Nothing Left To Say escrita por Rhiannon


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Hey, galera, eu sei que demorei :v me desculpem. Prestem atenção que nesse cap tem uma passagem de tempo, 1 mês, pra ser mais exata. Agora um abraço pra vcs que eu vou responder os comentários que ainda n respondi e-e Qualquer dúvida é só pedir '3'



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Nico

– Eu juro que vou bater em você com um gato morto até ele miar! – Thalia disse irritada, fechando seu armário com uma força desnecessária.

– Como é? – Franzi o cenho, confuso. As vezes ela falava umas coisas tão Thalia.

– Você é idiota? Mas é claro que é idiota! – A morena deu um tapa em meu braço.

– Ai! – Reclamei.

– Você merecia mais.

– O que foi que eu fiz?

– O que foi que eu fiz? – Ela disse, imitando minha voz – Ainda pergunta! Às vezes você parece uma vadia insensível – Thalia deu outro tapa, dessa vez mais forte.

– Pare de me bater! – Ralhei – É a sua TPM? Ou você e Luke...

– Esse não é o foco!

– E qual é o foco?!

– O foco é que você é oficialmente um idiota.

– Eu só comentei que Jason está me ignorando.

– Nicolas! – Thalia bateu o pé com força, daquele jeito que ela faz sempre que quer bater na minha cara. Ela pôs o cabelo atrás da orelha e me olhou como se estivesse pronta para discursar e então disse lentamente: - Você beijou Derek na frente do Jason.

– Qual é o problema disso? Tá, eu sei que prometi pra você que não ia me meter com ele de novo, mas foi só um beijo e, bem, Derek meio que me agarrou e não era exatamente para Jason ver. E eu não enten...

– Nicolas – Thalia me interrompeu, cruzando os braços de forma irritada, como se fosse uma professora que acabou de ver um aluno que não fez a lição de casa.

– Eu só quero entender porque ele não fala mais comigo! – Falei um pouco alto demais, algumas pessoas que estavam no corredor da escola me lançaram olhares estranhos.

– Sinceramente Nico – Thalia resmungou – Eu já sabia que você não é bom em entender as pessoas, mas você é realmente um tapado assim a ponto de não compreender o que está acontecendo?

– Qual é, Thalia você fala como se soubesse de algo que eu não sei. Até parece que está me dizendo que Jason gosta de mim.

Esperei que Thalia risse, negasse ou até mesmo me batesse novamente mas, infelizmente, tudo o que ela fez foi revirar os olhos.

– Parabéns! Sério, deviam te dar um prêmio por finalmente entender isso.

– Porque é que você está dizendo isso? É algum tipo de pegadinha, só pode ser, cadê a câmera escondida?

– Nico, é sério. Qualquer um pode notar isso. O jeito como Jason te olha... ele até age de um jeito diferente perto de você.

– Como assim?

– Ele fica idiota perto de você.

– Hã?

Ela bateu o pé no chão, irritada.

– Jason realmente gosta de você.

– Huh, você... tem certeza disso? – Thalia confirmou com a cabeça – Ele... – Me interrompi – Isso não, ahn, quem é que...? Jason te...?

– Nico? – Ela riu diante da minha confusão – Complete uma frase, por favor.

– Isso é uma tremenda idiotice – Balbuciei – Quem é que iria gostar de mim?

– Hã, não sei, talvez Jason? – Ela disse, irônica – Mas você deu esperanças para ele e depois, bum, beija outro garoto.

Abri a boca para dizer alguma coisa mas travei. Olhei por cima do ombro. Lá estava Jason sentado em um banco com Alice. Era estranho, os dois se conheciam há um mês e, de um tempo pra cá, estavam a todo momento junto. Isso me irritava.

Encarei Thalia.

– Vá falar com ele – Me incentivou.

– E fazer o quê, exatamente?

– De preferência chute Alice de lá.

Passei o peso do meu corpo de um pé para outro.

– E falar oque?

– Ai meu Deus! – Ela disse, me empurrando – Vá fazer contato humano Nico! Diga qualquer coisa, só não fique sem fazer nada.

– Não me empurre!

– Vai!

E eu fui.

Dei alguns passos meio hesitante em direção ao banco onde os dois estavam sentados. Alice me viu e então sussurrou algo no ouvido de Jason, ela se levantou, mas não antes de me lançar um olhar um tanto quanto questionador. Jason pegou o celular do bolso e começou a digitar alguma coisa, sem sequer perceber minha presença.

– Ugh... Oi – Falei bobamente.

– Oi.

Jason nem levantou o olhar do aparelho celular.

Me sentei ao seu lado.

– Você está me evitando.

– Não estou te evitando – Ele disse, sem olhar para mim.

– Está sim – Observei, começando mexer no meu anel de caveira do jeito que eu sempre faço quando estou nervoso – Está fugindo de mim como as aranhas fogem do basilisco.

Ele suspirou, cansado.

– Não cite Harry Potter – Mandou.

– Tudo bem – Falei lentamente – Se você me dizer porque está me evitando.

Não ia acreditar em Thalia, não, de maneira nenhuma. Jason não podia gostar de mim... daquele jeito. Impossível. Quem é que se sentiria atraído por mim?

– Eu não estou te evitando – Ralhou.

Ele finalmente guardou aquele maldito celular no bolso, mas não olhou para mim.

– Preciso ir – Avisou.

– Podemos conversar depois da aula? – Tentei.

Tudo bem, eu sentia a falta dele, admito. Precisava entender o que estava acontecendo.

– Não dá, preciso estudar para minha prova de italiano, se não vou me dar mal, de novo.

– Eu posso te ensinar italiano – Falei rapidamente, antes que eu pudesse perceber o significado de minhas palavras.

Jason finalmente olhou para mim, com o cenho franzido.

– Como? – Piscou – Você sabe falar italiano, por acaso?

– Está olhando para um.

– Você é italiano?

Um sorriso brotou em meus lábios e, quando percebi, já estava falando.

– Meus pais se conheceram na Itália. Minha mãe ensinou o idioma para minha irmã, Bianca. Bianca ensinou para mim. Nós conversávamos em italiano as vezes, ninguém entendia, era engraçado.

Jason pareceu sem saber o que dizer. Eu quase podia compreender sua surpresa, eu quase nunca falava de Bianca, ou do resto de minha família e então de repente começo a dizer coisas como essas... surpreendeu até a mim mesmo. Eu evitava falar dos meus falecidos entes querido, mas, em momentos como esses, era difícil não me recordar de eu e de Bianca dialogando em italiano fluentemente quando não queríamos que ninguém ouvisse nossa conversa.

– E então? – Indaguei.

– E então o que?

– Quer ter umas aulas de italiano com o italiano aqui?

– Eu posso estudar sozinho, obrigado.

– Ah, qual é, deixe de ser chato – Falei, chegando à conclusão que ele estava mesmo me evitando.

Dessa vez ele olhou nos meu olhos, como se avaliasse a situação. Suas orbes azuis eram incrivelmente lindas. Havia olheiras em seu rosto, como se tivesse passado algumas noites em claro na última semana, não eram pequenas olheiras, parecia um caso sério de insônia, chegava a ser pior do que eu.

Jason mordeu o lábio inferior.

– Tudo bem.

– Tudo bem – Concordei.

Ele fez uma careta.

– Sabe mesmo italiano?

Revirei os olhos.

– Acha que eu mentiria?

– Acho. Prove - Mandou

Voglio scoparti proprio qui e ora – Falei com um sorriso.

Jason pareceu confuso.

– Traduza – Pediu.

– Eu disse que ficaria honrado em lhe ensinar a língua de minha terra natal.

Ele ergueu uma sobrancelha de modo interrogativo.

– Eu tenho quase certeza de que não foi isso que você falou.

– Ah, qual é, eu não sou de fazer essas coisas. Vamos lá, vou fazer de você o americano mais italiano da América.

Jason fez uma careta.

– Isso não faz sentido.

– E o que faz sentido nessa vida?

Ele revirou os olhos.

– Certo. Então, minha prova é semana que vem.

– Ótimo, vamos estudar hoje.

– Na sua casa?

– Não, na sua. Tem urubus na minha casa – Expliquei.

– Urubus? – Questionou, como se nunca tivesse ouvido tal palavra.

– Repórteres. Malditos. Urubus. Idiotas. Chame como quiser. Eles descobriram onde meu pai mora e agora estão “esperando por notícias” – Fiz aspas com as mãos.

– Ah, isso deve ser chato, ter pessoas vigiando sua casa.

– Chato? É uma droga. Acho que vou ter que me mudar, de preferência para outro planeta.

Jason pareceu querer falar algo, mas foi interrompido com o barulho do sinal que daria início as aulas.

Ele se levantou.

– Então nos vemos no final da aula?

Concordei com a cabeça.

– Então até mais – Dizendo isso ele simplesmente deu as costas e foi embora.

Eu observei-o, sem me importar em estar me atrasando para a aula. Havia algo estranho nele, o modo como andava, como se carregasse um peso nas costas. Talvez esse peso fosse o motivo de suas noites mal dormidas. Seja qual for esse problema, eu vou descobrir o que é.

Espera... o que?

Não é como se eu me importasse.

Eu não me importo. Realmente não me importo.

Ah, vá se foder. Jason é meu amigo. É isso que os amigos fazem, eles se importam com você, te ajudam com qualquer merda que estivesse em sua vida, era isso que Thalia sempre esteve fazendo por mim e vice-versa.

Agora minha lista de amigos aumentou para dois.


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