Octachel - O Impossível Acontece escrita por Ahelin, Miss Jackson


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, como estão?
Primeiramente queria agradecer a nossa diva Lally por voltar, porque a fic não acontece sem ela :3
Mais um POV do Oc e uma surpresinha hahaha
PS: Amem ele.
—Larissa.



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POV Octavian

Era difícil pra mim fazer aquilo depois de tantos anos. Digo, procurar por ela. Claro, ela nunca me fez nada ruim, não mesmo. O problema é que eu sou um completo idiota e para sempre vou ser um completo idiota. Desculpe, estou deixando vocês suspensos no ar, não é?

Pois aqui está uma explicação muito simples: eu briguei com a pessoa que mais me amava no mundo (a única pessoa que me amava no mundo, para ser mais exato) só porque ela me escondeu a verdade até eu completar cinco míseros anos. A verdade de que lhes falo, meus caros, é a de que eu era um semideus.

Vi meu padrasto, Michael Folchart, ser quase morto por um... Como os graecus o chamam? Um drakon bebê de quase dois metros. Até então, eu sempre tinha achado que era filho dele, mas depois disso minha mãe me mandou sentar no sofá da sala. Lembro da expressão de tristeza e pesar dela, quando disse aquela frase que nunca vou esquecer:

- Tenho uma coisa para te contar, meu querido. - A voz macia de Marine Folchart estava trêmula e algumas lágrimas ameaçavam pular de seus olhos. Eu era muito pequeno, mas mesmo assim sabia que ela estava para dizer algo muito sério.

- Mamãe, você está triste? - Perguntei, com a típica voz fina de um garotinho. Me lembro de ela olhar nos meus olhos e contar toda a verdade: Febo, deuses romanos, o Acampamento Júpiter. No começo eu pensei que era uma brincadeira dela, mas conforme ela foi me falando aquelas coisas... Eu via uma relação daquilo com a minha vida. Uma explicação viável para tudo o que acontecia comigo. Visões de coisas que realmente aconteciam depois, principalmente, já que Febo é o deus das profecias. Mas, com tudo isso entrando em minha cabeça, tudo o que consegui responder foi: - Você mentiu pra mim!

Me lembro de quebrar coisas. Muitas coisas. Michael estava no hospital, e minha mãe chorava muito quando me levou ao Acampamento. Eles me "acolheram" lá, mas eu sempre fui hostil e tentei passar por cima de todos. Acho que bem no fundo, por trás de todas as besteiras que fiz, eu queria chegar ao comando só para que ela tivesse orgulho de mim e, assim, conseguisse me perdoar.

Depois de percorrer um caminho que conhecia muito bem até o hospital psiquiátrico Emerson Davis, hesitei ao entrar. Dane-se, o máximo que ela pode fazer é te colocar pra fora. Respirei fundo. Coragem, Octavian! Mas depois veio um medo. E se ela não trabalhar mais aqui?

Entrei de uma vez no saguão, e não tinha mudado nada desde a última vez em que eu estivera lá, mais de catorze anos atrás. As mesmas paredes de um tom verde desbotado, o mesmo corredor de consultórios que por algum motivo me dava medo, e... Ora, ora, trocaram as cadeiras da sala de espera, que ótimo!

Sentada atrás do balcão, estava a boa e velha senhora Davis. O pai do marido (diga-se sogro) dela tinha fundado aquela clínica. E quando eu digo velha e senhora, não estou usando os termos apenas como uma forma de respeito. Não, eu estou falando no sentido literal mesmo. Me surpreenderia se ela tivesse menos de mil anos. Sério, ela pode não ter estado na famosa arca de Noé, mas pisou na lama que o Dilúvio deixou.

Minha mãe costumava brincar que a senhora Davis já era velha antes de ela nascer. Quase rindo com isso, fui até o balcão e chamei.

- Olá. - Dei meu melhor sorriso e devia estar parecendo o próprio Plutão quando acorda de manhã. - Não deve se lembrar de mim, eu sou...

- Misericórdia! - Exclamou. - É você mesmo? O Octavian, filho da Marine?

- Sim, sou eu. Sabe me dizer se ela ainda trabalha aqui? - Minha mãe trabalhava como psicóloga desde que eu me entendia por gente, não a imaginava fazendo outra coisa.

- Meu querido, como você está magro! Por onde andou todo esse tempo? Estudou? - Ela ignorou minha pergunta e se levantou, puxando meu braço para qualquer lugar. Não tive escolha senão segui-la, afinal nunca existiu uma mulher de mil anos mais forte do que a senhora Davis. Seu corpo magro e os cabelos completamente brancos escondiam uma força de lutador de boxe. E ainda um campeão!

Entramos numa sala que devia ser o local de lazer das enfermeiras, com uma moderna máquina de café, biscoitos recheados (ou seriam bolachas?) numa bandeja, junto com alguns salgados fritos (coxinhas, pasteis, etc.). A senhora Davis me fez sentar numa cadeira ali e me disse para esperar comendo alguma coisa.

Claro que eu não reclamei. Ataquei três ou quatro coxinhas de uma vez só, depois comi uma grande porção de bolachas (biscoitos?) e bebi café. Muito café. Vou ficar acordado para o resto da vida. Ainda tinha um biscoito/bolacha (vamos falar assim pra não dar briga) na minha boca quando uma mulher apareceu na porta.

No começo, quase não a reconheci. Ela estava mais magra do que eu lembrava, e seu cabelo castanho tinha alguns fios brancos adicionais, mas continuava a linda mulher de sempre. Seus olhos azuis pareciam sorrir ao encontrar os meus, e ela estampou o rosto de atriz com um enorme sorriso quando me viu.

- Filho? - Chamou, hesitante. Eu tinha medo de que fosse apenas uma alucinação minha, que ela sumisse do nada, mas então Marine Folchart estendeu os braços. Corri até ela e abracei minha mãe, sem acreditar que tinha ficado tanto tempo sem aquele abraço, sem procurá-la.

- Oi, mãe. - Falei, quando ela me soltou e beijou minha testa como se eu tivesse quatro anos. Pensei em milhares de coisas pra dizer. - Eu... Hm... Eu senti sua falta.

Era a completa verdade. Ela sorriu, seus olhos agora estavam marejados.

- Também senti sua falta, meu pequeno... - Ela me abraçou de novo. - Como anda o Acampamento? O que aconteceu desde a última vez em que veio me visitar? Por Febo, você cresceu tanto... Me conte tudo. Tudo mesmo.

Eu eu contei. Deve ter demorado bastante, mas pelo que entendi ela não tinha clientes marcados para aquela tarde. Contei desde o dia em que chegara ao Acampamento Júpiter (no caso a última vez em que tínhamos nos visto, e sim, eu sou mesmo um filho desnaturado) e só parei depois da Grande Guerra contra Gaia. Incluí na minha narração o fato que todos me odeiam. Ela ouviu tudo sem me interromper, franzindo a testa nas piores partes (que eu tentava deixar um pouco melhores, mas sem muito efeito).

- Bem... - Começou. - Não tem nada que eu possa fazer para melhorar sua situação?

Sempre pensando no meu bem.

- Não, infelizmente não. - Respondi. - Se eu aparecer em qualquer um dos Acampamentos, eles me matam. Literalmente. O melhor a fazer é eu sumir de lá por um tempo, até a poeira assentar.

- Pode ficar comigo, se quiser. - Ela sorriu. - Ainda tem um quarto na nossa casa. Seu quarto, eu não mexi em nada. Michael também vai adorar te ver de novo.

Michael era um cara bacana, de verdade. Eu não reclamaria nem um pouco se ele realmente fosse meu pai. Sem nem precisar pensar, aceitei. Ia ser ótimo passar um tempo com a minha mãe.

De repente, ela perguntou:

- E tem alguma coisa para acrescentar nessa história? - Exibia agora um sorriso travesso. - Nenhuma garota? Tem essa Reyna que você falou. Há alguma coisa entre vocês?

- Não! - Ri, sentindo todo o meu sangue subir para o rosto. - Nunca gostei assim de Reyna. Credo, ela é legal, mas... Sei lá. Ela dá medo às vezes. - Marine riu. Conto ou não sobre Rachel? Conto. Bom, na verdade... - Hesitei.

- Começou, agora conte tudo. - Pediu.

- Certo, certo. Bom, tem essa ruiva... O nome dela é Rachel, e ela não me odeia. Bom, agora deve odiar. Mas mesmo assim, ela me ajudou bastante. E eu fui um completo idiota. - Aquele arrependimento começou a voltar.

- Ela é bonita? Você gosta dela?

- Sim, ela é bonita. - Senti meu rosto corar de novo. - Claro que eu não gosto dela! Puxa, ela é irritante, chata e doida! E grega! E sim, eu gosto dela. Mas ela não pode gostar de ninguém.

- Por quê? Ela já tem namorado?

- Não, não... - Fiquei triste de repente. - Ela realmente não pode. - Expliquei tudo o que eu sabia sobre o Oráculo de Delfos, e por que isso impedia Rachel de namorar. Minha mãe pareceu entender.

- Tudo tem um jeito. Talvez vocês encontrem outro Oráculo. - Ela me lançou uma piscadela e mudou logo de assunto. Nesse momento eu senti mais falta de Rachel do que nunca.

Admito. Sim, eu estava apaixonado pela ruiva.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem!
Beijos, e até breve :*
—Larissa.



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