Os Guardiões escrita por Mariane, Amanda Ferreira


Capítulo 45
Você terá que escolher!


Notas iniciais do capítulo

Olá caros leitores!
Não nos odeie, NÃO NOS ODEIE!!!!!
Primeiramente queremos agradecer a todos os comentários e favoritos.
Segundo queremos pedir desculpas a demora da atualização.
Terceiro o próximo capítulo já está sendo trabalhando, mas não temos uma data de postagem.
Espero que gostem e tenham uma boa leitura!



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O insistente gorgolejar em algum fundo da caverna só fazia o arrepio na minha espinha aumentar cada vez mais.

Respirei com extrema atenção e continuei o trajeto sem saber se estava indo no caminho certo, mas logo tive certeza que sim. O chão aos meus pés estremeceu e uma luz ofuscante tampou a minha visão. Levei as mãos sobre os olhos afastando desesperada vários passos para trás. Tropecei em alguma coisa e cai de bunda numa bela poça d'água.

A luz diminuiu aos poucos e por fim pude ver o causador de tudo aquilo.

Uma pequena luzinha azul se movia como um vagalume na caverna escura. Puxei a lanterna da mochila e fuzilei a criatura com todo o led do aparelho.

— Eiii! Por acaso você é cega? - uma micro voz falou ecoando.

Pulei de onde estava ficando de pé e ameaçando o que quer que fosse com a lanterna.

— Garota não se desespere. - a voz voltou a falar e eu atônita. Girei no lugar procurando o dono da pequena voz. - Aqui estou para lhe guiar pelo templo.

— Quem é você? - perguntei parecendo uma idiota.

— Primeiro olhe para mim. - a voz parecia quase irritada.

Então de repente o vagalume azul se postou na frente dos meus olhos e ali vi uma pequena criatura, ou melhor, uma pequena garotinha de cabelos prateados presos num rabo de cavalo, calça vermelha e uma blusinha vermelha mostrando a barriga. Ela irradiava uma pequena luz azulada e tinha asas quase transparentes nas costas possibilitando que ela voasse livremente.

Arregalei os olhos encarando a mini garota de olhos azuis e afastei um passo.

— Katherine, certo? - ela falou com uma voz aguda e fininha.

Soltei um grito me afastando tão rápido que voltei a cair. Coloquei as mãos no chão ficando de pé rapidamente pronta para correr.

— Espere! Kira disse que você viria. - ela gritou e eu travei no lugar.

— Que diabos você é? - perguntei. - Uma fada?

— Fada? - ela começou a rir, um riso parecido com o tocar de pequenos sinos. - Fadas não existem bobinha.

Balancei a cabeça e franzi o cenho.

— Sou a guardiã do templo da deusa Kira há mais de um milhão de anos. - falou sorrindo. - Meu nome é Faith.

— Ainda parece uma fada. - falei considerando que ela devia ter no máximo cinco centímetros.

Ela se aproximou batendo as asas como um beija flor e me analisou.

— Você disse que me ajudaria...

— Você é diferente da outra. - falou rodopiando em frente ao meu rosto. - Sua aura é mais... Eu não sei.

— Do que esta falando?

Então ela parou e sorriu como se aprovasse minha cara franzida.

— Serei sua guia até o fim da jornada no templo. Aqui você descobrirá se está apta para a batalha final e se é digna do dom que possui. - falou séria. - Sua jornada consiste em três etapas: a física, psicológica e interior.

— E preciso vencer todas.

— Não. Precisa aprender com todas. - a fadinha me corrigiu.

Ela voou a uma distância razoável e falou:

— Bem vinda ao templo de sua mãe, Katherine! Que vença o seu melhor lado.

Não tenho certeza se ela esticou os bracinhos, mas uma nova luz forte tomou os meus olhos e a caverna inteira se iluminou seguido de um rugido um tanto de pouca amizade.

Quando a luz desapareceu, eu não acreditei no que os meus olhos viam. Prendi a respiração diante da criatura a minha frente. Eu o chamaria de monstro.

Parecia um leão, porém com os pelos vermelhos e a juba meio falhada. Devia ter uns três metros de altura e suas presas devia ser do tamanho do meu corpo.

Vasculhei o ambiente à procura da fada e encontrei-a num canto extremo.

— O que é isso? - gritei.

— Que comece a batalha física.

O que?

O monstro rugiu soltando um bafo em nada agradável e veio na minha direção. Tentei pensar. Só pode ser brincadeira, não é?!

Então a primeira coisa que fiz foi correr. Corri na direção do monstro passando por baixo das suas pernas e indo o mais rápido que meu pobre corpo permitia. Puxei uma adaga da bota e naquela altura do campeonato não adiantava tentar fugir. Lute Katherine!

Parei escorregando e me virei vendo o monstro finalmente me enxergar e vir afobado na minha direção. Engoli o medo que começou a se formar e me coloquei na postura de luta como Nicolas havia me ensinado, girei a estaca nas mãos e ataquei deslizando pelo chão rasgando a pata dianteira do bicho que gemeu. Ele sapateou tentando me esmagar e confesso que por uns dez centímetros foi quase certeiro.

O Monstro me encarou frustrado enquanto eu tentava parecer firme. Bufando ele avançou e por Kira eu nunca agradeci tanto ser pequena, acabei escorregando por debaixo dele, levantei as pernas antes que ele se desse conta do meu feito, e lancei uma das adagas acertando em sua panturrilha. Ele urrou quando um líquido escuro jorrou como resultado.

Mas ele se virou tão rápido que não tive tempo de ver a sua pata boa me acertar pelas costas. Ele me atirou a pelo menos uns cinco metros até que bati com tudo na parede. Desabei no chão e tudo ficou em câmera lenta quando tentei ficar de pé. Senti um fluxo no alto da cabeça e me recusei a por as mãos. O teto girava e vi dois monstros vermelhos vindo à minha direção. Estiquei as mãos, mas a cabeçada que ele me deu fez meu corpo ir para trás e o único fio de pensamento que me veio foi: ar.

De repente o ar ficou pesado a minha volta e ao invés de ir longe, meu corpo travou no lugar enquanto o vento me segurava. Levantei a cabeça e encarei o monstro, estiquei as mãos e o grito que saiu da minha garganta fez meu corpo ficar quente. As chamas vieram com força acertando bem na cara do sujeito que começou a correr em desespero. Confesso que nunca vi tanto fogo sair do meu corpo.

Puxei mais uma adaga e aproveitei a distração do monstro e com um último golpe subi em seu lombo e fiquei a faca a em sua coluna, fazendo o animal esvair-se em fumaça.
Infelizmente enquanto ele se desfazia eu cai, me deixando imunda de lama da cabeça às pés.

Por um instante pensei que estava tudo bem, mas então as pedras começaram a mexer-se e dela uma sombra projetou-se sobre mim. Encarei o homem apavorada.

Ele me encarou de volta e ficamos nos rodeando até que ele deu a primeira investida com sua lança, tentando acertar meu pé com a parte sem ponta dela. Em reflexo pulei no último segundo.

Nota mental: velocidade impressionante tenho que tomar cuidado.

Quando voltei a prestar atenção, mal consegui reagir, a única coisa que senti no momento era à força do impacto do bastão da lança em minha barriga.

Instantaneamente bati de costas na parede da caverna, me levantando apenas a tempo de desviar por pouco da lança e mesmo assim ficando com um corte de leve no bochecha.

Respirando ofegante balancei a estaca ameaçando avançar apenas para ele recuar e então me afastei da parede da caverna ficando de frente para ele.

—Você até que é bom. - suspirei irritada

— E você não vai passar se tiver só isso que mostrou, - murmurou. Sua voz parecia sussurros de víboras o que fez todos os pelos de meu corpo se arrepiar - Você quer mesmo matar sua tia? ENTÃO ME MOSTRE O SEU PODER, QUERO VER DO QUE VOCÊ É FEITA.

Encarei-o assustada, mas porque a surpresa afinal? Respirando fundo avancei com as estacas que logo pegaram fogo transformando em espadas. Segui desferindo golpes rápidos nas diagonais e estocadas, ele deixou ser acertado e apenas desviou quando o corte passou perto do seu pescoço. É isso sua fraqueza! É a cabeça, pensei.

Ele girou a lança na frente do corpo e me forçou a recuar, me concentrei nas lembranças das aulas com meu pai e com os punhos projetei dois socos no ar e então fazendo com que o vento provocado pelo soco fosse aumentado resultando o vento e jogá-lo contra a parede.

Aproveitando os poucos minutos incendeie a faca e atirei em sua coxa, as chamas consumiram sua coxa tão rápido quanto ela se regenerou.

Ele me atacou me derrubando com a lança e apontando a ponta afiada na direção do meu pescoço.

Prendi a respiração e estiquei os pés chutando-o. Assim que ele caiu, peguei sua lança do chão e utilizando esse momento de distração, finquei à ponta em sua garganta, puxando a mesma e logo em seguida cortando sua cabeça ofegante.

A lança em minha mal sumiu em cinzas e minhas pernas tremeram. Cai de joelhos levando a mão no braço esquerdo finalmente sentindo a dor. Havia me cortado. Pressionei o sangue.
            - Muito bem Katherine! - falou Faith.

— Espero que tenha se divertido. - cuspi.

— Não me julgue, eu passei três décadas morrendo de tédio aqui, sabe... Kira não costuma a ter filhos por aí. - ela deu de ombros. - Mas agora preciso que se concentre.

Respirei fundo para não chutar aquela anã e me concentrei na imagem de minha família me esperando do outro lado, se não farei por mim, farei por eles.

Fiquei de pé e a segui.

Durante todo o caminho a tal fadinha não parava de tagarelar, ela fazia parecer que aquele fim de mundo era um tour da Disney.

Felizmente depois de uns quinze minutos só ouvindo o som da voz irritante daquela coisa eu ouvi o barulho de água pingando.

— Oba estamos chegando à minha parte favorita. - falou e eu senti um frio passar em minha espinha, eu não queria nem imaginar o que era a parte favorita dela.

Andamos tranquilamente até a luz que se revelou um lindo pátio a céu aberto, por todos os lados haviam rosa e mais rosas de todos os tipos de cores.

— Aqui é lindo... - falei surpresa.

— Aqui é o jardim que fiz para Kira. - Faith falou orgulhosa. - Sua mãe nunca me visita sabe, mas quando ela aparece...

Senti um misto de tristeza e adoração na voz, por um segundo senti pena de Faith, passar a vida inteira naquele lugar sem ninguém deveria ser muito solitário.

— Você gosta daqui?

— Gosto, mas preferia quando os seres humanos acreditavam em nós. Digo… os seres sobrenaturais. - falou deprimida. - Sinto falta de ver o templo cheio, agora sou só eu...

— Como era o templo? Como era tudo antigamente? - pergunto e de repente o rosto pálido de Faith se ilumina.

— Quando o templo foi criado, Kira ficou muito lisonjeada. Os deuses não podem simplesmente colocar tijolos na terra e dizer pro povo ir lá e rezar. - falou - Se os humanos não aceitarem em seus corações nada poderia ser feito, e construir um templo, igreja e etc. é a forma mais pura de amor a uma divindade.

— Mas os coitados não sabiam direito o que faziam - ela riu - Eles não conheciam nada sobre Kira e então ela me criou, eu fui feita de pó de estrela e argila.

— Isso é bom?

— Claro estrelas são as coisas mais preciosas no reino de Kira. - ela brincou - São os diamantes dela.

Sorri.

— Ela me mandou para a terra para ajudá-los. - falou - Eu cuidava do templo e ao mesmo tempo era uma espécie de ponte entre ela e os mortais. Eu praticava rituais de casamento, nascimento e era eu que queimava os restos fúnebres dos mortos.

“ Os mortais acreditavam em mim, eles me acolheram e me ajudavam, eu era feliz, e podia voar... Voar para onde eu quisesse, para outros lugares. Eu viajava os mundos. Porque aonde quer que tivesse um templo em homenagem a Kira, eu era requisitada.”

— Porque parece ter um mas...?

— Mas então eles pararam de acreditar. - continuou com aquela voz triste e melancólica - O problema dos humanos é que eles gostam de ser mimados, eles queriam tudo. Exigiam demais de Kira. Queriam ser ricos, queriam que o familiar não morresse... Eles pediam demais.

“Mas não é assim que funciona. Os humanos precisam aprender sozinhos, ter suas próprias realizações, fazer suas próprias conquistas. Traçar seu próprio distinto. Mas não! Então eles se rebelaram, acharam que Kira havia os abandonado e em um ato de fúria, queimaram vários templos, desonraram a imagem de Kira, difamaram seu nome e principalmente a abandonaram.”
Limpei a testa de suor.

— Mas isso não foi o pior. - falou fazendo drama - Sabe, aqui foi o primeiro templo, é onde todo o poder de Kira se concentra, é meio que o coração dela. E se algo acontecer ao seu templo reflete imediatamente em sua mãe. E eu não podia permitir que destruíssem minha rainha, aquela que tanto os amou...

" Então quando eles vieram destruir esse templo, eu os impedi. Apeguei todas as lembranças de Kira de suas vidas. Depois disso eu cobri o templo de feitiços e fiquei aqui, para resguardar a última lembrança dela e é por isso que eu nunca sairei. Por que se eu sair, o templo se desfaz. Porque sem a fé humana ele não é mais nada, Kira não passa de um nome em vão. “

Senti um aperto no peito, imaginar todo aquele peso e responsabilidade me deixava angustiada.

— Se eu deixar o templo minha deusa morre, eu morro e os guardiões não serão nada além de humanos comuns, e Kora, que ela não me ouça, reinará sobre a terra. - ela parou para tomar ar - Porque infelizmente, os mortais se tornaram corrompidos e cada um guarda um pouco dela. O ódio, a imoralidade, a maldade são partes dela, e enquanto esses sentimentos ruins existirem ela estará aqui e governaria uma terra morta.

“Então sim, eu sou feliz aqui. Porque sei que o que eu faço afeta milhões de pessoas e é um ato direto de devoção a minha criadora."

— Eu... – eu não sabia o que dizer. – Apenas sinto mui...

Um estrondo ao lado direito me interrompeu, Virei-me atônita olhando assustada todo o belo jardim de rosas secar e em seu lugar arvores enormes surgirem tampando minha visão.

— Acho que o papo acabou. – falou Faith. – A segunda parte do teste já começou.

— O que eu tenho que fazer? – mas ela já não estava mais lá.

Girei no lugar e me vi dentro do coração da floresta.

...

Andei durante um tempo em silêncio. A floresta era extremamente silenciosa, eu não conseguia ouvir nada além da minha própria respiração. Tentei localizar Faith, provavelmente aquela fada anã estava se escondendo para me sacanear. Mas após uma hora chamando-a sem resultados, acabei desistindo para poupar minha voz. 

Por algum motivo eu esperava que alguma coisa misteriosamente apavorante brotasse da mata, aquilo estava pacífico demais para os padrões. O que será que estava acontecendo? 

Mas foi só no cair da noite que entendi a brincadeira. Eu estava preparando-me para montar um acampamento quando encontrei. O corpo ainda estava intacto nenhum sinal de decomposição. Mas o choque foi extremo e instantâneo. Demorei quase uma hora para parar de tremer. 

E mais meia para acreditar. A mulher não devia ter mais que vinte anos, estava com os olhos abertos e arregalados, a pele pálida e fina como papel e em seu pescoço, perfeitamente enlaçado havia uma corda. 

Senti meu coração bater cada vez mais forte e o que quer que era aquilo fez com que eu corresse o mais rápido possível para a direção oposta, infelizmente, quando parei para tomar ar e ergui os olhos um homem em torno dos trinta anos me encara, a expressão vazia, a pele branca, e uma profunda perfuração em seu pescoço, o sangue estava seco, ele estava deitado sobre uma poça vermelha e em suas mãos jazia uma faca pequena e afiada. 

Era como uma brincadeira, aquilo não podia ser real, eu podia sentir um frio consumir-me do estômago até o coração como se algo estivesse tentando me sufocar. 

Arfando desesperadamente voltei a correr, mas então um barulho me fez parar e olhar para trás e foi como se um turbilhão de emoções me atingissem como um soco. Eu estava apavorada, enojada… 

Gritei caindo no chão. A visão era quase tão perturbadora quanto a anterior, o homem estava de pé, olhando-me, com a expressão vazia e um sorriso seco, o corte ainda estava exposto e a faca em sua mão.

Ele parou. Abaixou à cabeça olhando diretamente em meus olhos, as pupilas estavam azuis, mas em seus lábios formou-se um sorriso.  

— Katherine a filha de Kira. - falou. A voz era sem emoção alguma, como um eco profundo e vazio. 

— O que você… - me interrompi, estava a ponto de chorar e eu definitivamente não faria aquilo. - Quem… 

— Garota fraca. - sussurrou a voz fina e cortante parecendo penetrar minha alma.

— Você… - respirei fundo - Não me conhece.

— Podemos ver sua alma… - uma voz tão fria e seca falou, mas a sonoridade era diferente, feminina. Virei-me com a ponta dos dedos em fogo. A mulher anterior estava parada diante de mim, a corda ainda em seu pescoço. – O fogo será inútil, já estamos mortos. 

— O que vocês querem de mim? – rosnei.

— Estamos aqui para salvá-la querida. - falou outra voz, uma mulher com roupas encharcadas de vermelho com uma faca empunhada no peito. 

— Parem… isso não é real. - respondi fechando os olhos e correndo. Minha respiração estava cortante e parecia que agulhas penetravam meus pulmões. 

— Não adianta fugir querida. - falou o homem, a voz estava próxima. - Aonde quer que você vá, nós estaremos. 

— Por quê? 

— Porque viemos testá-la - respondeu a mulher esfaqueada - E você pelo visto fracassará.

— Você é tão fraca… 

— E achamos que você seria diferente. 

— Coitada, posso ver sua morte tão breve… 

— PAREM! - gritei engolindo o bolo que se formava em minha garganta. - Ou… ou eu…

— Já estamos mortos amada. - a mulher da corda respondeu - Não há nada s ser feito. 

— Onde estou?

— Floresta Aokigahara. - respondeu -  A floresta dos suicídios. 

— C-como? 

— Terá que escolher quem se juntará a nós. – falaram em uníssono.

— O que?

— Escolha. Escolha. Escolha – eles começaram a sussurrar e a se aproximar me encurralando.

— Não é real Kate! – repeti para mim mesma. – Não é real.

Tampei os ouvidos tentando abafar os sussurros. Calem-se!

Fechei os olhos, mas quando suas mãos frias me tocaram um grito assustador saiu da minha garganta.

...

Abri os olhos em rompante sentindo falta de ar. A floresta havia sumido e eu estava de volta ao campo de rosas, porem todas estava mortas e secas. Forcei-me a ficar de pé e caminhei ate o centro onde algo chamou minha atenção. Um homem estava de pé me olhando. Os cabelos pretos balançando no vento.

— Ni... Nick?

Corri em sua direção pulando em seus braços estendidos. Seu perfume parecia distante, mas o alivio em meu peito vou enorme.

— Oh Nick! – me afastei para olha-lo, mas ele parecia ver algo alem de mim. – O que foi?

— Kate! – uma voz me chamou do outro lado da clareira.

Vire-me vendo-o se aproximar.

— Lucas?

— Estive procurando por você. – falou sorrindo de lado.

Aproximei-me abraçando-o sem entender o que era aquilo. Então me vi entre os dois.

— O que estão fazendo aqui? – perguntei.

— Você precisa escolher Katherine. – falou Nicolas.

— Entre o homem que ama e em que lado lutará. – completou Lucas.

— Do que estão falando?

— Não pode ser duas coisas Kate.

— Você precisa escolher que lado matará.

Então Nicolas puxou uma faca afiada da calça ao mesmo instante que Lucas tirava um canivete suíço. Os dois levaram as armas no pescoço.

— Escolha e um viverá. – falaram juntos.

Foi ai que entendi o que os mortos estavam falando. Engoli em seco afastando-me. Neguei com a cabeça.

— Escolha Katherine.

— Não posso fazer isso. – falei. – Vocês não.

Eu amava os dois. Essa era a verdade.

— Escolha.

— Por favor. – senti as velhas lagrimas rolarem.

Todos tinham razão, eu era fraca demais para esta maldita missão. Por que eu? A garota mais medrosa de todos os tempos numa escolha para matar o homem que menos amava. Para escolher se matava os amaldiçoados ou os guardiões.

— Escolha. – começaram a repetir sem parar se aproximando. Afastei-me cambaleando ate cair segurando os joelhos que tremiam.

— Sem escolha, sem opção. – os dois falaram e tão rápido que mal pude respirar fincaram as armas na artéria do pescoço caindo de lado fazendo o sangue escorrer pela grama seca.

— Não... – choraminguei. – Não é real!

E se fosse? Eu já não sabia o que era real e o que não era.

Encarei os olhos abertos de Lucas e Nicolas e deixei as lagrimas rolarem. Eu só queria sair, queria sumir dali.

— Kira... – choraminguei.

Tentei respirar, mas estava tudo se fechando. Olhei para o céu escuro e gritei o mais alto que pude. Aquela não poderia ser a escolha.

— Kira!


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Notas finais do capítulo

gente, é serio, não nos odeie!!!



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