Dan, Amy, Ian e Natalie perambulavam pelo parque à procura de alguma mulher de cabelo preto comprido e óculos, que pudesse ser a Nellie disfarçada. Eles andaram por todo o parque mas não encontraram nenhuma mulher com essas características. Tentaram ligar para ela, mas Amy se lembrara de que Nellie havia esquecido o celular outra vez na casa deles.

— Ela deixou em cima do sofá. — disse Amy — Eu o vi antes de nós sairmos.

Como já estava anoitecendo, eles resolveram voltar para suas casas. No caminho Ian e Natalie lhes contaram tudo, desde como sua mãe estava estressada e sem paciência, de como ele a ouvira falar de pegarem Dan e Amy no parque, e de como ela ouvira sua mãe dizer que às cinco eles estariam lá, e que ninguém poderia descobrir nada.

— Nossa mãe está envolvida de algum jeito, mas não sabemos como. — disse Natalie. — Mas nós vamos descobrir.

Dan parou de andar e observou a prima.

— Por que vocês dois querem nos ajudar? — Dan perguntou desconfiado.

— Porque nossa mãe está planejando algo terrível! — disse Ian — Ela odeia vocês, por motivos que não sabemos, e também está agindo secretamente. Deve ser algo muito ruim pois do contrário, ela contaria com nossa ajuda.

— Mas ao invés disso — disse Natalie — ela não quer de jeito nenhum que nós dois descubra o que está acontecendo.

Dan olhou para Amy. Será que eles estavam falando a verdade?

— E o que aqueles homens estavam fazendo? — perguntou Ian.

Dan e Amy se olharam mais uma vez.

— Eles queriam a fórmula de um remédio. — disse Dan. — Mas como não achamos, nós demos o próprio remédio.

— Daí ele disse que Grace e Fiske estavam presos. — disse Amy — E que seriam ótimas cobaias. Eles queriam nos levar também. Foi quando vocês gritaram, e os três homens saíram rápido pela pista de caminhada e desapareceram por entre as arvores.

— Era para Nellie ficar de olho e aparecer se alguma coisa desse errado, mas ela sumiu!

— Estranho! Mas nós vamos ver se conseguimos encontrar mais alguma coisa que possa os ajudar. — disse Ian — E se vocês tiverem alguma novidade, me avisem. Acho que eu ouvi mamãe falar sobre um remédio...

Eles se despediram, e foram para suas casas, Dan e Amy subindo a rua, Ian e Natalie descendo indo em direção ao ponto de táxi.

Chegando em casa, Dan e Amy trancaram todas as portas e janelas, por preucação de aqueles homens grandalhões aparecerem. O celular de Nellie de fato estava no sofá, e a tela exibia três chamadas perdidas. Duas eram de Amy e uma eles não poderiam saber quem era pois aparecia escrito “desconhecido” ao invés de um nome ou número.

— Dan será que agora eles pegaram ela? — perguntou Amy.

— Não sei. Mas quem será essa pessoa que ligou para ela?

Os dois ouviram o barulho de um carro se aproximando, e quando Dan olhou pela janela viu que Nellie saia do carro.

— Nellie onde você estava? — perguntou Dan enquanto abria a porta e ela entrava.

— Me desculpe meninos, mas eu estava ocupada. Quando vocês chegaram perto dos balanços, eu fiquei de olho enquanto fazia alongamentos...

— Sabia que aquela mulher desengonçada era você! — disse Amy.

— Mas daí eu vi que tinha uma mulher agachada atrás de uma arvore e que ela estava falando baixinho mas não tinha nenhum celular nas mãos. Quando fui chegando mais perto, ouvi ela dizer seus nomes, então eu tentei distrai-la. Foi quando percebi que ela tinha um ponto eletrônico no ouvido, mas segundo ela, era um aparelho auditivo. Eu disse: “É mentira! Você está vigiando eles!” , enquanto apontava para vocês. Então a mulher saiu correndo e eu fui atrás.

— Nós estávamos ocupados com aquele vendedor que nem vimos essa movimentação. — disse Dan.

— Eu estava correndo seguindo a mulher — continuou Nellie — mas daí ela entrou num táxi e o carro saiu antes que eu pudesse ver a placa. Fui correndo para o meu carro, embora minhas pernas estivessem doendo, e tentei seguir o táxi mas já era tarde. Pensei em ligar para vocês mas não estava com meu celular. Então voltei ao parque mas vocês já não estavam mais lá. Então vim para cá e estacionei o carro no fim da rua, até que vi vocês chegando. — Nellie suspirou de alívio — Mas afinal o que aconteceu lá?

Dan e Amy contaram a Nellie o que os homens disseram e que queriam leva-los também, mas que Ian e Natalie apareceram na hora certa e os salvaram. Contaram o que Ian e Natalie lhes disseram sobre Isabel estar envolvida, e descreveram tudo nos mínimos detalhes.

— Vocês vão confiar neles? — disse Nellie olhando o visor do seu celular. — Com licença, preciso fazer uma ligação.

— Nellie quem é esse numero desconhecido? — perguntou Amy.

— É o meu pai. — disse Nellie abrindo a porta e saindo para a varanda.

— Você acha que ela está falando com o pai dela? — perguntou Amy.

— Claro que não! — respondeu Dan. — Precisamos ficar de olho nela.

— E o Ian e a Natalie?

— Neles também. Lembra que a Nellie falou que a mulher entrou num táxi? E o Ian e a Natalie foram para onde quando nós nos despedimos?

—Para o ponto de táxi!

— As únicas pessoas em quem podemos confiar é em nós mesmos.