† O Verdadeiro Recomeço † escrita por Priscilaeverdeen


Capítulo 3
Juntos †


Notas iniciais do capítulo

Olá Tributos!! Mais um capitulo para voces! Me desculpe pela demora para postar um novo capítulo, mas fiquei muito atarefada com trabalhos do curso.. Mas enfim está aii.. Espero que gostem e continuem comentandoo.. :))))
Boa Leitura!!



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Todos os dias são dias ruins. As pessoas que me olham, devem achar que é fácil para mim lidar com tudo isso que aconteceu sozinha. Devido eu ter sido o Simbolo de uma Revolução, elas devem pensar que sou o tipo de pessoa forte. Mas até os fortes tem suas fraquezas. A verdade é que as coisas ficaram piores desde que a Revolução acabou. Não digo piores para os Distritos ou para Panem, pois afinal não temos mais edições dos Jogos Vorazes e pelo que ouço falarem , tudo em Panem está sendo modificado de forma que atenda á todos os Distritos por igual. Quando digo piores, quero dizer piores para mim, Katniss Everdeen. Pois mesmo á muito tempo, quando o meu pai morreu e eu, com apenas 12 anos, fiquei responsável por alimentar minha família, não havia em mim esse peso de perda que se aperta dentro de mim. Peso este que fica comigo 24 horas por dia e me traz um sentimento de infelicidade que parece eterno.O que aconteceu pela manha me fez lembrar de tudo que ocorreu durante a Revolução. Me fez lembrar de como as coisas estão ruins agora. Já que estou sozinha e não tenho mais ninguém. Não tenho Peeta, nem minha irmã Prim, Gale ou minha mãe. Estou mais sozinha agora, do que quando meu pai morreu. Nessas horas de solidão lembro de minha unica amiga Madge, e penso como ela faz falta. Nunca mais terei minha amiga de volta, assim como nunca mais terei Prim e, com certeza, não terei mais Peeta ao meu lado.

Observando minha floresta, ou o que sobrou dela, estou tentando limpar minha mente e criar coragem para voltar para casa. Fecho meus olhos apertados e faço o possível para absorver somente o que me rodeia . A grama alta, o ar puro e fresco que me cerca e os sons misturados de águas e talvez um canto de tordo bem ao longe. A Floresta foi a única coisa que me sobrou, e infelizmente, eu não posso levá-la para casa comigo. Tenho que deixa-la aqui e voltar. E de certa forma, é melhor que eu faça isso agora antes que a fraqueza, devido a fome gerada pelo tempo que estou aqui, me atingir.

A caminhada de volta é dura, pois voltar para casa é voltar para a realidade. Tenho certeza que meu rosto pálido, característico da Costura, e meus olhos pretos estão vermelhos, devido eu ter chorado enquanto me afogava em pensamentos. Mas desde que voltei, permito somente que a floresta veja minhas lágrimas. Ela se tornou minha única amiga e continua sendo meu refúgio da realidade que me cerca.

Passo, pelos poucos habitantes do meu Distrito que voltaram, de cabeça baixa, para evitar conversas ou cumprimentos e, finalmente, chego na vila dos Vitoriosos. Passando pela praça vejo Buttercup pulando, tentando pegar uma borboleta ou mariposa, que parece provoca-lo voando baixo e a cena me faz formar um meio sorriso nos lábios, mas ao mesmo tempo faz meus olhos lacrimejarem, pois penso como Prim iria rir dessa cena. A imagem dela é tão nítida na minha mente, que aperto o passo de forma a me distanciar de Buttercup.

Estou á duas casas da minha e vejo uma figura loira sentada na escada de entrada da minha casa encarando o chão. É Peeta. Provavelmente veio novamente me insultar e enfatizar para eu manter distância dele. Mas, dessa vez quem vai ficar com a última palavra sou eu. Pois não vou permitir que ele ou qualquer outra pessoa me desmereça.

–O que faz aqui? - Eu pergunto. Assim que os olhos dele encontram os meus.- Errou de casa? Está perdido?

–Katniss eu... -Ele começa mas eu o interrompo, me antecipando a qualquer palavra de insulto que ele pensou em dizer a mim.

–Você não tem nada o que fazer aqui. Você veio jogar as coisas na minha cara de novo? Não se preocupe, pois o que você me disse pela manha ainda está bem claro em minha mente. E acredite, não vou esquecer tão cedo. Então se você puder ir embora, me faria um grande favor. -Eu digo isso com minha garganta fechada e um aperto no peito, pois estou dizendo o que preciso dizer e não o que realmente quero. Tento subir a escada para minha casa, mas ele me impede novamente.

–Katniss me...

–Não Peeta! Você já me disse tudo o que preciso saber. Espero que sua terapia seja um sucesso. -Eu digo as palavras com o ar mais debochado que consigo, e então subo as escadas para entrar em casa e fugir desse momento que estou tendo com Peeta, mas ele me segue e insiste em começar uma conversa.

–Katniss, eu queria que você soubesse... -Ele começa em tom brando.

–Eu não... -Eu digo as palavras interrompendo ele novamente. E então tudo acontece muito rápido, pois Peeta explode em fúria, fecha os dedos em volta da minha garganta e me empurra, fazendo com eu bata a cabeça com força na porta.

–Me escute! -Ele grita para mim. Mas é difícil me concentrar em algo além do que as sombras pretas se formando na borda dos meus olhos. Não porque ele esteja me sufocando, mas por causa do impacto da minha cabeça na madeira da porta. Por segundos lembro daquelas mesmas mãos me sufocando quando ele foi resgatado da capital e me minhas mãos ficam tremulas de pensar no pior que pode acontecer agora.

Seus dedos tensos se afrouxam e seu olhar com raiva se desvanece. Ele está voltando á si, mas não parece confuso. Ele me solta por completo e encara as mãos. Passa as mãos atras do pescoço, como por hábito de alguém nervoso e fica parado de costas para mim. E eu permaneço tensa. Sem saber como reagir á isso. Se ele queria minha atenção antes. Ele á tem por completo agora.

–Era isso que eu temia. -Ele diz. -Me desculpe, Katniss. Não queria te machucar. Ferir você é a ultima coisa que eu quero. E por isso mantive distancia, mesmo isso me causando a pior das dores. Mas eu precisava que você soubesse os meus motivos. E agora você já entende claramente o que acontece se ficarmos perto.

Assimilo as palavras ditas por ele, ainda tentando entender o que acabou de acontecer. Ainda estou tremula, mas estou mais calma, pois quem está na minha frente agora é o garoto do pão e não mais a arma criada pela capital para me matar.

–As coisas não precisam ser desse jeito.

–Não vejo como podem ser de outra maneira. -Ele diz. -Estou com uma fera dentro de mim, Katniss. Perto de mim, você nunca estará cem por cento segura. E não é isso que eu quero para você .

Ao ouvir essas palavras, me lembro de algo dito pelo meu pai á anos. Não quero ele vá embora. Não quero ficar longe dele. Meus sentimentos por ele nunca foram muito claros, mas eu sei que esse ainda é o Mellark que eu conheço. E não vou ficar sentada assistindo ele ir embora sem fazer nada.

–Todos tem uma fera dentro de si, Peeta. -Meu pai me falou essa frase em uma das vezes que caçamos juntos na floresta. Eu não me lembrava dela até esse momento. -Você só precisa aprender novamente como controlar a sua. -Eu pego sua mão de forma que o force a olhar para mim, mas ele não me encara, parecendo estar envergonhado. Provavelmente do que fez a mim.

–Eu não tenho certeza se posso controlar minha fera novamente. Eu me tornei uma pessoa horrível.

–Não diga isso. Te tornaram alguém que você não é. E eu tenho certeza que com o tempo voltará a ser o mesmo de antes.

–Você não tem como ter certeza disso. -Ele diz evitando meus olhos. -Todas as noites eu luto para não vir á sua casa e lhe fazer algum mal. E você não sabe como isso é difícil e conflitante para mim, já que todos os dias meu desejo é ver e ficar com você. Eu não quero te machucar.

Não consigo reagir. Desde que Peeta voltou, fiquei me perguntando porque ele não veio me ver. Cheguei a pensar que ele houvesse ficado com raiva de mim por eu ter feito a estupidez de aceitar uma ultima edição dos Jogos Vorazes com os filhos dos que trabalhavam junto com Snow. Pois se me lembro essa foi a ultima vez que nos falamos. Mas vejo que suas razões são bem diferentes das que eu tinha imaginado, e que alguns de seus sentimentos por mim, não mudaram. Ele estava tentando me proteger, se mantendo longe de mim.

–Só tem um jeito de você me machucar. -Eu digo levantando seu olhar, para que olhe nos meus olhos. -E é ficando longe de mim. Eu vou te ajudar.

–Ninguem pode me ajudar. Eu não tenho cura.

–A gente vai dar um jeito. -E dessa vez ele parece convencido.

–Me desculpe pelo modo como falei com você essa manha. -Ele diz me encarando.

–Eu não estou mais brava.

–Eu machuquei seu pescoço?

–Eu estou bem. -Eu digo que estou bem, mas a verdade é que minha cabeça dói e meu pescoço arde. Faço o possível para ele não perceber o que realmente me causou.

–Eu realmente sinto muito por isso. -E se aproxima com as mãos em direção ao meu pescoço, mas dessa vez na intenção de analisa-lo melhor. Só que meu corpo, premedita o movimento, e em extinto de auto preservação, dou um passo para traz. Percebo o que fiz e o encaro por alguns segundos. Ele então me olha com um olhar de tristeza e culpa, mas não foi minha intenção deixa-lo dessa forma.

–Peeta, me desculpa.

–Não tem problema. Pelo menos agindo dessa forma, você estará segura de mim. Não esperaria algo diferente de você .

–Ei..eu não tenho medo de você. -Eu digo com um ar travesso. Ele dá um suspiro e segura minha mão com força, mas me sinto protegida e não ameaçada. -Eu falo sério. Você tem certeza que quer correr o risco?

–Eu não vou á lugar algum Mellark. -E dito isso, ele quase consegue formar um sorriso nos lábios e suspira novamente como se tivesse cansado da minha teimosia. Ele solta minha mão e se despede de mim. Prometendo que irá vir me vez assim que
possível.

Quando entro em casa e a porta se fecha atras de mim, meu corpo se rende a dor na minha cabeça. Percebo que á um galo no local onde minha cabeça atingiu em cheio a porta. Lembro de uns analgésicos que tenho no armário e eu os tomo mesmo de estomago vazio. Pego gelo para minha cabeça e desabo no sofá. Sei que não devo dormir após levar uma pancada na cabeça, mas meu corpo precisa relaxar da tensão que vivi á alguns minutos atras. Ter a amizade de Peeta de volta é algo que eu não via como uma possibilidade. Não sei exatamente como poderei ajudá-lo. Terei que pensar nisso. Por hora, me permito cochilar tentando manter fresca em minha mente o aperto protetor de suas mãos.




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Notas finais do capítulo

Bem. É isso Tributos.. Espero realmente que tenha gostado e COMENTEM o que acharam.. Tentarei postar o proximo capitulo muito em breve..



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