Os Guardiões escrita por Mariane, Amanda Ferreira


Capítulo 19
O encontro




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Eu sei que você quer que eu detalhe cada acontecimento e irei fazer isso. Mas primeiro não me pergunte como as coisas podem mudar de uma hora para outra. Sim, você deve se lembrar que antes eu disse que minha vida estava perto de se tornar uma historia de terror e ainda continuo com essa teoria, ou melhor, com essa verdade.

Bem... Voltando ao meu passeio. Primeiro Lucas e eu decidimos comer alguma coisa. Ate porque não tomei café nem nada e ele admitiu que também não. Fomos ate o uma confeitaria que se chamava Macy’s. Comprei um croissant de queijo e presunto e um suco de mamão e laranja. Lucas comprou uma caixa de bolinhos recheados, uma caixa de rosquinha e dois croissants. Ele foi gentil de pagar tudo pra mim e ainda me dar duas latinhas de suco.

Depois fomos a uma dessas barracas de tiro ao alvo, que por sinal eu era uma droga e se minha vida dependesse disso eu iria morrer. Já o Lucas era ótimo, errou apenas um e ganhou um urso maior do que ele. Ele me ofereceu, mas recusei e escolhi um menor. Depois fomos a uma daquelas maquinas de balas e fiquei impressionada com a quantidade de moedas que entrou e a quantidade de balas que saiu. Lucas quase saiu saltitando de felicidade e foi extremamente fofo a carinha dele ao colocar umas cinco balas na boca.

Então decidimos ir a um brinquedo que não sei o nome. Um que fica girando e girando. Confesso que sai de lá tonta e ele resolveu que devíamos nos sentar. O sol batia de leve na minha pele e agradeci por isso.

– Então... Você vai à festa? - perguntei tentando puxar assunto.

– A festa que a Marga... Maggie está organizando? - perguntou olhando para alguma coisa a frente.

– É. - respondi tentando abaixar meu cabelo.

– Claro que vou. - ele respondeu se virando para mim. - Ajudei a organizar também.

O encarei perplexa. Eles não se odiavam?

– Bom... Maggie e eu temos nossas diferenças, mas concordamos que os alunos precisam de um pouco de diversão e cultura. Então como eu sou o presidente do grêmio e ela a vice, resolvemos organizar tudo junto. - falou dando de ombros.

Ela é a vice? Como eu não sabia disso?

– Isso é ótimo. - sorri me sentindo feliz por eles não terem se matado. - E... Hum... De onde vocês se conhecem mesmo?

Ele ficou em silencio me encarando por um momento constrangedor e senti que estava ficando irritado, mas ele suspirou e voltou a olhar para frente.

– É uma longa historia Kate. - respondeu parecendo... Triste? - Sabe, às vezes as coisas mudam tão drasticamente que... Não conseguimos impedir a tempo. Eu só... Não sei se tudo algum dia volta ao normal.

Aquele papo era estranho, mas no fundo eu sabia do que ele estava falando. As coisas estavam malucas para mim e eu não sabia o que fazer. Fiquei em silencio remoendo o que ele disse. Por fim ele se virou e sorriu.

– Enfim, problemas. Apenas isso.

Assenti tentando não parecer nervosa.

– Mais viemos aqui nos divertir e não falar de bobagens, certo? - ele me olhou.

– Certo senhor Gilberson. - sorri.

– E de que você vai fantasiada?

Foi ai que me liguei que ainda tinha a coisa da fantasia.

– Ai meu deus! Eu não tenho nenhuma ainda. - pensei se Leninha não teria..

– A gente pode comprar por aqui. Tem uma lojinha de fantasias no fim do parque. Podemos ir lá depois se você quiser.

– Serio? Isso é ótimo Lucas. - me senti empolgada. - Se estiver tudo bem pra você...

– Sem problema ruiva. - ele deu um sorrisinho doce e achei tão lindo o que jeito que ele falou "ruiva" que quase me derreti.

– Que tal... Roda-gigante de novo? - perguntou ficando de pé e arrumando seu casaco.

– Pode ser. - lancei um sorriso e segurei sua mão estendida. Será que ele não vai cansar de rodar no ar, não?

Para variar eu paguei micos, fiquei com frio quando a roda parou no alto e com medo quando girou demais. O Lucas riu da minha cara e eu fiz bico.

– Você é uma medrosa, sabia? - falou assim que a roda parou mais uma vez la no alto.

– Não sou não. - cruzei os braços fazendo uma careta.

– É sim. - ele riu baixinho. - Mais você pode superá-los.

O olhei e vi o dar um sorriso torto, os olhos cor de mel cintilando. Senti uma vontade enorme de agarrá-lo, beija-lo e tudo mais, mas o meu medo era maior.

– Gostaria de superar meus medos agora. - resmunguei.

– É. Eu também. - ele resmungou e não sei se estava pensando o mesmo que eu ou se tinha algum trocadilho por trás das suas palavras.

Depois de irmos à roda-gigante decidimos almoçar já que eram quase duas horas. Paramos no Subway que ficava no fim do píer perto das outras lojas. Sem me surpreender observei Lucas fazendo seus cinco sanduíches colocando bilhões de coisas em cada um. Sem conseguir me conter comecei a rir da expressão da moça quando ele disse que não era para viagem. Ele pagou nossos sanduíches e seguimos para uma mesa na janela.

– O que? – perguntou enquanto nos sentávamos.

– Nada. – menti.

– Serio, fala. – insistiu mordendo o primeiro sanduíche.

– É só que é muito engraçado o fato de que você... é bom... Desse jeito. – falei apontando para seu corpo – Mas come como um gordo.

– O que você define como desse jeito? - ele fez uma cara maliciosa.

– Ah... – falei ficando meio vermelha. Senhor esse garoto quer me matar, né? – Vo-você sabe.... Argh. Você é todo sexy. E deixa todo mundo meio abobalhado...

– Eu te deixo abobalhada?

– Ah... – suspirei – Você não faz ideia.

– Que bom. – murmurou e eu resolvi morder meu sanduíche natural.

– Me conta. Quero saber o máximo de você. - falou.

– Como o que? Minha vida?

– Qualquer coisa. Sua vida, seus objetivos, tudo. – falou sorrindo e eu suspirei. Eu já tinha dado tanto relato sobre minha vida que já estava ficando cansativo. Foi quando me veio à cabeça. Dois podem jogar esse jogo, né?

– Mas sabe ai não teria graça. - fiz careta.

– Como assim? - ergueu um a sobrancelha.

– Você saberia tudo da minha vida e eu nada da sua? – falei sorrindo maléfica. – Não. Uma mulher deve ter alguns mistérios. Se não, você vai se desinteressar muito rápido.

Ele não respondeu. Parecia intrigado, depois de um momento ele sorriu.

– Você quem manda. – sussurrou e então se aproximou – Mas fique sabendo, eu adoro um desafio.

Depois de comermos, saímos e eu resolvi pagar um sorvete para nós, já que ele tinha comprado tudo de comer para mim. Entramos na sorveteria e fomos para a fila do serve serve-se e começamos a escolher.

– Casquinha ou taça? – perguntou a moça sorrindo a toa. Ela era jovem, talvez dezenove ou vinte anos, muito bonita. Loira e alta. Tarde demais percebi que ela estava tentando flertar com Lucas, sem sucesso contestei venenosa, fingindo um tossido.

– Taça – falou Lucas indiferente – E você Kate?

– Casquinha.

– Duas ou três bolas? – a mulher perguntou dirigindo-se a mim de má vontade.

– Duas. – respondi superiormente. Pus uma bola de chocolate e uma de creme de amendoim. Lucas colocou cinco bolas em sua taça: chocolate, creme de amendoim, frutas diversas, baunilha e menta com biscoito.

Saímos da sorveteria e voltamos a caminhar sem rumo no píer comecei a mordiscar minha casquinha.

– Então você curte desafios é? – murmurei lançando-o um olhar sedutor(ou pelo menos eu acho sedutor).

– Sim. – falou erguendo as sobrancelhas.

Ficamos trocando comentários provocativos ou ele fazia alguma piadinha e riamos feito crianças. Ele então parou de repente e se aproximou devagarzinho, ficamos cara a cara.

– Hmm, você sujou o canto da boca. – falou cada vez mais perto esticando a mão.– Se fosse qualquer outra eu acharia que é uma provocação.

Eu estava ficando vermelha, mas resolvi arriscar:

– E como você tem certeza que não é? – perguntei erguendo a sobrancelha.

Ele deu aquele sorriso torto que faz meu corpo se esquentar.

– Por que não faz seu tipo. – murmurou e senti o cheiro do seu hálito de menta. Antes que eu pudesse respondê-lo ele já estava me beijando.

Meus olhos se arregalaram por um instante e minha mente parou de funcionar, mas ai me dei conta dos seus lábios nos meus. Seu beijo era uma mistura de gentileza e calor. Seus lábios eram macios e quentes. Senti suas mãos deslizarem ate a minha cintura me puxando para si.

Não sei como o descrever. Eu me senti como se tivesse perdido minha vida toda em vão e só agora eu tivesse encontrado finalmente meu rumo. Então o ar me faltou e tivemos que nos afastar, não tanto. Foi quando o Lucas riu.

– Você ainda precisa respirar, lembra Kate? - falou ainda rindo.

Eu não sabia se rosnava ou ria. Que moleque convencido.

– Você é muito...

– Convencido? – falou fazendo uma carinha boba.

Mostrei-lhe a língua e ele soltou uma gargalhada se aproximando outra vez e acariciando meu rosto com o polegar.

– E você é uma fofa.

Não evitei sorrir e estiquei os braços enlaçando seu pescoço. Nossos lábios se uniram de novo. Sua língua pediu passagem e eu cedi sem pensar, sentindo meu corpo reagir imediatamente. Agarrei seus cabelos e ele mordeu meu lábio inferior, depois soltou minha boca e então começou a trilhar pequenos beijos castos em meu pescoço tirando minha concentração.

Puxei-o de volta e dei um sorriso malicioso recebendo outro em resposta. Perdi totalmente meu rumo voltei a beijá-lo sem me importar com que ele disse antes.

Sim, minha tarde foi extremamente agradável.


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