A magia de Madoka escrita por DragonsDaughter


Capítulo 2
Capítulo 1: Como se eu a tivesse conhecido em meu sonho.


Notas iniciais do capítulo

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E lá estava eu novamente correndo pelo grande corredor.

Parecia que quanto mais eu corresse, menos eu saía do lugar. Eu estava ofegante, meus pés doíam, pediam descanso. O piso era preto e branco. As paredes, também. Continuei, procurando por algo que me tirasse daquele tormento. Entrei em um salão que dava acesso para quatro caminhos. Acima de um deles, havia uma placa verde escrito: Saída.

Suspirei e subi as escadas torcendo para que fosse verdade. Minhas pernas tremiam. Abri a porta, que fez um estrondo. Me assustei com o que vi.

Eu estava no topo de uma árvore em um mundo diferente, um universo diferente. Havia prédios, e eles levitavam ao redor de uma energia que eu não sabia o que era. A energia parecia um pássaro, e além dos prédios, um campo de força de cor amarela a rodeava.

Aquele universo era algo pós-apocalíptico. Tudo estava destruído.

Em meio a toda aquela bagunça, destruição e caos, eu vi uma garota. Ela era bela e seus cabelos eram pretos. Usava um uniforme como eu e possuía um pequeno escudo no seu braço esquerdo. A garota pulou em direção à energia, como se fosse lutar contra ela. Quando chegou perto, foi atingida por um prédio. Por sorte, ela esquivou.

A energia agora atirava em sua direção faíscas vermelhas, e ela consequentemente se protegeu com seu escudo.

— Que cruel! — Reclamei.

— Não há outra escolha. O fardo é muito grande para ela aguentar sozinha. Ela provavelmente já está no seu limite — Uma criatura pequena e estranhamente peculiar falou. Mas ele não possuía boca e era branco como a neve.

A menina continuava lutando com a energia, mas estava perdendo.

— Essa não! Ela não consegue sozinha. — Gritei para a criatura. — Como ela poderia?

Olhei para ela novamente, e os seus olhos se encontraram nos meus.

— O momento em que você desiste, está tudo acabado. Entretanto, você pode mudar o seu destino. Cabe a você... Mudar o curso dessa destruição e tristeza. — O animal disse para mim. — Todo o poder com o qual você foi abençoada, foi feito para esse momento.

Dei dois passos para frente.

— Verdade? — Perguntei incrédula. — Alguém como eu pode mesmo fazer tudo isso? Posso mesmo mudar esse resultado?

— É claro! — Ele me disse, cheio de energia. — É por isso que você deveria fazer um contrato comigo... E se tornar uma Garota Mágica.

E então, eu acordei.

Aliviada, confesso.

Fiz todas as coisas que se deve fazer quando se acorda e tem que ir à escola. Tomei meu café da manhã, e disse adeus aos meus pais e o meu irmão. No caminho, encontrei minhas amigas Katherine e Elizabeth, que estudam comigo na mesma sala.

Katherine era a mais engraçada, mais espontânea e brincalhona. Já a Elizabeth era mais na dela.

Corri direto para a sala junto com as meninas, e procurei o meu lugar. A professora copiava no quadro, enquanto eu desfazia a minha mochila.

— Por favor, escutem cuidadosamente. — Ela havia dito. — Qual é o melhor? Ovos cozidos mais duros, ou ovos cozidos mais moles? — Gritou. — Adam, por favor, responda! — Apontou a sua vareta para o pobre aluno da primeira fileira.

— Hum... É bom de qualquer jeito, não é? — Ele respondeu, nervoso.

— Exatamente! De qualquer jeito é bom — Ela gritou. — Julgar o charme de uma mulher pelo modo que ela prepara ovos é um erro grave! Para todas vocês, garotas, tenham cuidado para nunca namorar caras que só comam ovos cozidos moles!!!! E para vocês, garotos, tenham certeza de não se tornarem o tipo de pessoa que resmunga sobre coisas como ovos!

— Parece que as coisas não funcionaram... — Katherine disse, sorrindo e se referindo ao namoro da professora.

— Parece que não. — Ri, concordando.

— Continuando... Me permitam apresentar uma nova estudante transferida! Akemi, por favor, entre! — Seu humor havia mudado de irritadíssima para calma como a brisa.

E então, a garota nova entrou andando em direção a alguma carteira vazia para colocar as suas coisas. Logo, os sussurros dos novatos animados com a notícia de uma novata na sala começaram a quebrar o silêncio.

— Uau! Ela é tão linda. — Podia-se ouvir.

Todos estavam boquiabertos com a menina, e eu, não estava diferente. Aliás, coincidência ou não, ela era a garota do meu sonho.

— Não pode ser! — Exclamei perplexa.

Ela escreveu o seu nome no quadro e olhou diretamente para mim, o que fez com que eu me sentisse estranha.

“Quem era ela?” — Eu me perguntava.

Akemi tinha os mesmos cabelos longos e pretos da mesma forma que havia visto no meu sonho. Ela parecia tão entediada. Como se estivesse cansada de se apresentar, ou cansada de fazer alguma outra coisa. Mas era assim que eu a descreveria para alguém. Cansada.

Como esperado, todos foram conversar com a novata. Perguntavam de onde ela veio, qual escola frequentou, e a marca de shampoo que ela usava. Ela sempre respondia com o mesmo tom.

— Acho que todas essas perguntas pesaram em mim. Estou me sentindo um pouco tonta. — Ela disse. — Acho que terei que ir para a enfermaria.

— Tudo bem, nós iremos com você. — Uma colega ofereceu ajuda.

— Não precisa. Falarei com a encarregada. — Akemi levantou de sua cadeira, e veio na minha direção.

— Madoka, você é a representante de saúde dessa classe, correto? Poderia me acompanhar até a enfermaria?

Fiquei um pouco assustada, confesso. Mas fiz o que ela me pediu.

Apesar de Akemi ter me pedido para acompanhá-la, ela andava na frente. Passamos pelo corredor e todos os alunos nos encaravam.

— A enfermaria é por esse... — Ela virou à esquerda. — Suponho que você já conhece o caminho, não é mesmo? — Falei, sorrindo.

Ela permanecia em silêncio.

Toda aquela cena era estranha para mim. Sonhei com ela, ela aparece na minha escola e agora não fala. Permaneci em silêncio da mesma forma, julgando que a minha voz a irritava de algum jeito.

Virou à direita e andou um pouco pelo corredor. Até que ela deu um passo à frente e depois girou seu corpo, ficando de frente para mim.

— Madoka, você valoriza a sua vida verdadeiramente? — Ela me perguntou, tranquila e calma. — Você valoriza os seus amigos e a sua família?

Não entendi o motivo da pergunta.

— É... É claro que sim! Todos significam muito para mim. Eu os amo. São todos especiais. — Respondi confusa.

— Verdade?

— Por que eu mentiria? — Falei.

— Entendo... Se isso é mesmo verdade, então você não tem motivos para se tornar alguém que não seja você. Caso contrário, você pode perder tudo. Só continue vivendo a vida da Madoka, como sempre tem sido.

Ela me deu as costas, e saiu andando. Enquanto eu fiquei parada. Estava assustada e não sabia o que fazer.

“O que ela quis dizer com isso?” — Eu me perguntava.

Mas não havia resposta.

Quando as aulas acabaram, Katherine me chamou para ir à loja de CDs, e eu a acompanhei. Chegando lá, corri para colocar o Femme Fatale no player. Pus os fones no ouvido, e me deixei levar pela batida de Inside Out. Fiquei meditando por um momento no que a Akemi disse. Ela nem me conhece, e já me vem fazendo perguntas daquele tipo. O mais assustador, é que eu a vi em meu sonho.

A música já estava na metade, até que os meus pensamentos foram interrompidos por duas palavras:

Me ajude.

De imediato, não dei atenção. Quando estava prestes a colocar os fones novamente, ouvi algo a mais.

Me ajude, Madoka.

A voz agora estava mais desesperada.

Pendurei os fones e fiquei parada, tentei seguir aquela voz que estava na minha cabeça. Desci as escadas restritas para funcionários, estava um pouco escuro ali embaixo.

— Quem está aí? — Perguntei.

— Me ajude! — A voz chamou.

— Onde você está? Quem é você? — Questionei, mas a voz só pedia por socorro.

Entrei em uma sala abandonada muito escura, estaria totalmente se não fossem os candelabros. Olhei para cima, e o duto de ar se abriu, jogando uma criatura no chão.

Com o susto, eu acabei caindo. Peguei aquela coisa nos meus braços.

— Era você? — Falei.

— Me ajude. — Ele repetiu.

Ouvi passos, vindo em minha direção. Olhei para cima.

— Akemi! — Exclamei.

— Fique longe dele. — Ela alertou.

— Mas ele está machucado. — Protestei. — Como você pode ser tão má?

A criatura repousava em meus braços.

Ela não respondeu. Akemi parou por uns segundos, e depois, começou a andar em minha direção. Chegando mais perto a cada passo.

Katherine apareceu com um extintor de incêndio na mão, e o usou em Akemi.

— Rápido, Madoka.

Corri para perto dela e fugimos.

— Qual o problema dela? Ela é algum tipo de cosplayer? — Katherine perguntou enquanto corríamos. — A propósito, isso não é um bicho de pelúcia, certo? Isso é um animal?

— Eu não sei. Mas, ainda assim, tenho que salvá-lo. — Respondi.

Avistamos a saída logo à frente, porém, tudo a nossa volta havia mudado. Não havia mais paredes, nem chão. Nem os móveis, nem os quadros. Agora enxergávamos borboletas, bolas de futebol, bicicletas, folhas, árvores, plantas... Como se estivéssemos presas em outra realidade. Como se alguém estivesse controlando nossa visão. Controlando o que nós víamos. Era tudo um borrão de confusão e imagens aleatórias.

— O que está havendo? Onde está a saída? Onde nós estamos? — Katherine perguntou assustada.

— Isso é tão estranho! O caminho continua mudando. — Indaguei.

— Tem algo estranho ali! — Ela gritou.

— Isso é brincadeira, certo? Eu devo estar sonhando. Certo, Madoka? — Katherine continuava assustada.

As plantas haviam ganhado vida, e agora vinham em nossa direção, chegando mais e mais perto a cada segundo. Tesouras voavam, abrindo e fechando, fazendo um barulho de ferro com ferro. As plantas gritavam em uma língua que eu não conhecia. Praguejavam!

“É o meu fim” — Pensei.

Estavam cada vez mais perto. Tinham um aspecto assustador. Eu só me perguntava como era possível eu estar ali e como aquilo poderia estar acontecendo. Tremia de medo. Estava mais preocupada com Katherine do que comigo mesma.

Correntes caíram do céu, rodeando-me até fazer um círculo no chão. Uma luz saiu desse círculo e o tempo parou.

Tudo estava em silêncio. As plantas e as tesouras estavam imóveis. Uma menina saiu da escuridão.

— Essa foi por pouco, não é mesmo? — Ela falou. — Mas agora está tudo bem.

Ela chegou perto de mim.

— Oh, salvaram o Kyuubey. — Disse ela. — Obrigada. Ele é um querido amigo.

— Ele me chamou. A sua voz entrou na minha cabeça. — Falei para ela, ainda meio atordoada com o que estava acontecendo.

— Hum. Entendo. Esses uniformes são da sua escola, não é? — A garota perguntou. — Vocês são da oitava série?

— Quem é você? — Perguntou Katherine.

— Oh, é mesmo. Eu não me apresentei. Mas antes... Preciso fazer algo primeiro. — Ela disse, jogando uma esfera laranja para cima.

Quando a esfera estava descendo, ela pegou novamente com as duas mãos. Um feixe de luz enorme saiu dela, e se transformou em uma arma, uma espingarda maior que as normais, para ser exata. Ela pulou, e atirou. Matando todas aquelas plantas. Quando elas morreram, aquela visão saiu, e enxergamos o lugar como ele era de verdade. Estávamos presas em outra realidade, porém havíamos voltado.

Akemi apareceu logo depois.

— A bruxa fugiu. Se quiser apanhá-la terá que ir atrás dela. — A garota que nos salvou disse num tom quase ofensivo.

— Tenho outros planos. — Disse Akemi.

— Você é muito teimosa. Estava dizendo que devia ir. — Retrucou a menina. — Não queremos causar problemas uma a outra, não é?

Akemi parou. Nos olhou por um longo tempo, e depois, deu de ombros.

Respirei o ar que havia prendido, aliviada. Coloquei Kyuubey no chão, e a menina que nos salvou usou a sua esfera para acordá-lo.

Ele acordou.

— Obrigado, Mami. Você me salvou. — Disse.

— Você devia agradecer a essas duas. Eu só estava passando por aqui. — Mami nos deu os créditos.

— Muito obrigado. — A criatura nos disse. — Meu nome é Kyuubey.

— Foi você que estava me chamando? — Perguntei.

— Isso mesmo, Madoka e Katherine!

— Como você sabe os nossos nomes? — Katherine perguntou.

Ele não respondeu.

— Eu tenho um pedido para vocês duas. — Kyuubey falou.

— Um pedido? — Repeti.

— Eu quero que vocês façam um contrato comigo... — Ele disse, nos olhando. — (...) E se tornem garotas mágicas.


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