Jogo de sedução escrita por Karollin


Capítulo 6
Capítulo 5 - Descobertas


Notas iniciais do capítulo

♥ Desculpem-me pela demora, eu nem deveria estar postando hoje já que estou em semana com 3 provas por dia x-x

♥ Muuuito obrigada a todos os reviews do capítulo passado, já irei respondê-los :3

♥ Capítulo pequeno mas importante. O próximo será maior, juro!
♥ Boa leitura, espero que gostem ^-^



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Logan me olhava esperançoso enquanto eu ainda estava controlando meus impulsos para não pedir outra bebida só para jogar na cara dele e atear fogo em seguida. Abri minha carteira e deixei uma nota de vinte dólares em cima da bancada para pagar pelo meu consumo. Virei as costas e comecei a andar com passos furiosos para fora do bar.

Howell começou a me seguir e senti-o segurando meu antebraço antes que eu pudesse atravessar a rua. Virei-me irritada para ele, fazendo-o até recuar um passo com a violência que puxei meu braço.

– Desculpe por seja lá o que eu tenha feito para te deixar assim. – falou.

Que cretino! Ele ainda se desculpava sem saber o que havia me zangado, não era de verdade.

– Você acha que sou uma prostituta? – perguntei furiosa.

– Ah, não. – respondeu após uma longa hesitação.

– Acha sim. Foi por isso que me deu seu telefone na boate e pelo mesmo motivo aceitou meu convite de vir ao bar! – acusei-o.

– E você se oferecendo para mim lá dentro – falou apontando para o bar Midnite – me fez terminar de concluir o óbvio. Você queria dinheiro, não é? Eu posso oferecer isso se você me acompanhar amanhã à noite.

Desferi um estralado tapa em seu rosto o que fez ele me olhar assustado. A marca de meus dedos começavam a se tornar visível em sua bochecha direita e, apesar de toda a raiva, senti uma insana vontade de rir.

– Que fique bem claro: sou uma dançarina, não uma prostituta. E, definitivamente, eu não preciso de dinheiro, muito menos do seu! Sou muito bem estabelecida economicamente, danço por diversão. – ralhei com fúria – E não me ofereci para você!

Uma pequena mentirinha sobre grana não iria fazer mal a ninguém, não é mesmo? Eu ainda continuava com uma insana vontade de socar aquela cara linda dele até torná-lo irreconhecível, mas eu não queria ir presa por agressão, não valeria a pena. Dei sinal para um táxi e ele veio em minha direção. Nunca agradeci tanto por New York ser um grande centro turístico, pois graças à isso sempre havia vários taxis rodando a cidade em grande quantidade.

Assim que abri a porta e ia entrar no automóvel, Logan me puxou com força para fora e liberou o motorista, que deu partida novamente nos xingando por fazê-lo perder tempo. Olhei brava para o homem que estava segurando minha cintura e tentei sair de seus braços, sem êxito.

– Realmente me desculpe, tomei suposições antecipadas. Sinto muito, não quis ofendê-la. – falou com sinceridade.

– Ok. – suspirei – Agora me largue.

Ele me soltou de modo cuidadoso, com medo de que eu batesse mais nele. Obriguei-me a me acalmar. Por que os homens têm dificuldade em ser gentis? Cruzes! Para eles qualquer mulher que use roupas mais provocantes ou trabalhem em um lugar de entretenimento masculino já são automaticamente prostitutas. Bando de idiotas! Depois reclamam que não encontram uma única mulher que não seja interesseira/vadia, as que prestam já perderam há muito a paciência com eles.

– Eu sei que você quer me capar, mas por favor me deixe explicar o meu pedido. Vamos para aquela sorveteria conversar, que tal? – pediu e completou em um sussurro quase inaudível – Lá terá mais testemunhas caso você me mate.

Dei uma risada e o acompanhei até a sorveteria que ficava do outro lado da rua. Apesar de estar escurecendo e um vento frio e constante atingia a cidade, peguei e paguei uma casquinha de blue sky com cobertura de chocolate enquanto Logan pediu um de menta. Não o deixei pagar, afinal não estávamos em um encontro. Sentamos em uma mesa mais afastada e enquanto tomava meu sorvete senti o olhar dele me analisando minimamente. E eu já estava sem paciência para isso.

– Estou esperando sua explicação, pare de me olhar como se eu fosse a última bebida do mundo. – falei fazendo-o levar um pequeno susto.

Ele me encarou, provavelmente pensando em como começaria seu discurso. Quando finalmente se decidiu, deu um suspiro pesado e olhou dentro de meus olhos para que eu tivesse a certeza que tudo o que ele diria era verdade. Ou uma mentira muito bem arquitetada e ensaiada.

– Meus pais irão fazer uma festa amanhã e eu preciso levar uma acompanhante. Eu poderia chamar as mulheres da minha faculdade, onde curso direito, mas nenhuma teria uma noção do que fazer. – tagarelou.

Para ser sincera, não entendi bulhufas. O que nenhuma delas teria noção de fazer? Logan percebeu a dúvida expressa em meu rosto e bagunçou o cabelo com as duas mãos, tentando remanejar o pedido.

– Vou começar do início. Meu sobrenome verdadeiro é Campbell e não Howell. Meu pais, Melissa e Edgar, são donos de uma multinacional de informática e estão fechando um contrato com um investidor árabe. Ele apoia a Primavera Árabe que foi muito influenciado pelas mulheres e por isso ele as considera um símbolo de respeito e compromisso. A festa de amanhã será para assinar o negócio e eu preciso levar uma acompanhante. – falou, finalmente dando uma pausa para respirar – Não posso levar as da faculdade porque eu mantenho segredo sobre isso porque não quero que relacionem a influência da minha família na minha entrada da universidade. Entende o meu lado?

Lógico que eu conhecia o sobrenome Campbell, acho que até mesmo um eremita que vive em uma caverna no meio de uma montanha já viu ou adquiriu alguma das diversas máquinas produzidas pela empresa que possuía aquele nome. Inclusive, meu computador foi fabricado por eles. Mesmo não tendo passado por aquela situação antes, entendia como ele estava. Ser a sombra dos pais definitivamente não é legal, ainda mais quando todos pensam que você se aproveita da situação para conseguir algo que deseja quando na verdade você batalhou duro por aquilo. Ou talvez ele estivesse mentindo, como eu iria saber? Acenei positivamente com a cabeça, incentivando-o a concluir o pensamento.

– Você tem formação, pelo menos conhece os grandes iluministas e, pelo seu emprego, deve entender de economia. – Fez uma pausa e eu tive vontade de soca-lo. Quando as coisas iam facilitando para o lado dele, ele soltava esses insultos sem querer – Desculpe! Não me leve a mal, mas sua companhia seria de muita ajuda. Eu até pago se você quiser.

– Não preciso de seu dinheiro, Howell, Campbell, ou que diabos você for. – afirmei com a voz firme e tive vontade de rir do desespero que tomou suas feições. – Eu irei te ajudar, mas você ficará me devendo uma das grandes. E só para deixar claro não irei ficar de carícias desnecessárias, beijos e não irei para a cama com você.

– Claro, claro! – apressou-se em concordar sorrindo aliviado – Talvez eu a faça mudar de ideia quanto ao sexo, Lira.

– Por que está tão confiante disso, Logan? – perguntei divertindo-me.

– Porque eu sou incrível na cama, querida. – respondeu dando um sorriso cafajeste e malicioso que o deixava completamente irresistível.

~ ♥ ~

– Saia logo desse provador para que eu possa ver o vestido em você, Lira! – pediu Logan.

Eu sabia que estava sendo infantil, mas o que eu poderia fazer? Estava parecendo aquelas adolescentes apaixonadas que ligavam, histéricas, para as amigas pedindo orientações. As únicas diferenças eram que, no meu caso, eu ligava pedindo livros de economia e de direito, ao invés de uma amiga era um gay que dava gritinhos em meu ouvido e eu não estava apaixonada. Isso tudo só porque eu não queria passar vergonha, ainda mais com Logan escolhendo um vestido para eu usar na festança. Aproveitando o ''esconderijo provisório'' pesquisei sobre Logan Campbell no Google e encontrei poucas imagens dele, a maioria tirada de longe em festas chiquérrimas e entrando em carros luxuosos. Quanto será que ele estava pagando para manter sua cara longe das fotos e babados?

Tive que cochichar no aparelho para que o homem do outro lado do provador não ouvisse. Se eu visse isso em um filme, nessa hora já estaria rolando de rir e tacando pipoca na tela. Mas como estava acontecendo comigo não tinha a menor graça. Encerrei a ligação com um suspiro e me encarei no espelho admirando aquela roupa. O vestido era longo de cor azul marinho com um tecido um pouco mais transparente e soltinho por cima de outro mais escuro. Havia uma fenda que ia até metade da minha coxa esquerda e que se tornava visível quanto eu andava, as costas eram trançadas e o decote era de bom tamanho, o que realçava meus seios de uma forma chique e não vulgar. Meu cabelo vermelho realçava tanto a minha pele quanto o tom da vestimenta e naquele instante me apaixonei por aquela roupa. Eu estava maravilhosa.

Saí do provador com um sorriso meio de desculpas pela demora, meio de provocação. Fiquei satisfeita ao ver Logan me olhar de cima a baixo e perder a fala por alguns instantes, arregalando os olhos. Dei uma voltinha e soube que ele me daria aquele. Ainda bem, já estava completamente farta de experimentar roupas. Nas duas primeiras estava divertido, mas após a quinta troca já estava louca para me enfiar em um blusão e sair daquele shopping que possuía preços caros demais para a maioria da população americana. Estava cansada de ser a Lira, queria logo voltar a ser a Lola.

Antes que Logan pudesse me elogiar, a vendedora me encarou com um sorriso fixo e forçado nos lábios. Ela era linda, como o cargo exigia. Alta, morena, cabelo repicado e preto com mechas californianas em tom castanho, roupa da loja e sapatos de salto alto. E mesmo assim meu acompanhante não deu nem uma olhada para os atributos dela – pelo menos não na minha frente. Isso era um bom sinal. 2x0 para mim, pensei satisfeita.

– Oh querida! Você está radiante! – exclamou a mulher dando pulinhos de felicidade.

Eu poderia estar vestindo um saco de batata rasgado que mesmo assim ela me diria que eu estava radiante se aquilo a fizesse ganhar uma comissão pela venda. Logan me analisou mais uma vez umedecendo os lábios e dando um sorriso malicioso.

– Nós iremos levar este. – afirmou sem olhar o preço.

Entrei novamente no provador e tirei o vestido que valia o preço de minha casa e vesti minhas roupas normais. Assim que saí, Logan veio em minha direção e estendeu uma sacola com a roupa em minha direção.

– Obrigada, mas eu poderia ter pagado. – menti.

– Considere isso como um nobre e raro ato de cavalheirismo já que eu te convidei em cima da hora. – respondeu sorrindo.

Fiquei encarando-o com a sacola pesando minha mão. Ele realmente era um homem estranho e imprevisível. Sua personalidade era muito diferente do que eu imaginei ser verdade, ou talvez ele estivesse mentindo somente para que eu concordasse em ser sua acompanhante. Apesar de ser pouco provável, não havia descartado a hipótese de que o Logan original fora abduzido e substituído por uma versão mais educada e cavalheiresca. Se isso aconteceu, tenho que me encontrar com os aliens que fizeram isso a fim de agradecê-los.

– O que foi? Tem algo errado com a minha cara? – perguntou olhando-se no espelho.

Franzi o cenho confusa com seus questionamentos. Ah! Eu estava encarando ele. Essa não! Eu estava encarando ele! Agora ele deve pensar que sou alguma maníaca estranha ou algo do tipo! Mantive a calma e dei um pequeno sorriso.

– Me livre do trabalho de te pesquisar no Google e me conte coisas sobre você. Vai que você seja um estuprador maníaco coisa e tal e queira pintar as paredes da sua casa com meu sangue? Nunca se sabe. – falei fingindo uma expressão séria fazendo-o dar gargalhadas.

O que eu queria dizer era: ‘‘Me conte coisas sobre você porque no site de buscas não havia quase nenhuma informação além de ‘filho do casal que possui uma grande empresa de tecnologia em ascensão.’ e em seguida uma foto pouco nítida dele saindo de um prédio luxuoso.’’

– É justo. – disse e completou em um sussurro – Vamos sair daqui, aquela vendedora sorridente já está começando a me dar medo.

Fomos caminhando até a praça de alimentação, mas não comi nada porque estava sem fome. Contentamo-nos apenas em conversar por enquanto, afinal eu não iria a um local desconhecido com uma pessoa com que mal tinha falado, já que na faculdade ele não fazia a menor ideia de quem eu era.

– Eu tenho vinte e dois anos, estou no quarto período de direito. Não vou dizer o nome da faculdade, vai que você é uma... Como é mesmo? – perguntou sorrindo.

– Estupradora maníaca que quer pintar as paredes da minha casa com seu sangue. – completei rindo.

– Isso. Sou líder da fraternidade Alfa, que é a mais popular da universidade e se eu tirar más notas minha mãe dá um fim a minha vida porque foi ela que me incentivou a entrar na faculdade já que meu pai não faz muita questão desde que eu saiba administrar bem a empresa e dar lucros. – falou – Estou em desvantagem aqui, te contei sobre mim, mas não sei nada sobre você.

Dei um sorrisinho de canto. Ele não era nada do que eu esperava. A imagem que eu tinha dele era um filhinho de papai mimado que quando estralava os dedos aparecia vários mordomos para atender ao menor pedido excêntrico.

– Não sou interessante. – respondi enigmática.

Na verdade Logan, eu sou a Lola Maxwell, curso há um ano arquitetura na mesma faculdade que você e danço à noite na Desire, se você puder não contar a ninguém, agradeço. Ah, e a propósito, eu fiz uma aposta que envolvia seu maravilhoso corpo nu. Tentei imaginar sua reação se eu contasse isso e tive que disfarçar uma gargalhada espalhafatosa com uma tosse fingida.

– É a segunda vez que você me diz isso hoje. – observou rindo – Gosto de mulheres misteriosas e você sabe desempenhar muito bem esse papel.

Fiquei um pouco sem graça, mas isso durou menos de um segundo. Logo o sentimento de vitória se apoderou de mim fazendo-me dar um sorrisinho de canto.

– O que eu posso dizer? É um dom. – falei.

Olhei as horas no meu celular assustando-me com o horário. Já eram quase onze horas da noite! E esse é um dos motivos de eu odiar shoppings, havia escurecido e eu nem tinha notado. Toda aquela iluminação clara e a ausência de janelas fazia com que não tivéssemos a menor noção da passagem de tempo.

Bryan vai me matar. Ele deve estar me esperando há bastante tempo com aqueles livros grossos de economia, direito e negócios. Só de pensar naqueles imensos volumes que eu teria que ler me desanimava. Não que eu não gostasse de ler, pelo contrário, amo, mas quando não me interesso pelo assunto o mínimo ruído me distrai e faz minha mente divagar prolongando a leitura.

– Tenho que ir. – avisei levantando-me da cadeira.

– Mas já? – questionou Logan franzindo o cenho.

– Está tarde, são quase onze horas e eu tenho um compromisso. – respondi.

Ele confirmou positivamente com a cabeça e me acompanhou até a rua. Mesmo naquele bairro de alta classe a quantidade de táxis era imensa, a cada semáforo que ficava verde dúzias de carros amarelos passavam por nós com ou sem passageiros, em um frenesi interminável.

– Onde você estacionou seu carro? – perguntou-me.

– Tenho vinte anos, não tenho grana ainda para um carro. – respondi tentando achar algum taxi desocupado.

Logan me olhou com uma expressão assombrada e quase me dei um tapa na testa pela minha lerdeza. Parabéns, Lola, não quer aproveitar e dizer que você já o conhece? Ou melhor, não quer tirar sua peruca logo?

– Por que o assombro? – questionei franzindo o cenho quando na verdade tinha vontade de sair correndo dali e me enfiar no buraco mais próximo.

– Você parece ser mais velha, mas ainda é de menor. – falou dando um sorriso torto extremamente desejável – Você não tem idade para trabalhar na Desire e nem para beber.

– Meus pais me emanciparam há dois anos então tecnicamente sim, posso trabalhar na Desire e posso encher a cara toda vez que um idiota como você vem me irritar. – desabafei nervosa.

– Você é definitivamente uma pessoa interessante. – afirmou dando sinal para um taxi.

Assim que o carro passou ao nosso lado no encostamento, dei um sorriso para Logan, que me encarava como se eu fosse uma daquelas equações gigantescas que os alunos de física quântica estudavam na faculdade.

– Irei te pegar na sua casa amanhã. Te ligarei na hora do almoço para você me passar o endereço. – falou dando-me um beijo na bochecha e abriu a porta do automóvel.

Não corei. Isso foi um grande avanço já que sou normalmente bem tímida e até mesmo o Bryan já me fez ficar estupidamente vermelha com suas brincadeiras. Lira é uma parte de minha personalidade que aprecio muito, já que ela parece ser mais madura, durona, mais mulher, enquanto eu normalmente sou uma quase adolescente. E tudo que eu precisava fazer para me libertar mais era colocar uma peruca, nem mesmo a bebida tinha aquele poder sobre mim.

Sentei no banco e passei um endereço que ficava a caminho da faculdade, pois como Logan estava perto não queria que ele soubesse para onde eu iria. Pude ver que o motorista havia ficado nervoso com minha demora para entrar já que ficou resmungando palavrões bem interessantes que fariam qualquer mãe tampar os ouvidos de seus filhos e dar um olhar mortal para o homem. Fechei os olhos tentando relaxar, mas me lembrei de uma coisa importante. Muito importante, aliás.

O Logan disse que iria me buscar em minha casa? Estou ferrada!


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Notas finais do capítulo

♥ Vish, agora a treta ficou séria! UASHSAUAS Dessa Lola terá que se desdobrar para conseguir se safar u-u

♥ Gostaram? Odiaram? Mereço recomendações pelo esforço de postar em semana de prova? USHASUHUASH Comentem, galera! Isso realmente me incentiva muito a continuar da melhor forma possível ♥