Nothing Left To Say escrita por Rhiannon


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oi. Demorei um pouco né? /apanha. Tá, me desculpem, sério mesmo. Prometo nunca mais sumir assim



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/480920/chapter/13

Jason

Normalmente, quando faço alguma coisa idiota, fico pensando o dia inteiro naquilo. E, é claro, hoje não está sendo diferente.

Eu realmente não devia ter feito aquilo. Não devia expressar meus sentimentos tão abertamente. Já devia ter compreendido como aquilo podia fazer mal, se tratando de Nico, eu não me surpreenderia se ele saísse correndo quando eu falasse que estou completamente apaixonado por ele.

É cientificamente comprovado que uma pessoa demora de 90 segundos a 4 minutos para se apaixonar. Eu nunca tinha pensado muito nisso. Até agora. E é claro, sei que estou ferrado.

Estava tocando uma música qualquer de um artista qualquer. Eu não me importava. Tudo o que queria era sair dali. Porque a coisa mais interessante a se fazer naquele lugar era encarar meu copo já vazio.

– No que está pensando? – perguntou Percy surgindo sabe-se lá de onde. Ele me obrigou a vir para a festa dessa tal de Rachel, uma amiga qualquer de Annabeth, e eu, como o claro idiota que sou, vim. Não demorou muito para me arrepender daquela decisão. – E por que está com essa cara?

Ele se sentou ao meu lado no sofá que eu estava há pelo menos uma hora.

Na nossa frente, duas garotas se beijavam. Elas estavam claramente bêbadas, mas isso não impedia em nada. Se bem que, apesar de ser ainda uma hora da manhã, todos ali estava bêbados, menos eu, que com certeza era a pessoa mais excluída dali.

– Eu vou embora. – avisei, me levantando, mas Percy me empurrou de volta.

– Não, não vai. Meu pai disse que ou eu voltava com você, ou não voltava.

– Por que é que você não vai encher o saco da tua namorada e me deixa em paz?!

Ele fez uma careta e desviou o olhar. As duas garotas a nossa frente saíram correndo pelo corredor, para um quarto, provavelmente.

– O que aconteceu entre vocês dois? – perguntei, mesmo não querendo saber sobre isso. Tudo bem, eu sou uma pessoa curiosa.

– Nada. – ele disse, e isso parecia ser o problema. Arqueei uma sobrancelha. - Fique aí que eu vou procurar Annabeth. – e encerrou o assunto, se levantando e me deixando sozinho novamente.

Joguei o copo em qualquer canto.

Eu poderia ir embora dali sozinho, tinha uns trocados no meu bolso, era só chamar um táxi e pronto, problema resolvido.

Estava pronto para me levantar quando o lugar de Percy por ocupado por outra pessoa. Não por uma pessoa qualquer, mas por Nico.

Me segurei para não sair correndo dali. Não era uma surpresa eu ainda não te-lo visto, levando em conta que fiquei o tempo todo nesse maldito sofá.

Suas bochechas estavam levemente vermelhas, tinha uma garrafa de energético na mão e os cabelos negros seriam facilmente confundidos com um ninho de passarinho. Notei que estava meio bêbado.

– Que grande surpresa te encontrar aqui – ele não parecia realmente surpreso. – Hoje a noite foi agitada, não?

Nico pôs os pés em cima da pequena mesinha em nossa frente.

– Não sei quanto a sua, mas a minha noite foi um completo tédio.

Ele suspirou antes de beber um gole do energético e me oferecer um pouco, recusei educadamente.

– Ora, estou surpreso em revelar que tenho grande inveja de sua noite tediosa.

Me inclinei para trás, me sentando em uma posição mais confortável e o encarei. Notei que sua blusa estava amassada.

– O que aconteceu com você? – perguntei – está péssimo.

– Tantas coisas aconteceram. – disse ele dando outro longo gole na bebida – Se refere a minha vida ou a minha noite péssima? Se for sobre a noite, só pra começar, perdi meu maço de cigarros – ele franziu o cenho – ou fui roubado. Thalia me obrigou a vir nessa maldita festa sem graça. Odeio festas. Único ponto positivo é que tem bebida de graça. Aliás, porque você está aqui?

– Percy me obrigou, acho que não queria vir sozinho com a namorada.

Ele sorriu.

– Ah, claro. Annabeth.

– Que tem ela?

Nico coçou a nuca. Levou a garrafa até a boca, mas desistiu no meio do caminho. Bufou.

– Tem esse namorado de Thalia – ele disse, em claro desgosto – Lyon, Lucas... é algo assim. Relação conturbada. Longa história. Ele é amigo de Annabeth, primo, sei lá. Assiste Game Of Thrones?

– Hã, sim.

– Então – continuou – Annabeth e Lucas são tão primos quanto Cersei e Jaime são irmãos. Acho que eles são gamados num incesto. Thalia os viu junto. Lucas não sabia que ela viria, eles estavam se pegando no banheiro.

– Ah, deve ser por isso que Percy estava estranho. Onde está Thalia?

Ele apontou para a frente.

– Estava agora a pouco com Rachel, na sua frente.

– Ah.

– É. Ah. Nós discutimos. Discutimos mais um pouco. Ela disse que eu sou um...

Subtamente Nico tirou os pés da mesa e tapou a boca com a mão.

– Você está bem? – perguntei, mas era claro que não estava.

Ele me estregou a garrafa de qualquer jeito e saiu correndo. Coloquei a bebida sobre a mesa e o segui.

Passei pelo corredor por onde ele estava a pouco segundos atrás, dando cotoveladas nas pessoas para abrir caminho. Algumas me xingavam de nomes nada bonitos, mas ignorei.

Cheguei ao banheiro a tempo de ver Nico vomitando no vaso sanitário.

Me agachei ao seu lado. Ele se afastou e se encostou na parede do banheiro.

– Eu acho – ele disse com a voz fraca – que eu não devia ter misturado aquelas coisas.

Fechei a tampa do vaso e puxei descarga.

– Só acha?

– Ele sempre disse que eu sou fraco com bebidas. Mas vindo dele, considero tudo mentira.

– “Ele”? – disse confuso.

Me sentei ao seu lado.

– Eu já tentei me matar, sabia?

– Que? – minha voz saiu mais fina, surpreso pela mudança repentina de assunto, mas principalmente pelo que acabara de ouvir.

– Se não fosse Thalia – ele soltou o ar que estava prendendo. O lugar cheirava a vômito. – Ela me encontrou. Eu estava quase cortando os pulsos.

– Acho... que tenho que agradecer a Thalia por isso.

– Ou não.

Então de repente ele começou a chorar. Não aquele tipo de choro silencioso e bonito de se ver, mas do tipo que a pessoa soluça e faz aqueles barulhos estranhos.

– Nico – chamei, preocupado.

Ele tapou o rosto com as mãos, se curvando para a frente.

– Eu matei Hazel – disse com a voz abafada.

Levou alguns segundos para meu cérebro processar aquela informação.

– Não, Nico – falei por fim – Você não a matou, sei que se sente culpado pelo que aconteceu, mas você não tem culpa nenhuma.

– Não. – ele levou as mãos até os joelhos, respirando com dificuldade – Eu a matei. De verdade. Não fisicamente, mas dá na mesma. Como eu não percebi? Estava ali na minha frente. O silencio dela... eu devia ter interpretado isso como um grito pedindo por ajuda. Eu sou um idiota. Eu devia ter ido no lugar dela – ele soluçou, eu já estava começando a ficar assustado com aquilo. Nunca pensei que o veria daquela maneira – Eu trocaria de lugar por qualquer uma delas. Hazel, Bianca... mamãe.

– Eu sei – sussurrei – sei que você as amava, mas não pode fazer nada agora.

Ele riu com amargura.

– Eu sou um inútil. Se tivesse um pouco de coragem, cortaria meu pulsos.

– Não – falei com toda a convicção do mundo – Você não é um inutil.

– Sabe qual foi a última coisa que eu disse a Hazel?

– Ni...

– Eu disse – ele me cortou – “Podemos conversar depois?” Eu devia ter notado. Ela estava com os olhos vermelhos. Mas não. Fui até ele. E no fim, perdi os dois.

– Nico – chamei. Ele olhou para mim, mas não nos meus olhos, como sempre fazia. – Quem é ele?

Nico fechou os olhos, respirando fundo, parecendo se concentrar.

Ele ficou em silencio por tanto tempo que achei que não responderia a minha pergunta.

– Leo – sussurrou.

Aquele nome de novo...

Me aproximei dele, sabendo que estava entrando em uma área perigosa.

– Quem é Leo?

– Um babaca – disse Nico, aparentemente cansado demais para encontrar um xingamento maior.

Mesmo com o cabelo bagunçado e o cheiro de vômito, Nico continuava bonito. O que era uma coisa estupida de se pensar, dada a situação.

– Escute – falei me aproximando. – Você não é um inutil – colei nossas testas e o olhei bem nos olhos – Você é Nico di Angelo. Quando penso em um mundo sem você... eu não consigo. Se você se ferir novamente, estará ferindo a mim.

– Eu não quero ferir você.

– Eu sei.

– E eu não quero me ferir de novo.

– Por que faz isso comigo? – sussurou.

Me afastei.

– Isso o que?

– Tudo.

– Do que está falando?

– Não era pra eu sentir isso de novo. O que está acontecendo?

– Fale coisas com sentido, por favor.

Ele olhou para o piso do banheiro, parecia querer encontrar alguma coisa ali.

– Nós eramos três, e então eramos dois. Agora não sei se existe “nós”. – disse.

Suspirei. Aquelas mudanças repentinas de assunto estavam me deixando doido. Tudo bem que ele estava bêbado, mas aquilo já era demais.

– Quem seria os três? – perguntei, decidido a entrar naquele assunto e entender sobre o que ele estava falando.

– Eu, Thalia e Leo. – ele abaixou o olhar e encarou o rasgo em sua calça jeans – Amigos inseparáveis. Ou nem tanto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Continuação no proxímo cap. Quem não gostou manda vírus. Adeus e um beijo na bunda :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nothing Left To Say" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.