Paz Temporária - Sombras do Passado escrita por HellFromHeaven


Capítulo 13
Uma pequena solução para um grande problema




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A semana foi movimentada dentro do velho galpão. A iniciativa de Paul gerou várias ideias de como fazer para subir a popularidade da organização. Eles usaram todo o tempo que puderam daquela semana para organizar pequenos eventos de “boas ações” e decidir quem participaria no que. Depois de organizarem tudo, os Fallen Ones partiram para a ação. No começo todos olhavam com desconfiança os pequenos grupos de voluntários. Alguns chegaram a apanhar de soldados, mas isso não os desanimou. No mês seguinte, as pessoas estavam ficando acostumadas com a presença dos Fallen Ones. Suas ações acabaram atraindo novos seguidores e simpatizantes. Paul passava cada vez mais tempo ajudando na administração dos eventos. Certo dia, ele estava cansado de ficar apenas no galpão e foi com um grupo até um orfanato para ajudar a entreter as crianças. O grupo tinha apenas duas garotas e um garoto. Paul estranhou o tamanho do grupo. Era normal a formação de grupos pequenos, mas aquilo era muito pouco. Ao chegarem, o grupo parecia conhecer bem o lugar e as crianças. Eles deviam estar encarregados de fazer essas visitas há algum tempo. As duas garotas foram ajudar a limpar o lugar e o garoto sentou embaixo de uma árvore no jardim. Todas as crianças se reuniram em volta dele e ficaram sentadas, como se estivessem esperando algo. Paul resolveu ver do que se tratava. O garoto olhou em volta, como se estivesse checando que todos estavam ali, e depois perguntou às crianças:

– Então. O que vão querer ouvir hoje?

– Conta alguma história nova, tio Chris.

– Uma história nova... Deixe-me lembrar de alguma que eu ainda não contei... Ah! Eu já contei para vocês a história por trás do nome da Red Moon Forest?

– Não.

– Tudo bem então. Há muito tempo atrás, quando os Deuses ainda caminhavam entre nós, havia um grande templo naquela floresta. E como ficava em um lugar isolado, ele não recebia muitas visitas. Quando a reforma cética começou, os templos foram destruídos um por um. E esse templo não foi uma exceção. Mas o que os céticos não contavam é que aquele templo em especial tinha uma guardiã. Era uma guerreira de olhos vermelhos devota ao Deus do templo. Em sua luta para defender o templo, ela usou uma espada tão branca quanto a luz do luar. Sozinha ela dizimou uma patrulha de 30 soldados armados com garruchas e carabinas. Infelizmente ela morreu depois de derrotar o último soldado. Mas sua alma ficou destinada a guardar o templo pela eternidade. Seu sacrifício emocionou os habitantes dos vilarejos próximos à floresta. E em homenagem a esse ato de bravura eles decidiram batizar a floresta de Red Moon Forest.

As crianças olhavam maravilhadas para Chris, assim como Paul, que adorava esse tipo de história. Quando a história acabou, ele acabou se lembrando de que esse Chris tinha ganhado fama entre os membros por saber muito sobre a história do mundo e por saber contar essa história de forma clara e instigante. Foram histórias assim que distraíram sua cabeça e o confortaram depois que seu pai foi mandado para a morte. Depois que as crianças se dispersaram, Paul foi falar com Chris:

– Você é bom nisso, cara.

– Eu só gosto de contar histórias. Fico feliz de você ter gostado.

– Vem cá. Você inventou isso tudo ou ouviu em algum lugar?

– Essa lenda existe de verdade. Eu só consegui achar fragmentos dela. Ou seja, parte da história foi dedução minha.

– Dedução ou invenção?

– Aí já cabe a você decidir.

– Heh. O importante é que as crianças gostaram

– Verdade. Eu já costumava vir aqui para ajudar antes de me tornar um Fallen One e sempre achei que elas gostariam dessas histórias. Mas tinha medo de ser expulso daqui e ser mandado para um manicômio.

– Faz muito tempo que você se interessa por essas coisas religiosas?

– Sim. Minha família sempre gostou dos contos antigos sobre seres sobrenaturais e tínhamos alguns livros guardados. É claro que isso era segredo absoluto. O primeiro livro que eu li na minha vida foi sobre essa mesma lenda. Mas estava incompleto e com páginas danificadas. Ao longo do tempo fui me interessando cada vez mais por essas histórias. Então procurava em bibliotecas e conversava com pessoas mais velhas à procura de novas lendas.

– Essas lendas me deram força para seguir em frente quando meu pai morreu.

– Heh. Algumas são realmente inspiradoras. É uma pena que muita gente nem sequer dá uma chance a elas...

– Pois é... Mas é para mudar isso que os Fallen Ones existem.

– Mudar ou morrer tentando.

– Exatamente.

Os dois ficaram conversando durante o resto da tarde. Chris contou lendas que Paul desconhecia. No final da tarde, o grupo saiu do orfanato e as duas garotas foram para suas respectivas casas. Paul e Chris foram para o galpão para checar se havia mais alguma coisa para ser feita. Ao entrarem na filial, avistaram alguns homens desconhecidos usando roupas com o símbolo dos Fallen Ones. Eles estavam falando com Drake, ao ver Paul chegando, apontou em sua direção. Eles vieram até ele e começaram a falar:

– Você é Paul Evenger?

– Sou. E vocês são?

– Somos líderes de outras filias dos Fallen Ones e trazemos uma mensagem da central. “Notamos algumas estranhas iniciativas vindo de sua filial e, após algumas pesquisas, notamos uma pequena melhora na reputação da organização em sua região. Gostaríamos de convidá-lo, Paul Evenger, para conhecer a central e discutir seus métodos para o bem maior dos Fallen Ones. A queda é o primeiro passo para a ascensão.”.

– Isso quer dizer que?

– Quer dizer que você foi chamado para uma reunião na central dos Fallen Ones.

– Entendi. Quando partimos?

– Hoje mesmo.

Paul foi para sua casa, colocou algumas roupas em uma pequena mala e foi até a estação ferroviária, onde os homens o estavam esperando. Eles entraram em um trem com destino a uma pequena cidade chamada Vesril. A viajem durou cerca de duas horas. Paul sabia que havia a possibilidade de ele ter que ficar alguns dias por lá. Mas essa ideia não o incomodava. The Fallen Ones havia se tornado uma prioridade em sua vida. Ele trabalhava apenas o suficiente para ter o que comer e passava o resto do dia naquele velho galpão. Ao saírem do trem, entraram em um carro que os estava esperando no estacionamento da estação. Dirigiram por uns 20 minutos, saindo da cidade por uma estrada de terra. Chegaram a uma grande mansão situada em uma espécie de clareira no meio de uma pequena floresta. Havia guardas na entrada. Eles entraram na mansão e subiram uma grande escada. O lugar tinha vários quadros pendurados nas paredes e símbolos dos Fallen Ones por toda parte. Chegaram a uma grande sala com uma comprida mesa onde estavam sentados 7 homens. Um deles, o que estava na última cadeira, apontou para Paul e depois para uma cadeira vazia. Paul sentou-se enquanto todos o encaravam. O mesmo homem tossiu e depois se levantou:

– Paul Evenger. Os métodos da sua filial são curiosos. De quem foi a ideia de fazer pequenas boas ações para conquistar o público?

– Público... Fui eu mesmo.

– Apesar de seu método ser muito simples, ele está se mostrando muito eficaz e gostaríamos de alguns conselhos seus para a execução em escala nacional desse método.

– Tudo bem. Será muito fácil, pra falar a verdade.

Paul passou alguns dias naquela mansão discutindo sobre as melhores maneiras de espalhar sua ideia com eficácia. Ele sentia-se realizado. Estava cada vez mais perto de seu objetivo. Com o apoio nacional, tirar o exército do controle de tudo seria fácil. Voltou para casa com um grande sorriso no rosto e um olhar determinado. Dali a alguns meses todos estariam a seu favor e sua vingança estaria em seu alcance... Pelo menos era o que ele pensava...


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Notas finais do capítulo

Bem, acabei esquecendo de colocar uma nota no último capítulo mas... é isso aí mesmo, a partir de agora o ponto de vista será do Paul. Outra coisa que gostaria de deixar aqui é que o intervalo de tempo entre minhas postagens vai ficar bem coisado, já que acabou e feriado e talz. Mas escreverei sempre que tiver tempo livre, então... até o próximo capítulo =D



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