† O Verdadeiro Recomeço † escrita por Priscilaeverdeen


Capítulo 4
† Dente-de-leão na Primavera †


Notas iniciais do capítulo

Hello leitores. Estou voltando com essa fanfic.. Eu lembrei dela essa semana com os trailers de A - Esperança que saiu e me peguei lendo e vendo os capítulos que eu já havia feito para ela e fiquei com saudade de voltar a escrever. Não prometo postar todo dia. Mas pelo menos uma vez na semana. Espero que consiga recuperar as pessoas que acompanhavam.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/479716/chapter/4

Batidas na porta. Mais fortes dessa vez. Não entendo o que acontece. Meus olhos forçam para abrir, mas não obedecem. Somente meus ouvidos funcionam.

Ouço alguém discutindo. Invadiram minha casa, mas não consigo me levantar. Ouço a voz de Haymitch e a voz de Peeta.

Peeta? Mas porque Peeta está na minha casa?

― Ela não atendeu a porta, então eu arrombei. Ela não sai a dois dias Haymitch!― Peeta está gritando agora. Mas eu só tirei um cochilo, não entendo o que ele quis dizer com dois dias. Droga! Porque não consigo abrir meus olhos?

― Você não pode sair arrombando a porta dela. Se ela entrasse em surto novamente, hein? Merda Peeta! Pensei que tivesse vindo matá-la.

― Nossa, bom saber que posso contar com você sóbrio para protegê-la.

― Não entendi o tom sarcástico da sua voz, mas isso foi sorte garoto. Não abuse. O que acha que ela tem?

― Eu não sei, mas acho melhor você chamar um médico. Katniss? Katniss, está me ouvindo?

Sua voz me chama de um jeito nervoso, mas ao tentar responder só sai um murmúrio. Tento continuar ouvindo o que dizem, mas a voz vai ficando distante até sumir por completo.

Acordo em um susto. Aparentemente estive presa em um mundo escuro, porém sem pesadelos. Finalmente consegui acordar e sair da escuridão. Algo está errado. Não me lembro de ter vindo para a cama. Muito menos de ter trocado de roupa. Nossa que dor no estomago. Viro-me lentamente e percebo que não estou sozinha na cama. Uma figura loura dorme tranquilamente do meu lado. O jeito de dormir daquele que era o melhor de nós, não dá sinal algum daquela pessoa perturbada, criada pela Capital. Percebo que seus braços levam algumas cicatrizes que entram se escondendo dentro da camisa. Não resisto e deslizo os meus dedos por uma delas, de modo suave para que ele não acorde. Encaro seu rosto. Ele ainda é muito bonito. Como alguém tão bonito pode se achar uma fera? Seus olhos se abrem de modo repentino, me fazendo tirar a mão de seu braço de um jeito rápido.

― Katniss!― Ele parece que não me vê a tempos. Coloca a mão no meu rosto e acaricia. Como estou carente desse toque. Ele parece não acreditar que estou aqui.

― Oi. Dormiu aqui?

― Graças a Deus você acordou. Você está bem? Como se sente?

― Peeta, estou bem. Meu estomago dói um pouco, mas estou legal.― Não me lembro de ter adoecido. Porque Peeta parece tão preocupado?― Porque está aqui? O que houve?

― Katniss, você ficou três dias desacordada. Tive que chamar um médico. Ele disse que você teve um principio de overdose.

― Overdose? Eu não entendo. Só tomei alguns comprimidos para dor de cabeça.

― O médico disse que você deve tê-los tomado de estomago vazio. Eu te encontrei aqui deitada no sofá em condições horríveis. Você vomitou e nem percebeu.

Será que isso aconteceu mesmo? Como posso não me lembrar de nada disso? Essa não! Se eu estava suja de vomito, Peeta está aqui e agora estou limpa, isso quer dizer que ele ou Haymitch me deram banho. E eu duvido que Peeta iria permitir que Haymitch fizesse tal coisa.

― Peeta? Quem me trouxe para cama?― O rubor que aparece levemente em Peeta não é nada comparado ao que cresce em mim. Eu não acredito. Estou feia. Descuidada. Meu corpo está magro. Cheio de cicatrizes e Peeta agora viu tudo.

― Katniss, não fica assim.― Estou com tanta vergonha de Peeta que não consigo responder e nem encara-lo.― Ei, foi como dar banho no Haymitch.

― Não tem problema.― Mentira. Tem problema sim. Pois não me incomodo que as pessoas vejam o que a guerra me causou. Só me incomodo que Peeta veja. E foi justamente ele que me viu assim.― Obrigada.

― Não precisa agradecer. Você realmente está bem?

― Meu estomago dói.― Sinto uma imensa com vontade de chorar. Mas não sei exatamente por que. Se pela dor ou pela vergonha.

― Vou pedir para o médico voltar.

― Não. Só preciso de um chá de ervas. Peça para Greasy Sae preparar.

― Você quer que eu vá embora?

― Será que você poderia ficar?

― Claro. Tenho uns pães de queijo prontos em casa. Trarei para você. Você não comeu nada. Precisa se alimentar. Volto logo.

Peeta se levanta e sai do quarto. Ouço seus passos na escada e depois de falar, com quem acredito que seja Greasy Sae, ele bate a porta em saída. No instante seguinte me permito chorar. Isso é o que sempre faço, mas meu choro é de raiva. Raiva por ter tomado aqueles comprimidos de barriga vazia e por não ter despertado. Não acredito que ele me viu assim. Ele nunca mais vai me querer. Porque ser amiga de alguém tão repugnante? Que matou sua família e a própria familia? Como eu queria Prim aqui agora. Ela poderia me consolar e dizer que está tudo bem. Como ela fazia quando estávamos naquele bunker no D13. Ouço passos na escada e me apresso a me recompor. Não percebi o tempo em que fiquei aqui. Peeta bate na porta e entra carregando uma bandeja contendo uma caneca e um pequeno cesto com pães de queijo. Minha barriga reclama na hora. Ele me olha e percebe meu estado. Coloca a bandeja na cama e se senta ao meu lado.

― Katniss. O que houve?― Encaro minhas mãos como uma criança que fez algo de errado. Ele levanta meu queixo levemente forçando nosso contato visual. Minhas bochechas queimam ao olhar em seus olhos.― Não precisa ter vergonha de mim. Somos amigos lembra? Me conte porque está assim?

― Não é nada. Me desculpe.

― Por favor. Pare de pedir desculpas. Você parece que esteve chorando a horas. Porque não chorou enquanto eu estava aqui?

― Você não tem obrigação de cuidar de mim.― Minha voz sai baixa e quase inaudível.

― Verdade, eu não tenho. Mas eu quero. Quero saber o que se passa com você. Você disse que me ajudaria. Me deixe te ajudar também.

As palavras de Peeta são perfeitas como sempre. Mas acredito que ele já tenha muitos problemas. Dos meus monstros tentarei cuidar sozinha.

― É momentâneo. Vai passar. Posso comer?

― Claro que pode, Katniss.

Sinto-me uma criança dengosa. Á muito tempo careço desse cuidado de alguém. Não tenho minha irmã. Não tenho minha mãe. Não tenho Gale. Só sobrou o garoto do pão. Peeta me entrega a caneca com o chá e coloca em minha frente os pães de queijo. Quero come-los rápido, mas Peeta insiste que eu coma devagar para eu não vomitar. Ele parece satisfeito em me ver comer. Em pouco tempo o chá se acaba e até minha vontade pelos pães de queijo desaparece.

― O médico pediu que você tomasse esses remédios.― Peeta me entrega um copinho com um liquido rosa que estava ao lado da pequena cesta com os pães.

― Eu estou bem. Obrigada.

― Katniss. Tome o remédio. É para você melhorar.

― Depois eu tomo.

― Tome agora e não precisará acordar de madrugada para toma-lo.

Pondero as palavras de Peeta e tomo o liquido no copinho. O gosto parece metálico, contudo não acho tão insuportável. Acho que o remédio é forte, pois sinto as coisas passando mais devagar e de repente sinto calafrios. Peeta percebe e me ampara na cama. Ele tira a bandeja e me ajuda a deitar. Mas um medo de ficar sozinha me toma quando suas mãos me soltam.

― Por favor, não vá.

― Não posso ficar, Katniss.

― Só em quanto eu pego no sono. Não quero ficar sozinha.

As palavras saem da minha boca como em câmera lenta. Peeta parece pensar um pouco. Ele então dá a volta na cama e se deita ao meu lado. Exatamente onde estava quando acordei. Me sinto acanhada para abraça-lo, então continuo virada sem olha-lo.

― Você está tremendo. Vem aqui.― Peeta me puxa carinhosamente para seus braços e me abraça de um modo protetor. Os tremores pelo efeito do remédio não param, mas minha mente se tranquiliza por saber que ele está aqui.― Melhor agora?

– Sim. Obrigada.

Não consigo falar mais nada devido a vergonha e o efeito do remédio, que aos poucos me levam para um sono profundo, mas tranquilo somente por saber que estou novamente nos braços do meu Dente-de-leão na primavera.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários são bem vindos. Preciso saber se a história está boa. O que precisa melhorar e sou super aberta a sugestões.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "† O Verdadeiro Recomeço †" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.