Nothing Left To Say escrita por Rhiannon


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

I´M BACK o/ Antes de tudo quero agradecer as 10 pessoas que estão acompanhando a fic,as 2 que favoritaram e principalmente as 4 que comentaram, Aqui vai o cap. Eu achei meio bosta,mas eu sempre acho meio bosta (?)



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Nico

Acordei quase uma hora mais cedo que o normal. Por mais que tentasse, não conseguia tirar da cabeça as imagens do sonho que tive. As cenas se repetiam e repetiam, como se alguém estivesse apertando o replay constantemente. Me parecia semelhante a uma tortura psicológica. Então, óbvio, o que eu fiz foi escolher a playlist mais deprimente que eu tinha salva no meu celular e deixei-a tocar enquanto tomava um longo banho.

Fiquei em baixo do chuveiro enquanto a água gelada caia sobre meu corpo, tentando tirar aquelas imagens de minha cabeça.

Eu não sonhava com Leo há... Não consigo lembrar. Sempre que isso acontecia eu apenas jogava no fundo do baú que era minha mente.

Sabe quando você diz para si mesmo que já superou algo, mas sempre acaba percebendo que não, não superou? E depois vem aquela sensação que faz com que você se sinto um completo inútil por ainda pensar naquilo?

Argh, odeio tudo isso.

Leo Valdez foi a primeira pessoa que me apaixonei verdadeiramente. Não, eu o amava com todas as minhas forças. Mas é claro que ele tinha que estragar tudo, afinal, é isso que as pessoas fazem, elas fodem comigo. E Leo me fodeu em todos os sentidos da palavra, infelizmente.

Sai do banheiro apenas com uma toalha em volta da cintura, vesti uma blusa preta com estampa de caveira, meu jeans favorito e um all star azul, peguei minha mochila e desci as escadas até a cozinha.

Minha amiga Thalia estava lá, como sempre, conversando com meu pai enquanto ele tomava café. Ela é fã de rock e, consequentemente, fã de meu pai, tenho que admitir que isso as vezes é estranho.

Thalia usava uma blusa da banda Sex Pistols que era pelo menos dois números maiores, chegava até metade da sua coxa, uma calça escura colada no corpo e coturnos pretos, seu cabelo negro estava preso numa trança. Diferente de todas as garotas que conheço, Thalia não usa maquiagem, apenas um delineador preto que realça seus olhos azuis como o céu, isso a deixa com uma beleza incrível.

Ela estava sentada com a boca cheia de bolo de chocolate, ouvia atentamente algo que meu pai dizia.

– Nicolas! – ela disse com a boca entupida de comida. Revirei os olhos.

– Eu já falei pelo menos umas duzentas vezes só nessa semana pra você não me chamar assim, sua punk.

Thalia me mostrou a língua ao ouvir aquilo. Minha opinião sobre punk é bem diferente da dela. Meu estilo é mais grunge ou rock alternativo. Punk, pra mim, não passa de uma barulheira sem sentido. Claro, gosto de algumas músicas, já que Thalia praticamente me obrigava a ouvir Sex Pistols, mas tenho minhas preferências. Ela já me disse que eu não entendo o punk e que tenho sangue de grunge, sempre dizendo que eu sigo os gostos do meu pai.

Sentei-me na cadeira ao lado de papai e o encarei. Ele tomava uma xícara de café enquanto lia o jornal, quando percebeu meu olhar eu sorri.

– Hm, o que você quer? – murmurou

– Poderia, por favor, me dar algum dinheiro?

Dei meu melhor sorriso de “Amo você’’. Isso pareceu convencê-lo, pois puxou a carteira de dentro do bolso e tirou de lá uma nota de 50 dólares, ele esticou o dinheiro para mim mas parou no meio do caminhou, me analisando.

– Vai comprar drogas? – Indagou.

– Não - Respondi

– Vai comprar bebida alcoólica?

– Pai!

– Que diabos vai fazer com esse dinheiro então?

– Eu queria passar na livraria depois da escola, fala sério, precisa dessa desconfiança toda?

– Só estou fazendo meu papel de pai – ele riu e no fim acabou entregando o dinheiro. Guardei a nota no bolso e me levantei, Thalia fez o mesmo.

– Não vai comer nada? – Perguntou meu pai

Eu sabia que ele ia ficar preocupado com isso então peguei uma maçã da mesa e sai com Thalia me seguindo. Ela tinha outro pedaço de bolo na mão.

– Fala sério, como você come tanto assim e não engorda? – perguntei enquanto passávamos pelo portão da casa.

– E como você consegue manter esses músculos todos sem comer praticamente nada? – retrucou.

– Eu não tenho músculo nenhum.

– Isso porque não come nada.

Dei uma mordida na maçã, tentando demonstrar que comeria, ela enfiou todo o bolo na boca, como se falasse “é assim que se come”.

– O que vai fazer com o dinheiro? – perguntou enquanto atravessávamos a rua em direção a escola.

– Não sei, quer matar aula comigo?

Thalia pareceu pensar por um momento.

– Não dá. Tenho prova de biologia hoje, se fosse qualquer outro dia eu iria. Por que justo hoje? – lamentou.

Caminhamos em silencio por uns minutos até que ela se manifestasse novamente.

– Ah, foda-se a escola.

– Sábias palavras – disse eu jogando a maçã comida pela metade em uma lata de lixo.

Ela revirou os olhos, mas pude ver um sorriso se formando em seu lábio.

– Pra onde vamos? – perguntou.

– Pra começar – apontei para o loja de discos bem atrás dela.

A garota entrou na loja sem nem olhar para trás. Música é uma paixão que compartilhamos, apesar de nossas pequenas intrigas em relação ao punk rock.

Um sino soou quando a porta foi aberta. O estabelecimento não era muito grande, mas não era pequeno. Havia várias prateleiras com CD´s e DVD´s mas isso não foi o que me chamou mais atenção.

Um menino incrivelmente bonito olhava atentamente uma prateleira de CD´s.

Thalia assoviou ao meu lado.

– Ele me faz ficar de pau duro – murmurou baixinho, então percebi que ela também olhava para o menino – E olha que eu nem tenho pau.

Ela foi até uma prateleira ficando exatamente da frente do garoto até então misterioso que olhava atentamente para um cd, torci o pescoço para o lado e vi que era do AC/DC. Bonito e com bom gosto.

Ele tinha o cabelo loiro bem curtinho, olhos azuis como o céu, uma cicatriz extremamente fofa no lábio superior, usava uma blusa branca meio colada no corpo, jeans escuro e botas militares. Era de longe a pessoa mais linda que eu já vi. Notei que Thalia que também tinha o olhar preso no garoto, apesar de que tentava disfarçar olhando para os CD´s, mas eu não podia culpa-la, ele era extremamente desejável.

O loiro finalmente desviou o olhar, seus olhos azuis se encontraram com os meus olhos pretos, mordi o lábio inferior segurando um sorriso mas ele sorriu verdadeiramente. Percebi como ele ficava bem assim. Ao meu lado Thalia bufou, como se tivesse percebido que havia perdido o garoto para mim, ela puxou do bolso lateral de sua mochila um pirulito. Uma ideia insana se formou na minha cabeça, peguei o doce da sua mão, ela tentou toma-lo de volta, mas eu indiquei o loiro com a cabeça, ele estava novamente olhando para os CD´s a sua frente. Thalia franziu o cenho, com um gesto pedi para que esperasse.

Ah, como eu sou doido.

*

~

*

Jason

Música é a melhor coisa que a humanidade já criou.

Isso pode parecer estranho, mas a música sempre esteve comigo. Aos 3 anos eu já tinha essa paixão, aos 5 eu já estava fazendo aula para aprender a tocar violão, foi um pouco desastroso no começo mas logo peguei o jeito, aos onze eu já sabia tocar violão, guitarra, baixo e bateria. Com o tempo eu acabei perdendo o jeito e deixei de praticar, mas continuo sabendo algumas músicas no violão e, as vezes, eu gosto de perder algumas horas praticando.

Não é à toa que o meu lugar preferido no mundo seja uma loja de discos, eu já estou acostumado a passar horas e horas no meio de prateleiras de CD´s.

Seria mais um dia normal na minha vida de fanático por música, mas então o sino da loja soou, eu estava entretido olhando para um CD da banda AC/DC, então só fui perceber que alguém havia entrado na loja quando notei olhares para cima de mim.

Um menino me olhava, havia outra garota do seu lado, mas não prestei muita atenção nela, ele não era exatamente a pessoa mais linda que já vi, mas possuía sua beleza. Seus cabelos eram negros, pele extremamente branca, olhos pretos que pareciam absorver toda a escuridão do mundo. Apesar de tudo, era dono de uma beleza inconfundível.

O moreno mordeu o lábio inferior e eu sorri. Voltei a olhar os CD’s, mas continuava com a imagem do garoto na minha cabeça. Peguei o CD do Pink Floyd que já estava de olho, eu tinha a intenção de ir até o caixa mas parei no meio do caminho ao ver o que o moreno estava fazendo.

Ele chupava um pirulito.

Isso seria normal se não fosse os movimentos um tanto eróticos que ele fazia com aquele doce. Olhei em volta, só havia nós dois, o homem no caixa que lia entediadamente um jornal e a menina que o acompanhava agora estava no outro lado da loja. Voltei a encara-lo. O garoto estava encostado na parede, virado de frente para mim, de sua posição eu podia ver que ele tinha a mão esquerda no bolso do jeans rasgado, a direita segurava o pirulito, ele olhava diretamente para o pirulito, retirava o doce da boca e dava lambidas, então botava na boca de volta e chupava de modo pervertido.

Como é que aquele doido fazia aquilo?

Então me dei conta que ele devia saber que eu estaria olhando. Ou queria que eu olhasse.

Parece loucura, mas comecei a imaginar ele fazendo no meu membro a mesma coisa que fazia com aquele maldito pirulito.

Mas que merda?

Desviei o olhar, percebi que estava começando a ficar excitado com aquilo. Me senti um maníaco sexual. Fui até o caixa pagar o CD para o um homem que aparentava ter uns 40 anos, quando ergueu o olhar seus olhos se fixaram em algo atrás de mim, ele devia ter visto aquele garoto que continuava a chupar o pirulito. O homem arregalou os olhos, notei que ficou mais tempo que o necessário observando o garoto, ele se mexeu na cadeira, parecendo desconfortável.

– Esses adolescentes de hoje em dia – resmungou me entregando o troco.

Caminhei até a porta da loja, passei pela menina que antes acompanhava o “Moreno Pervertido”, ela parecia conter uma risada. Olhei para o garoto, ele estava no mesmo lugar mas o pirulito não estava mais na boca. Abri a porta ouvindo o barulho do sino, mas não antes de ver o menino piscando para mim, passei a língua pelo lábio de forma sedutora, ele riu.

*

~

*

Nico

Somente quando saímos da loja Thalia explodiu uma gargalhada.

– Eu não acredito que você fez aquilo!

Eu ri junto, olhando para os lados em busca do loiro mas ele já devia estar longe.

E lá se vai a minha paixão de 15 minutos na loja de discos.

– Viu a cara dele? – falei rindo ainda mais, a risada dela era contagiante.

– Viu a cara do homem no caixa? Ele parecia querer te agarrar ali mesmo, pensei que assim que o menino saísse ele pularia em cima de você.

Ela deu um tapa na própria cara. Como se quisesse esquecer aquela visão.

– Onde vamos agora? – Thalia perguntou quando começamos a andar, ainda rindo – Espera, eu escolho agora. Tem uma loja aqui perto que tem uma blusa do Dave Grohl que eu preciso.


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer a Andrea por ter me ajudado com o capitulo, sem ela eu não seria nada -qq
Se acharam algum erro falem para mim,ou se algo estiver confuso só COMENTEM por favor ç.ç isso me deixa feliz e se eu estiver feliz temos capitulos mais rápido O/



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