Os Guardiões escrita por Mariane, Amanda Ferreira


Capítulo 18
Micos & Cia


Notas iniciais do capítulo

Hey Amores!
Saudades, então cp novo porque tem um tempão que não postamos.



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Não tive muito tempo para ficar observando a mesa dos Heenk's. Tive que dar atenção aos meus colegas de jantar. Eu podia apenas ver pelo canto dos olhos Maggie dar risadas acompanhadas pelo garoto careca, enquanto o Nicolas sorria sendo observado pela (maldita) garota loura.

— Kate? - Lucas estalou dedos na frente do meu rosto a fim de chamar minha atenção.

— Oi?

— Em que mundo você está? - perguntou me olhando com uma sobrancelha erguida.

"Mundo Nicolas”

— Desculpe. - falei. - Estou viajando aqui... Pensando numas coisas.

— Em umas coisas ou em alguém?

O encarei tentando não corar. Ela balançou a cabeça e sorriu esticando a mão e colocando uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha.

— Às vezes pensar demais dá dor de cabeça.

Assenti tentando sorrir e me virei para frente vendo Yve me olhar com um sorrisinho malicioso no rosto.

Após o jantar, eu Leninha e Yve seguimos para o quarto. Minha cabeça latejava demais e minha paciência já tinha sido esgotada. Desde que Nicolas me olhara daquela forma no jantar, não consegui me concentrar em absolutamente nada. Percebendo minha eminente agitação Leninha e Yve se voltaram a mim.

— O que você tem? - perguntou Yve suspirando.

— Nada. - respondi no automático.

— Você está distraída de mais Kate. Você não é assim...

— Eu estou com muita dor de cabeça e mais nada. - omiti.

—A-hã... - falou Yve arrastando as palavras.

— Bom... De qualquer maneira Yve e eu vamos à biblioteca. Quer vir conosco? - perguntou Leninha jogando o cabelo para o lado.

Sem saco para sair e tudo mais, balancei a cabeça negativamente. Leninha deu de ombros e arrastou Yve pelo corredor. Respirei fundo e segui para o quarto me trancando no banheiro.

Eu estava confusa, isso era um fato. Talvez se eu tomasse um banho demorado eu me acalmasse. Por fim, deitei na banheira e tentei relaxar meus músculos, pelo menos, o que eu consegui. Minha mente estava nebulosa e meus pensamentos confusos demais para que eu conseguisse me concentrar.

Depois de um tempo esvaziando pouco a pouco minha cabeça, finalmente tomei coragem e me levantei enrolando-me na toalha. Andei como um zombei ate a porta e a abri.
O grito foi no mesmo instante. Eu não conseguia saber quem estava mais vermelho. Se eu ou aquela aparição com olhos azuis.

— Desculpe. - falou Nicolas encarando o chão.

Não respondi. Em algum momento minha voz havia desaparecido. Ele me encarou com os olhos arregalados (o que era novidade). Pude vê-lo me analisar rapidamente de baixo para cima e senti meu rosto queimar. Sem falar nada corri até o closet e me tranquei lá.
Meu Deus. Meu Deus. MEU DEUS!

Eu não conseguia pensar em nada coerente naquele momento. Então fiz o mais sensato. Vesti-me. Não pus nada excepcional, um chinelo de laços, uma camisa pólo azul e uma calça de lycra preta justa.

Ele entrou mesmo sem bater? Não acredito nisso.

Assim que sai, Nicolas permanecia lá, vermelho e encarando tudo menos o meu rosto. Em qualquer situação eu estaria rindo até chorar. Nicolas vermelho era tão inacreditável quanto ver um dinossauro vivo. Respirei fundo tomando coragem.

— É o que... - falamos juntos e então rimos. Um riso nervoso, quase rústico.

— Você primeiro... - falamos em uníssono novamente.

Resolvi ficar quieta e assenti para que ele falasse.

— É... Hum... - falou limpando a garganta. - Isso é estranho.

Engoli em seco. Você nem faz ideia...

— Você veio aqui... - incentivei.

— Ah, é. - respondeu balançando a cabeça. Um gesto simples de concentração, porém incrivelmente sensual nele. - Maggie me pediu para perguntar se... Amanha... Ela pensou que vocês podiam sair.

O encarei me perguntando se ele veio ate aqui só por causa de Maggie mesmo. Eu ainda tinha a esperança de que fosse por outro motivo.

Vendo que não o respondi ergueu os olhos me olhando ainda meio sem graça.

— Ela está ocupada demais com a festa e como eu não estava fazendo nada, me ofereci para vir ate aqui e...

— Tudo bem. - o interrompi. - Hummm. - falei rouca. Como vou explicar que não vou por causa do Lucas?— Falei que ficaria com Yve e Leninha.

Menti descaradamente. Fato. Mas o que eu diria? Vou largar minha nova melhor amiga por causa de um cara que ela odeia. Por favor, não deixe que ela fique com raiva.

— Ah. Então ta. - falou.

Assenti passando a mão pelo cabelo molhado. Ele me olhou parecendo estranhamente nervoso e então deu um sorriso esquisito.

— A gente se esbarra por aí. - falou indo ate a porta. - E... Ah... Me... Desculpe-me por... - nossos olhos se encontraram e tenho certeza de que seu rosto corou mais uma vez. - Você sabe.

— Tudo bem. - respondi rápido demais.

— Ta. Tchau!

— Tchau.

E saiu. Fiquei no mínimo uma meia hora tentando por as coisas em ordem. Ainda não conseguia processar tudo. Nicolas... Kira... Kora... Lucas... Por fim, desisti da minha batalha psicológica e me deitei exausta.

A claridade que eu conseguia ver era só a que saia por entre as folhas e galhos. A floresta era úmida e quente ao mesmo tempo. Meu corpo reclamava do calor fazendo gotas de suor brotar em minha testa. Andei me sentido nostálgica e cansada demais.

Minha mente estava mais confusa do que nunca e eu não conseguia distinguir se era um sonho ou realidade. Como vim parar numa floresta? Que floresta era essa? Por que estava ali?

Um som de galhos se quebrando, me trouxe de volta. Virei-me aflita, sentindo um medo repentino passar pelo meu corpo. Eu estava ofegante sem motivos. Encarei as arvores na minha frente e pude ver um vulto se formar entre as pedras.

Afastei bruscamente batendo as costas em alguma arvore. A criatura que saiu do meio da floresta não era nem de longe um animal comum. Os pelos eram bagunçados cor de café, orelhas pontudas em alerta, patas grandes demais para serem normais, garras afiadas a mostra, um corpo robusto e alto, um focinho comprido e os olhos grandes e profundos negros como a noite.

Encarei-o me sentindo uma presa prestes a virar jantar. Eu queria gritar, mas acho que isso o assustaria. Seus olhos se focaram nos meus e tive a sensação que minhas órbitas sairiam para fora. Seu olhar me transmitia poder. Ele inclinou a cabeça como se eu fosse algo novo e interessante.

Aproximou-se e engoli em seco. Um som como um rosnado saiu do fundo da sua garganta e ele se posicionou e pulou. Só senti o peso do enorme lobo em cima de mim e um grito assustador sair da minha garganta.

Abri os olhos num rompante e passei a mão pela testa vendo que estava mesmo suando. Respirei profundamente e olhei para os lados vendo as camas de Yve e Leninha já devidamente arrumadas. Estiquei o braço e procurei o celular na cômoda. Cliquei na tela e quase tive um infarto. 12 horas em ponto.

Eu tinha um encontro as 13h00min e não tinha nem levantado da cama. Meu Deus!

Pulei dali jogando os lençóis pelos ares. Corri para o banheiro e me olhei no espelho vendo o meu cabelo idêntico a uma juba vermelha.

— Pelo amor! - resmunguei e tratei de tomar um banho.

Passei todos os cremes de cabelo que encontrei e decidi que não poderia me dar ao luxo de demorar muito ali. Fiz tudo o mais rápido possível e sai correndo do banheiro.

Abri o closet e me deparei com o maior problema de uma mulher: Não ter escolhido a roupa antes. Vasculhei tudo e nada parecia bom o bastante. Cadê as amigas quando se precisa delas?

Xinguei palavrões mentalmente e por fim vi uma blusinha verde-água cheia de babados e tive certeza de que ficaria perfeita. Peguei-a e vesti comprovando minha teoria. Coloquei um short jeans claro, uma bota de cano curto preta, peguei um casaco também preto (porque mesmo tendo sol, o vento por aqui é de matar) e separei uma bolsa preta de lado.

Parecia um bom look para um passeio no parque. Vesti tudo rapidamente e tratei de me posicionar na frente do espelho olhando minha cara pálida. Tratei de passar pó, blush rosa, sombra num tom de azul bem claro, mascara e para completar um batom rosa-claro. Olhei meus olhos cintilarem de ansiedade. O verde palpitar.

Respirei fundo e cheguei o relógio: 12h45min.

Peguei a caixa de jóias e coloquei um colar de coruja, brincos compridos, anel com pedra esverdeada e uma pulseira da cor da blusa. Por fim, peguei meus óculos de sol e deixei separado. Penteei os cabelos com medo de que virassem uma vassoura, mas estava quase tudo ao meu favor e então me senti pronta.

Encarei meu reflexo de corpo inteiro e tenho que admitir que estava bonita hoje. Exatamente como deveria estar.

Três batidas na porta fizeram meu coração se acelerar. Peguei a bolsa e os óculos e girei a maçaneta já fazendo um sorriso. Juro que senti meu corpo se esquentar só de olhar para ele. Pude sentir seu perfume assim que o vento bateu.

Ele estava à definição perfeita de sexy. Uma camisa branca, jaqueta de couro marrom, jeans, botas masculinas e os cabelos desgrenhados de maneira sensual.

— Oi! - ele sorriu daquele jeito excitante.

— Oi! - dei um sorriso caloroso.

— Que bom que já está pronta. - falou. - Você está linda!

Sorri sentindo meu rosto esquentar e puxei a porta a fechando.

— Vamos? - perguntei.

— Com certeza. - ele me ofereceu a mão e sem pensar segurei-a.


Como eu disse antes: mesmo com um sol bonito, o vento em Witherpoll é maluco. O lugar é agradavelmente aconchegante e bonito. Pra ser mais exato, Witherpoll é o podemos chamar de cidade ‘praiana’. A economia de lá é basicamente peixe e o píer Beautiful Ocean onde fica o parque Entertainment & fun. O píer é lindo, tem de excepcionais cafés a brinquedos de tirar (literalmente) o fôlego.


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Notas finais do capítulo

Kate: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=124779348&.locale=pt-br
Kate: http://www.polyvore.com/passeio_no_parque/set?id=124555891



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