Os Guardiões escrita por Mariane, Amanda Ferreira


Capítulo 10
Por que o mesmo conselho?


Notas iniciais do capítulo

Capítulo em homenagem a linda e maravilhosa Lúh. Muito obrigado pela recomendação. Isso é muito importante para nós e depois dessa não desistiremos do Nyah.
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As lagrimas desciam me cegando, a mulher se levantou e deu um sorriso sacana.

– Guarde isso Katherine. Você é minha!

Balancei a cabeça e me ajoelhei tampando os ouvidos. Vozes começaram a sussurrar. Giravam na minha cabeça, gritando coisas que não consegui deduzir. Meu choro estava me deixando sufocada. Minha garganta se fechava e eu não parava...

– Pare! - pedi, mas ouvi uma risada da mulher e senti ela se agachar na minha frente.

– Aproveite minha querida. - falou. - Aproveite o pouco de vida que ainda te resta.

– Não. - falei sufocada. - Não, não! - apertei os ouvidos com força. - NÃO!

Acordei com uma luz muito forte machucando meus olhos, tentei me mexer mais meu corpo se recusava a se mover. Minha boca tinha gosto de metal e ferrugem, minha cabeça latejava e para completar meu corpo estava completamente dolorido.

– Ai graças a Deus, Kate! – murmurou Yve aos prantos ao meu lado.

– Fala serio Yve, você já pensou em fazer teatro? – murmurei rouca – Eu estou bem.

– Não parecia Kate, você estava branco feito fantasma. – respondeu Leninha seria.

– Desculpa. – falei tentando me sentar, imediatamente minha cabeça doeu ainda mais forte – Ai.

No mesmo instante elas vieram me ajudar. Senti-me horrível, mas consegui ficar sentada. Vi que estava na enfermaria. Ai que mico! Não acredito nisso céus!

– Eu estou bem, serio. – menti.

Elas não caíram, mas se afastaram. Foi quando reparei quem também estava presente. Alem da Chelsey na porta, estava o Nicolas de braços cruzados perto de uma cadeira. O cabelo estava desarrumado e ele vestia uma blusa de moletom e jeans. O que ele esta fazendo aqui? Nosso olhar se encontrou e ele deu um sorriso amarelo. Eu devo ter ficado um bom tempo olhando para ele, pois a Leninha logo percebeu.

– Chelsey... hm, você poderia me tirar uma duvida rapidinho? – falou e então cutucou a Yve que a seguiu.

– Kate, eu acho melhor você descansar, nos vemos mais tarde ok? – A Yve falou e saiu.

– Sua amiga está certa. Você tem que dormir. – falou Nicolas começando a se afastar.

– Você não! Espera. – falei desesperada, começando a me levantar. Claro! Eu cai e paguei o mico universal. Para minha surpresa, o Nicolas veio imediatamente me ajudar.

– O que você quer? – perguntou enquanto eu me apoiava nele para ficar em pé. Sentei-me de novo na cama e me virei para ele.

– Eu não estou louca, você tem uma tatuagem. – resmunguei a primeira coisa que em veio à cabeça já que eu não tinha nenhum motivo para ele continuar ali.

Ele me olhou e depois deu um suspiro cansado e veio se sentar ao meu lado. Ergueu os olhos e me fitou por longos minutos, talvez estivesse decidindo se chamava o manicômio ou se concordava comigo para ele poder fugir dali o mais rápido possível.

– Você está cansada. - ele me olhou com tristeza, talvez até pena. - Eu sinto muito, mas eu não tenho nada.

O olhei perplexa. Como ele ainda podia negar isso?

– Por que você insiste em mentir? - soltei sem pensar. Eu não queira encrenca, só estava sinceramente confusa, será que isso é pedir demais? Uma explicação?

– Por que eu mentiria?

– Não responda minha pergunta com outra pergunta. - eu estava começando a ficar irritada.

– Eu lamento Katherine. - ele se levantou. - Fica bem. A gente se vê depois.

Não respondi, deixei que ele saísse. Não ia discutir, eu não era louca. Não podia ser.

– Eu não sou louca! - falei alto demais e o copo ao meu lado estremeceu. Sim, ESTREMECEU!

Fiquei olhando o copo por um século e nada aconteceu. Devo ser doida mesmo e nunca mais vou arrumar um namorado, um bom emprego e ate minhas amigas vão fugir de mim. Fungando deitei–me e fiquei olhando para as paredes completamente brancas...

Depois de passar a eternidade na enfermaria, finalmente fui dispensada e caminhei como uma morta pelo corredor. Entrei no quarto e me deparei com o improvável. Leninha estava na sua cama mexendo no computador e a Yve debaixo das cobertas com o Brad.

– Fala serio! - resmunguei me arrastando para o banheiro.

– Kate, a enfermeira expulsou a gente de lá e depois a supervisora disse que nós não podíamos ficar no corredor. Fiquei com tanta raiva, não queria que você viesse sozinha. - a Leninha se lamentava vindo ao meu encontro. - Alguém te acompanhou ate aqui? Como está se sentindo?

Esse alguém na cabeça dela era o Nicolas. Mas ele me deixou lá e ainda mentiu na cara dura.

– Eu vim sozinha e estou bem. – respondi grossa e puxei a porta do banheiro.

– Não parece bem. - uma voz masculina falou e deduzi que só podia ser o Brad.

– E o que você está fazendo aqui? - falei e logo me arrependi vendo o quanto fui grossa.

– Desculpa. Já estava indo. - ele se levantou e beijou a Yve rapidamente. Passou por mim com uma olhar esquisito.

Sempre vi o Brad por ai, mas nunca fui a "melhor amiga" dele. Mas no instante em que ele me olhou percebi o quanto estava diferente. Os cabelos castanhos estavam mais curtos, parecia pálido e os olhos... Não consegui raciocinar... No momento em que ele passou do meu lado senti um calafrio na espinha e minha perna ficou bamba, me apoiei na parede e continuei olhando para ele fixamente.

– Tudo bem que você está brava e cansada, mas não precisava né Kate? - a Yve falou ainda da cama.

Fiquei olhando a porta por onde ele saiu.

– Kate? - Leninha chamou. Olhei para ela vendo seus olhos azuis preocupados. - Tudo bem?

Assenti devagar e entrei no banheiro sem falar mais nada.

Devo ter tomado o banho mais longo do universo, pois quando sai às meninas estavam impacientes. Só agora eu tinha percebido que elas estavam de roupa trocada. Deitei-me na cama e respirei lentamente.

– Quanto tempo eu fiquei na enfermaria? - perguntei por fim.

– Sei lá, mas sei que você perdeu os últimos tempos e o almoço. Falando nisso, você não está com fome? – perguntou Leninha.

Dei de ombros, eu realmente não estava. Ainda enrolada na toalha fui para o closet e peguei as primeiras roupas que vi. Um jeans azul claro, uma blusa de botão rosa amarrada, meu blasé branco e por fim um salto creme. Coloquei um brinco e um colar qualquer e sai.

– Onde você pensa que vai? – perguntou Yve quando me dirigi para porta.

– É verdade. Esqueci minhas coisas. – falei sabendo que não era essa a resposta que ela esperava. Peguei minha mochila com o notebook, cadernos e meus livros para trabalho de história. Mas quando fui à direção da porta a Leninha já estava bloqueando a passagem.

– Você acha mesmo que vai sair? – perguntou.

– Sim. Com ou sem o seu consentimento. - falei indiferente.

Ela me encarou durante muito tempo e então abriu caminho. Não pensei duas vezes e assim que sai do quarto fui direto para o refeitório. Do nada me bateu a fome do ano. Como previ estava vazia a não ser pelo.... Lucas.

Confusa, fui ate ele de fininho. E então como se eu tivesse voltado no primário gritei um lindo e afinado ‘Buhhhh’.

– Se esforce mais da próxima. – falou quando me afastei para ver sua reação. Fiquei extremante decepcionada por não tê-lo assustado. Então fiz um biquinho e o encarei.

Estava bonito. Como sempre sua idiota! Uma jaqueta de couro preta, calça jeans e uma camisa branca por baixo. O cabelo castanho estava desgrenhado dando aquele ar sexy. Os olhos na mesma intensidade de que eu me lembrava. Cor de mel e brilhantes. Ele deu um sorriso torto e quase derrubei todas as bandejas.

– Chato. Como você adivinhou? – perguntei magoada enquanto andávamos ate o balcão para pegar a comida.

– Ouvi você entrando. - ele falou dando um sorrisinho.

– Uau, então você é um homem biônico? - fiz uma cara de espanto teatral.

– Perto disso. – falou sorrindo.

Peguei duas fatias de pizza, uma gelatina de uva e uma água. Enquanto ele pegou no mínimo nove fatias da pizza, seis rolinhos primavera, um croissant de queijo e presunto, gelatina de morango e por fim um suco de laranja. Olhei-o boquiaberta intercalando de sua comida para seu rosto.

– Que é? – perguntou confuso.

– Como você come tudo isso? – falei chocada começando a rir.

– O que? - ele fez uma expressão inocente.

– Comer que nem um porco e ter esse corpo tão... – interrompi o que eu ia dizer, pois poderia com certeza soar constrangedor. Era melhor guardar isso para mim.

– Esse corpo...? - ele ergueu uma sobrancelha.

Apenas olhei e revirando os olhos. Ele deu de ombros.

– Genética.

– Sortudo. – resmunguei e nos sentamos para comer.

– Então, eu soube que você passou mal na Ed. Física. – falou mordendo o croissant. – Está tudo bem agora?

– Sim, não foi nada de mais. – murmurei. – O Nicolas me ‘salvou’. - sorri.

Foi eu citar o nome do Nicolas que ele ficou pálido. Não entendi, então parei de comer e o olhei seria.

– O que houve?

Ele largou o croissant pela metade no prato e me olhou profundamente.

– Me promete uma coisa? – perguntou me olhando nos olhos.

Fiquei paralisada encarando seus lindos olhos hipnotizastes e perfeitos. Como não respondi ele continuou:

– Não confie no Nicolas. Não seja amiga dele. - ele parecia sincero e sério demais.

De novo isso? Que palhaçada! O que será que aconteceu entre eles?

– Por que não?

– É complicado. – murmurou retornando a comer.

Deu isso como se tivéssemos encerrado o assunto. Suspirando voltei a comer também. Então lembrei da tatuagem e arrisquei perguntar já que já tinha entrado no assunto 'Nicolas'.

– Lucas você acha que eu estou pirando? - perguntei rouca enquanto ele terminava a ultima fatia. Ele me olhou como se essa fosse à pergunta mais imbecil do mundo.

–Porque eu acharia? - bebeu um pouco do suco.

– Elas não contaram? – perguntei desconfiada bebendo minha água.

Ele me encarou confuso e negou com a cabeça. Com um longo suspiro narrei minha visão da tatuagem que só eu via. Ele não me interrompeu momento algum, apenas me encarou, durante muito tempo como se pudesse ler minha alma. Fiquei completamente envergonhada esperando uma resposta.

– Você pode ter se enganado. - finalmente ele respondeu.

– Não. Eu vi um dragão claramente desenhado. - assenti tendo certeza.

Novamente ele me olhou por um tempo e depois sorriu como se tentasse me confortar, mas algo naquele sorriso me incomodou, parecia que ele estava ocultando algo diferente quase perverso.

– Então acredito em você.

O olhei chocada. Achei seriamente que ele ia rir de mim e depois contar para todos como Katherine Hankor era pirada.

– Você também viu? - perguntei me inclinando na mesa para ficar mais perto dele.

– Não. Normalmente não costumo analisar a anatomia masculina... – falou sorrindo um pouco da minha expressão.

Eu devo ter ficado com a cara de um tomate de tanta vergonha. Afastei-me me ajeitando na cadeira.

– É claro. – engoli em seco.

– E você Kate? Tem tatuagem? Ou uma marca de nascença estranha? – perguntou evasivamente.

– Não. – falei dando de ombros. Ele não pareceu acreditar. Encarou-me com uma sobrancelha erguida.

– Fala serio. Quer conferir? – a pergunta era obviamente retórica. Mas para minha surpresa ele sorriu ferozmente e com um olhar ambicioso e uma voz sedutora que fez o interior do meu corpo se aquecer, ele respondeu:

– Adoraria checar cada detalhe.


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Notas finais do capítulo

KATE: http://www.polyvore.com/biblioteca_part/set?id=121002732
Lúh love you!



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