele não negue, também não acho justo ficar gastando o dinheiro dele a torto e direito. – ela não discordou. – E tem mais também o dinheiro que a gente vem juntando tem destino quase que certo, por isso melhor nem pensar em esbanjar.  – Anita revelou sem pensar.

— Ih resolveram casar e não disseram.  – Serguei indagou sorrindo animado.

— Deixa de ser engraçadinho, e se minha mãe escuta isso, me mata, acaba com meu domingo. – Anita argumenta a sorrir.

— Ok, mais me avisa tá, eu sei que a concorrência a candidato a padrinhos desse enlace é grande, mas eu quero ainda ser um dos preteridos poxa. – Serguei afirmou brincalhão.

— Sempre meu amigo, mais vai com calma tá, até porque mesmo o lado apressadinho da relação aqui nem sou eu. – respondeu Anita.

— Oi oii. – Julia chegou entrando toda feliz.

— Oi. – Anita sorriu de volta. - E aí convida o Fred pra ir pra praia com a gente. – Anita sugeriu contente por ver  amiga ali.

— E o bom é que ela está te convidando mesmo, e não só arrumando um álibi pra ela namorar com o Ben. – Serguei não resistiu em brincar com as duas amigas .

— Que... – Bonitinho você né Serguei, prefiro nem te responder.  – Anita fala com a expressão bicuda.

— Foi mal, mas às vezes não resisto.  – Serguei disse espichando o braço para abraçar a amiga.

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— Você fica linda assim. – Ben alegava olhando atento para Anita no momento que os dois saiam do mar a sentar na areia.

— Assim como, toda molhada de água salgada do mar, cheia de areia, e daqui mais alguns minutos se a gente não levantar daqui toda queimada também. – Anita deu risada.

— Não sua boba. – ele também riu. - É que você toda feliz desse jeito combina perfeitamente com esse cenário céu azul, cheiro de mar, vento calmo, sol iluminando. – enumerou ele a sorrir.

— E quem disse que é o mar que me deixa feliz, a felicidade toda tá mais perto sabia. - Anita contraria não disfarçando que sorria largamente. - E depois to meio longe de ser a musa da praia, muito longe, to mais pra branquela e logo queimada de sol por não ter passado protetor direito, e  se você vier com a gracinha de que já sabia e até poderia arrumar coisa melhor, eu juro que te afogo tá. – ela deu risada de si mesma.

— Me afogar como... – Ben perguntou incrédulo.  - Você não sabe nem nadar direito princesa. - Ben rebateu entre uma sonora gargalhada sem conter.

— Ah tá o americano e carioca, que entende de tudo, e melhor do que todo mundo. – Anita o alfinetou desdenhando pela implicância. - Me encima então o sabido. – a garota criticou.

— Eu nada tá bom, você que aquela hora ali, quase deixou a onda te levar. - Ben ria sem parar encarando o jeitinho emburrado dela. - E depois por ensinar, eu prefiro te ensinar coisa melhor. - Ben garantiu sorridente envolvendo os braços em volta dela a lhe beijar.

— Ah é assim então. - Anita sorri com descrença. - E você está me saindo um belo de um safado sabia. – ela o empurrou de leve ficando séria.

— Não mesmo, você que está me interpretando errado tá. - negou ele entre risos abafados escorando o rosto no ombro dela que só conseguiu rir junto. - Eu ia dizer que eu podia te ensinar outra coisa no mar, surfe por exemplo. – ele quis contornar.

— Melhor não, você ia acabar notando que além de duas mãos esquerdas, posso ter dois pés, fica pra uma próxima. – Anita pensou não ser nada boa a ideia.

— Tem problema não, você é linda assim mesmo. – Ben nem ligou a fitando todo encantado, e a beijando cheio de intensidade em seguida.

— Sol horroroso, de quem foi a ideia de vir a praia hoje mesmo. – Maura reclamava vindo ao longe com a família reclamando do forte calor.

— Ué mãe não era você que queria voltar a morar perto do mar. – Sidney brincou com o discurso que sempre ouvia da mãe desde sua infância, Maura ignorou sisuda a ajeitar seu longo chapéu para se proteger da luz do sol.

— Maura, amor, está um dia lindo. – Hernandez tentou aplacar o mau humor da companheira.

— É até o Antônio quis vir. – Tita comentou olhando radiante para o irmão, que fitava Bruna ao seu lado com a face entediado se perguntando o que fazia ali.

— É que praia é tão romântico, né Antônio. – Bruna afirmou se abraçando nele que assentiu confirmando meio sem vontade.

— É a Anita e o Ben ali. – Sidney proferia parecendo meio confuso com a cena ao avistar um casal abraçados perto a orla entre sorrisos largos.

— Deve ser né Sidney, ainda é segredo o vucu vuco entre irmãos por acaso. – Maura implicou desajustada.

— Mãe para, e eles não são irmãos, você sabe disso, para de implicar com a Vera e o Ronaldo, só porque você queria comprar o casarão, e o Ronaldo e nem ninguém te vendeu. – Sidney repreendeu as atitudes tortas que  a mãe sempre tinha, sua falação a respeito da vida dos amigos.

— E pelo visto eles não ligam muito né, se ligassem a Anita, por exemplo, não estaria colada nele desse jeito, de biquíni né.  – Bruna quis mesmo tirar de vez a moça de seu caminho, sabia que Antônio ainda podia querer algo com Anita, ele disse tantas vezes em sua cara anteriormente que queria ficar com a moça. – Acho que ela não liga né Antônio. – Bruna aproveitou a deixa para relembrar o garoto, ao  desconfiar da forma intrigada  como Antônio reagia aos comentários.

— Tá indo de burca pra praia é. – Sidney acusou não crendo no jeito sem noção da garota. – Cada maluca.  – o rapaz pensou alto voltando a andar apressado, e os demais acabaram indo atrás.

— E aí gente bonitos né nem me avisaram. – Sidney brincou interrompendo os dois.

— Eu até te liguei, mais cara você não atendia celular. – Ben riu das alegações do amigo.

— Foi mal então, mais é que minha mãe acordou com a macaca hoje, tanto que o Hernandez tentou trazer ela pra praia, e aí acho que quem se ferrou foi ele. – Sidney disse quase aos sussurros vendo a mãe vindo junto com Hernandez.

— Hernandez e seus quase milagres. – alegou Ben, notando Sidney a sentar na areia.

— Olá, Olá. – o hondurenho cumprimentou o casal repleto de simpatia. – Vocês por aqui também. – diz ele.

— É, quase coincidência. – Ben respondeu não contendo muito o tom irônico, Anita optou por ficar de fora da conversa escondendo o rosto no ombro.

— Oi Anita, tudo bem. – Tita perguntou sorrindo em total fofura abaixando para abraçar a moça.

— Tudo linda. – Anita rebateu retribuindo  o ar alegre da menina. - Vamos procurar a Julia, ela ficou com minha bolsa, e eu tenho que tomar meu remédio antes que eu esqueça, ou quando chegar em casa minha mãe vem me dizer que eu estou gostando da minha anemia. – Anita convidou o rapaz  em um tom sério ao não curtir o clima pesado que rondava o silêncio de todos.

— Vamos sim. – Ben concorda. – Depois nos falamos Sidney. – ele afirma ao amigo, entendendo a vontade da garota mesmo de se retirar. – Tchau, tchau. – o garoto se despediu de Hernandez que pareceu desconfiar do gesto escorregadio dos dois.

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— Ah pegueiii... – Anita e Ben gritaram num uníssono ao acharem Serguei e Flaviana entre beijos debaixo de um guarda sol.

— Ah cara, vocês são bons. – Serguei alegou em sobressalto, enquanto o casal só ria alto.

— Como você mesmo diz, não resisti. – Anita dava gargalhadas do amigo. – Cadê a Julia. – Anita questionou.

— Saiu com o Frédéric, ia buscar uma água, mais eu não sei porque não voltaram. – Flaviana afirmou forçando um ar de mistério. – O que é aquilo ali, a Bruna... – A Bruna. – Flaviana dizia arrancando os óculos sem acreditar, achou ter tomado sol demais mesmo enquanto beijava o namorado.

— Ah nem me pergunte, que dá até medo. – Anita respondeu nem querendo entender, apenas pegando do chão sua bolsa e sua blusa.

— A Bruna nem sabe que roubada está se metendo. – o ruivo partilhou do espantou da amada.- Gente alguém tá com fome aí. – Serguei cortou o assunto da namorada, convidando os amigos para um lanche.

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— O pai porque da urgência hein, não podia esperar não. – Anita entrou na padaria cheia de pressa quando recebeu uma ligação insistente de Caetano, no momento que voltava pra casa com os amigos. – Não podia esperar até o jantar. – reclama ela bufando.

— Não, e depois tinha que ser longe daquela família. – Caetano afirmou. – Quer um suco filha, um chocolate, você sempre gostou. – o homem foi puxando assunto ardiloso.

— Não, to fazendo dieta. – Anita foi meio irônica. – Fala logo pai, você nunca me convidou pra um programa nesses últimos dez anos, caso não fosse pra me dizer algum absurdo, ou pra falar mal da minha mãe. – ela jogou em sua cara já imaginando o pior.

— Então filha, você sabe que eu sempre quis te dar uma vida boa. – Caetano iniciou o assunto já vendo que não seria nada fácil sua missão.

— As custas de desonestidade, obrigada mais eu dispenso. – a garota lhe interrompeu abruptamente.

— Não, escute. – ele pediu aos gestos. – Esse teu namoro aí com aquele um. – ele foi falando sendo paciente.

 - Que tem nome, Benjamim, Ben,   meu namorado, você escolhe. – Anita agiu estressada de presenciar sempre o mesmo discurso. – E dá licença que a mamãe deve estar precisando de ajuda pro jantar. – ela recuou para ir embora.

— Espere minha filha, vamos conversar. – Caetano puxou o braço de Anita.

— O que Caetano, você quer o que de mim pai, eu não sou a Sofia não, que você faz o que bem entende. – Anita não teve mais paciência alguma.

— Olha isso, você sempre quis fazer um curso nos Estados Unidos né, quando a gente foi pra lá você até me convenceu a te matricular em um. – ele alegou alcançando um pequeno pedaço de papel a ela, que jamais entendeu apenas arregalou o olhar estranhando.

— Ahan, aquele de uma semana que você disse que era bobagem porque eu nem o colégio havia terminado, quem dera pensar em ser arquiteta, você disse de todos os que eu te pedi não é,  não quero mais mudei, as pessoas mudam, pronto cabo, e depois era só um passatempo, eu não pretendo morar fora não agora ao menos. – Anita esfregou o rosto ensandecida.

— Eu posso te dar qualquer coisa, ainda mais depois que os meus bens voltarem pra mim, filha pense pra que se afundar nessa terra de ninguém que é  Grajaú Brasil, vá correr atrás de seus projetos, eu te ajudo. – ele foi pura insistência.

— Isso é um cheque, de onde você tirou isso pai, porque morar de favor lá em casa atormentando, que isso então  – Anita olhou para o papel extremamente confusa.

— Era pra uma emergência, é morar por aqui, trabalhar, é só uma tática do meu advogado. – ele disse.

— Então é isso você me dá tudo que eu quero, assim fácil. – Anita parecia ainda incrédula, e apenas querendo compreender onde seria o desfecho de tudo aquilo.

— Claro, você é minha filha, você termina a escola, faz tua faculdade, de preferencia fora do Rio, pra garantir. – Caetano dizia sorrindo vitorioso. – É só você esquecer esse moleque, o Ben. – propôs.

— O Ben. – Anita diz parecendo estar mais chocada com a certeza do que indignada.

— Claro, que futuro essa relação tem você vai acabar é como tua mãe, acabada de tanto trabalhar, pra sustentar uma corja, e depois que chance filha você tem de conseguir uma bolsa pra estudar, vai ficar tentando quantos anos. – ele afirmou enchido de pessimismo.

— Tá então eu aceito tua proposta, e nem preciso me preocupar com faculdade, é isso. – Anita disse tonteada, quando pensava que o pai já havia feito de tudo ela ficava sem reação apenas.

— Eu te garanto que não. – ele confirmou com um olhar audacioso.

— Eu amo o Ben, você realmente... – Anita disse meio decepcionada.

— Até quando minha filha, isso não dura muito tempo te garanto, é a vida minha filha, quando a necessidade entra pela porta a amor sai pela janela, acostume-se, e esse garoto não é pra você, eu estou certo. – Caetano completa.

— Eu  tenho que concordar que vai ser meio difícil mesmo eu conseguir entrar pra uma faculdade publica, devido ao teor das minhas notas esse ano, infelizmente é isso. – Anita não podia fugir à aquela realidade, nisso o pai estava certo, ela havia se perdido muito em sua vida escolar pra se iludir tanto. – E apesar de gostar muito do Ben,  eu não sei qual vai ser nosso futuro,  isso é muito triste, mais é isso, a vida...  – ela afirmou em pura decepção e magoa, não acreditava naquilo, só podia ser má sorte. – Quem sabe daqui uns anos né pai, melhor eu ver como as coisas acontecem não é, eu acho que você tem razão, toda razão no fundo é isso, meu namoro com o Ben não vai resistir a isso, é melhor acabar enquanto eu ainda tenho uma boa oportunidade pra recomeçar. – Anita reconheceu com pesar. – Eu vou terminar com ele. – Anita afirmou com uma expressão triste.

— É o que você quer, e ninguém deixa a gente em paz mesmo não é, o mundo conspira contra e eu to tão cansada disso tudo, só preciso de paz na minha vida, eu não aguento mais isso, to exausta. – ela perguntou desabafando com o olhar entre lágrimas.


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