Querido leitor, você está atrasado!

Gostaria de lhe pedir encarecidamente que não se culpe... a culpa não é sua. Talvez você tivesse coisas melhores para fazer ao invés de ajudar uma garota a salvar o mundo. Mas também não se preocupe com isso, pois ele já está salvo. Eu pessoalmente me certifiquei disso.

Eu não o conheço e você também não me conhece. Eu sinto muito por isso. Sinto muito mesmo, de coração. Embora, você sentirá mais. Gostaria muito de poder ter uma conversa com a sua pessoa e apresentar-lhe minhas queridas amigas e familiares, gostaria de escalar uma montanha enquanto conversamos sobre a vida e o valor dela, mas é tarde de mais.

Não que eu ache que você seja o culpado por isso.

Na verdade, você pode até chegar a saber quem eu amo ou saber quais são os meus mais tenebrosos sentimentos. Saber os meus medos, minhas qualidades e defeitos... Pode até saber o que eu mais gosto de comer, ou beber. Mas saber essas coisas não fará com que você me conheça, só fará com que você me compreenda. Porque para conhecer uma pessoa, é necessário a convivência, e como você chegou tarde...

Repito:

A culpa não é sua.

Algumas pessoas sempre me perguntam como me definiria, costumo dizer que quem se define se limita, e como detesto limites não ousaria me definir. Mas sozinha em meus devaneios, fico fazendo esta pergunta em minha mente várias vezes e tento me responder:

– Como me definiria?

Sou um pouquinho de tudo que se pode imaginar! Costumo pensar que sou uma pintura sem moldura, tenho minha personalidade própria, mas ainda não consegui me encaixar perfeitamente em alguma moldura para finalmente ser um quadro adequado. Gosto do frio, assim como gosto do calor. Gosto de tudo certo, mas também gosto do errado. Sou calma e elétrica, sou arrogante e doce... Compreende? Sei do que gosto e sei quem sou, mas não consigo saber o que é melhor.

Sou meio termo mesmo, não quero ter que um dia me limitar a um gosto, a um jeito, ou a uma vontade. Sou uma pintura sem moldura, eu mesma me moldo a cada ambiente, a cada pessoa, a cada momento, mas no fundo eu sei o que é o meu verdadeiro eu! E eu gosto de ser assim.

Também gostaria de conversar mais com você, porém não posso. Há leis tanto nesse universo quanto no outro, por isso tenho que ir. Mas antes, deixarei que você leia minha história. Peço que me compreenda e espero que goste.

Vejo você em breve. – M.